• Nenhum resultado encontrado

2. APROPRIAÇÃO DE RESULTADOS NO ENSINO MÉDIO: O QUE NOS DIZEM

2.4 O estudo de caso: aspectos metodológicos

2.4.2 Análise dos resultados da pesquisa

2.4.2.4 Os resultados das avaliações do SIMAVE frente à prática pedagógica da escola

Entre os objetivos das avaliações externas, encontra-se o de fornecer subsídios que sustentam a escola voltados à qualificação do ensino, sendo necessário, para isso, não apenas a apropriação dos dados, mas como esses dados vêm se desdobrando no trabalho do professor.

Assim, as assertivas apresentadas na tabela abaixo nos trazem importantes informações do que os investigados conhecem e entendem a respeito dos resultados das avaliações do SIMAVE e como isso se desdobra no contexto da escola.

Tabela 18 – Os resultados das avaliações do SIMAVE frente à prática pedagógica da escola

ASSERTIVAS 1 2 3 4

14 - A coleção SIMAVE/PROEB, o Boletim Pedagógico são facilmente

compreendidos pelo professor. 2 4 5 1

15 - Frente aos resultados do SIMAVE, sente-se motivado a pensar a gestão do

conhecimento na escola. 3 7 2

16 - O SIMAVE avalia o professor, objetivando o controle do Estado sobre as

ações educacionais. 1 4 2 5

17 - Com o SIMAVE, a demanda de trabalho aumentou quanto ao planejamento escolar devido à necessidade de utilização dos resultados nas disciplinas.

1 6 5 18 - Há uma cobrança maior dos professores de Português e Matemática nos

resultados do SIMAVE 1 11

19 - O professor da disciplina não avaliada no SIMAVE/PROEB participa da

discussão dos resultados. 1 1 6 4

20 - Os pais participam das reuniões voltadas à divulgação dos resultados. 2 8 2 21 - Há ênfase muito acentuada pela escola nas avaliações do SIMAVE. 7 5 22 - Nas avaliações internas ocorre o uso dos dados das avaliações do

SIMAVE.

3 8 1

23 - Uso as informações disponíveis no site do SIMAVE/PROEB nas aulas. 2 4 6 24 - As informações disponíveis no site do SIMAVE/PROEB norteiam

decisões da equipe sobre a prática pedagógica da escola.

1 4 5 2 25 - Os resultados do SIMAVE são debatidos entre professores, incluindo os

das disciplinas não avaliadas.

1 2 3 6 26 - As informações acerca dos resultados das avaliações do SIMAVE são de

fácil compreensão.

2 5 3 2

Discordo Discordo Parcialmente Concordo parcialmente Concordo Fonte: Elaborada pelo autor (2018)

Na análise dos resultados das avaliações do SIMAVE frente à prática pedagógica da escola, a pesquisa aponta que, de modo geral, 50% deles discordam, no todo ou parcialmente, que os boletins pedagógicos são de fácil compreensão. Acerca da compreensão desses boletins, a pesquisa revela que apenas um professor concorda com a facilidade de compreensão dos boletins pedagógicos, enquanto cinco deles concordam parcialmente com a questão; quatro professores discordam parcialmente e dois discordam plenamente que os boletins pedagógicos sejam facilmente compreendidos pelos docentes.

A partir dos dados apresentados acima, pode-se perceber que metade dos investigados não compreende adequadamente os boletins pedagógicos. Nesse caso, fica evidente a necessidade de ações voltadas para preencher essa lacuna, pois os boletins pedagógicos possibilitam aos investigados e à escola conhecer o desempenho dela e de seus alunos, apontando as habilidades básicas aprendidas por eles e as que ainda precisam ser desenvolvidas. Nesse aspecto, Marques (2017) observa:

Os boletins de resultados das avaliações externas trazem inúmeras informações, mas não devem ser tomados apenas sob o ponto de vista numérico. É preciso considerar que o desempenho dos estudantes também sofre impactos das suas condições socioeconômicas, levando em conta que existem diversos fatores em interação, influenciando os resultados das avaliações para além dos socioeconômicos e que estão presentes no contexto educacional (os fatores intraescolares e os fatores extraescolares) (MARQUES, 2017, p. 44).

