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C.1 Tabela de restrições da ontologia

4.5 Outras causas de demências

Além das causas de demência supracitadas, várias outras condições médicas estão associ- adas com a presença de sintomas demenciais, como distúrbios metabólicos, o alcoolismo e a utiliação de certos medicamentos.

O grupo das doenças degenerativas primárias, por exemplo, completa-se com a doença de Wilson, a doença de Huntington, mal de Parkinson, atrofia de múltiplos sistemas, insônia fami- liar fatal e doença de Gertsmann-Sträussler-Scheinker.

Existe ainda uma gama de demências classificadas como reversíveis. Tal grupo é composto por causas raras de demência, entretanto são necessárias do ponto de vista do diagnóstico, visto

que o tratamento pode conter o declínio cognitivo. É importante ressaltar que apenas uma pe- quena parte dos pacientes melhoram após o tratamento. Dentre as causas de demências reversí- veis pode-se destacar o hipotireoidismo, deficiência de vitamina B12 e a depressão (FORNARI et al., 2010).

Além disso, algumas doenças infecciosas também são capazes de causar dano neurológico e acarretar sintomas demenciais. Atualmente, as causas mais importantes de demências por agentes infecciosos são a demência induzida por HIV e a doença de Creutzfeldt-Jakob. Além dessas doenças, pertencem a esse grupo a Neurossíflis, Neurocisticercose, Meningoencefalites e Encefalites víricas (NETO; TAMELINI; FORLENZA, 2005).

4.6

Considerações do capítulo

Neste capítulo foram detalhadas as principais causas de demências, bem como seus sintomas característicos, epidemiologia e o grau de dependência do paciente. Tais informações serão in- dispensáveis para o desenvolvimento da proposta do presente trabalho. A seção seguinte aborda conceitos e questões relacionadas a ontologias, como classificação, utilização e representação.

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ONTOLOGIAS

Ontologia é um conceito utilizado há muito tempo pela Filosofia, definido como o estudo das coisas que existem. O termo original é a palavra aristotélica categoria, utilizada com o propósito de classificar e caracterizar qualquer entidade. Aristóteles ainda introduz o termo “differentia” para propriedades que distinguem diferentes espécies do mesmo gênero (SOWA, 1999).

Com uma interpretação um pouco diferente, a comunidade da computação também passou a adotá-lo, mais precisamente na área de Inteligência Artificial, onde ontologia refere-se a ar- tefatos de engenharia, constituídos por um vocabulário específico usado para descrever certa realidade e um conjunto de decisões explícitas, de forma a fixar rigorosamente o significado pretendido para o vocabulário. Ela captura os conceitos e relações em determinado domínio e um conjunto de axiomas, que restringem a sua interpretação (GUARINO, 1998).

Atualmente, uma das definições mais citadas na área de computação, e que será adotada neste trabalho, é descrita por (BORST, 1997). Segundo o autor: “uma das ontologia pode ser vista como uma especificação formal e explícita de uma conceitualização compartilhada”. Nessa definição: conceitualização refere-se ao modelo abstrato de algum fenômeno do mundo o qual identifica conceitos relevantes ao próprio fenômeno; formal significa o fato de a ontolo- gia ser legível por computadores; especificação explícita diz respeito a conceitos, propriedades, relações, funções, restrições, axiomas definidos explicitamente; compartilhada quer dizer co- nhecimento consensual, ou seja, uma ontologia obtém o conhecimento apresentado não somente por um indivíduo único, mas sim por um grupo.

De forma geral, ontologia é um modelo de dados que representa um conjunto de conceitos de um determinado domínio de informação, bem como os relacionamentos entre estes conceitos. A diferença entre ontologias e outros modelos de domínios é que o seu principal objetivo é focado nos conceitos e seus relacionamentos, no qual a semântica destes relacionamentos é aplicada uniformemente (LIBRELOTTO et al., 2008).

Uma ontologia, além de definir um vocabulário sobre determinado domínio, também pos- sui relacionamentos e restrições entres o conceitos definidos no vocabulário. Esses relaciona- mentos são definidos uniformemente e a semântica é feita de forma detalhada. Logo, se os relacionamentos possuírem nomes apropriados, tanto um humano ao visualizar a ontologia en- tenderá seu significado de maneira clara, quanto um programa pode assumir a semântica de um

relacionamento e atuar sistematicamente através da mesma. Um exemplo de tipo de relaciona- mento básico é o hierárquico “é-um”. Existem especificações definidas como relacionamentos hierárquicos denominadas taxonomias. Ontologias também incluem relacionamentos não hie- rárquicos, como “tem interesse em” entre os conceitos Pessoa e Interesse, sem que se trate de um relacionamento hierárquico (LOPES, 2006).

As restrições de uma ontologias, servem para criar uma restrição para um conceito baseando- se em um relacionamento. Em uma ontologia sobre pessoas, por exemplo, pode-se criar uma restrição sobre conceito de pessoa baseada no relacionamento “tem nome”, onde “uma pessoa terá exatamente um nome”.

As ontologias não apresentam sempre a mesma estrutura, mas existem características e com- ponentes básicos comuns presentes em grande parte delas (GRUBER, 1993). Dentre esses com- ponentes, é possível citar três elementos, tidos como base, para a construção de uma ontologia: classes, indivíduos e propriedades. As classes são conceitos organizados em uma taxonomia e são as unidades básicas da ontologia. Definem um determinado objeto, como pessoa ou medi- camento. Essas classes possuem instâncias ou objetos, os indivíduos, como o indivíduo João que pertence à classe Paciente. As propriedades de uma ontologia, por sua vez, dividem-se entre propriedades de dados e propriedades de objetos. O primeiro tipo refere-se as caracterís- ticas que diferenciam os indivíduos de uma determinada classe, como “idade” ou “nome”. Já propriedades de objeto definem a maneira como os indivíduos e as classes se relacionam (e.g. paciente possui sintomas).

É importante ressaltar que o processo de construção de ontologias não é uma tarefa trivial, sendo necessário o conhecimento detalhado sobre o domínio em questão para que não haja nenhum tipo de ambiguidade ou contestação quanto a sua validade.

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