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Os fundamentalistas saem totalmente do gueto: surge a NDR

No documento ivandiasdasilva (páginas 85-93)

CAPÍTULO 2: “EM GUARDA!”: O SURGIMENTO DA NOVA DIREITA

2.4 Os fundamentalistas saem totalmente do gueto: surge a NDR

A NDR começou a alcançar maior visibilidade na sociedade americana através da realização de grandes manifestações de caráter político-religioso que atraíram grande número de participantes conservadores e sobretudo a atenção dos meios de comunicação. Um exemplo marcante deste modo de atuação foi a manifestação “Washington para Jesus”. Esta manifestação, realizado em 29 de abril de 1980, havia sido idealizada mais de dois anos antes pelo pastor John Gimenez, um porto-riquenho que liderava uma igreja carismática independente em Virginia Beach, no estado da Virgínia. Os manifestantes carregavam cartazes com inscrições religiosas, como: “América, Você Precisa de Jesus” e “A Bíblia – É a Verdade”. A participação foi estimada pela polícia como sendo de 200 mil pessoas, enquanto os organizadores mencionavam uma multidão de meio milhão de participantes. O encontro, que certamente atendeu às expectativas de seus organizadores, foi classificado por observadores como “a maior reunião de cristãos na história americana” e de um “Woodstock Cristão”. Flippen (2011, p. 1-2, grifo nosso) pontua que os seus líderes criam que os pecados de seu país eram variados, e podiam ser nomeados como

Homossexualidade, aborto, feminismo, e o que muitos denominavam de

‘humanismo secular’. Um repugnante liberalismo cultural e todas as suas

manifestações haviam por cerca de duas décadas consumindo rapidamente as

94 “Issues such as abortion and prayer in schools were difficult for many evangelicals to grasp. Carter still needed to explain that his stance on public policy did not mean that he personally favored abortion or that he thought children should not pray. If Carter would address these complex issues in more detail, ‘conservatives would at least have the advantage of understanding his true positions.’”

tradições que haviam feito a América especial aos olhos de Deus. Certamente, o próprio centro da América – a família nuclear – estava em perigo. Gimenez disse que havia recebido uma ‘visão’ de Deus, convocando- o a organizar uma manifestação no Capitólio, uma manifestação que iria ‘retratar para a nação e para o mundo que a igreja de Jesus Cristo não se poupa a esforços’. Na visão de Gimenez, um cristão conservador claramente desempenha a função de um Davi bíblico. ‘Da mesma forma que Davi buscou a cabeça de Golias e o matou, assim devemos ir ao capitólio – a cabeça do governo – onde a injustiça está sendo legislada’, ele insistiu. Apesar de todas diferenças históricas, os conservadores cristãos ‘compartilham uma preocupação comum de que os Estados Unidos têm se desviado espiritualmente e têm, consequentemente, enfrentado uma séria crise’. Existia um ‘terreno comum’ em que todos os preocupados podiam ‘permanecer juntos e buscar a Deus em humildade e arrependimento’95.

O que seria o “humanismo secular” mencionado pelos fundamentalistas? Murrin (2007, p. 35-36) afirma que eles normalmente definem três componentes como ingredientes essenciais do humanismo secular, que são “a determinação de elevar a razão humana acima da revelação divina sempre que um conflito surge entre eles”; “a convicção de que as soluções humanas são adequadas para os problemas humanos”, e o relativismo ético. Já para Smith (2006, p. 465), os humanistas seculares “são agnósticos, não creem na oração, não veem valor no culto cristão, afirmam que a humanidade é o ser supremo, que a ética é situacional e autônoma, e criticam numerosos aspectos da ética cristã”. Logo, fica evidente a razão pela qual esse posicionamento é considerado um dos inimigos da posição fundamentalista.

