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1 INTRODUÇÃO

2.3 PACTO DE COOPERAÇÃO

Entre os anos 2000 e 2007, a Escola Agrícola Municipal Ministra Leonor Barreto Franco foi desativada enquanto escola agrícola. Seu prédio, nesse período, foi utilizado como sede do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI). Durante aquele período, as crianças beneficiárias desse programa, no município, eram levadas de ônibus para o local da escola, distante cerca de 2 km da sede do município onde participavam das atividades socioeducativas promovidas pelo programa e coordenadas pelos monitores do PETI. Em 2008, ocorreu a descentralização dos estudantes do Programa de Erradicação, sendo que as crianças que utilizavam o prédio da escola agrícola passaram a utilizar prédios locados estrategicamente próximos às escolas e às residências dos estudantes, visto que estes eram oriundos de todas as localidades do município.

Fonte: LD Drones, set. 2015.

Depois de 07 anos desativada, servindo como Centro de atendimento às crianças cadastradas no PETI. Em 19 de março de 2008, o prefeito Raimundo da Silva Leal assina o Pacto de Cooperação Nº 02/2012 entre Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS) e o município de Cristinápolis. Esse pacto teve por objetivo promover a vinculação Técnico-Científico-Pedagógica para a implantação de Curso Profissionalizante na Escola Agrícola Municipal Ministra Leonor Barreto Franco, o Curso Técnico em Agropecuária em nível médio, reativando, deste modo, o ensino agrícola no município.

A partir de 2012, a Escola Agrícola Municipal Ministra Leonor Barreto Franco passou a funcionar como polo do IFS, com a atenção voltada para a concretização do ideal de produtor e de produção, que estaria ao alcance de todos. A formação profissional técnica no ensino agrícola, que funciona em estabelecimentos onde servem de modelo pedagógico para os estudantes, desenvolve-se em aulas práticas e teóricas, formando os futuros trabalhadores para o campo, trabalhadores que, historicamente, foram formados, com o intuito de controlar e administrar o trabalho, em ensino originalmente surgido vinculado ao Ministério da Agricultura. Ressalta-se as palavras de Conceição (2012), acerca da Lei Orgânica do Ensino Agrícola no Brasil:

Com o advento da Lei Orgânica do Ensino Agrícola inaugura-se uma nova fase do ensino profissional agrícola. Essa lei estabeleceu uma completa regulamentação do ensino agrícola no país, determinando que o ensino agrícola profissional passasse a ser ministrada em dois ciclos e cada um dos ciclos formado por dois cursos. Essa lei também explicitava que a articulação no ensino agrícola e deste com o propedêutico ocorreriam articulados entre si, de modo que os alunos pudessem progredir segundo sua vocação ou capacidade. A Lei também conferia ao diplomado um curso agrícola técnico o direito de ingressar em curso técnico de nível superior, de acordo com a legislação pertinente ao ensino superior. No entanto, a Lei Orgânica do Ensino Agrícola nada regulamentou sobre o regime de internato; preferiu deixar que cada estabelecimento de ensino agrícola definisse sobre as condições “especiais relativas à organização e ao regime” a serem adotados nos respectivos regimentos internos (CONCEIÇÃO, 2012, p. 47).

A Lei Orgânica norteou o ensino agrícola por alguns anos, contudo, mais tarde, por volta da década de 1980, como destaca Sobral (2009), no período do regime militar, a elaboração de políticas educacionais girou em torno de dois momentos relacionados à forma ou à metodologia de ação do Estado. O primeiro período (1964-1974) correspondeu à adoção de uma forma propositiva-racional ou tecnocrática, no qual a formulação das políticas é considerada atribuição de cientistas, técnicos e especialistas, enquanto as questões sociais e políticas reduzem-se às questões técnicas. Desse modo,

[...] em 04 de setembro de 1979, pelo Decreto nº 83.935, as escolas agrícolas passaram a ter a denominação de escolas Agrotécnica federais, acompanhadas do nome do município onde se encontram localizadas. O Decreto nº 93.613, de 21 de novembro de 1986, extingue a COAGRI, ficando o ensino agrotécnico de 2º grau diretamente subordinado a SESG (Secretaria de Ensino de 2º grau) (SOBRAL, 2009, p. 91).

Nesse sentido, no segundo momento encontra-se situado o advento do pacto, tendo em vista que a partir do Decreto Nº 83.935 a Escola Agrícola Municipal Ministra Leonor Barreto Franco passou a atuar como Escola Agrotécnica e a estar diretamente vinculada ao IFS, na condição de polo, em Cristinápolis.

