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2. GESTOR, PROFESSOR E ESTUDANTE E AS CONDIÇÕES, CARACTERÍSTICAS,

2.4 Os entraves na educação de jovens e adultos-EJA

2.4.1 A evasão escolar

A evasão escolar é um tema muito preocupante, que vem ganhando destaques nos dias de hoje. Tem sido visto como uma deficiência do nosso sistema de educação brasileiro. À luz do dicionário, o termo significa ato de evadir, fuga, saída, é a ação de abandonar algo ou alguma

coisa. Isto ocorre quando o estudante resolve, por algum motivo, abandonar a escola durante o período letivo, impedindo-o de concluir a série em estudo.

Neste contexto, a evasão escolar vem persistindo há anos e tem se tornado um grande desafio para o governo, a sociedade, bem como, para os educadores de modo geral. É significante os altos índices de evasão que ocorrem nesta modalidade educativa. O público são pessoas, como já estudado, jovens e adultos que deixaram de frequentar uma escola por diversos motivos e que decidiram retornar após alguns anos.

Fica bem claro que, a preocupação com o fenômeno da evasão escolar – primeiro objetivo de discussão desta pesquisa, por todos os níveis de ação e de participação no processo educacional/ governamental/institucional, entre outros, é o motivo do despertar para esta investigação. Dessa forma, constitui foco desta seção a discussão desse fenômeno à luz dos documentos que surgiram como orientação e regulamentação da educação de jovens e adultos. Além disso, realizar-se-á, em momento oportuno, pesquisas com gestor, docentes e estudantes, objetivando aferir os relatos de cada um para servir como método de comprovação dos reais motivos que levam ao surgimento desse triste fenômeno na Escola Fábio da Silveira Barros, alvo deste estudo.

Considerando, então, os documentos parametrizadores do ensino, observa-se, na LDB, no Art. 37, uma preocupação no sentido de estabelecer normas operacionais que instituem as Diretrizes Gerais para a Educação de Jovens e Adultos, uma preocupação bastante substancial com a realidade cultural dos alunos, preocupação expressa no § 1º do mesmo documento, ao asseverar que:

§1º - Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos que não puderem efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. (Carneiro, 2011. pp. 308-309).

Outrossim, podemos apresentar outro documento que surgiu parametrizando o ensino da EJA, contribuindo grandiosamente com o que foi posto pelo Art. 37 da LDB. Estamos falando do Parecer CNE/CEB n. 11/00, o qual veio regulamentar as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos - EJA.

A evasão é, nos contextos de EJA, um tema recorrente entre os gestores da rede pública. E, diante desse quadro, essa questão é compreendida à luz da não exigência de compromisso

legal quanto à participação no processo educativo dessa parcela da população, ao contrário do que acontece com crianças e adolescentes que, por lei, devem estar na escola.

Dando continuidade, a evasão dos alunos de EJA é, como já foi referido, um complexo construto social, na medida em que estão relacionadas à desistência do processo educativo questões de diferentes ordens. Pode constituir, assim, uma das nuances deste problema, a ação do próprio professor, como representante do grupo escolarizado, no sentido de que muitas vezes, não é capaz de conferir aos sujeitos participantes das interações à identidade própria de cada estudante, a qual o fará sentir-se valorizado.

Argumentado mais profundamente, os dados da PNAD 2017 revelam que a interrupção do processo de escolarização realizado por jovens, adultos e idosos, ainda hoje, é tido como grande desafio a se enfrentar. Tal problema, é visto como uma das preocupações da sociedade brasileira, no entanto, com mais intensidade entre àqueles que se encontram envolvidos de forma direta com a modalidade da EJA.

Segundo relato do PNAD:

Em 2017, das 48,5 milhões de pessoas com 15 a 29 anos de idade, 23,0% (11,2 milhões) não trabalhavam nem estudavam ou se qualificavam, contra 21,9% em 2016. De um ano para o outro, esse contingente cresceu 5,9%, o que equivale a mais 619 mil pessoas nessa condição. (Agência IBGE).

Isso nos faz refletir sobre os reais motivos que fazem com que essas pessoas não voltem à escola. É preciso entender o que as impossibilita retornar ao estudo, uma vez que não estão trabalhando, nem mesmo se qualificando. E ainda, analisando tais dados, é ainda mais grave, perceber que os números aumentaram de 2016 para 2017.

