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IMPÉRIO DO BRAZIL

4.1. OS ANTECEDENIES COLONIAIS: LAGES PAULISTA ( 1771-1889 )

0 leitor não pode deixar de se beneficiar previamente ã abordagem de nosso tema, quanto ã posição geográfica, política, social, econômica , etc., embora rapidamente, do altiplano dentro da província de Santa Catari­ na.

Situada ã oeste da Serra Geral, na altitude de 950 metros, "assen

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tada sobre um altiplano" , Lages foi criada , de acordo com as instruções do Governador e capitão-general da Capitania de São Paulo, D. Luís Antônio de Souza Botelho e Mourão, Morgado de Matheus, por Antônio Correa Pinto que, "chefiando uma baidera colonizadora (...), chegou em 22 de novembro de 1766 aos campos de Lages, com a ordem de fundar uma vila (...)"^, levan“

4 do consigo uma imagem em pintura, de Nossa Senhora dos Prazeres.

7. \JlcXon. A. FELUSO JR., Lajdò, a Rainha da SeAAa, p. 31.

2. "V iZ a pela CaAta Regia de 26 de janeiAo de 1765. IvUitaZada m 22 de maio de 1771. Cidade peta Lei Provincial nQ 500 de 25 de maio de 1870". C£. DIRETORIA GERAL DE ESTATÍSTICA, PnjovlncÁ.a de Santa Catha/Una. M unídpioó e PaAochiai, -i/n, 1872.

3. l/.A. PELUSO J R . , L a j e s . . . , p. 35.

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Na época da fundação de Lages, a grafia adotada era " Lagum ,",

como se observa, por exemplo, na correspondência do governador da Capitania de São Paulo, D. Luís Antônio, de 07 de agosto de 1766, quando dâ a seguin­ te ordem: "Porquanto tenho determinado em virtude das ordens de S. Magesta- de augmentar as povoações desta Capitania, e tenho notícia que na poAújgm chamada de Lagani, sita no sertão de Curitiba hâ terras sufficientes para estabelecer uma boa povoação, ordeno ao Capitão-mor Regente do dito sertão Antônio Corrêa Pinto - sirva de Director, fundador e administrador da dita povoação

Para Crispim Mira, a denominação de Lages "provém da grande

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quantidade de grés , rocha que era conhecida por pcdAo. l a g c ó ".

Sobre a fundação de Lages ficou patente o seu caráter militar "Para fazer frente às Missões espanholas e fortificar o rio das Pelotas." 8

5. Cf. LicuAgo COSTA, 0 Continente daò LagcnA, p. 45; e "peZo vocabuloAÍo OAtognãfico da iZngua PoAtugu&òa, apAovado pola Acadmla BfuuHoÃAja de LctAai em J2 de agoòto do. 1943 e altdAado poZo Acofido Ofvto^fiãflco de 1945, 0 nome pai6ou a òcfi LAGES, que foi com alguma rclutancia, adota do pelo Governo Municipal. Maó o acoKdo deixou vigente o uio de LAJA ou LAGEA. Baneado, talvez, neita última gm.fla e alegando que, afinal, prevaleceu a tmdíção, o Pref^to Uldal Ramoò Júnior aJii>lnou Vecreto em 1960, restabelecendo o topÔnlmo de LAGES com g " . p. 744

A propÕòlto, no Vlcionãrio Aurélio lemoÁ’- ” LAJES". 6. GRfS - arenito

0 arenito, encontrado em toda a parte naò mali variadai compoil çõeò, parece lyidlcar por òl òõ, a formação geológica de Lages".

( In: R. Al/f-LALLEMEMT, op. cÁt. p. 79). 7. Criiplm MIRA, TeAAa Catarinense, p. 83.

8. Manuel da Silva MAFRA, Expo-ilção HlòtÓrlco Jurídica, p. 140 ( In : U.A. PELUSO JR, L a j z ò ..., paiòlm., que trata de foma baitante coerente i>o- bre ai razõeò da fundação de Lageò].

