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O exemplo que demos na introdução do nosso trabalho, acerca do casal apaixonado, já foi anteriormente tratado a partir da perspectiva de organização de mundo sartreana. Acerca desse exemplo falamos que, ao tentar se apropriar das possibilidades do outro para ser o centro de sua organização, o amante sempre fracassa, dado que somos. Esse exemplo se inclui nas relações de amor que Sartre nos mostra em O Ser e o Nada, que basicamente são modos de agir quando nos vemos objetificados pelos outros: ou podemos recusar essa objetivação, objetificando o outro e tirando seu caráter de liberdade, ou podemos aceitar a objetivação, tentando ser o objeto centro de suas possibilidades, para assim também roubar sua liberdade (exemplo do casal apaixonado da introdução). Como vimos, em ambas as situações fracassamos, e nosso exemplo, mesmo que tivesse um final diferente, estaria sujeito ao fracasso ontológico do amor, assim como todas as relações de amor que possam existir.

É importante frisar novamente que, quando falamos que nossas relações amorosas são sempre fracassadas, não estamos falando necessariamente do que vemos empiricamente. Nunca iríamos convencer um casal recém formado, no auge de sua paixão, um casal que acabou de voltar da sua lua de mel em Paris, por exemplo, que o relacionamento deles é um fracasso. Eles estão apaixonados, nunca estiveram em tanta sintonia, concordam em tudo e completam um a frase do outro. Seus planos coincidem, gostam das mesmas coisas, se respeitam e se compreendem. Tudo é perfeito. Se dissermos a esse casal que todas as relações amorosas são fracassadas, eles provavelmente rejeitarão essa informação, tomando sua própria relação como um exemplo contrário. Porém, depois de tudo que estivemos investigando aqui, agora podemos dizer que compreendemos que todas as

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relações de todos os tipos podem ser vistas como um “fracasso” ontológico. As amorosas incluídas. Porém, sabemos que é um fracasso no âmbito ontológico, que muitas vezes é algo de estranho ao mundo empírico. Justamente por isso nosso casal da lua de mel em Paris não se convenceu. Os nossos modos de ser regem nossa existência, mas só sentimos isso empiricamente através das entrelinhas do cotidiano. Essas entrelinhas podem ser tomadas de diversas maneiras. Falamos anteriormente sobre as desconfianças que temos quando nossas relações então indo bem demais. Isso pode ser visto como uma entrelinha do cotidiano, quando nos damos conta de que existe uma contingência na situação. Que nos sentiríamos mais “verdadeiros” se as coisas não fossem tão boas. Nesse momento de nossa investigação vamos tentar mostrar como as nossas relações mais cotidianas podem ser enxergadas a partir do conflito originário de nossas organizações.

Começaremos com os exemplos que já tinham nos intrigado na introdução. Falamos nos início sobre como sempre fazemos um esforço para entender e conviver com o outro, e como estamos sempre trabalhando para que nossas relações se encaixem. O exemplo do entendimento é muito interessante. De todos os exemplos é este que carrega um caráter mais contingente. Se não entendi o que você disse, simplesmente me explique de maneira diferente que entenderei. Porém, se aceitamos a tese de que vemos o mundo como organização e perspectiva, e essa organização é singular e intransferível, podemos arriscar pensar que uma comunicação “perfeita”, onde o interlocutor compreende exatamente o que lhe foi passado, jamais poderá existir.

Nossa organização de mundo não é somente diferente da organização dos outros, ela é contraditória. Quem é consciência não pode ser objeto, quem é objeto não pode ser consciência. É justamente por isso que entramos em conflito. Agora, quando entramos no âmbito da comunicação, quando tentamos explicar algo ou contar uma história para alguém, essa pessoa nunca poderá entender minha história do meu ponto de vista da minha organização. Já que é nossa consciência que organiza o mundo, é importante perceber que nossa organização não é somente sensorial. Nossa organização

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organiza conceitos, sentimentos, memórias, experiências, percepções, tudo que usualmente pode ser atribuído a intencionalidades da consciência, para usarmos um vocabulário fenomenológico. Se todas essas intencionalidades são intransferíveis, já que nossa organização como um todo é intransferível, nunca poderemos dizer que entendemos perfeitamente o que outra pessoa nos disse. Simplesmente, pois, tudo que ela me disse, entenderei a partir de minha organização, de meu ponto de vista, que é simplesmente a única maneira que posso ver o mundo. Porém, como, nesse momento, utilizamos um conceito proveniente da fenomenologia husseliana, que é o da intencionalidade da consciência, devemos lembrar que Husserl também se dedicou ao problema da comunicação com a sua idéia de inter-subjetividade. Mas, quando falamos que as intencionalidades da consciência são intransferíveis, e por isso uma comunicação é inatingível, estamos falando do ponto de vista sartreano, com o qual concordamos e que, de certa forma, já se afasta da filosofia husseliana.