O PNAD ainda enfatizou:

O atraso e a evasão se acentuam na etapa do ensino médio, que idealmente deveria ser cursada por pessoas de 15 a 17 anos. Para essa faixa de idade, a taxa de escolarização foi de 87,2%, porém, a taxa ajustada de frequência escolar líquida foi de 68,4%, indicando quase 2 milhões de estudantes atrasados e 1,3 milhão fora da escola. Entre as pessoas de 18 a 24 anos, a taxa de escolarização foi de 31,7% em 2017, contra 32,8% em 2016. Nesse mesmo período, a taxa também recuou entre as mulheres (de 34,1% para 32,6%) e as pessoas de cor preta ou parda (de 29,4% para 28,4%). (Agência IBGE).

Com os dados acima, verifica-se que o fenômeno da evasão escolar torna-se ainda mais preocupante quando se refere ao ensino médio. Haja vista ainda serem adolescentes, com 15 a

17 anos, e que destes, havia um total de 1,3 milhão que não frequentavam às escolas. Outra questão que nos chama atenção, é que as taxas de escolarização só diminuíram de um ano para outro, o que não deveria acontecer.

Desse modo, entendemos que as políticas públicas não estão sendo realizadas corretamente e que devem ser revistas suas formas de atuação com muita pressa. Pois, existe um Plano Nacional de Educação- PNE a ser cumprido e com esses dados, as metas não serão alcançadas, caso não se faça um plano de intervenção.

2.4.2 Distorção idade/série

A distorção idade/série persiste duramente na realidade educacional brasileira ainda hoje. Mesmo que tenha havido diversos avanços no sistema de ensino nacional, ainda continua sendo um desafio preocupante. Primeiro, porque estimula a saída precoce dos estudos, segundo, porque esse problema mexe no sistema, de modo a perceber um abandono e repetência dos educandos.

Por outro lado, a falta de políticas públicas interessantes é a causa que não estanca o problema famigerado da evasão escolar em relação à distorção idade/série. Um olhar mais criterioso demonstraria o interesse de políticas públicas consertantes, o que levaria o país a um patamar de igualdade com outras nações que têm a educação como uma política de qualidade.

Neste contexto, a dimensão é tão grande que pais despreparados e desorganizados, escolas e diretores engessados de padrões de 1964 e pouco modernos, democraticamente mortos, nada fazem para mudar a realidade e que, infelizmente, conduzem a efeitos negativos no resultado final do processo de ensino e aprendizagem.

Por isso, o problema é de todos, principalmente do Estado que se diz democrático de direito, que se baseia em princípios legais da Constituição Federal, em seus artigos 205, 227 e nos artigos 22, 24 e 25 do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, onde se diz nitidamente que a família, o Estado e a sociedade têm a responsabilidade de matricular, de acompanhar o desenvolvimento da educação na vida dessas crianças e adolescentes.

Neste arcabouço de ideias, a verdade é que o Estado não leva a sério essas normas e, muitas vezes, fogem de sua competência, deixando de matricular, acompanhar e corrigir a idade/série. Em contrapartida, a família também não faz a sua parte, eximindo-se de suas

responsabilidades. O que só contribui para o aumento desenfreado do problema relacionado à evasão escolar.

Nesse viés de questões, o Brasil não se preparou para o aumento demográfico de alunos fora da escola que, por este motivo, decidiram voltar para complementar certas rendas da vida social, como: conseguir um emprego melhor, manter um padrão de status e ser incluído no meio social. Obviamente, fica evidente que, com esse aumento, houve um salto para ampliar as salas de aula, o que foi insuficiente para superar a entrada geral.

A Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD) de 2004, em tese, sustenta que o Brasil não possui mais déficit de criança fora da escola, de acordo com aquele documento a educação no país escancarou o acesso. Todavia, a resolução da distorção idade/série continua sem controle. Mesmo tendo uma norma que separa o aluno com idade superior dos demais, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) orienta como o problema deve ser segmentado, ainda assim, as instituições teimam em incluir esses discentes com distorção idade/série a outras salas regulares.