Nessa concepção, percebe-se que o desempenho dos estudantes está atrelado a fatores intraescolares e extraescolares, condição que não pode ser ignorada, uma vez que pode trazer interferência direta no resultado final. Vale dizer que a discussão desses boletins condiciona o reconhecimento de boas práticas pedagógicas e a construção de ações voltadas à melhoria da aprendizagem dos alunos, lembrando sempre que o desenvolvimento do aluno deve protagonizar essa discussão. O professor, bem como toda a equipe escolar, deve utilizar os boletins pedagógicos, através da reflexão e discussão dos resultados obtidos pela escola, no planejamento de ações concretas e capazes de melhorias significativas no ensino aprendizagem. Em suma, a articulação das informações sobre as avaliações traduzidas nos boletins pedagógicos dá aos gestores e docentes um desenho da escola, de tal modo que lhes proporciona observar aspectos de melhoria no processo de ensino.

Na assertiva sobre a motivação de se pensar a gestão do conhecimento na escola, a partir dos resultados obtidos nas avaliações do SIMAVE, sete professores mostraram que estão de acordo parcialmente com o fato de que são motivados a refletir sobre a gestão do conhecimento na sala de aula. Já três professores discordam desse pensamento. Apenas dois professores acreditam que os resultados, por meio de uma análise profunda, apresentam informações importantes capazes de levá-los a repensar sua prática pedagógica. Nesse aspecto, assinala-se que os resultados devem ser apropriados pela escola, fornecendo subsídios, de tal modo que sejam ferramentas motivadoras para que o professor possa ultrapassar desafios diários e aprimorar sua prática a favor do desenvolvimento dos alunos. A motivação esperada do professor diante dos resultados, ao ver do SIMAVE, é a de aumentar

seu esforço no sentido de assegurar a melhoria da aprendizagem, o que é igualmente esperado pela escola e por toda a comunidade.

Quanto ao professor se sentir avaliado por meio das avaliações do SIMAVE, cinco dos professores pesquisados concordam com a assertiva de o programa avaliar o professor, objetivando o controle do Estado sobre as ações educacionais; quatro professores discordam parcialmente de que esses resultados tenham fins avaliativos do professor; dois professores concordam parcialmente que os resultados do SIMAVE sirvam de ferramenta para avaliá-los, enquanto apenas um discorda totalmente disso.

Nesse aspecto, convém esclarecer que o pensamento dos professores de serem avaliados por meio das avaliações do SIMAVE se deve a muitos fatores, mas convém retomar que, de acordo com a assertiva sobre a apresentação prévia das composições das avaliações e das políticas das avaliações, quase a totalidade dos professores discorda de que as respectivas apresentações por parte da SRE sejam debatidas dentro da escola, sendo esse debate, um fator preponderante para que se tenha um amplo conhecimento de como aproveitar as avaliações na prática da escola.

A respeito dos professores sentirem que suas ações também estão sendo avaliadas, Brooke (2006) concorda com parte dos professores investigados, segundo os quais as avaliações do SIMAVE se constituiriam como meio de também avaliar suas ações. Para esse autor, analisando sob uma ótica de responsabilização educacional, os profissionais da educação são corresponsáveis pelo desempenho dos alunos. Assim, os resultados que são mostrados publicamente acabam por ranquear e expor professores, gestores escolares e redes de ensino, extrapolando além dos aspectos pedagógicos e da prestação de contas, como as consequentes bonificações e punições.

Pelos dados da pesquisa, tanto no estudo exploratório quanto no estudo de caso, é possível contatar que parte dos professores desconhece as avaliações em grande escala como instrumentos inseparáveis da prática pedagógica, que lhes permitem acompanhar o progresso do aluno, bem como refletir, a partir desse acompanhamento, sobre o próprio papel de mediador do conhecimento.

De modo particular, acredita-se que a ideia dos professores de estarem sendo avaliados só será superada quando se debaterem aspectos importantes nas avaliações, propulsores de mudanças nas práticas da escola, o que não é visto atualmente na escola pesquisada, embora sejam, na prática, instrumentos de reflexão da prática pedagógica. Ressalta-se, por fim, que o SIMAVE não trata de avaliar o professor, mas o desempenho da escola e do aluno,

apresentando resultados que, em outras palavras, podem promover maior equidade nas proficiências dos alunos.