Um exemplo que pode ser englobado nesse âmbito do não entendimento é sobre nossas relações de trabalho ou relações de aluno e professor. Tentamos diariamente explicar filosofias, histórias, conceitos para várias pessoas, e muitas vezes isso aparentemente até ocorre de maneira bem sucedida. Estamos falando de relações cooperativas, onde todos estão tentando alcançar o mesmo objetivo, onde muitas vezes concordamos e nos completamos, mas, que segundo nossa tese, ainda assim são relações baseadas em um conflito.

Se começarmos a ser realmente infectados pela tese de organização de mundo, e tentarmos ver todas as nossas relações a partir dessa idéia, percebemos que a explicação que tentam dar sobre algo, ou sobre algum conceito, ou sobre alguma história, só faz sentido quando a enxergamos como inserida em nossa própria organização. E nossa organização é completamente diferente da organização do outro, que foi justamente aquele que passou as informações. E é justamente quando não conseguimos encaixar aquilo que nos é passado em nossa própria organização, que dizemos “desculpe, não entendi, você pode explicar novamente?”. Se o outro me diz algo a partir da organização dele, e eu entendo a partir de minha organização,

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é bem provável que aquilo que eu entendi não tenha sido exatamente o que me foi passado. Portanto, até no âmbito da comunicação podemos dizer que estamos diante de um fracasso. Interagimos através de analogias entre organizações, porém a comunicação total não pode existir já que não podemos compartilhar nossas organizações de mundo.

Entretanto, assim como foi apresentado anteriormente, devemos compreender que nossas organizações e os conflitos entre organizações são parte de nossa estrutura ontológica. São parte de nosso modo de ser, sempre foi assim e sempre será. Nossa existência se revela a partir de como o nosso ser transcendente organiza o mundo em que vive e como insere as pessoas, os objetos, os conceitos, as experiências, etc. nessa organização. Portanto, é até complicado quando falamos que nossas relações com os outros são “fracassadas”, por que, quando falamos em fracasso, pressupomos um ideal de sucesso. E quando mergulhamos na ontologia sartreana, não podemos falar de sucesso, ou de fracasso. As coisas são simplesmente do jeito que são.

Sabemos que o conhecimento sobre o conflito ontológico é extremamente facilitado quando, de fato, há um conflito empírico. Pudemos ver isso em vários exemplos já comentados. Porém, neste momento estamos detectando, observando o conflito ontológico nas relações bem sucedidas também. Na verdade, se realmente quisermos confirmar nossa tese de que todas as relações são conflituosas, temos justamente que ir aos exemplos que poderiam derrubar nosso argumento, ou seja, aos exemplos de relacionamentos “bem sucedidos”. Vamos usar o exemplo novamente do ambiente de trabalho, mas agora numa relação de concordância.

Digamos que existam três sócios majoritários em uma empresa de alimentos congelados. Eles fazem uma reunião para decidir se vão investir no mercado internacional ou não. Estão conversando sentados em uma mesa redonda, estudando possíveis prós e contras para essa transação. Digamos que todos eles concordem plenamente sobre a decisão. Aparentemente não houve conflito algum, todos seguiram o mesmo raciocínio, concordando, fazendo assim com que todos tivessem a impressão de que os três estavam

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em completa sintonia em relação àquele assunto. Porém, mesmo nesse caso, estamos lidando com três organizações de mundo diferentes, e mais que diferentes, três organizações contraditórias. Todos os três sócios tiveram suas possibilidades, escolhas e experiências em suas vidas para poder julgar aquela decisão. Por mais que a decisão tomada pelos três fosse a mesma, suas possibilidades, escolhas e experiências são completamente diferentes. E mesmo que os três tivessem passado pela mesma situação, experimentado o mesmo momento, cada um iria organizar aquele momento de sua própria maneira, do seu próprio ponto de vista. Em cada organização de mundo, aquele que organiza é a única consciência presente. Para ele, os outros são simplesmente objetos, marionetes, personagens. Na experiência do sócio “a”, o sócio “b” e o sócio “c” são parte de sua organização, assim como a mesa redonda em que eles estavam sentados. Seu corpo dá a perspectiva de sua organização que nunca poderá ser compartilhada. Sua consciência vê o mundo de uma maneira própria, intransferível e única. Portanto nessa situação hipotética o conflito presente não se evidencia na situação prática, mas sim na ontológica. Cada sócio se enxerga dentro de sua própria organização como única consciência ao mesmo tempo em que enxerga seus companheiros como objetos. E em uma situação como a decisão de aprovar ou não um projeto, o fato de todos eles terem escolhido a mesma resposta é meramente contingente.