Segundo Sobral (2009, p. 92), “em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei Nº 9.394) e o Decreto Federal nº 2.208/97 instituíram as bases para a reforma do ensino profissionalizante”. Com o advento dessa Reforma, o ensino profissionalizante foi implantado dentro do ideário do Estado Mínimo, com fortes reflexos nas escolas federais de educação profissional do país, que vinham debatendo e articulando outro projeto de formação profissional orientado por uma formação profissional politécnica.

Hoje, atendendo a um público de 240 estudantes, a partir do pacto estabeleceu parceria para a oferta do Curso Técnico em Nível Médio, na forma integrada, em regime de semiresidência. Os pactuantes obrigavam-se a executar os procedimentos administrativos e pedagógicos previstos no Pacto de Cooperação, além de fomentar experiências de pesquisa no âmbito do curso e, obrigatoriamente, em todo o material impresso deveria constar a logomarca das instituições envolvidas nesse Pacto, o que não ficou evidenciado nos documentos analisados na instituição. Constam do Pacto de Cooperação, cláusulas específicas do que compete ao IFS e o que compete ao Município de Cristinápolis, dos compromissos, dos recursos financeiros, do prazo do termo de convênio, da rescisão e do foro.

Na Proposta Pedagógica do Curso, incluem-se as disciplinas do currículo e suas respectivas ementas a serem desenvolvidas pelos professores. Nessa Proposta, o Curso Técnico contempla alguns levantamentos da Secretaria de Estado da Educação sobre as demandas de recursos humanos para os principais segmentos produtivos do Estado de Sergipe referentes às áreas emergentes com potencial de absorção de mão de obra: Agroindústria Açucareira, Fruticultura e Processamento de Frutas, Pecuária e Culturas Temporárias Tradicionais. Em todas essas áreas, existe demanda significativa de mão de obra especializada. Ou seja, demanda de Técnicos Agrícolas.

Desse modo, como consta na Proposta Pedagógica do Curso, a partir dessa demanda de recursos humanos qualificados e da diversificação econômica e produtiva da agropecuária do Estado de Sergipe, justifica-se a necessidade de profissionais habilitados em Agropecuária para alavancar o desenvolvimento do Estado. Com o intuito de colaborar com o desenvolvimento agrícola e industrial, além de ofertar serviços à região, a partir da articulação com diversos setores e a sociedade em geral, o Curso Técnico em Agropecuária ofertado pela Escola Agrícola Municipal Ministra Leonor Barreto Franco, em regime de colaboração com o IFS e com metodologias próprias, faz uma interface entre as áreas de Educação, Produção e Extensão.

Por meio de sua estrutura operacional, o IFS, com Campus situado no município de São Cristóvão/SE, reúne potencialidades tanto referentes à estrutura física quanto à operacionalização do curso ofertado, o que o credencia junto ao MEC, garantindo assim a qualidade das atividades de campo. Para isso, sempre se faz necessária a saída dos estudantes do polo de Cristinápolis através das viagens técnicas a locais específicos como fábricas, fazendas de criações de animais de pequeno e grande porte, dentre outros.

Consta, ainda, na Proposta Pedagógica, que o objetivo geral do Curso Técnico em Agropecuária é formar um profissional habilitado que possa atuar junto ao setor produtivo, em

atividades de gestão, planejamento, projetos, produção animal, vegetal e agroindustrial, tendo como competência básica atender de forma sistemática às necessidades de organização e produção dos diversos segmentos da agricultura familiar e do agronegócio, para melhorar a qualidade e a sustentabilidade econômica, ambiental e social da região. O perfil profissional do concludente do Curso Técnico em Agropecuária, apresentado nessa Proposta Pedagógica, envolve: (a) planejar, executar, acompanhar e fiscalizar todas as fases dos projetos agropecuários; (b) administrar propriedades rurais; (c) elaborar, aplicar e monitorar programas preventivos de sanitização na produção animal, vegetal e agroindustrial; (d) fiscalizar produtos de origem vegetal, animal e agroindustrial; (e) realizar medição, demarcação e levantamentos topográficos rurais; e (f) atuar em programas de assistência técnica, extensão rural e pesquisa.

Como requisito de acesso ao Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Agropecuária7, o candidato será submetido à avaliação de saberes e conhecimentos previamente adquiridos no ensino fundamental ou equivalente. Esse Processo Seletivo é regulado por Edital próprio e, para concorrer, o candidato deverá ter concluído o Ensino Fundamental ou equivalente.