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4. A UTILIZAÇÃO DOS SIG NO ENSINO BÁSICO E SECUNDÁRIO

4.1. Revisão Bibliográfica

4.1.1. Os Projectos de SIG Aplicados ao Ensino

4.1.1.2. A Realidade Portuguesa

4.1.1.2.2. Os Cursos

Na actualidade o ensino público não universitário em Portugal ao nível dos SIG restringe-se a duas áreas:

• no Ensino Profissional, através do curso de Técnico de SIG;

• no Ensino Secundário, através do curso Tecnológico de Ordenamento do Território e Ambiente.

i. O curso profissional de Técnico de SIG

Na segunda metade dos anos 90, surgiu em diversas escolas profissionais o curso de Técnico de SIG, estando na actualidade a sua leccionação confinada a quatro instituições:

EPRAL (2005);

Escola Profissional de Ciências Geográficas (EPCG, 2005); Instituto Tecnológico e Artístico Profissional (ITAP, 2005); • Escola Profissional de Montemor-o-Velho (2005).

Este tipo de ensino é uma modalidade especial de Educação que visa, essencialmente, o desenvolvimento da formação profissional qualificante dos jovens, dado o facto de dedicarem grande parte da sua carga horária à formação técnica, tecnológica, prática e artística. De acordo com o ME (1999) os cursos profissionais permitem ao jovem desenvolver competências específicas para o exercício de uma profissão.

O ensino profissional tem como objectivo principal responder às carências dos mercados de trabalho locais e regionais. Assim, procura-se que os cursos leccionados em cada escola estejam relacionados com as características e necessidades da região em que a mesma se insere.

Estes cursos são regulamentados e reconhecidos pelo ME, embora da iniciativa de instituições da sociedade civil - autarquias, empresas, associações sindicais, associações empresariais, entre outras.

O curso profissional de Técnico de SIG confere um diploma que certifica a qualificação profissional de nível III2, destinando-se assim aos alunos que, tendo concluído o 9º ano de escolaridade, pretendam obter uma qualificação profissional que lhes possibilite o ingresso no mercado de trabalho como técnicos intermédios, ou que lhes permita a candidatura ao ensino superior (universitário ou politécnico).

ii. O curso Tecnológico de Ordenamento do Território e Ambiente

No ano lectivo de 2004/05 foram criados dez novos cursos tecnológicos3 para o Ensino Secundário, entre os quais, o de Ordenamento do Território e Ambiente.

O Curso Tecnológico de Ordenamento do Território e Ambiente tem a duração de 3 anos lectivos, correspondentes aos 10º, 11º e 12º anos de escolaridade.

Destina-se, principalmente, aos alunos que tendo concluído o 9º ano de escolaridade, pretendam obter uma qualificação profissional de nível intermédio que lhes possibilite o ingresso no mercado de trabalho. Este curso permite o prosseguimento de estudos para o ensino superior (universitário ou politécnico) e para os cursos pós-secundários de especialização tecnológica.

O plano de estudos do curso (Tabela 10) compreende três componentes de formação:

ƒ componente de formação geral; ƒ componente de formação científica ; ƒ componente de formação tecnológica.

2

De acordo com a Decisão do Conselho das Comunidades Europeias de 16 de Julho de 1985 (85/368/CEE), JOCE n.º L199/565 (estabelece a correspondência das qualificações de formação profissional entre todos os Estados-membros, proporcionando aos trabalhadores o reconhecimento e o aproveitamento mais eficaz das suas competências profissionais em todo o território da

Carga Horária Semanal

(x 90 minutos) Componentes de Formação Disciplinas 10º 11º 12º Geral - Português - Língua Estrangeira I ou II a) - Filosofia - Educação Física - Tecnologias da Informação e Comunicação 2 2 2 2 b) 2 2 2 2 2 b) - 2 - - 2 b) - sub-total 10 8 4 Científica - Geografia B - Ecologia 2 2 2 2 2 - - Matemática Aplicada às Ciências Sociais

- Sistemas de Informação Aplicada - Técnicas de Ordenamento do Território

2 2 2 2 2 4 2 2 - sub-total 10 12 6

Carga horária anual (x 90 minutos) Tecnológica

c)

Disciplina de Especificação d) e e): - Sistemas de Informação Geográfica - Espaços Naturais e Educação Ambiental Projecto Tecnológico e) Estágio f) 120 27 (147) 160 g)

Educação Moral e Religiosa h) (1) (1) (1)

TOTAL 20 a 21 20 a 21 17 a 18

Máximo Global (Período de Estágio - horas)

35 a 36,5 Tabela 10 - Matriz do curso Tecnológico de Ordenamento do Território e Ambiente (ME, 2003)

a) O aluno deverá dar continuidade a uma das línguas estrangeiras estudadas no ensino

básico. Se tiver estudado apenas uma língua estrangeira, iniciará obrigatoriamente uma segunda língua no ensino secundário. Neste caso, tomando em conta as disponibilidades da escola, o aluno poderá cumulativamente dar continuidade à Língua Estrangeira I como disciplina facultativa, com aceitação expressa do acréscimo de carga horária.

b) A carga horária semanal poderá ser reduzida até 1 unidade lectiva, no caso de não ser

possível a escola assegurar as condições físicas, humanas e organizacionais para a leccionação da disciplina com a carga horária definida.

c) A Área Tecnológica Integrada é assegurada pelo docente que lecciona a disciplina de

Especificação.

d) O aluno frequenta a disciplina correspondente à Especificação em que se inscreveu.

e) A gestão da carga horária anual (147 x 90 minutos) da Especificação e do Projecto

Tecnológico será da responsabilidade da escola, salvaguardando que a carga horária anual da disciplina de Especificação seja de 120 unidades lectivas e a do Projecto Tecnológico de 27 unidades lectivas.

f) A organização do Estágio será objecto de regulamentação própria, aprovada pelo Ministro

da Educação.

g) Incluindo um total de 24 horas de gestão flexível da responsabilidade do professor-

orientador e alunos-formandos. Esse total deverá ser utilizado para a elaboração do Plano de Estágio e para as diversas reuniões de orientação e avaliação.

h) Disciplina de frequência facultativa.

Este curso habilita o aluno com um conjunto de saberes nas áreas da Ecologia, Ordenamento do Território e Sistemas de Informação Aplicada, que lhe permite desenvolver propostas específicas de gestão do território, tendo em conta a protecção e preservação dos recursos. Habilita ainda o aluno a usar e manipular aplicações informáticas específicas desta área, que lhe possibilitam a identificação de problemas de localização espacial e a colaboração em equipas de técnicos, para a sua resolução.

O Curso confere, após a sua conclusão, dois tipos de diploma:

prosseguimento de estudos para os cursos pós-secundários de especialização tecnológica;

ƒ diploma de conclusão dos estudos secundários, o que possibilita ao aluno candidatar-se ao ensino superior.

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