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CAPÍTULO III O MODELO DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS PARA AS IFES

3.2 A ORGANIZAÇÃO UNIVERSITÁRIA

A escolha do modelo de mensuração de gastos e a definição de um Sistema de Alocação de Custos adequado para uma organização, pressupõe o conhecimento da estrutura organizacional dessa entidade.

As instituições federais de ensino superior são entidades com personalidade jurídica de direito público, que são organizadas e regidas por legislação federal pertinente e por seus Estatutos e Regimentos Internos. Respeitadas as particularidades e características de cada uma, as IFES seguem os mesmos princípios de organização e funcionamento.

“As universidades mantidas pelo Poder Público gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e financiamento pelo Poder Público, assim

como dos seus planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoar Art.

54 da Lei 9394.

Os Capítulos 1 e 2 do Estatuto da UNIR, que tratam dos princípios e normas de organização estabelece que:

A rt 5o- A UNIR rege-se pela observância dos seguintes princípios:

a) Unidade de patrimônio e de organização;

b) Universalidade do saber, pelo cultivo das áreas fundamentais do conhecimento humano, estudadas em si mesmas e em função de ulteriores

inovações, tanto nas áreas técnicas, como científicas e profissionais;

c) Racionalidade de organização, com pleno aproveitamento dos recursos humanos e materiais, observando-se a integração das atividades de ensino, pesquisa e extensão, evitando-se a duplicação dos meios para a realização de fins idênticos ou equivalentes;

d) Estrutura Acadêmica com base em Núcleos e Departamentos;

e) Flexibilidade de métodos e critérios, objetivando considerar as diferenças individuais dos alunos e as peculiaridades regionais;

f) Avaliação permanente do seu pessoal e de todas as funções, órgãos e atividades, através de mecanismos e critérios próprios e definidos;

g) A UNIR obedecerá ao princípio da gestão democrática, assegurada

a existência de órgãos colegiados deliberativos, dos quais participarão os segmentos da comunidade institucional, local e regional.

A rt 6o - Para a realização de seus objetivos, a Universidade tem sua estrutura composta de:

r

a) Orgãos de Administração Superior; b) Órgãos Acadêmicos,

r

c) Orgãos de Apoio; d) Órgãos Suplementares.

Já o Capítulo IV que trata dos Órgãos Acadêmicos estabelece, entre outros, que:

A rt 15 - Os Núcleos e os Campi são órgãos acadêmicos que congregam os Departamentos e são responsáveis pela coordenação das funções de ensino, pesquisa e extensão, tanto em termos de planejamento,

como em termos de execução e avaliação.

Finalmente, na Seção IV do mesmo capítulo, encontramos o Art. 25, que tem a seguinte redação: “Os Departamentos são órgãos que congregam docentes e técnicos, segundo suas especialidades, sendo responsáveis, dentro da própria área de conhecimento, pelas atividades acadêmicas de graduação e pós-graduação dos diversos cursos ofertados pela instituição e pelas atividades de pesquisae extensão”.

Esses instrumentos dao a real dimensão da importância das funções dos Departamentos Acadêmicos, no contexto da organização universitária.

3.3. AS UNIDADES DE CUSTOS

Para que se possa eleger as “Unidades de Custos” de uma organização, é mister que se tenha a clareza sobre como ela está estruturada e quais os setores que consomem recursos na execução de tarefas que tenham relação direta com o sistema de produção, ou com as atividades e operações realizadas para o alcance dos objetivos finalísticos da organização.

Neste trabalho, todos os recursos que direta ou indiretamente forem aplicados nas diversas unidades administrativas e acadêmicas da instituição serão alocados aos “Departamentos Acadêmicos” para, posteriormente, serem apropriados aos programas, projetos e atividades efetivamente desenvolvidos no período.

Os “Departamentos Acadêmicos”, aqui definidos como os centros de custos, são as células da organização também reconhecidas como Unidades Operacionais, que reúne o corpo docente, que, a rigor, se constitui no principal instrumento operacional para a consecução dos objetivos instituicionais. Dessa forma, os recursos diretamente aplicados nos Departamentos Acadêmicos se constituem em “custos primários” das atividades desenvolvidas. Nesse sentido, tendo em vista que o principal item de custo consumido pelos Departamentos Acadêmicos é aquele referente a

remuneração do corpo docente, será este, o item de custo escolhido, para

ser o vetor na definição da matriz dè alocação aos respectivos departamentos, dos demais recursos aplicados pela instituição na realização de seus objetivos e na manutenção de sua máquina administrativa e acadêmica.

Com esse enfoque, em razão da função que desempenha no contexto organizacional, os Departamentos Acadêmicos serão eleitos como os únicos Centros de Custos para o sistema de alocação idealizado neste trabalho.

3.4. AS ESPÉCIES DE CUSTOS

A seleção das “espécies de custos” que serão objeto de alocação aos Departamentos Acadêmicos para, posteriormente, serem apropriados aos programas, projetos e atividades realizadas por cada um deles e, consequentemente ao produto ou serviço decorrentes, são aqueles consignados no orçamento da despesa da instituição, nos seus diversos programas e projetos, à exceção de alguns, cuja exclusão será justificado mais adiante.

Os recursos orçamentários das instituições universitárias são consignados no Orçamento Geral da União, que é elaborado anualmente, em consonância com os procedimentos previstos na Lei 4320/64, Decreto-Lei 200/67, Decreto 71.353/72 e legislação complementar. O orçamento da despesa das instituições obedece à uma Classificação Funcional Programática de seus programas e projetos, que serão executados no período. Além disso, os recursos consignados no orçamento para fazer frente a despesas de diversas naturezas, seguem à uma classificação contábil por elemento de despesa (pessoal, diárias, material de consumo, serviços de terceiros, etc.), específica do Plano de Contas Único da União. Entretanto, em razão da metodologia adotada neste trabalho, estas classificações não serão determinantes para a seleção das espécies de custos.

Os recursos dispendidos no ano de 1998, pela instituição universitária (UNIR) , que será objeto da aplicação do modelo, assumiu a seguinte configuração em termos percentuais absolutos: