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P ROSÓDIA E AQUISIÇÃO DA LÍNGUA 1 Ritmo e aquisição da língua

6.2. Aquisição da entoação 6.3. Desenvolvimento prosódico

O sexto e último módulo do programa trata do contributo da prosódia para a aquisição de diferentes unidades e estruturas linguísticas, a par da caracterização do próprio desenvolvimento prosódico. Aqui, como anteriormente, destacam-se trabalhos experimentais sobre as questões em análise e faz-se especial referência a estudos sobre o Português.

Existe uma vasta literatura que demonstra empiricamente a presença de uma sensibilidade precoce a propriedades prosódicas e que aponta para que as crianças estejam equipadas com um mecanismo de processamento do sinal de fala (input) inicialmente sintonizado para informação prosódica (e.g Morgan 1986, Morgan & Demuth 1996, Jusczyk 1997, Höhle 2009). Pistas prosódicas associadas a propriedades como o acento, as proeminências e fronteiras prosódicas, o ritmo e a entoação ajudam o bebé a segmentar o sinal de fala em unidades linguísticas e podem contribuir para a sua categorização.6 Este processo tornou-se conhecido como bootstrapping prosódico e tem sido investigado como uma das abordagens que visa contribuir para a compreensão da aquisição da língua (Figura 24).

Entre as pistas prosódicas mais investigadas, estão as que se relacionam com o ritmo, sendo que para o ritmo podem contribuir diversos factores, desde a distribuição dos padrões acentuais e de proeminência a diferentes níveis prosódicos, a própria distribuição dos eventos tonais, a forma acústica como a proeminência é realizada, ou os padrões de combinação segmental entre consoantes e vogais (ver Módulo 3). Estudos como o de Nazzi et al. (1998) demonstram que bebés recém-nascidos conseguem discriminar línguas pertencentes a classes rítmicas diferentes, mas não línguas agrupadas ritmicamente na mesma classe. Em (29), apresenta-se uma síntese dos resultados de estudos de discriminação rítmica com bebés.

6 Ver também o módulo 5 para uma ilustração de como as propriedades prosódicas contribuem para a segmentação do input.

Figura 24. Do sinal para a gramática.

(29) Tipo rítmico Línguas Discriminação

Acentual / Silábico Inglês/Italiano √

Inglês/Castelhano √

Russo/Francês √

Inglês+Neerlandês/ Italiano+Castelhano √

Acentual / Moraico Inglês/Japonês √

Neerlandês/Japonês √

Acentual / Acentual Inglês/Neerlandês X

Silábico / Silábico Castelhano/Catalão X

Acen+Sil / Acen+Sil Inglês+Italiano/

Neerlandês+Castelhano X

Estes resultados constituem uma evidência forte de que os bebés estão equipados com mecanismos perceptivos especialmente sensíveis a propriedades rítmicas do sinal de fala, que permitem a identificação dessas propriedades.

A relação entre propriedades rítmicas e unidades linguísticas tem sido explorada nas abordagens de bootstrapping (Figura 25). Foi proposto, por exemplo, que pistas rítmicas estão na base do bootstrapping prosódico da ordem de palavras, da segmentação de palavras e sua categorização, ou do tipo de reportório silábico (Nespor et al. 1996, Christophe et al. 2003; Jusczyk et al. 1999, Nazzi et al. 2006, Christophe et al. 2008; Mehler & Nespor 2002, Vigário et al. 2003).

Figura 25. Do sinal para a gramática: o papel das propriedades rítmicas.

A correlação existente entre a posição da proeminência de sintagma fonológico (inicial ou final) e a ordem sintáctica entre cabeça e complemento nas línguas (ver Módulo 2), permite associar o padrão rítmico em (30a) com a ordem cabeça-complemento e o padrão rítmico em (30b) com a ordem complemento-cabeça. Trabalhos experimentais demonstram que os bebés têm as capacidades perceptivas necessárias para computar estas pistas rítmicas, dado que discriminam entre sinais de fala segmentalmente idênticos mas prosodicamente diferentes no que respeita à posição da proeminência de sintagma fonológico (e.g. Christophe et al. 2003).

