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Foto 7 Capa do livro “Vamos a Hablar”

3.5 Compondo sentidos de nossas histórias

3.5.1 Docente dependente do livro didático

3.5.1.2 Outros materiais didáticos

A colcha a seguir, foi feita com retalhos de experiências sobre o uso de outros materiais para promover o ensino de espanhol como língua estrangeira, juntamente com o livro didático.

Lendo todas essas narrativas até aqui, é indiscutível o grande espaço que o livro didático ocupa, porém, há outros materiais que ocupam papel coadjuvante nessas aulas, como a música, por exemplo.

A professora Solange, sobre esse assunto, afirma usar a música como uma atividade complementar ao livro, além de outras atividades aprendidas na Colômbia, no curso de ‘Bachillerato’, que conforme sua narrativa é um curso semelhante ao nosso magistério, voltado para a formação de professores.

“Usei como parâmetro para ensinar o livro

didático, em alguns momentos eu levava uma

música, uma atividade complementar que eu tinha aprendido lá. E comecei a ensinar.”

“Trabalhando na Escola Técnica tive uma gestora que a orientadora e coordenadora da área do Espanhol e realizava também oficinas. Ela nos enviava material riquíssimo, e muito didático para que usássemos com nossos alunos em sala de aula. Outro ponto importante é que ela nos orientava para o ensino de espanhol de forma contrastiva com o português. Iniciei meu contato com os novos livros didáticos nessa época, pois tínhamos mais acesso nos cursos. O primeiro livro foi ‘Ven', depois o ‘Rápido’, com enfoque comunicativo, da Editora Difusión, que eu considero excelente, e em seguida ‘Gente’.”

“Depois fui trabalhar em outra escola que também focava mais na língua inglesa, mas tinha um cursinho lá, alguns alunos se interessavam na língua

espanhola, daí eu fui dar aula nessa escola, a minha turma tinha 12 alunos, era uma turma com mais alunos que a anterior e eram super interessados. O livro era o mesmo que eu dava aula antes, depois eles trocaram pra Español Sin Fronteras, porém era

mais interessante, porque ele me dava mais liberdade para trabalhar, eu tinha mais material

para trabalhar e isso me dava condições de dar umas aulas melhores, eu tinha data show, som para colocar música, eu tinha mais recursos tecnológicos,

digamos assim.”

“Além das aulas na universidade, eu usava o site do Aprenda Espanhol para ampliar as possibilidades de aprendizagem. Também usava o livro “Viaje al español” que meu professor me emprestou, pois na Universidade, naquela época, não tinha muita opção de livros didáticos de espanhol na biblioteca. Esses foram sendo comprados

à medida que foram sendo necessários.

Para ampliar meu aprendizado, também ouvia músicas de Luiz Miguel e Shakira, tentando compreender o que diziam e ia anotando o que entendia. Em seguida buscava a letra na internet e comparava com minha escrita. Ficava muito

contente quando acertava e aprendia muito quando escrevia algo bem diferente da letra original. Buscava no dicionário e depois tentava compreender o sentido geral da

letra. Com isso, aprendia muito vocabulário novo e, principalmente, trabalhava minha compreensão auditiva e

aprendia ao mesmo tempo um pouco de pronúncia.”

Esse primeiro ano de experiência passei dando somente aulas particulares. E no ano seguinte, comecei em colégio particular por indicação de uma amiga, era um dos primeiros com espanhol na grade escolar, na cidade. Foi muito bom e um grande aprendizado para mim. Usei como livro didático um dos primeiros que saiu para ensino de língua espanhola no Brasil “Vamos a hablar”. Aí, no colégio usei esse livro dos autores Pedraza e Rodríguez e que até hoje busco alguma coisa neles. Adotei dois livros com os quais trabalhei na quinta, sexta, sétima e oitava série. Fiquei uns dois anos neste colégio. Olhando esse livro pode-se ver a diferença na diagramação, reedição da gramática, tinha leitura, ele é bem interessante. Traz um texto e em seguida atividades de interpretação. Era meu material, usava também as músicas, descrição. Olha é um método fantástico, muito bonitinho, com imagens. E, além disso, é mais estruturado didaticamente, tem até ditado, por exemplo.

Em outro retalho, Solange compartilha a experiência de trabalhar em outra escola que lhe oferecia mais recursos tecnológicos, ampliando assim “as condições de dar aulas melhores”, com o uso de projetor e som para atividades com música.

No meu caso específico, a música constituiu material importante em meus estudos autodidatas. No início, usava mais para aprendizado de vocabulário e pronúncia. Depois, para aguçar meu ouvido em termos de variação na pronúncia de músicas de diversos cantores de diferentes países, conforme aparece no retalho apresentado anteriormente.

Além da música, também utilizava sites da internet que ofereciam curso de língua espanhola online gratuitamente. Considerava um complemento aos livros que usava, tanto na universidade como o que usava nos estudos autodidatas, pois em sua maioria, tais cursos tinham um formato semelhante: ensinavam listas de vocabulário e conjugação de verbos soltos e descontextualizados; o que não me atraía muito; porém, como era um período delicado financeiramente e eu estava muito ansiosa por aprender espanhol, usava esses sites porque eram gratuitos.

Tal tema é importante discutir, uma vez que estão presentes na formação de professores. No curso de Letras, por exemplo, e ainda na especialização e também no mestrado internacional que fiz, tivemos momentos em que analisávamos e escolhíamos os livros didáticos de diferentes concepções de ensino.