Compareceram à manifestação de Washington, cristãos de diferentes denominações protestantes, não obstante suas diferenças teológicas e frequentes conflitos. Havia no evento batista conservadores, presbiterianos, luteranos, metodistas e representantes de igrejas fundamentalistas, dentre outros. Este grupo tão diverso uniu-se contra aqueles que, em seu próprio entendimento, eram seus inimigos comuns. De acordo com Flippen, o pastor batista James Robison, um dos mais respeitados televangelistas de Dallas, afirmou, durante a manifestação, que “a nação estava irritada e que os cristãos viviam a ocasião propícia para a ação” já que teriam os “votos suficientes para dirigir este país e quando o povo diz: ‘Já

95 “Homosexuality, abortion, feminism, and what some termed ‘secular humanism.’ A repugnant cultural liberalism all of its manifestations had for almost two decades rapidly consumed the traditions that had made America special in God’s eyes. Indeed, the very core of America – the nuclear family – was in danger. Gimenez said that he had received a ‘vision’ from God calling him to stage a rally in the shadow of the Capitol, a rally that would ‘dramatize to the nation and the world that the church of Jesus Christ means business.’ In Gimenez’s vison, conservative Christians clearly played the role of the biblical David. ‘Even as David aimed at Goliath’s head and slew him, so we have to go to the capitol – the head of government – where unrighteousness is being legislated,’ he insisted. Despite all their historic differences, conservative Christians ‘share a common concern that the United States has gone off course spiritually and is consequently facing a serious crisis.’ A ‘common ground’ existed where all concerned could ‘stand together and seek God in humility and repentance.’”

estamos cansados’, iremos tomar o poder”. Para Flippen (2011, p. 11, grifo nosso), foi efetivamente Robinson quem inflamou a multidão ao afirmar: “Eu estou farto de ouvir a respeito de todos os radicais, liberais, esquerdistas e comunistas saindo do armário. É tempo

do povo de Deus sair dos armários, das igrejas, e mudar a América”.96 E o referido autor continua descrevendo que Robinson, próximo de defensores dos direitos dos homossexuais, fez uma declaração inflamatória, que agradou sua audiência,

Que gritava em aprovação. No final, um participante resumiu os sentimentos da multidão entusiasmada: ‘Você sente [a empolgação] em todo lugar à sua volta. Pessoas levantando suas mãos para Deus e orando a Ele para que liberte o país, e cantando os hinos emocionantes, não através de um pequeno pregador num aparelho de TV, mas por todos os lados em sua volta’. Ele esperava que fosse o despertar de um novo dia. Era difícil de negar a preferência da multidão pelos republicanos. Parafraseando Gimenez, se para alguém o governo estava legislando injustamente e os democratas ocupavam todos os ramos do governo, então fazia sentido que os democratas eram iníquos. E mesmo quando se baseava diretamente nas Escrituras, a maioria dos oradores evitava [se referir aos] pecados da guerra, pobreza e intolerância racial, indubitavelmente conscientes de suas associações democratas (FLIPPEN, 2011, p. 11)97.

No entanto, antes mesmo da manifestação “Washington Para Jesus” os conservadores já haviam saído totalmente do gueto, com a porta tendo sido aberta por Jerry Falwell, sobretudo a partir de suas famosas manifestações “América, Você é Muito Jovem Para Morrer” e “Eu Amo a América”. A partir de 1977 Falwell utilizou explicitamente seus ministérios como armas nos embates contra os direitos dos homossexuais. O televangelista apoiou a cruzada da cantora evangélica Anita Bryant, membro de uma igreja batista do Sul, contra uma lei do condado de Dude, no estado da Flórida, que proibia a discriminação com base na orientação sexual. Bryant esteve em Lynchburg, apresentando-se no programa Old-

Time Gospel Hour, de Falwell, que, por sua vez, também viajou à Flórida com o objetivo de

apoiar Bryant em seus esforços contra os homossexuais. Foi dado então início a uma campanha denominada “Salve as Nossas Crianças”, que alcançou repercussão nacional,

96 “I am sick and tired of hearing about all the radicals and the liberals and the leftists and the communists coming out of the closet. It's time for God's people to come out of the closets, out of the churches, and change America.”