Em questionamento sobre o aumento do trabalho no planejamento escolar, a pesquisa revela que seis professores concordam parcialmente com o fato de que, mediante os resultados das avaliações do SIMAVE, a demanda de trabalho aumentou em razão de utilizarem os resultados na prática pedagógica, enquanto cinco se posicionaram concordando com o aumento de trabalho, sobretudo, no planejamento. Apenas um professor discorda desse aumento de trabalho. Essa questão é recorrente em debates educacionais e estudos realizados, nos últimos anos, chamando a atenção para a importância de os docentes utilizarem os resultados das avaliações na sua prática diária na sala de aula, principalmente, no planejamento didático-pedagógico.

Os resultados das avaliações, como já foi visto, exercem um significado importante no contexto escolar, sobretudo, no trabalho do professor. Os resultados do SIMAVE não podem ser ignorados na hora do planejamento, visto que podem ser mais uma estratégia para subsidiar a prática docente, trazendo informações sobre o que já foi aprendido e o que ainda está e processo pelos estudantes. No estudo exploratório, constatamos que alguns professores se apropriam dos dados das avaliações em larga escala nas orientações do planejamento de suas aulas e, em muitos casos, até utilizam os conteúdos abarcados pelos testes para orientar sua prática, o que poderia ser discutido pelo coletivo para que possam trocar ideias sobre que bases epistemológicas estão conduzindo tais apropriações. Noutras palavras, o que as descrições sobre os padrões de desempenho dos estudantes estão promovendo de reflexão e que refrações estão tendo para o currículo da escola, entendendo-o para muito além do que uma lista de conteúdo. Os aspectos metodológicos estão sendo repensados a partir de uma busca pela apropriação da descrição dos parâmetros da escala de proficiência? Como isso poderia ser mote de problematização sobre os desafios de ensinar para todos?

Considerando ainda os resultados do SIMAVE sobre o planejamento escolar, vale lembrar que os professores concordam, plena e parcialmente, com o uso dos boletins pedagógicos. Logo, pode-se supor que os resultados demandam uma preocupação maior sobre o planejamento das aulas, sobretudo nas disciplinas de Português e Matemática, segundo fica evidente na questão aberta respondida por um dos entrevistados, ao dizer que “o que se

observa é apenas uma grande responsabilização dos resultados dessas provas padronizadas aos docentes de Língua Portuguesa e Matemática, sendo que as demais disciplinas se esquivam dos projetos de intervenção”. A partir dessas observações, pode-se supor a

existência de um planejamento na Escola JK compatível com os resultados projetados nas avaliações do SIMAVE.

Para Marques (2017), a apropriação de resultados e a elaboração dos planos de intervenção acontecem de forma fragmentada. Nesse sentido, explica esse autor:

A responsabilidade dos resultados recai sobre os professores das disciplinas avaliadas, fato que aponta para a necessidade de ações voltadas para o envolvimento dos diferentes atores do processo educacional escolar, para que esses possam ver o processo de apropriação como uma prática útil e assim possam realizar intervenções e melhorar a qualidade da educação (MARQUES, 2017, p. 133).

Dessa forma, percebe-se a necessidade de ações gestoras voltadas à conscientização de todos os atores envolvidos nesse processo das avaliações externas, de modo que todos tenham a responsabilidade e a consciência de que este é um trabalho coletivo de responsabilidade de todos e não somente dos professores de Língua Portuguesa e Matemática.

Os parâmetros para a premiação do Governo de Minas, que se balizam nos resultados dos conteúdos das disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, em muitos casos, impõem aos respetivos professores uma cobrança maior acerca dos resultados das avaliações SIMAVE/Proeb. Questionados sobre o tema, a pesquisa mostrou que 11 professores estão de acordo com esta afirmativa e apenas um discorda com parcialidade de que essa cobrança de fato aconteça. Nesse sentido, esclarece-se que é percebido, na escola em questão, que os professores dão mais ênfase aos conteúdos de Português e Matemática, incluindo a prática de atividades extraídas de avaliações já ocorridas.