(30) a. [ … (ws)φ (ws)φ (ws)φ … ]I b. [ … (sw)φ (sw)φ (sw)φ … ]I

As propriedades rítmicas das línguas estão também correlacionadas com padrões de proeminência ao nível lexical e com tamanho de palavra. Em línguas de ritmo acentual, como o Inglês, o Neerlandês ou o Alemão, o padrão trocaico (sw) é dominante, ao contrário do que sucede, por exemplo, no Francês, ou no Português Europeu.7 Paralelamente, línguas de ritmo acentual possuem palavras

7 Segundo Cutler & Carter (1987), cerca de 96% das palavras lexicais do Inglês começam por sílaba tónica; 80% das palavras lexicais são monossílabos. No PE, apenas 25% das palavras lexicais começam por sílaba tónica; 71% das palavras lexicais possuem 3 ou mais sílabas (contagem em types, obtida sobre uma secção da FrePOP – Frota et al. 2010).

mais curtas, enquanto línguas de ritmo silábico ou moraico possuem palavras mais longas. Estas correlações permitem gerar as espectativas de segmentação do sinal de fala em (31): uma segmentação inicial baseada no acento, ou mais propriamente no pé binário trocaico (e com tendência para palavras mais curtas) em línguas de ritmo acentual e uma segmentação inicial baseada na sílaba (e posteriormente com tendência para palavras mais longas) em línguas de ritmo silábico. Estudos experimentais confirmam que bebés ingleses, neerlandeses e alemães segmentam precocemente palavras trocaicas (mas não palavras jâmbicas) e bebés franceses falham a segmentação de dissílabos, começando por reconhecer monossílabos e integrando as duas sílabas numa mesma unidade apenas mais tarde (Höhle 2009).

(31) a. Ritmo acentual: [ x x (xs xw) x x ] padrão trocaico >> palavra curta b. Ritmo silábico [ x x (x) x x x ] sílaba >> palavra longa

O facto de palavras funcionais serem habitualmente itens muito frequentes na língua, com forma monossilábica, sem acento e localizados mas margens de unidades prosódicas (designadamente de sintagmas fonológicos e entoacionais), permite que os bebés possam extrair estas regularidades, compilando uma lista destes elementos muito frequentes e identificando-os com palavras funcionais quando ocorrem nas fronteiras de constituintes prosódicos. Vários trabalhos experimentais mostram que os bebés pouco depois do primeiro ano são já capazes de identificar categorias de palavras (Christophe et al. 2008).

As propriedades rítmicas correlacionam-se ainda com o tipo de reportório silábico da língua (ver Módulo 3). As línguas de ritmo acentual possuem tipicamente reportórios silábicos vastos, com muitos tipos e grande complexidade silábica; pelo contrário, línguas de ritmo silábico tendem a possuir reportórios mais pequenos, com menos tipos e formatos silábicos mais simples (Quadro 5). Esta correlação permite que o ritmo ajude a criança a determinar o tipo de reportório silábico da língua. Por sua vez, o tipo de reportório silábico correlaciona-se com os formatos de palavra, sendo mais um factor a contribuir para as estratégias de segmentação em (31): sistemas silábicos complexos possibilitam mais diversidade com menos sílabas, logo palavras mais pequenas; sistemas silábicos simples necessitam de mais sílabas

para realizar contrastes lexicais, logo palavras mais longas (Mehler & Nespor 2002).

Quadro 5. Propriedades de sistemas silábicos complexos e sistemas silábicos simples (Vigário, Frota & Freitas 2003).

Syllable types English Dutch Spanish French EP

Number 16 19 9 - 6 Most frequent (%) CV 34 CV 36 CV 58 CV 56 CV 65 CVC 30 CVC 32 CVC 22 CVC 19 CVC 16 VC 15 VC 15 CCV 6 V 10 V 11 V 8 CVCC 6 V 6 CCV 7 CCV 5 CVCC6 V 2 VC 3 Closed syllables (%) 56 59 30 26 19 CC(C) (%) --- 14 --- --- 6

Estudos do desenvolvimento prosódico infantil, na perspectiva da produção e linguisticamente informados, são ainda recentes. No que respeita à aquisição do sistema entoacional, apenas um pequeno conjunto de línguas foi ainda considerado. Os resultados disponíveis apontam para diferenças entre línguas, com o Castelhano, o Catalão e o Português Europeu a serem caracterizados por um desenvolvimento entoacional precoce e o Inglês e Neerlandês por um desenvolvimento entoacional mais tardio. No primeiro conjunto de línguas, as crianças mostram dominar um léxico entoacional próximo do do adulto, com o uso apropriado das diferentes melodias para veicular significados, e mostram ainda um desenvolvimento na produção dos padrões de alinhamento e escalonamento tonal, bem antes do início do estádio das duas palavras, ou seja, da produção de enunciados com combinação de palavras (Snow 2006, Chen & Fikkert 2007, Prieto & Vanrell 2007, Frota & Vigário 2008). As Figuras 26 e 27 ilustram o uso apropriado de diferentes melodias, por uma criança portuguesa com 20 meses, que inicia o estádio de duas palavras aos 26 meses. No caso do chamamento, verifica-se a produção pragmaticamente adequada do chamamento cantado em primeiro lugar, com a selecção correcta dos tons de fronteira que fazem a distinção entre os dois tipos de chamamento. No caso da declarativa em resposta à pergunta, verifica-se a produção inicial de uma declarativa neutra, substituída para uma declarativa focalizada na resposta à repetição da pergunta por parte do adulto, com um constraste de alinhamento do tom H, associado a esta distinção pragmática (ver Módulo 4, designadamente o Quadro 3).