97 “Which roared its approval. In the end, one participant summed up the sentiments of the zealous multitude: ‘You feel [excitement] all around you, people raising their hands to God and praying for Him to spare the country, and singing the old, soul-stirring hymns, not through a little speaker in a TV set, but from all around you.’ It was, he hoped, the dawn of a new day. The crowd's preference for Republicans was hard to deny. For one, if the government was legislating unrighteousness, to paraphrase Gimenez, and the Democrats held all branches of government, then it stood to reason that the Democrats were unrighteous. Even when sticking directly to scripture, most speakers avoided the sins of war, poverty, and racial bigotry, undoubtedly aware of their Democratic associations.”

contando para isto com o apoio de diversas organizações fundamentalistas. A referida campanha, que considerava a homossexualidade como pecaminosa, afirmava que o verdadeiro objetivo dos homossexuais não era o de manter seus empregos ou adquirir propriedades, mas era recrutar crianças visando molestá-la, como declara Bryant, discorrendo que “o que tais pessoas realmente desejam oculto em frases legais obscuras, é o direito legal de propor aos nossos filhos que lhes pertence uma forma de vida alternativa (...) Eu vou liderar tal cruzada de uma maneira nunca antes vista neste pais para interromper isso” (BRYANT & GREEN, 1978, p. 28).

Em 1978, motivado pelo texto bíblico de 2 Crônicas 7:14 , “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra”,98 que no seus entendimento teria sido ditado por Deus, Falwell visitou 150 cidades dos EUA com a manifestação “América, Você é Muito Jovem Para Morrer”, acompanhado, desta feita, por uma equipe musical e pelo coro da sua própria universidade, a Liberty University. Utilizando- se de música, fotos e encenações, a manifestação tinha por objetivo levar os assistentes, especialmente os cristãos, a uma mudança de posicionamento. É o próprio Falwell quem explica, ao dizer que

Se os líderes do cristianismo nesta nação não se posicionarem contra a imoralidade, não podemos esperar que qualquer outra pessoa tome a direção. Eu creio que este é o dever dos pregadores do evangelho: determinar o ritmo. Quando o pecado avança, pastores e cristãos em todo lugar devem protestar. Eu o farei enquanto tiver fôlego (apud MACEL FALWELL, 2008, p. 114).99

Em 1979 Jerry Falwell iniciou mais um novo ciclo de manifestações, agora sob a rubrica “Eu Amo a América”, contando também com a participação do coro de alunos da sua universidade. A primeira apresentação foi nas escadarias do Capitólio de Washington, e depois, pastor e coro se apresentaram em quarenta e quatro outros capitólios estaduais dos EUA. Seu objetivo foi tentar despertar a consciência da população americana para questões que ele considerava importantes a partir de seu próprio ponto de vista fundamentalista (LIEBMAN & WUTHNOW, 1983, p. 58). Estas manifestações foram, na realidade, uma

98 Nova Versão Internacional

99 “If the leaders of Christendom in this nation don’t stand up against immorality, we can’t expect anyone else to lead. I believe it is the duty of gospel preachers to set the pace. When sin moves out in front, preachers and Christians everywhere must speak out. I will as long as I have breath.”

consequência da decisão de Falwell de posicionar-se contra o princípio tradicional batista da separação entre religião e política. De acordo com Allitt (2003, p. 152), Falwell teria mudado sua opinião em relação a este princípio ao constatar o que considerou ser a decadência da moralidade em sua própria nação. Altamente bem-sucedidos, essas manifestações trouxeram imediato retorno para Falwell, em audiência, reputação e arrecadação de ofertas para as suas instituições. Os milhares de ouvintes das suas conferências (radiofônicas ou não) eram expostos a uma mensagem sobre família, fé e patriotismo, em encontros que marcaram a transição de Falwell de um pregador de mensagens de cunho teológico para um orador que se posicionava pública e politicamente contra o que, em sua opinião, eram os males que afligiam a sociedade (HORWITZ, 2013, p. 1954). Falwell (1997, p. 381-382) alega que