Por outro lado, compete salientar que o “olhar” mais específico sobre as disciplinas de Português e Matemática acaba por reduzir o currículo escolar, afetando o aprendizado necessário ao aluno para vivenciar o mundo. Brooke (2011), Damasceno (2012) e Veiga Neto (2013) comungam com a ideia de que as avaliações em larga escala, quando pensadas apenas no preparo dos estudantes para serem avaliados, contribuem para o estreitamento do currículo escolar. Assim, o estudante é privado da oportunidade de se formar como um sujeito cidadão. Ainda, segundo esses autores, o aprendizado necessário para que os estudantes se tornem cidadãos críticos e participativos não está limitado às composições das avaliações externas.

Sobre a participação dos professores das disciplinas não avaliadas pelo SIMAVE/Proeb se envolverem nas discussões dos resultados e no planejamento escolar, baseado nos resultados, 50% dos professores demonstram concordar parcialmente com a participação de toda equipe pedagógica em discussões acerca dos resultados apresentados nas avaliações do Estado; quatro professores concordam totalmente com a participação nos

debates e análises desses resultados e, entre os dois outros professores, um discorda e o outro discorda parcialmente no envolvimento dos professores das disciplinas não avaliadas nas provas do SIMAVE.

A partir desses dados, parece contraditória essa assertiva em relação à anterior; seis professores retratam que a demanda de trabalho aumentou quanto ao planejamento escolar devido à necessidade de utilização dos resultados nas disciplinas. Todavia, não se configura igual em razão de que a maioria dos investigados afirma participar das discussões referentes aos resultados das avaliações. Ao final, isso sinaliza a possibilidade de um entendimento sobre a co-responsabilização dos resultados, recaindo mais sobre os professores responsáveis pelas disciplinas avaliadas pelo SIMAVE, o que fica evidente com os resultados apresentados na assertiva 18.

Em relação à participação dos atores educacionais nas discussões dos resultados das avaliações do SIMAVE, Cavalcante (2016, p. 126) infere:

A apropriação dos resultados precisa ser vista como instrumento de reflexão pelos atores educacionais. Para tanto, é preciso que as informações advindas das avaliações externas sirvam como ponto de partida para a reflexão de um trabalho pedagógico, voltado para a melhoria da qualidade do ensino.

Vale dizer que os resultados não devem ser objeto de reflexão apenas dos atores educacionais, devendo atingir também a comunidade onde se encontra o aluno. Nesse aspecto, questionados se os professores discutem os resultados das avaliações junto aos pais dos alunos, apenas dois concordam com essa assertiva; oito concordam parcialmente; entre os outros dois, ambos discordam parcialmente. Nessa assertiva, vale ressaltar que os pais participam das reuniões na escola cuja agenda é discutir os resultados das avaliações do SIMAVE.

De modo particular, é visto que a Escola JK organiza reuniões com a participação dos pais, juntamente com o conselho de classe, nas quais são discutidas questões relacionadas aos resultados das avaliações, porém, essas discussões acontecem de forma muito superficial podendo, inclusive, interferir no desenvolvimento dos alunos. A participação dos pais junto à escola nas discussões sobre os resultados das avaliações é importante, uma vez que eles fazem parte do processo de formação do aluno e, como responsáveis, devem zelar para que os filhos recebam uma educação de qualidade do Estado.

Na compreensão de Cavalcante (2016), os resultados das avaliações externas devem ser debatidos com toda a comunidade escolar, sobretudo com o envolvimento dos pais nesse

processo. Para esse autor, nesse aspecto, as avaliações são falhas, uma vez que as informações sobre os resultados geralmente não são detalhadas para esse segmento, privando-o de participar na tomada de decisão quanto aos caminhos a serem percorridos.

Nessa perspectiva, a discussão dos resultados com a participação dos pais desvela dificuldades e questões, que, expostas com clareza, certamente podem levá-los ao direcionamento de práticas junto ao aluno e à escola, para que se possam atingir os fins propostos na educação escolar.

