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3.1. F ASE DE D IAGNÓSTICO E C ARACTERIZAÇÃO

3.1.3. P ROCURA E SCOLAR

Das infra-estruturas já referidas, as escolas são um dos maiores pólos geradores de mobilidade. Contudo, muitas vezes o serviço prestado encontra-se desadequado às necessidades dos alunos. Sendo este tipo de deslocações bastante importante para o desenvolvimento do concelho, dado que transporta os jovens de casa para a escola todos os dias, e sendo estes uma fatia muito significativa da totalidade de utilizadores de transporte público nas áreas rurais, é importante conhecer a rede escolar e a distribuição geográfica das escolas.

―A partir das matrículas e das previsões de alunos que mudam de ano e daqueles que são transferidos de estabelecimento de ensino por mudança de ciclo é elaborada, em cada ano, a lista das localidades de onde provêm os alunos que, em princípio, irão precisar de utilizar o os transportes escolares‖ (DGTT - 1986).

Da mesma forma, saber os horários de entrada e saída de cada aluno por localidade de residência é vital para implementar uma rede adequada às necessidades de cada um e também para que a viatura de serviço nessas linhas não seja subdimensionada para a quantidade de utentes a transportar.

Nos anexos 3.3.1 e 3.3.2 encontram-se duas matrizes utilizadas pela empresa municipal de Cabeceiras de Basto encarregue dos transportes escolares nesse Concelho. Numa das matrizes apresentam-se os horários de entrada e saída de cada turma e especifica-se o número de alunos que viaja em cada circuito. Nas outras duas matrizes representam-se as características de cada

circuito como a localidade de origem, o destino, os horários da viagem e o número de alunos que o utilizam.

Simultaneamente à pesquisa dos dados de alunos, ―devem ser recolhidos todos os elementos respeitantes aos transportes públicos que sirvam as localidades do concelho ou zona de influência dos respectivos estabelecimentos de ensino, indicando os percursos e horários das carreiras existentes, que, sendo adequados aos horários escolares, passem nas localidades de residência dos alunos ou noutras circunvizinhas onde estes possam tomar o transporte público‖ (DGTT - 1986).

Deve então proceder-se, em primeiro lugar, à localização das escolas do Concelho diferenciando-as em categoria, ou seja, se é uma escola de 1.º, 2.º, 3.º Ciclos ou Secundária, tal como exemplificado na figura.

Figura 3.9 - Localização das Escolas de Oliveira do Bairro

Após a localização das escolas, é essencial conhecer os horários de funcionamento. No seguinte quadro encontram-se os horários das escolas apresentadas no mapa juntamente com o número de alunos de cada uma.

Tabela 3-6 - Escolas de Oliveira do Bairro

Identificada a localização das escolas e os seus horários de funcionamento interessa proceder à distribuição geográfica do lugar de residência dos estudantes a transportar e da localização escola / destino, tal como observado na figura seguinte.

Figura 3.10 - Procura Escolar da Escola EB 2/3 de Oliveira do Bairro

Depois de determinada a localização dos estudantes, deve referir-se de que modo se fazem transportar para as escolas, seja por operadora de transporte, através de veículos da Câmara ou outras instituições, ou táxis.

Refira-se que esses dados, tanto da localização dos alunos como o meio de transporte que utilizam e seus horários, deverão constar do ―Plano de Transporte Escolar‖, concretizado pelas

Nome Freguesia Categoria Nº Alunos Hora Entrada Hora Saida

1.º Ciclo Quinta Nova Bustos EB 1 60 9:30 15:30 1.º Ciclo/ Jardim Infância Bustos Bustos EB 1 + Creche 90 9:30 15:30 1.º Ciclo/ Jardim Infância Mamarrosa Mamarrosa EB 1 + Creche 53 9:30 15:30 1.º Ciclo Águas Boas Oiã EB 1 18 9:30 15:30

1.º Ciclo Malhapão Oiã EB 1 14 9:30 15:30

1.º Ciclo Oiã Oiã EB 1 194 9:30 15:30

1.º Ciclo Perrães Oiã EB 1 - 9:30 15:30

1.º Ciclo Silveiro Oiã EB 1 40 9:30 15:30

1.º Ciclo Albergue Palhaça EB 1 - 9:30 15:30 1.º Ciclo Palhaça Palhaça EB 1 75 9:30 15:30 1.º Ciclo Passadouro Troviscal EB 1 27 9:30 15:30 1.º Ciclo/ Jardim Infância Troviscal Troviscal EB 1 + Creche 53 9:30 15:30 1.º Ciclo/ Jardim Infância Cercal Baixo Oliveira do Bairro EB 1 + Creche 34 9:30 15:30 1.º Ciclo/ Jardim Infância Oliv. Bairro Oliveira do Bairro EB 1 + Creche 183 9:30 17:30 1.º Ciclo/ Jardim Infância Vila Verde Oliveira do Bairro EB 1 + Creche 61 9:30 15:30 Básica 2/3 Dr. Acácio de Azevedo Oliveira do Bairro EB 2/3 426 9:00 16:50 Básica 2/3 Dr. Fernando Peixinho Oiã EB 2/3 299 8:50 17:35 Secundária de Oliveira do Bairro Oliveira do Bairro EB 3 + S 298 8:30 17:30 IPSB Bustos JI + EB 1/2/3 + S 527 8:30 17:00

Câmaras Municipais antes do início do ano lectivo. ―Em cada município deverá ser organizado um plano de transporte escolar, conjugando e complementando a rede de transportes públicos e os planos de transportes aprovados para a região, de acordo com a procura efectivamente verificada em cada ano lectivo‖ (Decreto- Lei 299/84).

Na Figura 3.11 é dado o exemplo dos transportes na Lousã, sendo diferenciados os transportadores. Num mapa incluem-se os alunos transportados pela operadora de transporte rodoviário e no outro aqueles que se fazem deslocar por circuitos especiais.

Figura 3.11 - Alunos Transportados para as Escolas de Lousã

Aliados ao conhecimento geográfico das origens e destinos dos alunos, deverão ser tidos em conta alguns dados essenciais para o transporte escolar.

Um deles é a carga dos veículos que transportam os alunos, que não poderá transportar mais do que a sua lotação. Assim, conhecendo as linhas de transporte escolar, deve ser calculada a população escolar abrangida por cada uma, de modo a que possam ser aproveitados os recursos existentes, evitando veículos sub ou sobrelotados.

A Figura 3.12refere-se à procura escolar na rede de transportes de Vieira do Minho e representa o número de alunos que frequentam cada troço.

Figura 3.12 - Carga de Alunos por Troço da Rede de Transportes de Vieira do Minho

Outros dados a ter em conta são os tempos de espera na escola de manhã e de tarde, que devem ser calculados através da diferença entre a hora de início ou fim da escola e a hora de chegada ou de saída do autocarro.

Esses dados deverão ser apresentados em tabela, com a hora média de espera na escola e sob a forma de mapa indicando quais os tempos de espera dos alunos por localidade de residência. Esta forma de apresentação facilita o reconhecimento de onde se situam os alunos mais prejudicados. No mapa seguinte mostra-se o exemplo dos tempos de espera dos alunos das escolas de Águeda de manhã.

Com este estudo já será possível analisar quais as principais debilidades encontradas e que são urgentes melhorar. A oferta de transporte a todos os estudantes, a diminuição dos seus tempos de espera, assim como a integração de muitos serviços realizados por circuitos especiais em circuitos de transporte público, são alguns dos objectivos principais do transporte escolar que pretendem torná-lo o mais atractivo possível e ao mesmo tempo garantir a sua sustentabilidade económica.