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Organizações da sociedade civil

3 OUTROS TEMAS DE INTERESSE PARA A GESTÃO MUNICIPAL

3.6 Organizações da sociedade civil

A Lei 13.019/2014 tem como principal avanço a criação de um regi- me jurídico próprio para a realização das parcerias entre as organizações da sociedade civil (OSCs) e o Estado, entendido aqui como a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Destinada à regulação das parcerias a serem firmadas por todas as OSCs sem fins lucrativos como: as associações e as fundações, as cooperativas sociais, as organizações religiosas e todas as que atuam em prol do interesse público.

Os instrumentos jurídicos a serem firmados são: termo de fomento; termo de colaboração; e acordo de cooperação.

O termo de fomento poderá apoiar ou promover iniciativas das próprias OSCs, buscando atrair para as políticas públicas tecnologias sociais inovado- ras e a promoção e o fomento de projetos, como por exemplo a capacitação de grupos da agricultura familiar; de projetos de combate à violência contra populações vulneráveis ou a proteção ou promoção dos direitos das pessoas com deficiências e outros nesta linha de atuação.

O termo de colaboração é utilizado para a execução de políticas públi- cas em diversas áreas quando a política já tem parâmetros consolidados, com indicadores e formas de avaliação conhecidos, como, por exemplo, o Sistema Único de Assistência Social (Suas).

Por sua vez, o acordo de cooperação continuará a ser utilizado para as parcerias que não envolvem transferências de recursos financeiros.

A lei impõe às OSCs uma maior preocupação com o planejamento, que precisará assegurar que cada etapa do projeto seja desenvolvida organizada- mente, em sincronia com todas as outras etapas.

Ao Ente público que queira firmar parcerias, recomenda-se estar aten- to para:

a) tempo mínimo de existência da OSC (no mínimo um ano no caso dos Municípios);

b) regularidade cadastral (estar inscrita no Cadastro Nacional da Pes- soa Jurídica);

c) experiência prévia que deve ser comprovada documentalmente; d) capacidade técnica e operacional que deverá ser demonstrada, pro-

vando que a OSC tem condições para desenvolver as atividades e alcançar as metas da parceria;

e) regularidade jurídica e fiscal.

Em consulta realizada pelo Ministério da Saúde, o Tribunal de Contas da União decidiu que:

[...] nos termos do art. 33, inc. V, alínea “a” da Lei 13.019/2014, com redação dada pela Lei 13.204/2015, as entidades filantrópicas sem fins lucrativos, para poderem ser contratadas, deverão ter os serviços mencionados no item anterior em seu rol de atribuições constante de seus estatutos sociais, os quais deverão já terem sido registrados em cartório, contendo as referidas atribuições, há pelo menos três anos, nos termos do art. 33, inc. V, alínea “a” da Lei 13.019/2014, com redação dada pela Lei 13.204/2015 [...] (TCU – CONSULTA (CONS): 02374620181, Relator: AUGUSTO NARDES, Data de Julgamento: 13/05/2020, Plenário)

Não poderão celebrar parcerias as OSCs que tenham:

• contas rejeitadas pela administração pública nos últimos cinco anos; • contas julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou Conselho

de Contas nos últimos oito anos, se a decisão for irrecorrível; • que tenha sido punida pela administração pública com:

I. suspensão da participação em processo licitatório; II. impedimento de contratar com a administração pública; III. declaração de inidoneidade;

IV. suspensão temporária para participar de chamamento público; V. impedimento para celebrar termo de fomento, termos de cola- boração, acordos de cooperação e contratos com órgãos e enti- dades da administração pública por até dois anos.

A Lei 13.019/2014 também cita impedimentos relativos aos dirigen- tes das OSCs como:

i. prestação de contas julgadas irregulares ou rejeitadas por órgãos de controle externo;

ii. julgados responsáveis por falta grave e inabilitados para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança, enquanto perdurar; iii. responsabilizados por ato de improbidade enquanto durarem os

prazos da Lei 8.429/1992.

Estão também impedidas de contratar as organiza- ções cujos dirigentes sejam: a) membros de Poder ou do Ministério Público; b) dirigente de órgão ou entidade da administração pública da mesma esfe- ra governamental.

A vedação citada acima se estende aos respectivos cônjuges ou com- panheiros e aos parentes em linha reta ou colateral ou por afinidade, até o segundo grau.

O procedimento para firmar parceria envolve cinco principais fases: planejamento e gestão administrativa, seleção e celebração; execução; moni- toramento e avaliação e prestação de contas.

A administração pública, por sua vez, deverá ativar com maior e me- lhor planejamento, capacidade operacional e capacitação de pessoal; obriga- toriedade de realizar chamamento público; exercitar a transparência e utilizar ações de comunicação, desenvolvimento de programas de formação, criação e promoção de instâncias de participação social que possam fomentar o debate sobre o trabalho conjunto com as OSCs.

A vedação citada acima se estende aos respectivos cônjuges ou com- panheiros e aos parentes em linha reta ou colateral ou por afinidade, até o segundo grau.

O procedimento para firmar parceria envolve cinco principais fases: planejamento e gestão administrativa, seleção e celebração; execução; moni- toramento e avaliação e prestação de contas.

A administração pública, por sua vez, deverá ativar com maior e me- lhor planejamento, capacidade operacional e capacitação de pessoal; obriga- toriedade de realizar chamamento público; exercitar a transparência e utilizar ações de comunicação, desenvolvimento de programas de formação, criação e promoção de instâncias de participação social que possam fomentar o debate sobre o trabalho conjunto com as OSCs.

A CNM recomenda que, antes de firmar qualquer parceria, a administração realize um minucioso es- tudo da Lei 13.019/2014 com as alterações realiza- das pela Lei 13.204/2015.