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As imagens utilizadas neste estudo s˜ao de pacientes oriundos de um consult´orio oftalmol´ogico privado especializado em estrabismo, localizado na cidade de S˜ao Lu´ıs-MA. A aquisi¸c˜ao das imagens ocorreu por um per´ıodo aproximado de 8 meses. Todos os pacientes que concordaram em participar do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

3.2.1

Protocolo de Aquisi¸c˜ao

Os pacientes foram submetidos ao protocolo de aquisi¸c˜ao estabelecido pelo m´edico especialista. Este protocolo estabelece crit´erios para inclus˜ao e exclus˜ao dos pacientes na base de dados, sendo descritos a seguir.

Exame e crit´erios de inclus˜ao de pacientes na base de dados Os pacientes pertencentes `a base de dados s˜ao examinados, observando-se:

CAP´ITULO 3. MATERIAIS E M ´ETODOS 58

• Biomicroscopia1;

• Fundoscopia2 (p´olo posterior);

• Tonometria de aplana¸c˜ao3 (sempre que poss´ıvel);

• Exame de motilidade ocular4.

No exame de motilidade ocular foi feita a avalia¸c˜ao do alinhamento ocular pelo Cover Test, ou teste de cobertura simples e alternada. Este, ´e um teste um pouco mais complexo do que o m´etodo de Hirschberg atrav´es do qual se oclui alternadamente os dois olhos, sendo solicitado que o Paciente fixe o olhar num determinado ponto (objeto parado). Se ambos os olhos mantiverem-se alinhados, quer seja, sem desvio quando se troca a oclus˜ao, isso significa que n˜ao h´a estrabismo. Contrariamente, ou seja, quando a troca da oclus˜ao provoca movimenta¸c˜ao do olho desviado para fixa¸c˜ao no objeto, isso significa que h´a Estrabismo. Do Cover Test, pode-se constatar duas situa¸c˜oes:

1. N˜ao houve desvio: completa-se a avalia¸c˜ao estrabol´ogica com teste das 4∆ (dioptria prism´atica5) e avalia¸c˜ao sensorial pelo teste de acuidade

estereosc´opica de Titmus.

(a) se as duas ´ultimas avalia¸c˜oes tamb´em forem normais, o paciente far´a parte do grupo controle (sem estrabismo);

(b) se pelo menos um destes dois exames der alterado, o paciente ser´a inclu´ıdo no grupo teste (com estrabismo)

1A biomicroscopia corresponde `a visualiza¸ao externa do olho ( c´ornea, esclera, conjuntiva)

bem como de todos componentes da cˆamara anterior ( ´ıris, aquoso, cristalino e suas c´apsulas) e at´e de parte do segmento posterior ( v´ıtreo anterior e retina) atrav´es de lentes apropriadas.

2A fundoscopia ´e exame de fundo de olho.

3A tonometria ´e a medida da press˜ao intra ocular.

4A avalia¸ao da motilidade ocular ´e realizada atrav´es do cover test (do oclusor manual) ou

do reflexo luminoso corneal, solicitando que o paciente fixe o olhar num ponto (cover test) ou luz (reflexo luminoso), para ser verificado o desvio dos olhos para perto e para longe

5Unidade de desvio prism´atico. Unidade que especifica o desvio produzido por um prisma

oft´almico. Uma dioptr´ıa prism´atica representa um desvio de um cent´ımetro em uma superf´ıcie plana situada a um metro do prisma.

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2. Houve desvio: aplica-se o m´etodo de prisma e cobertura (prisma e cover ) alternado, para quantifica¸c˜ao do desvio e o paciente ir´a para o grupo teste, se o seu desvio horizontal e/ou vertical for de at´e 15∆. Acima deste valor,

inclui-se em um dos crit´erios de exclus˜ao.

Crit´erios de exclus˜ao de pacientes da base de dados • Grupo teste (com estrabismo)

– Ter desvio maior que 15∆ na horizontal e/ou vertical;

– Opacidade ou qualquer tipo de altera¸c˜ao corneana e/ou palpebral que inviabilize a observa¸c˜ao dos reflexos luminosos em ambas as c´orneas; – Irregularidade no contorno limbar;

– Altera¸c˜oes no tamanho de um dos olhos, como a microftalmia. N˜ao se incluem como crit´erios altera¸c˜oes pupilares ou irianas, tais como: leucocoria, anisocoria, discoria; bem como altera¸c˜oes de segmento posterior, com ou sem comprometimento visual;

– Nistagmo6 manifesto.

• Grupo controle (sem estrabismo)

– Incapacidade de atingir 1,0 / 1,0 (na tabela de Snellen) de vis˜ao com a melhor corre¸c˜ao visual ou de informar a acuidade visual;

– Incapacidade de alcan¸car 40” de arco no teste de acuidade visual estereosc´opica de Titmus ou de realizar o teste;

– Nistagmo manifesto ou oscila¸c˜oes repetidas e involunt´arias r´ıtmicas de um ou ambos os olhos em algumas ou todas as posi¸c˜oes de mirada.

3.2.2

Aquisi¸c˜ao das imagens

A aquisi¸c˜ao das imagens foi realizada no pr´oprio consult´orio oftalmol´ogico utilizando uma cˆamera SonyR Cyber–shot 8.1 megapixels (ou superior), com zoom

6Nistagmo s˜ao oscila¸oes repetidas e involunt´arias r´ıtmicas de um ou ambos os olhos em

CAP´ITULO 3. MATERIAIS E M ´ETODOS 60

´

optico de 3x, ajustada para o modo de captura de imagens (com mais detalhes e nitidez), com resolu¸c˜ao de 2048 x 1536 pixels.

A fotografia ´e adquirida com o paciente sentado na cadeira de exames, o rosto deve est´a centralizado a cerca de 40-50cm de distˆancia da m´aquina fotogr´afica. A luz da sala permanece ligada, mas sem o foco de luz complementar. Pede-se para o paciente olhar para uma figura acomodativa presa lateralmente `a objetiva da cˆamera fotogr´afica. O flash deve est´a ativado para gerar o brilho, ou primeira imagem de Purkinje. J´a a fun¸c˜ao macro ´e utilizada para garantir a focaliza¸c˜ao perfeita da imagem adquirida, mesmo o paciente estando pr´oximo a uma distˆancia de 40-50cm da cˆamera. Caso o paciente utilize lentes corretivas, a foto ser´a adquirida com as mesmas. A Figura 3.1 ilustra a aquisi¸c˜ao da fotografia da face do paciente realizada no consult´orio oftalmol´ogico.

Figura 3.1: Aquisi¸c˜ao da fotografia da face do paciente.

A base total de imagens adquiridas para testes ´e formada por 45 imagens contendo fotos de pacientes de ambos os sexos e variadas idades, com ou sem lentes corretivas. Dos 45 pacientes, 15 foram diagnosticados pelo especialista como estr´abicos.

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