Esta acusação muito sóbria dos pecados da nação e a dramática convocação a uma renovação espiritual encheram auditórios e coliseus em toda a América. Pastores e líderes leigos estavam respondendo com entusiasmo crescente aos desafios. Eles estavam organizando suas igrejas, falando e conduzindo debates sobre as questões, e participando de campanhas de educação e registro de eleitores. Muitos desses clérigos, pela primeira vez em seus ministérios, estavam tomando uma posição profética em questões de importância crítica para a igreja e para o mundo. E, apesar de nossos apoiadores superarem em número aos nossos críticos, havia clérigos e leigos também que se posicionavam contra nós.100

Por sua vez, Harding (2000, p. 120) afirma que, com seu sermão intitulado “América de Volta para Deus”, Falwell

Começou mais perceptivelmente a assumir a capa e voz políticas dos profetas do Velho Testamento. O que deu errado? O que aconteceu a esta grande república? Nós abandonamos o Deus de nossos pais. O profeta Isaías disse que os nossos pecados nos separam de Deus. A Bíblia é repleta de estórias de nações que se esqueceram de Deus e sofreram as consequências eternas ... Nosso país precisa de cura. Você será um dos poucos consagrados que irá carregar o fardo pelo reavivamento e orar: ‘Oh, Deus, salve a nossa nação. Oh, Deus, dê-nos o reavivamento. Oh, Deus, fale aos nossos líderes’. O destino da nossa nação aguarda uma resposta.101

100 “This rather sobering indictment of the sins of the nation and the dramatic call to spiritual renewal filled auditoriums and coliseums all across America. Pastors and lay leaders were responding with growing enthusiasm to the challenge. They were organizing their churches, speaking and leading discussions on the issues, and participating in voter education and registration drives. Many of those clergymen, for the first time in their ministry, were taking prophetic stands on issues of critical importance to the church and to the world. and though our supporters far outnumbered our critics, there were clergy and laity alike who stood against us.”

101 “Began most audibly to assume the political mantle and voice of the Old Testament prophets. What has gone wrong? What has happened to this great republic? We have forsaken the God of our fathers. The prophet Isaiah said that ours sins separate us from God. The Bible is replete with stories of nations that forgot God and paid eternal consequences … Our country needs healing. Will you be one of a consecrated few who will bear the

Na visão de Falwell, os Estados Unidos era uma nação originalmente cristã, mas a igreja havia sido corrompida pelos teólogos liberais, que permitiram que o governo fosse tomado por humanistas seculares. Agora era a hora dos fundamentalistas e evangélicos se envolverem politicamente para levar o país novamente a ser uma “nação sob Deus”. Sendo um ano eleitoral, o pregador usou da oportunidade para atacar os candidatos de posicionamento liberal, dentre eles o então candidato à presidência Jimmy Carter. Naquele mesmo ano os legisladores da Flórida aprovaram uma lei que proibia a adoção de crianças por homossexuais (BRYANT & GREEN, 1978, p. 45).

Falwell descreve que na apresentação inicial de seu “Eu Amo a América”, realizado em 21 de abril de 1980, nas escadarias do capitólio de Washington, D.C., iniciado às 11h da manhã, e com seu clímax cerca de uma hora depois, estavam presentes oficiais eleitos, governadores, legisladores, tesoureiros estaduais, além de centenas de apoiadores do televangelista e cidadãos comuns. Somavam-se a eles diversos jornalistas buscando uma boa notícia a ser veiculada pelos meios de comunicação. Todos estes além de ouvirem o coro da

Liberty University, também foram expostos à mensagem de Falwell (1997, p. 382-383), em

que dizia que

Temos que pagar o preço da liberdade’ (...) Se não desejamos pagar o preço, Deus nos dará o que desejamos. Lembre! Ele entregou o seu povo à escravidão repetidamente. O livro de Juízes é a estória de uma escravidão após a outra. Quando o povo clamou por misericórdia, Deus lhes enviou um libertador. Eles andaram com Deus por um curto período de tempo, e realmente honraram ao Senhor, mas depois esqueceram-se dele, e novamente sua nação caiu. Eu creio que o nosso país se encontra em um ponto em que podemos sofrer uma queda. Eu não acho que isso seja alarmismo, eu acho que é um fato, a não ser que nos arrependamos agora. A questão é, se nos arrependermos e nos acertarmos com Deus, irá Deus nos livrar? Eu realmente não sei.102

