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Os principais desafios colocados para a gestão escolar

No documento janitorres (páginas 92-95)

2 A FORMAÇÃO BÁSICA EM GESTÃO DE ESCOLA DENTRO DO PSI NA

2.1.2 Os principais desafios colocados para a gestão escolar

Na gestão escolar não se esgotam os assuntos por estudar, devido à infinidade de situações vivenciadas no dia a dia das escolas. Um dos grandes desafios da gestão escolar tem sido efetivar a gestão participativa. Nos estudos organizados por Lück (2000) em "Perspectivas da gestão escolar e implicações quanto à formação de seus gestores21", a autora constata que alguns dos desafios são conhecidos, conceitualmente, pela escola, porém ainda são trabalhados de forma muito ampla, sem, contudo, contemplar as especificidades que cada Gestor presencia.

A escola mudou e ainda está em constante mudança de um modelo estático para um mais dinâmico. A elevada demanda de acontecimentos relativos à escola requer que esta seja interativa. O fato é que o aluno precisa de uma escola que ensine não só os conteúdos das disciplinas, mas que, por meio de sua passagem por ela, seja vista

[...] pela maneira como a mesma é organizada e como funciona; pelas ações globais que promove; pelo modo como as pessoas nela se relacionam e como a escola se relaciona com a comunidade, pela atitude expressa em relação às pessoas, aos problemas educacionais e sociais, pelo modo como nela se trabalha, dentre outros aspectos. (LUCK, 2000, p. 8)

Nesse contexto, o Gestor carece de uma formação consistente a ponto de compreender que as modalidades de planejamento – estratégico e participativo - se complementam e fortalecem seu trabalho na escola. Lück (2000, p.4) esclarece que o planejamento estratégico ressalta “o conteúdo, a orientação e os resultados da organização proposto no plano resultante” e o planejamento participativo é a própria execução que certifica o processo que envolve o plano. Para que a gestão seja participativa é necessário o planejamento estratégico que estuda as possibilidades de modo planejado.

Esse modelo de gestão integrada, estratégica e participativa contribui para que esses gestores enfrentem alguns desafios importantes para a qualidade da escola. Os desafios, portanto, surgem quando a reflexão passa a ser compartilhada entre os membros da comunidade escolar e estes visualizam as reais necessidades

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Publicação do INEP e que se destina à análise de questões atuais da educação brasileira, escrito por Heloísa Lück.

locais. Tais desprovimentos requerem uma visão real de quem faz parte do contexto. A descentralização é importante e precisa que essa consciência seja desenvolvida em seu interior. Hoje, no mundo globalizado e dinâmico, a escola ocupa, nesse contexto, uma posição de destaque, uma vez que, segundo Lück,

se reconhece que a educação, na sociedade globalizada e economia centrada no conhecimento, constitui grande valor estratégico para o desenvolvimento de qualquer sociedade, assim como condição importante para a qualidade de vida das pessoas. (LÜCK, 2000, p. 12).

Sendo assim, a escola passa a ser um modelo de vida em sociedade, por conta da organização que apresenta. É nela que pais tomam conhecimento dos pactos de convivência internos estabelecidos em parceria com os envolvidos, embora alguns até possam discordar, e atraí-los para a escola tem sido um grande desafio para a gestão. É ali também que os professores concretizam suas práticas pedagógicas e que estudantes apreendem e experimentam a forma de tratar as pessoas. Essa interação permite que todos os envolvidos respeitem-se mutuamente e sejam mais autônomos quanto às suas atitudes sem prejuízo para o outro. Tal visão torna os alunos mais participativos, exercitando a vida em sociedade de modo mais colaborativo e menos egocêntrico. O espaço da escola contribui para experiências de respeito aos direitos dos outros, levando os envolvidos a participarem da sociedade de forma mais satisfatória.

Nesse aspecto participativo, a escola articula-se, dependendo tanto de organismos centrais como locais. Isso é o que faz a escola agir com autonomia, por responsabilizar-se diante da sociedade a formar cidadãos plenamente conscientes de seus direitos e obrigações.

O Gestor encontra ainda três dimensões no seu papel de Diretor dos quais precisa dar conta: a pedagógica, a administrativa e a financeira. O equilíbrio entre elas tem sido também desafiador para os gestores e para construir autonomia tem de se criar esse equilíbrio. Embora os diretores de escola necessitem de uma visão global das suas multitarefas, a gestão pedagógica é que deve ser considerada como prioridade, segundo a apresentação do Programa PRADIME (Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação), liderado pelo MEC em 2006, na capacitação de Secretários Municipais de educação, uma vez que está ligada ao propósito da educação que é a aprendizagem dos alunos e o formação dos estudantes como cidadãos (LÜCK, 2009, p. 93).

A Figura 21 mostra que a Gestão Pedagógica estando no centro da atividade gestora é envolta pela Coordenação e representação, pela Administração e finanças, pela Avaliação educacional e pelo Planejamento. Todas as ações desses campos devem contribuir para que a Gestão Pedagógica produza resultados positivos.

Figura 21 - Centralidade da Gestão Pedagógica

Fonte: Portela, Lück e Gouvêa. Gestão pedagógica da educação escolar. MEC/SEB. 2006, p. 95.

A avaliação educacional de desempenho escolar é um dos instrumentos que verifica a gestão. É sob a ótica do desempenho escolar que o Gestor mostra o desenvolvimento de suas competências, que são, principalmente, as seguintes, baseadas em Lück (2009, p. 93) e presentes na Figura 22.

Figura 22 - Competências de Gestão Pedagógica

Fonte: Dimensões da Gestão Escolar (LÜCK, 2009, p. 93-94).

Se a Gestão Pedagógica figura como um desafio para novos gestores, quanto mais articular essa gestão com outras, mantendo o equilíbrio entre elas. Antes de desenvolver as competências pertinentes à função de Diretor de Escola, o Gestor precisa inteirar-se de suas responsabilidades e daquilo que deverá apresentar no papel desse líder.

A próxima seção tratará de dois aspectos fundamentais da gestão para que tais competências sejam desenvolvidas: autonomia e responsabilização.

No documento janitorres (páginas 92-95)