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2. A Escola Como uma Comunidade Inclusiva

2.2 Os Professores e a Inclusão

Vem crescendo por parte de pesquisadores, o interesse da inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais em escola do ensino regular, muitos querem

dar a sua contribuição a favor de uma educação inclusiva eficiente e atuante. Entre as diferentes abordagens pesquisadas destacamos as que envolvem a opinião de docentes e demais técnicos que atuam na comunidade escolar.

Existe uma grande dificuldade por parte desses profissionais de quebrar o estigma excludente e segregacionista vivenciado nas escolas de ensino regular, espaço limitado, barreiras arquitetônicas e a falta de habilidade fazem parte do cotidiano dos profissionais da educação que trabalham com alunos com necessidades educacionais especiais.

A principal fundamentação teórica da inclusão escolar é uma educação de qualidade para todos, respeitando as diversidades dos alunos, com isso, torna-se necessário que os professores estejam preparados para atuar de forma eficaz e prazerosa com esses meninos e meninas que por algum motivo têm suas habilidades limitadas, e deposita no professor a esperança de um melhor convívio social, aumento de conhecimentos e aptidões físicas, para se tornarem adultos mais confiantes e independentes.

Autores como Goffredo (1992) e Manzini (1999 apud Sant’ ana, 2005, p. 228)

[...] têm alertado para o fato de que a implantação da educação inclusiva tem encontrado limites e dificuldades, em virtude da falta de formação dos professores das classes regulares para atender as necessidades educacionais especiais além da infra estrutura adequada e condições materiais para o trabalho pedagógico junto à criança com deficiência.

Estudos recentes sobre atuação dos professores em classes inclusivas destacam que o sucesso de sua interferência depende da implantação de mudanças nas práticas pedagógicas. Como a orientação inclusiva baseia-se no ensino adaptado às diferenças e às necessidades individuais os educadores precisam estar capacitados para atuar de forma satisfatória junto com os alunos nos vários níveis de ensino, favorecendo também para uma maior integração do professor com o aluno. Maciel (2000, p.53) aponta que: “A integração professor-aluno só ocorre quando há uma visão despida de preconceito, cabendo ao professor favorecer o contínuo desenvolvimento dos alunos com necessidades educativas especiais”.

Esse é um grande desafio, visto que a maioria desses profissionais não teve a preparação adequada deste a sua formação, quando chegam às escolas para lecionar com alunos com deficiência, encontram-se limitados e enfraquecidos pelo pouco

conhecimento que possui para lidar com essas crianças. As escolas tentando resolver esse problema oferecem cursos de capacitação muitas vezes ineficazes, pois esses cursos em sua maioria, limitam-se a cursos eventuais e quando falamos em formação isso implica em um processo contínuo.

Castro e Jusevicius (2002 apud Sant’ana, 2005, p. 229) relatam algumas dificuldades encontradas por professores: “falta de formação específica e continuada dos educadores, orientação na prática cotidiana, apoio familiar e técnico, redução do número de alunos nas classes e alterações nas condições estruturais das escolas”. O que vemos é que a preparação dada ao docente ainda est distantes da prática pedagógica, não proporcionando a capacitação necessária.

Percebemos ainda que as pessoas que trabalham com os alunos deficientes, acumulam um certo preconceito que vem sendo alimentado historicamente pelos padrões ideologicamente estabelecidos pela sociedade, dificultando a viabilidade da inclusão escolar. Devemos debater essa problemática, visando uma solução plausível para o caso, onde esse profissional possa ter uma reflexão maior sobre os padrões definidos e concebidos pela coletividade, encontrando um caminho que o leve a entender e aceitar a diversidade, afastado-se do conservadorismo da exclusão e da segregação.

De acordo com Figueiredo (2008, p. 144 apud Santos, 2013, p.21):

Nessa perspectiva, os professores são aprendentes. E com base nos princípios da escola inclusiva a formação dos professores só poderá acontecer inscrita no espaço coletivo, que possibilitará uma mudança de cultura na escola – uma cultura colaboradora – em que a reflexão sobre o próprio trabalho seja um dos seus componentes.

Ao aceitar o processo de inclusão, se faz necessário uma serie de modificações, tanto na escola (alterações estruturais e arquitetônicas) como nos profissionais que lá trabalham (Professores, gestores, coordenadores, apoio, administrativo e etc.), com o intuito de firmar com sucesso essa proposta. Para isso, esses profissionais, principalmente os professores (que são mediadores diretos nessa nova ação), terão que refletir seus conceitos sobres as inúmeras deficiências existentes em uma sala de aula, revendo suas atitudes diante desses estudantes.

Essa não é uma situação fácil de ser resolvida, por isso a importância de uma boa preparação acadêmica, onde os professores são instruídos e incentivados a trabalhar

com o incomum, instigando a autonomia, e criatividade, possibilitando aos alunos com deficiência uma série de novas competências.

A situação atual do Brasil em relação à inclusão ainda não é satisfatória, principalmente quando nos referimos aos docentes que irão trabalhar diretamente com as crianças que têm necessidades especiais, pois estes infelizmente, ainda se apegam muito as questões cognitivas, e se pensarmos a inclusão apenas sobre a ótica da cognição, realmente ela não vai ter grandes significados.

Em contra partida se refletirmos a inclusão do ponto de vista social, cultural e emocional iremos perceber que, mesmo que a criança não tenha benefícios cognitivos iguais aos outros, certamente o terá na forma de afeto e socialização.

Mas para isso é preciso que o professor aceite a ideia de trabalhar com as diferenças, acreditando que os alunos com necessidades educacionais especiais têm capacidade de se desenvolver. Precisamos aceitar a realidade e vencer as possíveis dificuldades de se trabalhar com turmas heterogênias, só assim podemos diminuir os problemas enfrentados por professores em implantar com serenidade a inclusão escolar.

O professor e a escola têm que se comprometer e acolher a diversidade, para isso precisa existir um compromisso ético com a diferença, para que no futuro essas crianças não venham a ter mais problemas. A desigualdade deve ser vista como um desafio que deve ser vencido.

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