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3.1 A prática pedagógica no contexto educacional atual

3.1.5 Os recursos geotecnológicos nos Anos Iniciais

Os recursos geotecnológicos são todas as tecnologias relacionadas à geoinformação e referem-se a aquisição, processamento, interpretação de dados ou informações espacialmente referenciadas e por isso, estão diretamente ligadas a Geomática. Entre todos eles, nesta dissertação abordaremos três deles, que serão utilizados para a elaboração de ações pedagógicas a serem desenvolvidas em diferentes disciplinas no currículo escolar dos anos inicias, quais sejam: sensoriamento remoto, cartografia digital e GPS.

No entanto, antes de descrever os recursos geotecnológicos é importe contextualizar a Geomática. Segundo Santiago (2012), a Geomática é o nome dado a um ramo do conhecimento relativamente novo que consiste na coleta, processamento e produção de informações geográficas e também projeções físicas bem como sua futura catalogação para uma efetiva e racional utilização das informações coletadas.

O termo representa a evolução do campo de atividades de levantamento e mapeamento, congregando as atividades mais tradicionais como topografia, cartografia, hidrografia, geodésia, fotogrametria, com as novas tecnologias e os novos campos de aplicação como sensoriamento remoto, sistemas de informação geográfica e sistemas de posicionamento global por satélite.

Rosa (apud SAAVEDRA, 2012) define geotecnologias como sendo:

[...] conjunto de tecnologias para coleta, processamento, análise e disponibilização de informações com referencias geográficas. São compostas por soluções de hardware, software e peopleware4 que juntas constituem-se em poderosos instrumentos como suporte a tomada de decisão (ROSA, apud SAAVEDRA, 2012, p. 28).

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Peopleware são pessoas que trabalham diretamente, ou indiretamente, com a área de processamento de dados, ou mesmo com Sistema de Informação. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Peopleware.

3.1.5.1 Sensoriamento Remoto

De acordo com Faria (2012), sensoriamento remoto

[...] é uma tecnologia de obtenção de imagens e dados da superfície terrestre através da captação e registro da energia refletida/emitida pela superfície sem que haja contato físico entre o sensor e a superfície estudada (por isso é chamado de remoto) (FARIA, 2012).

O sensoriamento remoto pode ser utilizado em outras áreas do conhecimento que não seja apenas na Geografia, isto faz com que se torne um recurso multidisciplinar, pois através das imagens representadas podemos utilizá-las na Matemática e nas Artes.

Esta geotecnologia no início era uma ferramenta científica e militar, através da qual se adquiria informações por satélite. Posteriormente passou a fazer parte de vários campos da atividade econômica, inserindo-se em nossa vida diária. Por exemplo, na previsão do tempo, na localização (Google maps) através de mapas e imagens de satélite da Terra, disponível gratuitamente na web. Justifica-se assim, seu uso em atividades pedagógicas.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), Volume 05, parte 2 - História e Geografia, alguns dos objetivos de Geografia para o segundo ciclo são:

• reconhecer o papel das tecnologias, da informação, da comunicação e dos transportes na configuração de paisagens urbanas e rurais e na • estruturação da vida em sociedade;

• saber utilizar os procedimentos básicos de observação, descrição, • registro, comparação, análise e síntese na coleta e tratamento da informação, seja mediante fontes escritas ou imagéticas;

• valorizar o uso refletido da técnica e da tecnologia em prol da preservação e conservação do meio ambiente e da manutenção da qualidade de vida. (BRASIL, 1998, p.95-96)

Estes objetivos reforçam a importância do uso do sensoriamento remoto, da cartografia e do GPS, nas atividades pedagógicas do Ensino Fundamental, que podem ser explorados, tanto na Geografia, como nas demais áreas do conhecimento, contemplando atividades interdisciplinares.

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3.1.5.2 Sistema de Posicionamento Global (GPS)

Para Faria, Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GPS), é:

GPS, Global Positioning System em inglês, ou “Sistema de Posicionamento Global”, é um sistema eletrônico de navegação civil e militar que emitem coordenadas em tempo real e é alimentado por informações de um sistema de 24 satélites chamado NAVSTAR e controlado pelo DoD, Department of Defence (Departamento de Defesa) dos EUA (FARIA, 2012).