Corroborando essas ideias, com a Constituição de 1988, o ensino passa a ser de responsabilidade da autoridade (Art. 208, § 1º e 2º da CF).Com o advento da Carta Magna, deu- se provisão a outras normas no sentido de qualificar a qualidade do ensino. A lei do piso dos professores, a Lei 11.738/2008, o Plano Nacional de Educação (PNE), propiciou que todos foram assombreados por paradigmas sistemáticos da constituição, que regulamentou normas a respeito de um mesmo assunto.

Com isso, a causa da exclusão está resolvida e padronizada, o que evidencia um avanço social nas políticas públicas. Eles evoluíram para a inclusão educacional. Porém, o comprometimento da qualidade do ensino ficou atordoado, o que demonstra que precisamos rapidamente incluir qualidade de conteúdos de ensino na educação básica. Posto assim, a qualidade será universalizada e as desigualdades dos desempenhos serão equânimes.

Outrossim, aumentar o domínio de conteúdos e reduzir os indicadores fragmentados da aprendizagem do aluno pode convergir para encontrar um conjunto de resultados qualitativos de ensino. A lacuna desse problema apresenta um sinal vermelho às deficiências existentes dentro do sistema que requer intervenção rápida, precisa e visão profunda para corrigir certas distorções como: problema socioeconômico, déficit de aprendizagem, ausência de aulas atrativas, ausência de acompanhamento psicológico, entre outros.

Por isso, para prover uma educação de qualidade é preciso corrigir a distorção idade/série no intuito de não afetar as estruturas que estão dando certo. Essa redução evitaria a evasão escolar, melhoraria os instrumentos de rendimento do aluno, respeitaria as diferenças das pessoas e atenderia às necessidades básicas do cidadão, correção esta que é indispensável para a organização de políticas refinadas nos sistemas de ensino.

2.4.3 A falta de estrutura familiar

É primordial compreender que a estrutura familiar, bem ou mal, afeta no comportamento e desenvolvimento psicossocial da criança, do adolescente e até mesmo do jovem, produzindo deficiências na aprendizagem do estudante. Por isso, no âmbito escolar estão os aspectos que envolvem afeto, diálogo, convivência, amor, felicidade, compreensão, interferências ou decisões, sensibilidade, diferenças e conceitos diversos. É nesta lógica de entrelaces que o processo de humanização da família contribui para o preparamento do indivíduo a ser escolhido, a ser pensado, a ser decidido, por si só ou por influências.

Dessa maneira, a existência afetiva das relações familiares influencia a má personalidade da criança e abre espaço para as formalidades da figura paterna no tocante à formação do caráter dos filhos. O modelo de personalidade destes, muitas vezes, são impressões de seus próprios pais que, em outros tempos, também sofreram alterações interpessoais. Tais relações também refletem na formação dos jovens e adultos no momento em que se encontram na sala de aula.

A escola é um quadro social de gerações com visão de mundos e experiências próprias. Sabe-se que a família está fragmentada por razões diversas. Segundo Castro (2002, p. 15) “O trabalho e a velocidade cotidiana só fizeram afastar as pessoas do convívio comunitário, isolando-as, cada vez mais e, consequentemente, descompromissando-as das responsabilidades públicas, dentre as quais, destaca-se a formação da juventude”.

Portanto, diante da fala de Castro, observa-se a tamanha preocupação com a realidade vivenciada nos dias atuais, visto que a necessidade da busca do cumprimento dos deveres dos pais com relação à vida de seus filhos, no sentido de provimento das necessidades reais de cada um, acarreta, por outro lado, a ausência familiar diante da competência estatuída pela própria Constituição Federal.

Por conseguinte, deixar os filhos a total responsabilidade da escola é permitir a entrada de uma terceira concepção de administrar a educação do estudante de forma cabal, o que não é

correto e não traz benesses. Logo, agir assim é permitir uma influência advinda de fora do núcleo familiar, legitimando uma postura antifamiliar.

Posto que a família tem o seu papel na sociedade e precisa cumpri-lo. Todo indivíduo precisa amar, e amar é oferecer ao outro confiança, como afirma (Pillete 1989, p. 279): “Os pais que se amam tendem a amar também os filhos, estes se sentem confiantes, seguros, amantes da vida. Devemos estabelecer conjuntamente as regras da nossa convivência.”.