Agora digamos que, dos três sócios majoritários, dois se posicionam contra o projeto e um a favor. Agora a situação obviamente é um conflito evidente. Agora há um desacordo, portanto até no âmbito do senso comum se percebe o conflito. As organizações de mundo, que são constituídas de conceitos, percepções, possibilidades, experiências e que são completamente diferentes, no caso específico da reunião que estava ocorrendo, respondem contraditoriamente. Avançamos um pouco mais. Podemos imaginar uma situação em que cada parte tentará convencer a outra a aceitar ou não o projeto. Ontologicamente o conflito se dá na medida em que cada sócio que tenta convencer outro estará tentando manipular suas escolhas, se apoderar de sua liberdade. Podem tentar convencer através de experiências, de valores,

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de possibilidades, que, sendo intransferíveis, por si só geram outro conflito. Podem tentar convencer por meio de uma chantagem ou um suborno, que podemos enxergar como um momento em que o sócio vem desorganizar as outras organizações, inserindo novas possibilidades específicas que antes não se faziam presentes. Se um dos sócios aceitar o suborno, várias novas possibilidades surgirão. Comprar um carro, fazer uma piscina, pagar as dívidas, viajar. Enfim, de qualquer modo, se o acordo acontecer ou não, a situação será igualmente contingente. Nesse caso e em todos os outros, a única interação necessária é o conflito das organizações. Esse é o conflito originário e fundador de como nos relacionamos. Todo o resto é contingência.

A maneira que organizamos o mundo provém de nosso modo de ser e de nossas experiências. Estas, por sua vez, provêm de nossas escolhas sobre nossas possibilidades. Como nossas experiências são absolutamente particulares, e nosso modo de ser se enxerga como o único ser transcendente em nossa organização, é impossível que existam duas organizações de mundo iguais. Portanto, quando nos encontramos na situação do exemplo que foi apresentado em nossa introdução, onde mesmo quando não entendemos perfeitamente aquilo que está nos sendo explicado, muitas vezes preferimos demonstrar completa compreensão, estamos simplesmente experimentando a não compreensão da organização do outro. Estamos constantemente sendo esbarrados pela organização alheia, o que nos traz conseqüências diretas em nossa própria organização. Minhas possibilidades mudam, minhas escolhas por sua vez mudam e minhas experiências, seguindo essa cadeia, também se modificam.

Um exemplo muito comum é quando estou conversando com alguém em um café e um carro que passa na rua do lado abafa o som de minha voz. Meu interlocutor não me escuta, ou não compreende perfeitamente o que falo. Assim acabo por repetir a mesma frase para que dessa vez esta possa atingir o outro. Perceba que minha organização de mundo, ainda que nesse exemplo aparentemente supérfluo, foi desorganizada. Mas pela organização de quem? Ora, pela organização de todos. Meu interlocutor me coisifica como alguém que fala baixo de mais. O garçom me coisifica como

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mais um cliente, a organização de mundo do motorista que estava dirigindo o carro afetou as minhas possibilidades. Graças as suas possibilidades e suas escolhas em cima delas, calhou dele passar com seu veículo naquela rua justamente no momento que eu estava proferindo uma frase para meu amigo. Portanto as possibilidades do motorista do carro interferiram em minhas possibilidades no café.

Existem vários outros exemplos prontos para serem analisados a partir da tese de organizações de mundo. E podemos realmente dizer que tentamos colocar o máximo possível em nossa investigação. Mas sabemos que, se continuarmos, teremos infinitos exemplos de relações completamente diferentes. Essa constatação já nos anuncia que, infelizmente, não é possível abordar todos nesse trabalho. Porém, acredito que isso não será um problema, já que, depois de nossa longa exposição, já temos condições suficientes para, em vez de tirar os exemplos de nossas vidas e transportá-los para a nossa tese, transportar a nossa tese para a nossa vida real. Acredito que o melhor exemplo que podemos pensar é simplesmente sair de casa e ir tomar um café na esquina. Ou ligar para a mãe. Ou ir para o trabalho. Foi justamente desses lugares que retiramos a nossa hipótese, que foi teoricamente exposta dentro da fenomenologia existencial de Sartre.