Figura 26. Produção de dois chamamentos consecutivos: chamamento cantado, seguido de chamamento insistente.

Figura 27. Sequência de respostas à pergunta do adulto 'Sabes quem é esta?', repetida por este após a primeira resposta da criança: declarativa neutra, seguida de declarativa focalizada.

Se parece não existir uma correlação entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento sintáctico, os estudos atrás referidos apontam para uma correlação entre desenvolvimento entoacional e desenvolvimento lexical, dado

que o primeiro surge associado a saltos significativos no tamanho do léxico produzido.

Trabalhos sobre o desenvolvimento da estrutura prosódica a partir de dados de produção têm também revelado diferenças entre línguas. Destaca-se o formato das primeiras palavras, com línguas em que o formato de pé binário domina (e.g. Inglês, Neerlandês, Japonês) e línguas em que formas monossilábicas monomoraicas prevalecem (e.g. Francês, Português). As propriedades prosódicas de enunciados de uma só palavra e de enunciados multipalavra fornecem pistas para o estatuto prosódico das sílabas (ou pés) e das sequências de palavras que os constituem (Fikkert 1994, Odorico & Carubbi 2003, Berens & Gout 2005, Demuth & McCullough 2008). O estudo destas pistas permite determinar se um dado elemento é ou não tratado como uma palavra prosódica, ou como um sintagma entoacional, e se dois ou mais elementos se encontram prosodicamente integrados numa mesma unidade, ou prosodicamente separados em unidades diferentes. Por outras palavras, um tal estudo permite determinar as propriedades da estrutura prosódica dos enunciados produzidos e o seu desenvolvimento. Por exemplo, a presença de truncamento inicial de palavras dissilábicas no PE, ou a sua produção com duas sílabas mas em que cada uma das sílabas apresenta um acento tonal (1PA/syl), sugerem fortemente que num estádio inicial a sílaba está a ser tratada pela criança como uma palavra prosódica e que a integração de duas (ou mais) sílabas na mesma palavra prosódica acontece num estádio posterior, quando quer o truncamento quer o acento tonal por sílaba quase desaparecem dando lugar a uma sequência de sílabas produzida com um único acento tonal (disyl_1PA) (Figura 28).

De uma forma similar, a ausência de integração prosódica nos primeiros enunciados multipalavra, revelada pela presença de pistas como pausas ou reset (ver Módulo 4), mostra que estas produções são formadas por sequências de constituintes prosódicos de uma única palavra (Figura 29) que contrastam com sequências de palavras integradas num mesmo constituinte prosódico (Figura 30). Naturalmente, a ausência/presença de integração prosódica tem consequências não só para o conhecimento do processo de desenvolvimento prosódico, mas também para o conhecimento da emergência da sintaxe.

Figura 28. Estratégias na produção de alvos dissilábicos: (1) até 1;04; (2) de 1;05 a 1;08. Dados de Luma (Frota 2010).

Figura 29. Enunciado 'Mamã, olha', produzido com dois sintagmas entoacionais (1;09).

Figura 30. Enunciado 'Mamã, olha', produzido num único sintagma entoacional (1;11).

A estrutura prosódica mostrou-se igualmente pertinente para o conhecimento do desenvolvimento de outros aspectos da fonologia. Níveis de estrutura acima da palavra condicionam a emergência e desenvolvimento da sílaba: a coda emerge em primeiro lugar em posição final de palavra prosódica coincidente com a posição final de sintagma entoacional (ver exemplo (32) ) e apenas mais tarde em posição final de palavra prosódica interna ao sintagma entoacional (Jordão 2009).

(32) [u på»ti¯u piki»ninuS] 03;03.08 [os patinhos pequeninos]I

No domínio da percepção, a capacidade de os bebés discriminarem padrões acentuais contrastantes tem sido muito estudada para várias línguas. Os resultados obtidos mostram que esta capacidade depende crucialmente do input, com bebés aprendentes de Inglês ou de Castelhano a serem bem sucedidos aos 9 meses de idade, enquanto bebés aprendentes de Francês não o são (Skoruppa et al. 2009). Estudos sobre a discriminação de padrões entoacionais, pelo contrário, são raros e muito recentes, não permitindo ainda comparações entre línguas. A maior parte destes estudos recorre a paradigmas experimentais clássicos, como o movimento preferencial da cabeça ou o paradigma da habituação visual, para medir a atenção do bebé face aos estímulos sonoros. Na

Figura 31 apresenta-se um vídeo ilustrativo da aplicação do paradigma de habituação visual (ver versão electrónica do Relatório, no CD-ROM).