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Prova disto ê que, no cenário europeu, na época, assumiam grandes proporções os atritos entre as coroas portuguesa e espanhola, em virtude das transgressões dos limites estabelecidos pelos tratados de Lisboa (1681), de Utrecht (1713) e de Madri (1750). Esses desentendimentos se agravaram com a política de expansão pombalina que, em resposta, determinou a invasão da ilha de Santa Catarina, no ano de 1777, com a expedição de D. Pedro de Cevallos, vice-rei do Rio da Prata, expedição preparada igualmente para a Colônia do Sacramento e para a província de São Pedro do Rio Grande do Sul?

Na verdade, a preocupação do governo de Portugal, através de Pom­ bal, era a de fortificar não apenas a faixa litorânea, mas também, e princ^ palmente, o interior, precavendo-se, dessa forma, dos ataques espanhóis.Daí a afirmação exata de Miguel Quadros, sobre a fundação de Lages, que teve co mo "unico e exclusivo fim do Governo Português em defender as chapadas da

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Vacaria.

Interessante é ponderar tal disposição de Pombal, na correspondên cia do Governador e Capitão-General da Capitania de São Paulo, D. Luís Antô nio Mourão, ao Ministro da Marinha e dos Negócios Ultramarinos, Martinho de Melo e Castro, a 13 de novembro de 1773. Diz ele: "As minhas instruções com que vim para este Governo, foram não so para defender Viamão, mas para re­ torquir sobre os Espanhóis confinantes todos os artifícios que deles, por tantos anos, se tinham servido, para se internarem nos nossos Sertões, lan­ çá-los fora deles e nos pormos em estado de lhe ganharmos todas as Praças até a Colônia e tudo o que eles possuem no interior do nosso Brasil, até conseguir a desejada demarcação a que se a s p i r a " . N a parte IV dessa cor-

9. "A nazão qqaoZ dn todoi z ò t u fatoò’- a. lu ta peJLa flxaçao da fnjonttvw. rnojiLdlonaZ da colÔnla, no coóo do. Santa CatoAlna." (nota dt Vtcton. A.

PELUSO JR).

10. lüiguel QilAVROS, Lmitiiò Uanto. e Oíòtz dz L a g u m 1820, p. 5.,

11. Roma/Uo MARTI MS, Lagzò - HlàtoAÍco dz òua Fundaç.ão ato. 1821, Vocumentoò z An.gumzYitoò, p. 28.

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respondência, lê-se: "(...) a defesa de Viamao e a conquista do que os es- 12

panhois nos tem usurpado.”

Estas declarações confirmavam as instruções do Ministério de Pom bal, dirigidas ao então Governador de São Paulo, Martim Lopes Lobo de Sal^ danha e ao Governador de Minas Gerais, D. Antônio de Noronha, a 24 de ja­ neiro de 1775.

A primeira instrução, dirigida a São Paulo, diz: ”Entre muitas e muitas úteis Disposições que El Rei Nosso Senhor tem mandado estabelecer nos seus Domínios Ultramarinos, uma das mais importantes ê a que tem por objeto a Defesa, Conservação e Segurança de todos e de cada um deles” . N a segunda instrução, se dispõe o seguinte; "S m d o ceAto que, neòsa n.ecZpnúca união de poden., c o m is t e essencialmente a maton. lofiça de um Estado, e na {^aíta de l a , toda a ^haqueza deZe'."^^

0 pensamento de Pombal jã remonta ao ano 1771 ( 01 de setembro), quando das instruções ao Governador de Mato Grosso, D. Luiz Albuerque e Melo Pereira e Cãceres, se alude a que deste 1767” (...) se acha estabelec^ do o Sistema Fundamental que hoje forma o Governo Político de toda- a Améri­ ca Portuguesa.

Dentro deste marco de disposições institucionais, insere-se, or ganicamente, a razão da fundação de Lages, que não fica, dessa forma, des­ prendida do conjunto de "sistem a politico da knexicja PoAtuguêsa."^^

12. Op. c i t ., pp. 28-29

15. MaAcos C. MEMVONÇA, 0 MoAquês de Pombal e a Unidade BAasIíeÁAa, p . 74. 14. Op. c it . p. 75.

15. Ibld. 16. Ibld.