Nesse sentido, entende-se como primordial a intervenção da família no processo de construção da personalidade dos filhos, haja vista, que a escola deve ser entendida como um espaço para que o estudante adquira conhecimentos, porém o lugar para educar, deve ocorrer na família. Logo, se houver esse método de parceria é possível perceber os avanços na educação dos filhos.

De fato, a forma como as crianças estão ligadas, repetem certos comportamentos no aprender e no fazer dos adultos (Pillete,1989). E se o jovem não tem uma boa relação com a família desde criança, a situação também provoca sérios transtornos na vida escolar desse estudante, de modo que dificulta até mesmo a existência de uma boa relação, principalmente no que concerne ao respeito, em relação aos docentes.

Simultaneamente, as consequências da vida sorrateia a realidade da criança ou adolescentes, isto manifesta o rumo desastroso para o seu desenvolvimento, sobretudo, quando pais são viciados em drogas, separados, agressivos, divididos, incoerentes. Em geral, esse reflexo desencadeia na falta de aptidão para os estudos. Daí, desinteresse, manifestações tendenciosas, profundo desprazer pelos estudos.

Tudo isso, oriundo de um retrato social que a família deixa a desejar. Portanto, a omissão da família acarreta em consequências desastrosas. Tais como: alunos inquietos, malcriados, abusados, desrespeitosos, sem afetos, intolerantes, desobedientes, opressores, desajustados. Adjetivos que nascem da ausência de uma boa convivência familiar.

Quando a família é presente, a convivência muda, certos comportamentos refletem na cordialidade das relações, mudando completamente, a priori:

1- Disposição para estudar e para conviver;

2- Desenvolvimento nas atividades e nos desempenhos; 3- Cordialidade e ternura nas ações;

5- Tolerância, coerência e responsabilidade.

Mediante ao exposto, há uma necessidade urgente de que as famílias se insiram mais na vida da criança e do adolescente. Sabendo-se que essas práticas podem afetar, consequentemente, a vida presente ou futura dos adolescentes, tanto no sentido negativo quanto no positivo.

Assim, a ruptura familiar resulta em problemas de caráter psicológico e psicopedagógico, afetando diretamente no aprender do sujeito em formação. Isso pode gerar insegurança e demandas de distúrbios de agressividade e lentidão na aprendizagem. A escola representa para a sociedade um lugar de esperança e equilíbrio, capaz de transformar a violência em um debate de informações. Ela não pode se isentar da responsabilidade pública e produzir no seu cotidiano atuações mórbidas, mas demandar em posturas efervescentes de atitudes.

Com efeito, o psicopedagogo, diante desse mural real, pode afastar os agentes do mal, criando e diagnosticando percepções de cortesia e análise do problema cotidiano junto com os pais dos alunos, criando sempre convergências, proposituras e organizações. Interagir junto à escola no processo de qualidade, detectar os sintomas morais, éticos, familiar de maneira que possa transformar e desenvolver condições saudáveis de habitação.

Pode-se, então, resgatar a criança ou o adolescente, trazendo-os para dentro da escola, mas não se esquecendo de diagnosticar a estrutura familiar como um problema de evasão escolar, levando em conta algumas proposições:

1- Participação social da família na escola; 2- Presença constante dos pais;

3- Interações com os demais alunos para evitar agressões; 4- Acessibilizar interesses do aluno para dentro da escola; 5- Erradicar as hostilidades preconceituosas;

6- Prepará-lo para a vida em sociedade;

7- Buscar mudanças para uma escola plausível.

Dessarte, o cenário da escola pode promover a permanência e disponibilizar recursos que envolvam os estudantes no processo de ensino. A evasão demonstra a incompetência, falta de estudos, de políticas públicas e habilidade gestora para evitar uma saída em massa da clientela

educacional. As alternativas não podem ser ofuscadas porque a escola é o palco da escolha e deve ser da permanência prazerosa do aluno.

