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4.1 EXPOSIÇÃO E DISCUSSÃO INDIVIDUAL DOS CASOS

4.1.2 Paciente 2

O paciente 2, de 70 anos, faz uso diário de 4 medicamentos, sendo que entre os medicamentos administrados, a losartana é administrada duas vezes ao dia e o paracetamol três vezes ao dia. No quadro 3 estão dispostos os quatro medicamentos administrados pelo paciente e seus respectivos horários.

Os medicamentos utilizados pelo paciente com prescrição não possuem interação entre si, e nenhuma reação adversa aparentemente relacionada aos medicamentos foi observada. Entretanto, se considerarmos os medicamentos ibuprofeno e diclofenaco de potássio que são utilizados de forma esporádica, porém sem indicação médica, possíveis interações medicamentosas que comprometem a ação dos medicamentos antihipertensivos utilizados pelo paciente podem ocorrer. Quadro 3 – Distribuição dos medicamentos utilizados pelo Paciente 2 de acordo com o período em que são administrados

Manhã Jejum Características Farmacológicas

1 sachê de Disfor® sachê (uma

hora antes da alimentação) Peptídeos auxiliadores na de ação colágeno dos condrócitos (DISFOR, 2018) 1 comprimido Losartana

potássica 50 mg Antagonista do receptor (tipo AT1) da angiotensina II (PRATI DONADUZZI, 2017)

1 comprimido Paracetamol 750

mg Analgésico e antitérmico (UNIÃO QUÍMICA, 2017) Manhã – após café

1 comprimido Hidroclorotiazida

25 mg Diurético tiazídico (PHARLAB, 2017) Tarde (16 horas)

1 comprimido Paracetamol 750

mg Analgésico e antitérmico (UNIÃO QUÍMICA, 2017) Noite

1 comprimido Losartana

potássica 50 mg Antagonista do receptor (tipo AT1) da angiotensina II (PRATI DONADUZZI, 2017)

1 comprimido Paracetamol 750

mg Analgésico e antitérmico (UNIÃO QUÍMICA, 2017) * O paciente, além de hipertensão, também tem artrite e artrose. Em decorrência das dores provenientes destas últimas duas doenças, o mesmo faz uso esporádico e sem indicação médica de diclofenaco de potássio 50 mg e/ou ibuprofeno 600 mg (AINES), além do uso contínuo de paracetamol para controlar as dores.

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4.1.2.1 Possível interação 1 - AINES vs Hidroclorotiazída e Losartana A hidroclorotiazida e a losartana atuam aumentando os níveis de prostaglandinas renais que possuem ação vasodilatadora e, portanto, contribuem para o efeito hipotensor desses fármacos. Por outro lado, os AINES diminuem os níveis de prostaglandinas por inibição da enzima ciclooxigenase (DRUGS, 2016; BORGES et al., 2017). Desta forma a pressão do paciente deve ser cuidadosamente monitorada para evitar possíveis problemas.

4.1.2.2 Adesão ao tratamento

Em relação aos aspectos da forma de adesão do paciente ao seu esquema terapêutico, o paciente foi considerado aderente (vide 3.3.2.2.2). Com o cronograma de uso de medicamentos individualizado fornecido ao paciente, observou-se uma melhora na adesão ao tratamento.

4.1.2.3 Intervenções

O paciente não necessitou de alterações em seu esquema terapêutico, desta forma foi realizada a entrega do Quadro 2 como cronograma de administração, tal qual como descritas as medicações e horário de administração.

Em relação à possível interação entre os AINES vs losartana e hidroclorotiazida (vide 4.1.2.1) o paciente foi convidado a ter sua pressão arterial monitorada na farmácia. Também procedeu-se a intervenção farmacêutica com a indicação que o paciente procure seu médico para um melhor tratamento para suas dores, considerando que existem medicamentos alternativos com menos efeitos deletérios. O paciente está fazendo uso de automedicação que pode estar comprometendo o tratamento de sua hipertensão. O encaminhamento ao médico com o caso do paciente foi feito (APÊNDICE D).

4.1.3 Paciente 3

O paciente 3, de 71 anos, faz uso de 5 medicamentos diferentes diariamente, sendo que o Galvus Met® e o Ômega 3 são utilizados duas vezes ao dia. O paciente é hipertenso e diabético, além de apresentar, hipercolesterolemia, esteatose, artrose e depressão conforme declarado

pelo mesmo. No quadro 4 estão expostos os medicamentos e os respectivos horários em que são administrados.

Quadro 4 – Distribuição dos medicamentos utilizados pelo Paciente 3 de acordo com o período em que são administrados

Manhã (após café) Características Farmacológicas 1 comprimido Valsartana 160 mg Antagonistas do receptor da

angiotensina II (EMS, 2017) 1 comprimido Duloxetina 60 mg Inibidor da recaptação de

serotonina e noradrenalina (BIOSSINTETICA, 2017). 1 capsúla gelatinosa Ômega 3 --- Meio dia – após almoço

1 comprimido Vidagliptina + metformina (Galvus Met® 50/850)

Anti-hiperglicêmico Inibidor da dipeptidil-peptidase-4 (DPP-4) + anti-hiperglicêmico biguanida (GALVUS MET, 2016)

1 cápsula gelatinosa Ômega 3 --- Noite

1 comprimido Sinvastatina 20

mg Inibidor específico da HMG-CoA redutase – agente redutor do colesterol (GEOLAB, 2018) 1 comprimido Vidagliptina +

metformina (Galvus Met® 50/850)

Anti-hiperglicêmico Inibidor da dipeptidil-peptidase-4 (DPP-4) + anti-hiperglicêmico biguanida (GALVUS MET, 2016)

* O paciente faz uso do medicamento Paco® 500/30 (paracetamol + codeína) quando sente dor (indicação médica)

Fonte: Autor.