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Conclusão acerca do Impacto dessas Descobertas

Desse modo, chegamos a um momento que podemos perceber como a tese de organização de mundo, baseada nas idéias existencialistas de Sartre, podem explicar desde os relacionamentos mais próximos até os mais distantes. Nesse ponto, o leitor pode perceber que nosso objetivo durante toda a nossa exposição foi tentar dar uma explicação filosófica para as situações corriqueiras e cotidianas que ocorrem conosco a partir da constatação de que nos relacionamos. Tentamos executar essa tarefa com simplicidade e naturalidade, e alcançamos esse objetivo muitas vezes graças ao próprio Sartre, que, em seu livro, dedica várias passagens justamente a estas situações. Aqui reunimos uma filosofia complexa com nossas experiências mais corriqueiras.

Durante nossa exposição, compreendemos que nossas relações podem ser vistas a partir de um fundamento teórico bem estruturado, e tentamos fazer essa junção. Quando falávamos da filosofia existencial de Sartre, entendemos que, dentre os dois tipos de seres que Sartre observa, somos aquele que, dotado de consciência, tem a capacidade de ter uma relação especial com os outros seres, tanto com outros homens quanto com o ser dos objetos. E, acerca de nosso relacionamento com os outros, organizamos nosso mundo ao mesmo tempo em que eles organizam o mundo deles. Um mundo de utensílios e objetos compartilhados, mas que, a partir de uma consciência particular, recebe uma organização intransferível. E justamente por causa da reciprocidade, ou seja, desorganizo o mundo do outro ao mesmo tempo em que ele desorganiza o meu, o conflito surge. Portanto, nossas possibilidades estão constantemente entrando em conflito, se sobrepondo e nossas organizações estão sempre se esbarrando. Tentamos demonstrar como essa teoria é extremamente aplicável aos nossos relacionamentos reais. Através de diversos exemplos, tentamos fazer justamente essa junção entre uma filosofia existencial e nossas experiências

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particulares. Entretanto, através dos exemplos cotidianos que apresentamos, também tentamos transparecer que, por mais caótico e irreal que o conflito de organizações possa soar, é simplesmente uma descrição de nossa realidade.

Quando falamos que todas as nossas relações são conflituosas, não estamos esperando que as pessoas acabem com seus casamentos ou com suas amizades, nem que adquiram algum tipo de desconfiança com os outros. Estamos aqui, primeiramente, investigando nossas relações existentes, portanto, absolutamente nada mudará em nossas relações depois que, com a ajuda da filosofia existencial de Sartre, constatamos que todas as nossas relações são conflituosas. Continuaremos casados, ou namorando, ou amando, continuaremos indo aos jantares de família, ou ao bar com os amigos, continuaremos brigando e se desculpando, continuaremos indo para o trabalho, falando bom dia para o moço do elevador. E se o moço do elevador não escutar direito o que dissermos, vamos continuar repetindo. A única diferença é que, segundo a nossa hipótese, agora sabemos que não existe ideal de encaixe entre nossas organizações. Sabemos que sempre estaremos interagindo, porém nunca realmente nos comunicando. Sabemos que o amor está fadado a nunca se realizar plenamente. Sabemos, para resumir, que somos organizações conflitantes, e que sempre fomos assim.

Acredito que fomos bem sucedidos quando tentamos transmitir aqui que nossa hipótese pode ser experimentada de maneira direta no mundo. Na verdade, nossa tese foi retirada justamente de nossos conflitos diretos. Experimentamos nossos relacionamentos, procuramos um fundamento ontológico para eles e o achamos. Nossa intenção não é tratar somente de uma teoria elegantemente complexa, mas irmos à banalidade de nossas experiências e “filosofar” a partir delas. Acredito que fomos bem sucedidos quando tentamos explicar nossa hipótese, justamente pela facilidade que temos de experimentá-la. Demos vários exemplos cotidianos ao longo de nossa investigação justamente para que o leitor tivesse a compreensão necessária para aplicar a filosofia existencial apresentada aos seus próprios relacionamentos. Porém, concluímos aqui, que não estamos tentando instaurar nossa hipótese como verdade absoluta, não somos tão exigentes. Mas

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atingimos sucesso quando, através de uma exposição detalhada sobre a teoria existencial e a prática cotidiana, tentamos ser, de alguma forma, compreendidos a respeito de nossa hipótese.

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BIBLIOGRAFIA

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