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4 O CAMPO EMPÍRICO

4.5 Os Instrumentos da Pesquisa

Foram adotados diferentes instrumentos e procedimentos de investigação científica. A coleta dos dados para a obtenção das respostas as nossas buscas nesta pesquisa foram a observação, a entrevista semiestruturada como perguntas abertas e semiabertas e fechadas com, um professor, alunos, coordenadora do projeto, psicóloga e com a colaboradora. O diário de campo foi utilizado para os registros das observações. Sobre estas, Minayo (2012) afirma ser uma atividade de cunho social com fim científico, pois o observador se comunica diretamente com o interlocutor – além disto, é um instrumento flexível e se caracteriza pela praticidade e liberdade de quem observa no sentido de não forçá- lo a questões prescritas.

Foram observadas, atividade de socialização, as aulas teórico/práticas de informática, uma atividade cultural, atividades físicas, e o uso da biblioteca.

No referido local, as observações realizadas foram no intuito de obter as informações necessárias para responder aos questionamentos advindos de nossas inquietações, tanto pessoais quanto profissionais. Pretendeu-se saber se em outras ações pedagógicas fora do âmbito escolar existem práticas inovadoras. Se estas existem, como as ações conseguem mobilizar os alunos a aprender de forma significativa?

Para isto, foram necessários os registros sobre o que ocorre nesse espaço educativo, os quais auxialiam no processo posterior de análise dos dados. O diário de campo foi o instrumento que viabilizou as anotações necessárias nos momentos de observação desta pesquisa. Buscou-se, por meio de entrevista, estabelecer o contato direto com os sujeitos da ação investigativa. Houve a elaboração de um roteiro contendo alguns itens que implicam em respostas livres, mas, para facilitar a captação fiel da conversa, a mesma foi gravada com a autorização dos entrevistados.

Segundo Minayo (2012, p. 64), entrevista é “uma conversa a dois, ou entre vários interlocutores, realizada por iniciativa do entrevistador”. Na concepção da autora, a entrevista tem como objetivo elaborar informações que tenham pertinência com o objeto pesquisado e o enfoque dado ao tema pelo entrevistador. Quanto às características, a entrevista pode ser: (a)

sondagem de opinião, (b) semiestruturada; (c) aberta ou em profundidade; (d) focalizada; (e) projetiva. (Idem). Neste projeto, optamos pela entrevista semiestruturada, por possibilitar

perguntas fechadas e abertas e o sujeito entrevistado ter a liberdade de se expressar sobre o tema sem estar preso a perguntas prontas.

65 A segunda etapa, denominada trabalho de campo, consiste em “levar para a prática empírica a construção teórica elaborada na primeira etapa.” (Ibidem, p. 26). Nesta direção, nos propomos a dedicar trinta dias para esta atividade. Pressupomos, desta forma, ter sido tempo suficiente para realizar as observações e entrevistas com os alunos, professores e coordenadora dos cursos da ação de inclusão digital do IMMOC. Durante esta ação, foi estabelecida uma relação entre o material coletado e a teoria proposta. Para a autora, esta fase é o trabalho central de uma pesquisa social, pois possibilita uma aproximação de quem realiza a pesquisa com a realidade a ser pesquisada e favorece a interatividade entre os participantes da ação investigativa. Segundo Minayo (op. cit.), esta segunda etapa é bem sucedida a partir do desempenho da fase exploratória.

Para realizar as observações no ambiente onde se encontram os sujeitos da pesquisa, como já foi mencionado, foram feitas as anotações no diário de campo, que têm como finalidade para o pesquisador o registro de informações e relatos dos atores envolvidos no processo de investigação nas situações do contexto pesquisado. Também é utilizado como um espaço para as reflexões do pesquisador em momentos de contatos com os sujeitos no ambiente onde está sendo realizada a pesquisa. Para Macedo (2006, p. 133), a técnica do diário de campo oportuniza o “aprofundamento reflexivo sobre as experiências vividas no campo de pesquisa e no campo de sua própria elaboração intelectual, visando apreender, de forma profunda e pertinente, o contexto do trabalho de investigação científica”. Quando registramos algo e refletimos sobre o que escrevemos, estamos, ao mesmo tempo, relembrando e analisando os fatos, procurando compreender de forma substancial a realidade e a pertinência do que foi observado com a realidade do ambiente da pesquisa, muito embora haja a consciência de que a intenção não é modificar a realidade, porém, extrair o que for possível para a elucidação das questões inerentes à pesquisa.

Por fim, a última etapa do trabalho científico, abordada por Minayo (2012, pp. 26- 27), é a análise e o tratamento do material empírico e documental, compostos pelo “conjunto de procedimentos para valorizar, compreender, interpretar os dados empíricos, articulá-los com a teoria que fundamentou o projeto ou outras leituras teóricas e interpretativas cuja necessidade foi dada pelo trabalho de campo”. Por ser um período que envolve diversas atividades, estas devem ser feitas de forma criteriosa, para que os resultados obtidos sejam analisados de maneira transparente e, ao final, mantenham sua originalidade. Designamos o período de trinta dias para o cumprimento desta etapa do projeto, pois é preciso fazer a ordenação dos dados, a classificação destes, bem como a análise minuciosa do material colhido. Buscamos, nesse espaço de tempo, a compreensão e a interpretação dos dados à luz

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das teorias construídas cientificamente pelos autores que abordaram anteriormente os assuntos desta pesquisa, procurando explicar os fenômenos ou estudar a realidade.

Para determinar por quanto tempo as atividades se realizariam no decorrer do processo investigativo da pesquisa, elaboramos um cronograma constando as atividades, os meses e os anos que seriam necessários para a produção de cada uma delas. Constatamos por meio da teoria de Deslandes (2012) que todo projeto deve conter em sua estrutura um cronograma de atividades cuja determinação do tempo possibilite a realização das etapas elencadas. As atividades, no entanto, podem ocorrer de forma simultânea, como foram no caso desta pesquisa, desde que o estudo focalize o alcance dos objetivos.

Neste percurso percorrido foi fundamental saber quais os propósitos que pretendíamos alcançar. Para isto elencamos o objetivo geral o qual já se encontra mencionado na introdução deste trabalho, bem como os objetivos de natureza específica. De acordo com Deslandes (ibidem, p. 44), “é fundamental que estes objetivos sejam possíveis de ser atingidos”, pois, se estamos empenhados num trabalho investigativo, é notório que se almeje alcançar respostas. O objetivo geral deve ser elaborado numa dimensão ampla, para contemplar o embasamento geral do estudo em relação ao objeto, enquanto a formulação dos objetivos específicos relaciona-se com a forma como as ações executadas para a obtenção dos objetivos. Nesta direção, foram desdobradas as ações que conduziram aos pormenores inseridos no objetivo geral e nos específicos, bem como estabelecer a articulação entre os mesmos.

Neste capítulo, são descriminados o percurso metodológico que deu a direção necessária para encontrar as respostas aos questionamentos da pesquisa pontos de chegada, mas, também de partida. Pois, não foi considerado os contextos educativos como estáticos, estes sempre mostram faces novas, pois, envolvem pessoas e estas são por natureza seres em construção. A partir da obtenção dos dados acerca da inovação pedagógica no contexto pesquisado, estes, serão analisados neste próximo capítulo, tecendo o discurso com a teoria elencada que favoreceu teoricamente esta construção.