Em sua biografia de Jerry Falwell, Pingry (1980, p. 5-6) narra de forma detalhada esta manifestação patriótica e “pró-família”, realizado em West Virginia, no dia 21 de abril de 1980. Ele descreve este dia como sendo um

burden for revival and pray, ‘O, God, save our nation. O, God, give us revival. O, God, speak to our leaders?’ The destiny of our nation awaits you answer.”

102 “We have to pay the price for freedom (…) If we’re not willing to pay the price, God will give us what we want. Remember! He repeatedly sold His people into bondage. The book of Judges is the story of one bondage after another. When the people cried out for mercy, God sent them a deliverer. For a short time they walked with God and really honored the Lord; then they forgot Him, and once again their nation fell. I think our country is now at the point where we could fall. I don’t think that is alarmism; I think that’s fact, unless we repent now. The question is, if we repent and get right with God, will God bring us out?I really don’t know.’”

Dia perfeito de primavera em Charleston, no Oeste da Virgínia. Cerca de seis mil homens, mulheres e crianças estão lotando o espaço do magnífico capitólio estadual em frente ao Rio Kanawha. Nas escadas do capitólio um grupo de rapazes e moças estão entretendo a multidão com suas canções. Uma manifestação está para começar. Manifestações de protesto se tornaram uma tradição americana, à medida que todo tipo de pessoas e grupos têm exercitado a Primeira Emenda. Esta manifestação, no entanto, é de uma espécie diferente. A multidão está vestida modestamente e não há faixas de protesto. Os cantores não são de um grupo de rock ou de música country, ou mesmo um grupo vocal popular. Todas as mulheres têm aparência de uma vizinha, seus cabelos brilham à luz do sol e seus vestidos longos vermelhos estão limpos e bem cuidados. Os rapazes têm aquela aparência de recém escovados, seus cabelos são curtos e seus ternos brancos estão bem passados. Atrás dos cantores, filas de bandeiras americanas formam um pano de fundo. A multidão parece estar se agradando das canções. Eles se movimentam, cantando e desfrutando do fervor – tanto do sol como dos cantores. De repente, um homem emerge por detrás do grupo. Vestido em um terno escuro, ele é alto, asseado e empunha uma Bíblia em seu braço direito. O reverendo Jerry Falwell veio à Virgínia Ocidental para dirigir uma manifestação “Eu Amo a América”. E é por essa razão que esta multidão de pessoas viajou de todo o estado – ela veio para ouvir, para aplaudir e para se unir a Falwell na esperança de salvar a América. O capitólio estadual da Virgínia Ocidental foi o vigésimo visitado por Jerry Falwell, o pastor de uma igreja muito grande em uma cidade muito pequena. E ele não planeja interromper suas curtas aparições em manifestações em todos os cinquenta estados. Por que ele está aqui? Falwell veio porque, como o antigo Jeremias, ele crê que há morte na nação, uma decadência moral, uma sociedade em desmoronamento. Ele está convencido de que a América está morrendo e só pode ser salva de uma forma. Por um milagre de Deus.103

De acordo com Preston (2012, p. 554), Falwell declarou explicitamente o seu propósito, afirmando que “estamos comprometidos com o reavivamento em nosso tempo (...) Acreditamos que nossa nação tem que voltar para Deus”, e já que o presidente não estava fazendo isso, outra pessoa teria que fazer. Nestas manifestações, o televangelista “recrutava

103 “A perfect spring day in Charleston, West Virginia. About six thousand men, women, and children are overflowing the grounds of the magnificent state capitol overlooking the Kanawha River. On the capitol steps, a

No documento ivandiasdasilva (páginas 85-93)