Figura 31. Vídeo ilustrativo da aplicação do paradigma de habituação visual ao estudo da discriminação de contornos entoacionais (Lisbon Baby Lab, 2011). O estudo da importância de factores prosódicos para a aprendizagem das palavras é também recente, pois a literatura neste domínio têm-se concentrado nos aspectos segmentais. No Inglês, o reconhecimento das palavras parece ser inicialmente afectado tanto pelo padrão acentual como por propriedades entoacionais, tornando-se estas últimas irrelevantes a partir dos 9 meses (Singh et al. 2008), ao contrário das primeiras. Num estudo sobre aprendizagem de palavras no Português, verificou-se que bebés de 1 e 2 anos de idade interpretam mudanças no padrão entoacional como alterações na palavra, ao contrário de crianças com 3 e 4 anos (Frota et al. 2011). Ainda nesta linha, foi recentemente demonstrado que bebés de 6 meses conseguem segmentar palavras em fala contínua e associá-las a um referente visual apenas quando estas estão alinhadas com uma fronteira prosódica de sintagma entoacional, marcada por propriedades duracionais e melódicas (Skula et al. 2011). Em resumo, a investigação realizada sugere que, pelo menos em línguas como o Inglês e o

Português, a prosódia, designadamente o sintagma entoacional e as propriedades que o caracterizam, guiam a segmentação inicial de palavras e o seu reconhecimento e interpretação. Na perspectiva experimental, os estudos recentes têm recorrido a técnicas de registo automático do movimento dos olhos, tomando este movimento como indicativo da interpretação linguística dos estímulos sonoros e visuais. Um vídeo ilustrativo é apresentado na Figura 32 (ver versão electrónica do Relatório, no CD-ROM).

Figura 32. Vídeo ilustrativo da utilização do registo do movimento dos olhos num estudo de aprendizagem de palavras (Frota et al., 2011).

Dada a complexidade dos factores envolvidos no processo de aquisição da língua, após décadas de investigação no domínio da percepção e dos trabalhos mais recentes no âmbito da produção, o conhecimento do papel da prosódia – estrutura prosódica, ritmo, entoação – neste processo é ainda fragmentário. Muitos percursos de investigação permanecem por explorar, como os que a seguir se referem, a título exemplificativo. Diferentes propriedades rítmicas parecem determinar diferentes estratégias de segmentação nas línguas (ver (31) acima) e os formatos de palavra inicialmente produzidos parecem correlacionar-se com essas estratégias. Todavia, a relação entre unidades de segmentação na percepção, no primeiro ano de vida, e as unidades linguísticas da produção inicial, no segundo ano de vida, encontra-se por determinar. Nos

últimos anos, tem surgido evidência crescente para a importância das propriedades do input no processo de aquisição. Mas a demonstração de que a segmentação lexical é mais precoce em bebés aprendentes do Inglês do que em bebés aprendentes do Francês devido a propriedades específicas do input presentes numa língua e ausentes noutra, ou de que o desenvolvimento entoacional é mais precoce em bebés aprendentes do Catalão ou do Português do que em bebés aprendentes do Inglês ou do Neerlandês devido a propriedades do input, encontra-se ainda por fazer. Também o papel da prosódia como janela inicial promotora do reconhecimento e interpretação das palavras não foi ainda estabelecido como potencialmente universal ou crucialmente dependente das propriedades específicas de cada língua.

O Português Europeu, neste campo, constitui um importante objecto de teste, devido à combinação de propriedades prosódicas que o caracteriza: uma estrutura prosódica com uma palavra prosódica mais forte e um sintagma fonológico aparentemente mais fraco do que em outras línguas românicas, mas com ressilabificação dentro de I tal como nas restantes línguas românicas (ver Módulo 2); a mistura de elementos rítmicos silábicos e acentuais (ver Módulo 3); a presença de elementos entoacionais semelhantes a outras línguas românicas (como o acento pós-nuclear) a par de elementos entoacionais diferentes (como a presença esparsa de acentos tonais – ver Módulo 4). A realização de investigação experimental com dados do PE nos domínios da discriminação rítmica por bebés poderia pois dar um contributo para o entendimento de quais as propriedades rítmicas mais salientes para os mecanismos perceptivos das crianças. Também a investigação das estratégias de segmentação lexical em bebés aprendentes do PE, em comparação com os estudos já existentes, poderia dar um contributo para a associação entre propriedades rítmicas, relevância da estrutura prosódica e unidades de segmentação inicial nas línguas. A exploração de algumas destas linhas de investigação está prevista no âmbito do projecto Development of prosodic

structure and intonation, presentemente em curso no CLUL.

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7. A

NEXO

I

B

IBLIOGRAFIA ALARGADA

Ambrazaitis, G. (2010). Nuclear Intonation in Swedish. Evidence from Experimental-

Phonetic Studies and a Comparison with German. Lund: Lund University

press.

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