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3-TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

3.2 Os sujeitos da pesquisa

Abrimos espaço neste texto, para apresentar ao leitor os sujeitos desta pesquisa, as professoras dos 4º anos e seus respectivos alunos. Apresentá-los se faz necessário em função de conhecê-los nas relações do processo de ensino e aprendizagem a partir do contexto do conhecimento matemático, visto que o espaço da pesquisa acontece no cenário da sala de aula e nos momentos de interação individual com os alunos.

A primeira professora participante da pesquisa faz parte do quadro da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) desde o ano de 1990. A professora era iniciante no Projeto dessa escola, visto que aí chegara no ano de 2006, através de concurso de remoção interna que ocorre geralmente ao final ou início de ano letivo. A professora em foco detém longa experiência profissional com a Educação Infantil.

A professora é licenciada em Letras: Português e Espanhol pelo Centro Universitário UniCEUB. A professora Beatriz trouxe para a prática com a terceira série, hoje 4º ano de escolaridade, uma organização mais vivenciada no espaço da educação infantil. Como, por exemplo, a organização da sala em grupos, o trabalho diversificado com o objetivo de desenvolver a autonomia das crianças e realizar de forma mais singularizada a sua prática docente num processo mais interativo com as crianças, onde agrupava as crianças, sentadas no chão para retomar pontos necessários, ou socialização de atividades desenvolvidas pela turma. Práticas essas

que destacam a contribuição do aluno como um sujeito ativo na construção do conhecimento.

Este quarto ano tinha aulas pela manhã e, no período da tarde, a professora participava da coordenação pedagógica. A coordenação pedagógica é um momento definido pela legislação da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) como espaço temporal de 3 horas por dia destinado à preparação de planejamento, estudo e reunião coletiva da série, participação de cursos ou projetos, além de atendimento individualizado dos alunos que precisam de intervenção mais específica.

A turma da professora Beatriz era composta por 29(vinte e nove) alunos. Destes, 13 (treze) eram meninas e 16 (dezesseis) meninos. A faixa etária compreendia entre 8 (oito) e 11 (onze) anos:

· 12 (doze) alunos já estavam com 9 (nove) anos quando começou a pesquisa e 14(quatorze) completariam 9 (nove) até o meio do ano. · 1 (um) aluno completaria 9 (nove) anos no início do segundo semestre. · 1 (um) aluno já estava com 10 (dez) anos completando 11(onze) no

segundo semestre.

· 1 (um) aluno com 11 (onze) anos completando 12 (doze) no final do segundo semestre.

Na turma acima descrita, duas crianças eram repetentes. Elas haviam sido reprovadas no ano de 2005, quando cursavam a 4º ano de escolarização nesta mesma escola. Do total de alunos, 7 (sete), na avaliação da professora, necessitavam de um acompanhamento mais próximo, pois apresentavam dificuldade em acompanhar o ritmo das demais crianças da turma. Uma em destaque porque é portadora de necessidades especiais.

O trabalho da professora consistia, no decorrer do primeiro bimestre, em compreender os espaços e formas de aprendizagem daquelas crianças como também do projeto desenvolvido pela escola com relação ao conhecimento matemático. Este cenário foi descrito pela professora em questão, a professora Beatriz. No segundo bimestre, a professora passou por momentos tensos, por

motivos pessoais deixa a turma. Ela mudou-se para os Estados Unidos da América iniciando um novo projeto de vida.

Diante da mudança de professora da turma “B”, resolvemos observar com mais intensidade o 4º ano “A”. Essa observação se dava com a freqüência de três vezes por semana, com duração de no mínimo duas horas a cada dia da semana. Passar a observar esta turma deu-se em função do desenvolvimento do Projeto de (re) Educação Matemática, uma vez que conhecíamos e participávamos de atividades também nesta turma, nos momentos dos encontros com as 3 turmas de quarto ano, do projeto onde sempre estávamos discutindo novos procedimentos de mediação pedagógica e muitas vezes a pesquisadora era solicitada a acompanhar tal processo junto com a professora.

Com a mudança da professora Beatriz, invertemos o processo de observação participante, passando a observar com mais intensidade o 4º ano “A” da professora Ana Luiza e atendendo algumas necessidades da turma “B”.

A professora Ana Luiza, professora do 4º ano “A” faz parte do quadro da SEEDF desde 1985, com experiência nos cargos de vice-direção, apoio pedagógico e coordenação pedagógica em escolas da rede pública como também em escolas privadas do Distrito Federal. A professora Ana Luiza também é licenciada em Letras pelo Centro Universitário UniCEUB. A professora trabalhou os seus dois primeiros anos de magistério com as séries iniciais, passando a atuar no Ensino Médio com Língua Portuguesa, Redação e Literatura, dividindo suas quarenta horas semanais entre a rede pública e privada de educação do Distrito Federal. No ano de 2004, a professora perde sua carga na escola privada e se vê na necessidade de assumir uma carga completa de 40 horas semanais na SEEDF. Ao solicitar a ampliação de sua carga horária, a professora só encontra vaga próxima a sua residência, no Ensino Fundamental anos iniciais. Assim a professora Ana Luiza assume nesta escola o trabalho com o quarto ano de escolarização do Ensino Fundamental de 9 anos. Inserindo-se no projeto de (re) Educação Matemática, onde já está há três anos. Mediante o trabalho realizado nas terceiras séries, a professora Ana Luiza, com esse retorno para as séries iniciais, diz em entrevista que: “Foi nesse retorno

A turma da professora Ana Luísa era composta por 27(vinte e sete) alunos. Destes, 10 (dez) eram meninas e 17 (dezessete) meninos. A faixa etária compreendida entre 9 (nove) e 11 (onze) anos:

· 11 (onze) alunos no início da pesquisa estavam com 9 anos completos.

· 13 (treze) alunos completaram 9 (nove) anos no primeiro semestre. · 3 (três) alunos estavam com 11 (onze) anos, sendo 2 (dois) destes

alunos portadores de necessidades especiais.

Nesse quarto ano, havia uma criança que foi reprovada no ano anterior, cursando novamente.