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Organizações – A Prática de Forensic Services e Forensic Accouting

2.3 A Contabilidade Forense no Brasil

2.3.3 Organizações – A Prática de Forensic Services e Forensic Accouting

A fusão entre a Peat Marwick International (PMI) e a Klynveld Main Goerdeler deu origem à Klynveld Peat Marwick Goerdeler (KPMG). Essa entidade destacou a área de Serviços Forenses (Forensic Services) para assessoramento das empresas, especialmente, na avaliação de vulnerabilidade a riscos e na investigação de fraudes, nas seguintes áreas:

ƒ Investigações civis e criminais; ƒ Elaboração e revisão de provas; ƒ Preparação de laudos periciais;

ƒ Declarações juramentadas e comprovação de evidências; ƒ Fornecimento de prova perante o juiz;

ƒ Determinação pericial, arbitragem, mediação ou alternativa para a resolução da controvérsia;

ƒ Investigação de suporte em insolvência; e

ƒ Estratégias de conscientização e prevenção de fraudes.

A prática de “Forensic” da KPMG é realizada através da Investigative and Integrity

Advisory Services (IIAS) e o Dispute Advisory Services (DAS). Assim, o IIAS assessora

empresas na avaliação de sua vulnerabilidade a riscos, na investigação de fraudes, condutas ilícitas e crimes eletrônicos e na mensuração e monitoração de programas de compliance.

Segundo a organização, os serviços focam as investigações contábeis e financeiras, a recuperação e prevenção de evidências digitais, a análise de dados e pesquisas de base de dados públicos. Os serviços de assessoria se concentram na avaliação dos riscos de fraude e condutas ilícitas, no cumprimento das normas de ética corporativa, no cumprimento das leis contra a “lavagem de dinheiro” e fraudes nos serviços públicos e no compliance corporativo.

O DAS assessora empresas no gerenciamento de riscos provenientes de reivindicações, confrontos, disputas e litígios. Esses serviços incluem assistência em casos de litígio, por assistente técnico, perito ou árbitro, a prevenção de riscos de disputas, resoluções antecipadas de disputas, depoimentos periciais e apoio à verificação de sinistros de seguros.

Os profissionais da prática de “Forensic” da KPMG são contadores, economistas, profissionais financeiros e de avaliação, contadores forenses e profissionais de tecnologia forense.

Em 2004, a KPMG divulgou a terceira edição do Relatório da Pesquisa sobre “A Fraude no Brasil”. Consoante este relatório:

[...] a maioria das empresas, ao longo das suas vidas corporativas, enfrentará o ato fraudulento, de uma forma ou de outra. Se as empresas sobreviverão às experiências ou emergirão mais fortes dependerá, em última análise, das atitudes e dos processos internos em vigor, para responder, controlar e prevenir a fraude.

A área de “Forensic” da KPMG enviou a aproximadamente 1.000 empresas um novo questionário sobre a fraude empresarial e, novamente foram abordados aspectos fundamentais relativos ao ato fraudulento nas organizações: suas características, suas formas, o perfil do fraudador, o comércio eletrônico, a espionagem corporativa, as conseqüentes medidas e os procedimentos adotados para dificultar e mitigar sua ocorrência.

Algumas conclusões importantes consideradas pela KPMG:

1. 93% dos respondentes têm maior conhecimento sobre como as fraudes podem ocorrer, enquanto, 69% disseram já tê-las vivenciado em suas organizações;

2. para 74% de todos os respondentes, a fraude é ou pode tornar-se um grande problema para sua empresa, conquanto, 55% acreditam que aumentará no futuro – para 18%, diminuirá. As razões citadas para essa expectativa de crescimento é, principalmente, o enfraquecimento dos valores na sociedade, falhas no sistema de controle, impunidade e pressões econômicas;

3. 71% das fraudes foram decorrentes dos controles internos deficientes, não obstante, 52% dos respondentes citaram-nos como um dos métodos mais comuns na detecção da fraude, reforçando o papel central dos controles internos no combate à fraude. Como parte de seus planos para diminuir a possibilidade de fraudes, as organizações pretendem se concentrar em métodos internos de detecção, em treinamento de pessoal e no estabelecimento de um código de conduta ou de um manual de comportamento profissional;

4. para 83% dos respondentes, os montantes envolvidos em fraude foram inferiores a R$ 1 milhão; porém, em 49% dos casos, não se recuperou nenhuma parte do valor; 5. os respondentes acreditam que seus próprios funcionários (58%) são a maior fonte

de ameaça, especialmente seu pessoal de suporte (57%);

6. áreas/departamentos mais afetadas pelas fraudes são o departamento Financeiro (39%) e a área de Compras (29%). Os tipos de fraudes que resultaram nas maiores

perdas foram falsificação de cheques ou documentos, roubo de ativos e contas de despesas;

7. o fraudador típico é homem (83%), situa-se na faixa etária de 26 a 40 anos (70%) e percebe, mensalmente, entre R$ 1.000,00 e R$ 4.500,00 (61%). A maioria das fraudes reportadas foi cometida por funcionários com mais de dois e menos de cinco anos na empresa;

8. a maioria das empresas (60%) demitiu os fraudadores e quase a metade delas (29%) apresentou queixa criminal contra eles; as investigações – tanto internas como externas – representam 33% das medidas adotadas;

9. a revisão de segurança física tornou-se o fator de segurança preventivo predominante entre os respondentes (59%). Outras medidas preventivas mais adotadas contra a e-fr@aude são os backgrounds checks de fornecedores de sistemas (35%) e de entidades com as quais a empresa mantém relações comerciais (30%);

Segundo a Controladoria Geral do Município do Rio de Janeiro19 (CGM), a atividade da Contabilidade Forense consiste basicamente na investigação sobre suspeitas de fraudes e irregularidades e no rastreamento da origem e do destino de grandes somas de dinheiro. Entende que esse tipo de levantamento pode resultar na abertura de processos civis, criminais ou disciplinares, dependendo da empresa ou da instituição em que ocorra.

Outro ponto destacado por aquela Controladoria é que a investigação sobre desvio de verbas é serviço oferecido pelo Contador Forense, incluindo-se ainda o estabelecimento de políticas que respondam com eficácia a uma possível identificação de fraude.

Um dado importante que denota a percepção de um contingente gregário quanto à abrangência espacial da Contabilidade Forense pode ser observado no resultado da pergunta formulada pela CGM – “Você sabe do que trata a Contabilidade Forense?”. Não obstante o universo ou espaço amostral diminuto (82 respostas computadas), tem-se uma visão do entendimento restrito quanto ao tema em discussão, qual seja:

1. Pergunta: “Você sabe do que trata a Contabilidade Forense?” 2. Resultado: “Sim: 16, Não: 54, Em parte: 12”

19 Contabilidade forense: ferramenta na investigação de fraudes - Controladoria Geral do Município do

Rio de Janeiro, Ano XI, Nº52 - Julho/Agosto de 2003. Disponível em: <http://www7.rio.rj.gov.br>. Acesso em: 25 jun. 2007.

Esse contexto permite considerar que aproximadamente 80,6% dos respondentes declararam insipiência quanto ao tema abordado e, somente 19,4% informaram total familiaridade com o assunto Contabilidade Forense.

3 METODOLOGIA

O tipo de pesquisa utilizada neste trabalho foi a exploratória que, segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 188), são

investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipótese, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos.

Para tanto, foram realizadas algumas etapas para a consecução deste estudo que consistiram em:

a) elaboração do questionário; b) pré-teste;

c) escolha da população e amostra; e d) coleta de dados.

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