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Foram pesquisados diversos modelos para se chegar à escolha mais adequada para aplicação na pesquisa. Dentre estes modelos, destacamos o utilizado por Valmir Emil Hoffmann, em seu artigo “Inovação e transferência de conhecimento em redes inter-

organizacionais aglomeradas territorialmente: uma análise a partir de equações estruturais em duas indústrias”, publicado no 30º encontro da ANPAD, em 23 de

setembro de 2006, Salvador, BA. Este estudo relata a transferência do conhecimento inter-organizacional, onde que foram derivadas duas hipóteses que são contrastadas através de equações estruturais. Os dados utilizados derivam de duas pesquisas de campo realizadas com dirigentes da indústria de cerâmica de revestimento e de vestuário, a partir de três aglomerações distintas. O autor utilizou as variáveis cooperação, Mobilidade da mão de obra e instituições para avaliar a transferência do conhecimento.

O segundo modelo estudado foi o dos autores Thelma Rocha e José Cláudio Terra, no artigo “A Transferência de Conhecimento em Marketing em Multinacionais:

Estudo em Subsidiárias Brasileiras”, apresentado 32º encontro da ANPAD, em 6 de

setembro de 2008, Rio de Janeiro, RJ. Este estudo discute a transferência de conhecimento em marketing baseado em uma pesquisa com subsidiárias brasileiras de multinacionais. O artigo apresentou duas hipóteses formuladas:

Hipótese 1 - A transferência de conhecimento na área de marketing recebida pelas

subsidiárias brasileiras de multinacionais varia em função do grau de integração global e do grau de adaptação local praticado pela empresa;

Hipótese 2 - A transferência de conhecimento na área de marketing recebida pelas

subsidiárias brasileiras de multinacionais varia em função dos mecanismos utilizados, os quais incluem: portais corporativos e Intranet; best practices (melhores práticas); treinamentos; viagens de executivos; expatriados.

O terceiro artigo estudado foi o dos autores Linda Argote e Paul Ingram. No artigo “Knowledge Transfer: A Basis for Competitive Advantage in Firms”. Este artigo publicado na edição especial de Organizacional Comportamento e processos de decisão humana sobre os fundamentos da transferência do conhecimento nas organizações argumenta que a criação e transferência de conhecimento são a base para a vantagem competitiva em empresas. O artigo baseia-se em um quadro de conhecimento para

mostrar porque a transferência de conhecimento pode ser difícil e para identificar os tipos de conhecimento que são mais difíceis de serem transferidos para diferentes contextos. O artigo desenvolve a proposição de que as interações entre as pessoas, tarefas e ferramentas são menos propensas a se ajustar ao novo contexto e, portanto, são os mais difíceis de serem transferidos. Este resultado teórico de como as organizações podem obter vantagens competitivas através da transferência de conhecimento internamente enquanto impedindo a sua transferência externa para os concorrentes. Porque as pessoas são mais semelhantes dentro do que entre as organizações, as interações envolvendo pessoas a transferir mais facilmente dentro do que entre empresas. Ao incorporar conhecimento nas interações que envolvem pessoas, organizações podem ter tanto a transferência de conhecimento realizada internamente e também impedir a transferência de conhecimento externamente. Assim, o conhecimento incorporado nas interações de pessoas, ferramentas e tarefas, fornece uma base para a vantagem competitiva nas empresas.

Sobre estes estudos, nenhum se adapta melhor ao o modelo proposto por Lemos (2008) para ser aplicado em empresas de base tecnológica. Todos exploram a transferência do conhecimento em contextos específicos, que apesar de terem sempre pessoas como uma variável comum as pesquisas, nas outras variáveis seriam inviáveis a aplicação no contexto proposto pelo estudo.

O modelo escolhido se mostra o mais adequado para a pesquisa, uma vez que consegue avaliar se há fatores presentes nas organizações de transferência do conhecimento.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa terá o caráter quantitativo e será desenvolvida a partir de um estudo de caso múltiplos. Quantitativa pela forma que será usada para a coleta de dados (questionário com perguntas fechadas).

Quanto à abordagem, apresenta-se como quantitativa. A abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas.

