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PARTE I – A DEFICIÊNCIA E A IMPORTÂNCIA CONCEDIDA A ESTA

Capitulo 2. Os deficientes na Europa e em Portugal

2.3. Os deficientes na região Norte e no município de Braga com base no

A região Norte apresenta valores semelhantes, já que a maioria da população portadora de deficiência, vive em alojamento familiar clássico (96,1%), mas apresenta uma percentagem inferior nos alojamentos colectivos (3,1%) comparativamente com os resultados de Portugal (4,5% - Figura 12).

Figura 12-População com e sem deficiência residente, segundo o tipo de alojamento, Portugal e NUTS II, em 2001

Fonte: Adaptado de Gonçalves, C. (2003), Enquadramento familiar das pessoas com deficiência: Uma análise exploratória dos resultados dos Censos 2001, Revista de Estudos Demográficos, n.º 33, Lisboa, pp. 69-94. I.N.E., Recenseamento Geral da População de 2001, Lisboa.

Os tipos de alojamento colectivo mais comuns nesta população referem-se a instituições de apoio social em todas regiões (66,8% em Portugal). O número destas famílias a residir em convivências de apoio social é quatro vezes superior ao do mesmo tipo de famílias sem pessoas com deficiência, permitindo confirmar-se a importância deste tipo de alojamentos para a população com deficiência institucionalizada, sendo esta a grande diferença entre os dois tipos de família analisados.

De referir ainda que 6,1% das famílias institucionais com pessoas com deficiência residiam em instituições de saúde (Figura 13), e no caso das famílias institucionais sem pessoas com deficiência podemos constatar proporções elevadas nos alojamentos de outro tipo (cerca de 64%), bastante inferior às famílias institucionais com pessoas portadoras de deficiência (27,1%).

Figura 13-Famílias clássicas e institucionais, com e sem pessoas com deficiência, segundo o tipo de alojamento, Portugal e NUTS II, em 2001

Fonte: Adaptado de Gonçalves, C. (2003), Enquadramento familiar das pessoas com deficiência: Uma análise exploratória dos resultados dos Censos 2001, Revista de Estudos Demográficos, n.º 33, Lisboa, pp. 69-94. I.N.E., Recenseamento Geral da População de 2001, Lisboa.

Concluindo, em Portugal, as pessoas portadoras de deficiência, constituem um grupo socialmente heterogéneo, cuja participação social pode ser condicionada, entre outros factores, pelas desvantagens geradas pela própria deficiência, pelos níveis sócio- educacionais e culturais atingidos e pelas oportunidades disponibilizadas pela sociedade em que se inserem. Por outro lado, o tipo de deficiência, nomeadamente, a deficiência sensorial, motora, mental ou outra, ou o grau de incapacidade imputado, podem limitar e dificultar o exercício da cidadania, a integração socioprofissional ou educacional e os níveis de participação social, conduzindo a situações de discriminação.

Grande parte das pessoas portadoras de deficiência recenseadas em 2001 apresentava deficiências do tipo visual e motor, além de que uma percentagem significativa da população apontou ser portadora de deficiências de outro tipo. Verifica- se que a população masculina é a mais afectada, nomeadamente quanto à deficiência motora. Por outro lado, confirmou tratar-se de uma população com uma estrutura etária muito envelhecida, em comparação com a população residente total, nomeadamente, em relação às pessoas portadoras de deficiência motora e auditiva.

A maioria das pessoas portadoras de deficiência inseria-se em famílias clássicas. Embora, o fosse para um número reduzido de pessoas, as famílias institucionais eram uma alternativa, sendo a sua maioria população idosa. Basicamente, a maioria das pessoas tinham preferência por instituições de apoio social, apresentando uma maior proporção em relação aos outros tipos de instituição, independentemente do tipo de deficiência. No entanto, as instituições de saúde registam um contributo importante entre as pessoas com deficiência mental.

A maior parte das famílias com pessoas com deficiência concentravam apenas um membro, constatando-se que a presença de duas ou mais pessoas com deficiência no mesmo núcleo familiar era mais forte quando se tratava da deficiência visual ou auditiva do que, por exemplo, da motora ou da paralisia cerebral.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (I.N.E.), a população residente no concelho de Braga cresceu consideravelmente de 1991 para 2001, passando de 143 595 para 164 370 habitantes. Em 2009, estimou-se a população em 177 183 habitantes (I.N.E., 2009). A percentagem de homens e mulheres tem sido constante ao longo dos anos, mediando entre os 48% para os homens e os 52% para as mulheres.

Na Figura 14 podemos constatar que no município de Braga, a maioria da deficiência não tem, em termos de doença, um grau de incapacidade atribuído, o que pode dificultar a reabilitação e tratamento dos indivíduos.

Segundo o grau atribuído inferior a 30%, a deficiência motora e a deficiência visual apresentam os valores mais elevados, sendo os seus valores muito próximos, seguidos por outro tipo de deficiências.

No grau de incapacidade entre os 30% e os 59%, quase todos os tipos de deficiência apresentam valores próximos, sendo os mais elevados a deficiência visual e a motora. Contudo, verifica-se que os portadores de paralisia cerebral têm uma baixa proporção em comparação com as restantes deficiências.

No grau de incapacidade entre os 60% e os 80%, a deficiência motora destaca-se mais, seguida por outro tipo de deficiências e pela deficiência mental. A paralisia cerebral continua a deter a proporção mais baixa.

No grau de incapacidade superior a 80%, destaca-se a deficiência mental, seguida pela deficiência motora e por outro tipo de deficiências. As deficiências que representam valores mais baixos são as deficiências auditivas e de paralisia cerebral.

De modo geral, as deficiências que se destacam mais, com maior expressão, são as deficiências motora e visual, e a que apresenta valores mais baixos nos diferentes graus analisados é a paralisia cerebral.

Figura 14-População residente com deficiência, segundo o tipo de deficiência e sexo, por grau de incapacidade atribuído, no município de Braga

2.4. A avaliação da deficiência em Portugal e no município de Braga através de

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