4.1.3.1 Reações adversas

Durante a entrevista o paciente alegou ter dores de cabeça semanais. Conforme a bula, o medicamento duloxetina utilizado pelo paciente ocasiona cefaleia muito frequentemente entre os pacientes que o utilizam. Além disso, o paciente relatou tonturas ocasionais, o que também é um efeito colateral possivelmente relacionado ao medicamento duloxetina. Os efeitos colaterais tontura e cefaleia também são frequentemente observados em pacientes que fazem uso do Galvus Met® (GALVUS MET, 2016). Desta forma, procedemos a redação do encaminhamento médico (APÊNDICE D) relatando essas reações

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adversas abordadas pelo paciente. Propomos ao médico que seja feita uma avaliação deste paciente para observar se as tonturas e dores de cabeça podem ser decorrentes destes medicamentos ou se o paciente pode estar apresentando quadros de hipoglicemia.

4.1.3.2 Adesão ao tratamento

O paciente é aderente ao tratamento (vide 3.3.2.2.2). Esse mesmo paciente demonstra grande preocupação em fazer uso correto dos medicamentos, sempre no mesmo horário.

4.1.3.3 Intervenções

O paciente não necessitou de alterações em seu esquema terapêutico, desta forma foi realizada a entrega do Quadro 3 como cronograma de administração, tal qual como descritas as medicações e referidos horários de administração.

Através do exposto no tópico (vide 4.1.3.2) Reações adversas, realizou-se encaminhamento ao médico (APÊNDICE D) como forma de demonstrar a possibilidade de troca de medicamentos para melhora da qualidade de vida do paciente.

4.1.4 Paciente 4

O paciente 4 tem 69 anos e faz uso de 4 medicamentos diariamente, sendo que cada um deles é administrada somente uma vez ao dia. O paciente é hipertenso e hipotireoideo. No quadro 5 estão expostos os medicamentos e os respectivos horários em que são administrados.

Quadro 5 – Distribuição dos medicamentos utilizados pelo Paciente 4 de acordo com o período em que são administrados

Jejum (30 minutos antes do café)

Caracteristícas Farmacológicas 1 comprimido Levotiroxina 75

mg Hormônio Tireoidiano (MERCK, 2017)

Manhã (após café)

1 comprimido Olmesartana medoxomila + hidroclorotiazida 40/25 (Benicar HCT®)

Bloqueador seletivo do receptor de angiotensina II do subtipo AT1 + diurético tiazídico (BENICAR

HCT, 2016) Manhã (9:00)

1 comprimido Sertralina 50 mg Inibidor Seletivo da Recaptação de Serotonina (ISRS) (EMS, 2017) 1 cápsula gelatinosa Ômega 3 ---

Noite

1 comprimido Alprazolam 2mg Benzodiazepínico (TEUTO, 2017) * O paciente faz uso esporádico, quando sente dores, de Citrato de orfenadrina, dipirona e cafeína (Dorflex®) e Paracetamol, cafeína, carisoprodol, diclofenaco sódico (Infralax®) sem indicação médica. Fonte: Autor.

4.1.4.1 Possíveis interações medicamentosas

As medicações utilizadas com indicação médica pelo paciente não possuem possíveis interações entre si através das análises realizadas nos sítios Drugs e Micromedex. Porém, o paciente tem o hábito da automedicação em caso de dores e foi encontrada forte interação entre os medicamentos tomados pelo paciente e o medicamento composto para dores Infralax®.

4.1.4.2 Possível interação 1 - AINES vs Hidroclorotiazida e Olmeosartana

Assim como no caso do paciente 2, é feito uso de um AINE (diclofenaco incluso na fórmula do Infralax®) que compromete a produção de prostaglandinas renais, podendo comprometer a ação da hidroclorotiazida e olmeosartana (DRUGS, 2016). Assim como com o paciente 2, realizou-se a monitorização da pressão arterial do paciente 4 quando faz uso destas medicações para dores.

4.1.4.3 Adesão ao tratamento

O paciente foi considerado não aderente (vide 3.3.2.2.2) devido a este paciente deixar de tomar o medicamento para hipertensão quando se sente bem.

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4.1.4.4 Intervenções

O paciente não necessitou de alterações em seu esquema terapêutico, desta forma foi realizada a entrega do Quadro 4 como cronograma de administração, tal qual como descritas as medicações e horários de administração.

Conversou-se com o paciente sobre a importância do uso contínuo dos medicamentos, principalmente os medicamentos para hipertensão que é conhecida como uma doença silenciosa que manifesta diversas complicações ao longo do tempo (BRASIL, 2006). Essa conversa foi realizada devido ao fato de, no questionamento sobre a adesão ao tratamento o paciente ter relatado que quando passa a sentir- se bem com o medicamento anti-hipertensivo, deixa de usá-lo. Outra orientação dada a este paciente foi em relação aos medicamentos AINES utilizados através de automedicação, descrevendo a possibilidade de interações em seu tratamento. Além disso, foi oferecido o serviço de aferição arterial na farmácia para controle de sua pressão. O encaminhamento ao médico do caso do paciente (APÊNDICE D) foi realizado depois de esclarecer a importância de conversa com o médico para uma melhor opção terapêutica para as dores e que não cause interação com os medicamentos anti-hipertensivos.

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