O questionário foi construído com o intuito de identificar a existência de transferência do conhecimento nas empresas do BHTEC considerando os construtos pessoas, processos organizacionais e sistemas de informação. Para a construção foi realizada fusão de questões propostas pelo autor Lemos (2008) e apresentam 15 questões divididas em 5 elementos, sobre os construtos Cultura Organizacional, Estrutura Organizacional e Estratégia de Gestão do Conhecimento com o intuito de medir a Transferência do Conhecimento Tácito nas empresas de base tecnológica.

Os dados serão coletados por meio de questionários estruturados do tipo survey, com escala Likert de sete pontos, para avaliar a percepção dos profissionais das empresas participantes do BH-TEC, para validar o modelo usado. O contexto geográfico deste estudo delimita-se ao estado de Minas Gerais.

Criado em 2005, o BH-TEC é o resultado da parceria entre seus cinco sócios fundadores: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Governo do Estado de Minas Gerais, Município de Belo Horizonte, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (SEBRAE-MG) e Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), além de ser apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento de Minas Gerais (Fapemig) e pela Agência Brasileira da Inovação (FINEP).

Atualmente, o BH-TEC conta, em seu Edifício Institucional, com 18 empreendimentos locados - sendo 17 empresas de base tecnológica e uma Associação Mineira de Empresas de Biotecnologia e Ciências da Vida e com a equipe de gestão do Parque.

Estruturado em um modelo de funcionamento baseado na hélice tríplice, o BH-TEC promove a interação entre universidade-empresa, em que, uma das frentes dessa interação é firmar parcerias para possibilidade de acesso à mão de obra qualificada da universidade e centros de pesquisa para as empresas residentes, de acordo com a necessidade. A localização do Parque, em terreno da UFMG e adjacente ao campus da Pampulha, é proposital e de suma importância para a troca com o meio acadêmico. O BH-TEC também estimula a interação governo-empresa por meio do acesso dos empreendimentos residentes do Parque a órgãos reguladores e de fomento, além de promover serviços de apoio à inovação. Voltado para receber centros de pesquisa e desenvolvimento tanto privado quanto público, o BH-TEC assinou um acordo de parceria com a Fundação Osvaldo Cruz em que ficou instituído a implantação do Centro de Pesquisas René Rachou – CPqRR/Fiocruz, com previsão de 500 postos de trabalho no Parque Tecnológico em sua total operação. Além dos empreendimentos em operação no Parque, o BH-TEC apoia a criação e abrigará três Centros de Tecnologia da UFMG: CT Web, CT Vacinas e o CT Nanotubos de Carbono que já está em funcionamento provisório em outra edificação na área do Parque.

O tecnoPARQ (Parque Tecnológico de Viçosa) foi inaugurado em 2011, sendo o primeiro parque tecnológico de Minas Gerais a entrar em operação. O seu funcionamento é viabilizado pela UFV em parceria com a Prefeitura Municipal de Viçosa e com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (SECTES).

A relevância tecnológica e a intensa produção técnica e científica da UFV fazem dela uma importante âncora para o desenvolvimento tecnológico, econômico e social. Para a inserção do conhecimento e das pesquisas desenvolvidas pela UFV nos processos de inovação tecnológica, é necessária a interação com empresas capazes de desenvolver novos produtos, serviços e processos para a sociedade. A promoção dessa interação para a transferência de conhecimento e de tecnologia em apoio a empreendimentos de base tecnológica para a capitalização do conhecimento científico é uma das principais ações realizadas pelo tecnoPARQ.

O tecnoPARQ é um agente promotor da cultura da inovação, competitividade industrial, capacitação empresarial e transferência de conhecimento e tecnologia entre universidades, instituições de pesquisa e empresas, com o objetivo de promover a geração de riquezas para a comunidade e o desenvolvimento regional.

3.1 Contexto da pesquisa

Espera-se, com este estudo, contribuir com conhecimentos vinculados a transferência do conhecimento em empresas de base tecnológica bem como, oferecendo conceitos, técnicas e instrumentos para uma efetiva disseminação do conhecimento no contexto organizacional e empresarial.

No âmbito acadêmico, os resultados e conclusões alcançados neste estudo poderão contribuir para o enriquecimento de pesquisa sobre a transferência do conhecimento.

CRONOGRAMA

Planejamento NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI

Qualificação Projeto

Coleta de Dados

Tabulação Dados

Analise e Conclusão

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ANEXOS

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