• Nenhum resultado encontrado

Esta disserta¸c˜ao est´a dividida em sete Cap´ıtulos, organizados como descrito abaixo: O Cap´ıtulo 1 apresenta a introdu¸c˜ao, motiva¸c˜ao, objetivos e os trabalhos correlatos, fornecendo a vis˜ao geral e os motivos que levaram ao desenvolvimento das pesquisas envolvidas neste trabalho;

O Cap´ıtulo 2 apresenta os estados da arte sobre os assuntos relacionados com a dis- ciplina de Bioinform´atica.

O Cap´ıtulo 3 apresenta os estados da arte sobre grades computacionais e poss´ıveis ferramentas para distribui¸c˜ao de processamento neste tipo de infra-estrutura.

O Cap´ıtulo 4 apresenta a proposta do projeto OncoGrid, que ´e um modelo de uma infra-estrutura de grade computacional para suporte `a oncologia. Neste trabalho abor- damos como foco central os sistemas de processamento acoplados ao ambiente, a sua modulariza¸c˜ao e m´etodos de distribui¸c˜ao de processos. Tamb´em apresentamos a proposta da aplica¸c˜ao utilizada para valida¸c˜ao do ambiente.

O Cap´ıtulo 5 apresenta o desenvolvimento desta pesquisa, na qual a implementa¸c˜ao da arquitetura se d´a na forma de um projeto piloto, permitindo que partir deste piloto, realizar a valida¸c˜ao experimental da aplica¸c˜ao proposta e da pr´opria arquitetura.

O Cap´ıtulo 6 apresenta os resultados obtidos a partir dos testes para valida¸c˜oes e as an´alises e discuss˜oes pertinentes referentes aos resultados obtidos.

11

2

T´opicos em Telessa´ude e

Bioinform´atica

Neste cap´ıtulo ser´a abordado o conjunto de conceitos que est˜ao integrados na ´area da sa´ude que s˜ao relevantes para o desenvolvimento deste trabalho.

Na se¸c˜ao 2.1, abordamos os conceitos sobre telessa´ude e telemedicina. A se¸c˜ao 2.2 abordamos alguns t´opicos sobre a bioinform´atica.

2.1

Telessa´ude e Telemedicina

O Conselho Federal de Medicina (CFM), na resolu¸c˜ao n´umero 1643 artigo primeiro, define a telemedicina como sendo: “o exerc´ıcio da Medicina atrav´es da utiliza¸c˜ao de meto- dologias interativas de comunica¸c˜ao audiovisual e de dados, com o objetivo de assistˆencia, educa¸c˜ao e pesquisa em Sa´ude ” (CFM, 2007).

De acordo com a ATA (American Telemedicine Association), “a telemedicina consiste no uso de informa¸c˜ao m´edica veiculada de um local para outro, por meio de comunica¸c˜ao eletrˆonica, visando `a sa´ude e educa¸c˜ao dos pacientes e do profissional m´edico, para assim melhorar a assistˆencia a sa´ude” (ATA, 2005).

Bacic (2001) apresenta a defini¸c˜ao de telemedicina como sendo: “o intercˆambio de informa¸c˜oes para o suporte a pr´atica m´edica `a distˆancia, por meio eletrˆonico, quando h´a necessidade por uma das partes”.

A Telemedicina, ent˜ao, est´a sempre vinculada `a id´eia do uso de informa¸c˜ao de forma eletrˆonica, objetivando servi¸cos na sa´ude remotamente (HIRA, 2005).

O termo Telessa´ude (Telehealth) ´e entendido com um escopo mais abrangente do atendimento `a sa´ude (ATA, 2005; HIRA, 2005). Este termo abrange todos os servi¸cos remotos dedicados `a aten¸c˜ao `a sa´ude.

Apresentamos na figura 2.1 o dom´ınio de atua¸c˜ao de cada uma das ´areas abordadas nesta se¸c˜ao. A telessa´ude ´e a interse¸c˜ao entre a medicina, a tecnologia da informa¸c˜ao e telecomunica¸c˜ao. A telemedicina ´e vista como um subconjunto da telessa´ude.

Figura 2.1: Telemedicina, Telessa´ude, interse¸c˜ao entre ´areas de conhecimento. Adaptado de (BACIC, 2001).

2.1.1

Realidade dos sistemas de Telessa´ude no Brasil

Quando abordamos a aplica¸c˜ao da Telessa´ude em ˆambito nacional, se faz necess´ario considerar fatores relacionados `a geografia, distribui¸c˜ao de renda, oferta ou qualidade de servi¸co de sa´ude.