O GPS utiliza um aparelho móvel que envia informações sobre a posição de algo em qualquer horário e em qualquer condição climática, este instrumento traça o caminho para um determinado local, indicando a velocidade e direção do seu deslocamento. Sendo assim, este instrumento pode ser utilizado no ambiente escolar, pois ele possibilita agregar conceitos de posicionamento geográfico e de cartografia promovendo a interdisciplinaridade, como é sugerido nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997).

3.1.5.3 Cartografia Digital

A Cartografia Digital preocupa-se em oferecer um modelo de representação de dados para os processos que ocorrem no espaço geográfico. Visando o desenvolvimento de materiais, equipamentos e metodologias para a confecção de moldes cartográficos digitais.

Um recurso que pode ser utilizado pelo professor para incrementar seu fazer pedagógico, que abrangem a cartografia digital é Google Maps, recurso que oferece tecnologia de mapas e informações que podem ser visualizados do navegador da Web dependendo do local onde se está é possível visualizar mapas básicos ou comuns, incluindo localização, informações de contato e rotas.

O Google Earth, que é um programa de computador desenvolvido e distribuído pela empresa americana Google cuja função é apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre, construído a partir de mosaico de imagens de

satélite obtidas de fontes diversas, imagens aéreas (fotografadas de aeronaves) (GOOGLE LOCALIZARES, 2012).

Através da cartografia construímos, utilizamos e estudamos mapas. Os PCNs Volume 05, parte 2 - História e Geografia contemplam o uso da linguagem cartográfica, quando em seus objetivos prevê sua utilização em atividades pedagógicas dizendo: [...] utilizar a linguagem cartográfica para representar e interpretar informações em linguagem cartográfica, observando a necessidade de indicações de direção, distância, orientação e proporção para garantir a legibilidade da informação (BRASIL, 1997, p. 96).

Com o intuito de inserir esses recursos tecnológicos no ambiente escolar, conforme enfatizado no PCN (1998), o próximo Capítulo traz as atividades que possibilitarão ao aluno uma aprendizagem mais contextualizada dos conteúdos, onde ele possa aprender não apenas conceitos, características e possibilidades, mas aprender de maneira mais prazerosa e divertida. Para isso, foram criados jogos e atividades que utilizam sensoriamento remoto, GPS (Sistema de Posicionamento Global) e Cartografia Digital.

4 AÇÕES PEDAGÓGICAS ENVOLVENDO RECURSOS

GEOTECNOLÓGICOS

As atividades propostas a seguir são simples e objetivas, e podem ser aplicadas em diferentes disciplinas do currículo escolar. Pretende-se inseri-las em disciplinas para o desenvolvimento dos conteúdos dos Anos Iniciais ainda no ano letivo de 2013, pois o valor da tecnologia na educação, como bem destacou Araújo (2005), é derivado inteiramente da sua aplicação.

Considerando as áreas do conhecimento, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, e a característica de ensino Globalizado nos Anos Iniciais, as quatro atividades foram elaboradas de modo a contemplar diferentes disciplinas das três áreas do conhecimento, ou seja, a Sócio-linguística (escolhidas as disciplinas de Português e Educação Física), a Sócio-Científica (Matemática e Ciência) e Sócio-Histórica (Geografia). As ações, no entanto, podem ser aplicadas em outras matérias ou conteúdos do currículo escolar porque são atividades que apresentam características interdisciplinares.

As atividades requerem a interação do professor com os recursos midiáticos e geotecnológicos, pois foram pensadas no sentido de colocar o professor como facilitador e mediador da construção do conhecimento e não como um transmissor de informações a partir desses recursos. Todas as atividades foram elaboradas para serem implementadas no 4º ano, pois o conteúdo “Município em que vive” compõe o currículo escolar deste ano.

Após a descrição de cada atividade, foram realizadas inferências em relação as propostas. Uma avaliação pormenorizada do sucesso das ações somente poderá ser realizada após implementada, o que deve ocorrer após a conclusão do Mestrado na escola onde atuo profissionalmente. Mesmo assim, o resultado depende do professor e de seu envolvimento e motivação no uso das mídias e dos recursos tecnologias em sala de aula.

Ao final do capítulo são apresentadas considerações gerais acerca das atividades e sua relação com o contexto escolar.

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