Machado (2016) incumbe ao gestor o papel de conscientizar e orientar os pais a utilizar os resultados a favor da melhoria da qualidade do ensino. Esse trabalho oportuniza os pais a participar mais da prática escolar de seus filhos, seja no acompanhamento em casa ou junto à escola e professores.

É comum perceber nas escolas a ênfase maior dos professores nas avaliações do SIMAVE. Esse aspecto foi questionado aos professores na pesquisa. Na percepção de cinco deles, é dada uma ênfase mais acentuada a essas avaliações, sobretudo, quando vai chegando a data da avaliação acontecer; sete professores concordam parcialmente com essa assertiva. Convém comentar que a forma como é dada essa ênfase por parte da escola pesquisada não foi abordada no questionário nem pautada pelos professores na questão aberta. É muito comum, nas vésperas das avaliações externas, toda a equipe pedagógica voltar seu foco apenas ao que se é avaliado por elas, o que particularmente pode-se denominar de “treinamento” dos alunos para as avaliações. Isso reflete nos resultados e, provavelmente, pode permitir uma apropriação de dados não condizente com a realidade da escola.

Nessa perspectiva, como fora mencionado, para Veiga Neto (2013, p. 156-157), “a avaliação transformou num farol para o currículo”, ou seja, as avaliações ditam os novos rumos para o currículo, causando, inclusive, “o desvio a direita das práticas pedagógicas – aqui entendido como a ênfase acentuada na avaliação”. Isso porque, ao observar as avaliações como direcionamento do seu trabalho, o professor deixa de levar aos alunos conteúdos que são necessários ao desenvolvimento no EM, ou seja, habilidades e competências necessárias não apenas às avaliações, mas no âmbito do exercício da cidadania plena.

Damasceno (2012, p. 152) acredita que a ênfase acentuada nas avaliações pode ser determinante para o futuro da educação, visto que “é a partir dessa lógica, que se define o currículo, a formação dos professores e o trabalho docente”. Na compreensão desse autor, cada vez mais, as redes e escolas têm buscado o direcionamento dos professores para a implementação de um currículo que atenda às matrizes de referências das avaliações externas. Dessa forma, as escolas e redes de ensino acabam intensificando suas ações em prol de

melhor desempenho nas avaliações, principalmente, determinando uma competição e adequação curricular.

Sobre as implicações dos resultados das avaliações do SIMAVE nas avaliações internas da escola, oito dos professores pesquisados concordam parcialmente que as avaliações externas implicam as avaliações internas da escola, o que significa que estão direcionando as aulas com os conteúdos mais avaliados pelas provas em larga escala; três professores discordam da prática e apenas um concorda com essa assertiva. Nesse aspecto, destaca-se que, embora haja uma questão aberta para abordar assuntos não questionados, os professores não esclarecem de que forma utilizam esses resultados nas avaliações internas. Mas se sabe, considerando as assertivas anteriores, que aproximadamente 70% dos professores concordam parcialmente que os dados das avaliações são utilizados em estratégias de gestão e os boletins pedagógicos extraídos delas são discutidos na escola com pais de alunos.

As assertivas enumeradas de 23 a 26 trazem questões já abordadas anteriormente no questionário, cujo foco é o reflexo das avaliações no planejamento e a prática da sala de aula. Portanto, os professores confirmaram o valor das avaliações externas à escola. Em torno de 70% dos professores reconhecem o valor das avaliações externas à escola, tanto para eles quanto aos gestores, mas é observada a carência do preparo de parte dos professores para saber utilizar os resultados dos SIMAVE na sua prática diária e, consequentemente, na melhoria da aprendizagem dos alunos.

Contudo, analisando os resultados das avaliações do SIMAVE frente à prática pedagógica da Escola JK, segundo a percepção de 12 professores do EM, as informações nos revelam que existem implicações dos resultados da avaliação externa estadual na prática pedagógica da escola em questão, a exemplo, o aumento na demanda de trabalho, sobretudo, no planejamento escolar, no treinamento dos alunos para as avaliações, entre outras mudanças na escola, além de se sentirem avaliados pelos órgãos educacionais. Ademais, observa-se