2.4.4 Ausência de propostas inovadoras no combate à evasão

É fato que, são críticos os indicativos que mostram o distanciamento entre a falta de proposta e métodos que deveriam propor em linha conceitual momentos inovadores para combater à evasão. Até a falta de compromisso dos pais compromete o princípio do ensino e da educação. Ser pobre ou ter falta de alimentação em casa não justifica a ausência dos progenitores no espaço escolar. Pois, escolas tipo presídios que desrespeitam e desconsideram a liberdade do adolescente no caminho primordial para a vida, que são os valores sociais: educação, saúde e lazer, deixam realmente vácuos.

Nisso, uma escola que não se estriba na inovação, no desenvolvimento, pode estar fadada ao fracasso e sucumbir num desgaste social. Quando se diz que a família é a base de proteção dos filhos, é verdade afirmar que família/escola é um projeto que dá certo, porque não se pode permitir a dissociação entre ambas. E isto reflete e sinaliza para um ambiente não exaustivo, mas importante e que proporcione momentos prazerosos e ensino de qualidade.

Mediante ao exposto, a sociedade deve discutir uma escola que facilite a entrada de novos estudantes e dificulte a problemática da evasão, oferecendo alguns pressupostos de mudanças e de reformas, como:

→ Quantidade adequada de estudantes em sala de aula; →Ambiente escolar adequado;

→Recursos didáticos pedagógicos apropriados;

→Tempo e grade curricular compatível com a vida escolar do aluno; →Melhoria da qualidade do ensino renovando sempre as metodologias;

→Reuniões de docentes por disciplinas na busca de aprimorar a qualidade do ensino; →Motivar todo o corpo administrativo da escola;

→Aplicar conteúdos contextualizados e de interesse dos alunos; →Parcerias com instituição de ensino superior;

→Reuniões motivadoras da parceria da família com a escola;

Por conseguinte, uma instituição escolar que não inova em seu cotidiano está fadada ao insucesso. Por isso, são muitos os fatores que repercutem para acarretar tal mal. Os vários tipos de violências, por exemplo, refletem no processo de aprendizado do aluno, bem como, na imagem da própria instituição. Todos os atos ocorridos no ambiente da escola, que atinjam o estudante em suas diversas dimensões, quer sejam física, moral ou intelectual, são denominados de “violência escolar” e por isso, devem ser combatidos.

Neste contexto, percebe-se que a questão da violência escolar vem se colocando, com frequência, no cenário nacional e internacional como um dos grandes desafios para a constituição de uma Cultura de Paz. Todavia, existe uma dificuldade em se conceituar e explicar de forma plausível as causas dos atos de violência praticados na escola, devido à complexidade do termo. Porém, apesar dessa dificuldade, existe um consenso, onde “todo ato de agressão- física, moral, institucional – que tenha como alvo a integridade do(s) indivíduo(s) ou grupo(s) é considerado ato de violência” (Abramovay e Rua, 2002).

Neste contexto, estudos realizados a partir da década de 1990, vem demonstrando potencial no que concerne à compreensão sobre o fenômeno da violência escolar. Além de constatar uma maior inteligência no cotidiano da escola, apresentando no referido ambiente, múltiplas formas de interações positivas e negativas. Neste sentido, é de grande relevância estudar as diferentes realidades escolares.

Na verdade, os caminhos percorridos pelas instituições escolares são inúmeros, refletindo variadas especificidades do ambiente, entre elas, características próprias da rede às quais se encontram vinculadas, peculiaridades sócio espaciais, etc. Todavia, a grandeza de cada escola está no ato de construir o seu próprio caminho, enxergando suas potencialidades, objetivando a diminuição da exclusão e visando a promoção de uma maior integração social.

Diante de todo o exposto nestes escritos, do capítulo II, o ambiente escolar, interligado à aprendizagem com excelência, está interligado a vários fatores, situações e decisões, descritas aqui com minúcias. Além disso, o olhar pedagógico no contexto da Educação de Jovens e Adultos deve privilegiar perspectivas plurais e bem diferenciadas no contexto situacional da sala de aula e no ato do ensinar. Portanto, o olhar é plural e com densidade vasta e contemplativa, num leque de reconstruções e reflexões para resultar no sucesso de cidadãos que, por razões múltiplas, não puderam ir à escola em tempo dito como regular. E precisam desta inclusão para

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