O Brasil possui extens˜oes continentais. A distribui¸c˜ao dos servi¸co de sa´ude, assim como a qualidade dos servi¸cos oferecidos ´e divergente entre as regi˜oes. Este fato ´e atri- bu´ıdo `a diferentes fatores, como: falta de profissionais especialistas nas localidades mais remotas do pa´ıs; deficiˆencia no aprimoramento dos profissionais de sa´ude de regi˜oes remo- tas; divergˆencias nos tratamentos devido a falta de protocolos de conduta m´edica; regi˜oes menos favorecidas financeiramente tendenciam atendimentos de pior qualidade.

A tabela 2.1 apresenta as divergˆencias territoriais, populacionais e os gastos realizados pela sa´ude com a popula¸c˜ao brasileira, segundo informa¸c˜oes obtidas a partir do recenso re- alizado em 2007 e de informa¸c˜oes publicadas pelo Minist´erio da Sa´ude em 2004, refletindo a posi¸c˜ao mais pr´oxima da atual (SAUDE, 2008).

2.1 Telessa´ude e Telemedicina 13

Regi˜ao Popula¸c˜ao Area em Km´ 2 habitantes/Km2 R$ / habitante

Norte 14.623.316 3.851.560 3,8 308,36 Nordeste 51.534.406 1.556.001 33,12 251,95 Sudeste 77.873.120 927.286 83,98 360,59 Sul 26.733.595 575.316 46,47 306,69 Centro-Oeste 13.222.854 1.604.852 8,24 325,62 Total 183.987.291 8.515.015 21,61 315,69

Tabela 2.1: Densidade populacional e despesas com sa´ude por habitante.

A partir da an´alise da tabela, podemos observar a baixa densidade populacional nas regi˜oes Norte e Centro-Oeste, onde a distˆancia geogr´afica dos centros de tratamento ´e um fator que prejudica o acesso a sa´ude. A regi˜ao Nordeste apresenta o menor gasto por habitante. Nesta regi˜ao, s˜ao encontradas fam´ılias em situa¸c˜ao de extrema pobreza e deficiˆencia no saneamento b´asico e abastecimento de ´agua, como ´e o caso do sert˜ao nordestino.

Hira (2005), em sua disserta¸c˜ao de mestrado, sugere a discuss˜ao sobre alguns pontos, nos quais o emprego da telessa´ude pode ser uma alternativa tecnol´ogica que possibilite a eleva¸c˜ao da qualidade dos servi¸cos de sa´ude em regi˜oes menos favorecidas.

• Divergˆencias na qualidade do atendimento entre regi˜oes do pa´ıs;

• Deficiˆencias de recursos humanos em regi˜oes remotas;

• Migra¸c˜ao de pacientes para tratamento em centros de excelˆencia;

• Deficiˆencia de ferramentas e m´etodos informatizados para auxilio `a sa´ude;

• Ausˆencia de m´etodos informatizados nos locais remotos;

• Necessidade de integra¸c˜ao de diferentes tecnologias;

• Revis˜ao de expans˜ao segundo evolu¸c˜ao tecnol´ogica.

Observando os modelos de telessa´ude aplicados aos pa´ıses desenvolvidos, constatamos que eles s˜ao concebidos com base em tecnologias de alto custo, como comunica¸c˜ao dedi- cada, sistemas e solu¸c˜oes propriet´arias. Devido a este fato, devemos realizar uma reflex˜ao sobre o custo/benef´ıcio das solu¸c˜oes. Devido `a indisponibilidade financeira no setor de

sa´ude brasileiro, devemos considerar a aplica¸c˜ao de t´ecnicas que otimizem a utiliza¸c˜ao dos recursos j´a existentes, excluindo ou reduzindo a necessidade de grandes investimentos para sua concep¸c˜ao.

O emprego de redes de computadores mundiais ou continentais como a Internet, Inter- net2, RNP, Rede Clara, que constituem uma estrutura f´ısica j´a dispon´ıvel para a sociedade, em conjunto com a aplica¸c˜ao de padr˜oes abertos e tecnologias livres para o estabeleci- mento de sistemas de telessa´ude, formam um modelo funcional e economicamente vi´avel indicado para uso em pa´ıses em desenvolvimento.

A se¸c˜ao seguinte descreve conceitos e aplicabilidades relacionados com bioinform´atica que s˜ao fundamentais para o trabalho em quest˜ao. A importˆancia de integrar esses dois temas ´e atribu´ıda ao fato de tornar os benef´ıcios da bioinform´atica mais pr´oximos da pr´atica cl´ınica por interm´edio de servi¸cos de telessa´ude. Adicionalmente, devemos consi- derar que as implementa¸c˜oes realizadas nesta disserta¸c˜ao contemplam a movimenta¸c˜ao de dados m´edicos por meio das infra-estruturas de telecomunica¸c˜oes e o processamento dos mesmos, atividades que enquadram no dom´ınio da telessa´ude.