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6.8 COLETA DE DADOS

6.8.7 Padrões respiratórios de fnp

Para realização da técnica foi realizada as seguintes intervenções:

- Posição Supina e sentado: a) Esternal: Ambas as mãos do terapeuta sobre o esterno, na qual foi pressionada obliquamente para baixo (caudal e dorsal em direção ao sacro)(Figura 4a); b) Costelas: Diagonalmente as costelas superiores e inferiores foram pressionadas em direção caudal e medial. O Contato do terapeuta se deu na região tênar (Figura 4b). - Facilitação do Diafragma: Também com o individuo em decúbito dorsal e posteriormente sentado, pode-se facilitar o diafragma diretamente empurrando para cima e lateralmente com o polegar, abaixo da caixa torácica, estirando e resistindo ao movimento inferior do diafragma em contração. Os músculos abdominais do paciente devem estar relaxados para que possa ser alcançado o diafragma. Foi solicitado a inspiração do paciente, enquanto empurra-se para cima com leve pressão (Figura 4c e 4d).

- Decúbito Lateral: a) Costelas: As mãos ficaram sobre a área do tórax, na região costal inferior, que será o foco. Assim pressionando em direção caudal e medial, seguindo a linha das costelas. Em decúbito lateral, a superfície de apoio resiste ao movimento do outro lado do tórax (4e) (ADLER; BECKERS; BUCK, 2008).

Figura 4.a/b)Terapeuta realizando FNP contato esternal e costal.c/d). Realização da facilitação diafragmática. e)Realização da manobra em decúbito lateral, com contato costal. (arquivo pessoal)

Para cada posicionamento foi realizado aplicação da técnica em 2 séries de 10 repetições, onde 1 série foi aplicada anteriormente ao treino aeróbico e a outra ao termino do exercício, num total de 10 sessões.

Para o grupo controle foram adotadas as mesmas posições e condução do grupo FNP, porém sem realização da técnica, compondo apenas em controle e direcionamento respiratório.

6.8.8 Treinamento aeróbico

Os pacientes foram submetidos a treinamento aeróbico, com aplicação prévia da técnica de FNP e após a sua conclusão. O programa de treinamento aeróbico consistiu na caminhada em esteira ergométrica durante 30 minutos com 5 minutos de aquecimento inicial e 5 minutos de desaquecimento (Figura 1). A intensidade de treinamento foi correspondente a 70% da freqüência cardíaca máxima (FCmáx) predita pela idade e determinada pela fórmula: FCmáx= 208 – (0,7 x idade). A velocidade da esteira foi ajustada de acordo com o desempenho do paciente, de maneira que eles mantivessem a mesma intensidade durante todo o curso do treinamento(CARVALHO et al., 2015).

b) c) d) c) e) e) d)

Figura 5. Paciente realizando o treinamento aeróbico em esteira ergométrica (arquivo pessoal).

6.9 PROCESSAMENTODOS DADOS

Os dados foram transferidos para uma ficha de avaliação (APÊNDICE A) e posteriormente digitalizados em um banco de dados específico criado no programa de domínio público Microsoft Excel® 2010.

Os dados da POE, US e Teste de Caminhada de 6 minutos foram gravados e transferidos para um disco rígido portátil (HD externo), sob responsabilidade dos pesquisadores responsáveis pela pesquisa.

7 ASPECTOS ÉTICOS

A presente pesquisa atende aos postulados da Declaração de Helsinque emendada em Edimburgo em 2000, segue os termos preconizados pelo Conselho Nacional de Saúde (Resolução 466 de 2012) para pesquisa em seres humanos e foisubmetida à apreciação do Comitê de Ética do Centro de Ciências da Saúde em Pesquisa da UFPE.

Todos os voluntários foram devidamente informados sobre os objetivos, os métodos e os riscos e benefícios do estudo e só serão incluídos aqueles que concordarem em participar, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (APÊNDICE B). Ficando claramente resguardado o direito de qualquer indivíduo recusar-se a participar do estudo, em qualquer momento da coleta dos dados.

Os procedimentos de intervenção e métodos de avaliação não ofereceram maiores riscos para os voluntários, e foram prontamente interrompidos na vigência de qualquer desconforto relatado.

O Estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco e ClinicalTrial, sob o registro, respectivamente, CAEE: 51283415.0.0000.5208 e NCT: 02600052.

8 RESULTADOS

O estudo foi caracterizado e registrado como Ensaio Clínico Randomizado e dele foram elaborados 2 artigos:

ARTIGO ORIGINAL 1: “OXYGEN UPTAKE EFFICIENCY SLOPE(OUES)E

TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS EM INDIVÍDUOS COM PARKINSON”

 Revistaparasubmissão: American Journal of Physical Medicine and Rehabilitation.

 Área de avaliação: Educação Física.  Classificação: A1.

ARTIGO ORIGINAL 2: “EFICÁCIA DOS PADRÕES RESPIRATÓRIOS DE FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA ASSOCIADO A TREINAMENTO AERÓBICO SOBRE OS VOLUMES, CAPACIDADES PULMONARES E TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS EM INDIVIDUOS COM PARKINSON: ENSAIO CLINICO CONTROLADO, RANDOMIZADO”

 Revistaparasubmissão: Archives of Physical Medicine and Rehabilitation.  Área de avaliação: Educação Física.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo mostrou que pacientes com Parkinson apresentam pior desempenho funcional e cardiopulmonar durante um teste de caminhada de 6 minutos com relação aos que não tem doença, sendo encontrados menores valores de OUES e distância percorrida, mostrando também a viabilidade e eficiência do teste na avaliação funcional deste pacientes, até então não estudada na literatura.

Além disso, pode ser evidenciado que aimplementação de FNP no treinamento aeróbico, houve incremento de volume pulmonar durante uma manobra de capacidade vital, mostrando que a aplicação do FNP pode ser uma alternativa para o tratamento nesta população.

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APÊNDICE A - ARTIGO ORIGINAL 1

OXYGEN UPTAKE EFFICIENCY SLOPE (OUES) E TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS EM INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON

Carlos Rego Barros1, Kátia Monte Silva2, CamillaBoudoux Sales2, Renata Pereira de Souza1, Thaís Santos1, Maíra Pessoa1, Rodrigo Viana1, Luciana Alcoforado1,

Daniella Cunha Brandão1, Armèle Dornelas de Andrade1

1-Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Av. Jornalista Aníbal Fernandes, s/n – Cidade Universitária – CEP 50740-560 – Recife/PE – Fone: +81 2126.8496.

2- Laboratório de Neurociência Aplicada da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Av. Jornalista Aníbal Fernandes, s/n – Cidade Universitária – CEP 50740-560 – Recife/PE – Fone: +81 2126.7599.

E-mail: armeledornelas@yahoo.com.br

o Revistaàsubmissão: Journal of Rehabilitation Medicine o Área de avaliação: Educação Física.

RESUMO

O objetivo do estudo foi verificar o desempenho do individuo com Doença de Parkinson(DP) durante teste de caminhada de 6 minutos através do

OxygenUptakeEfficiencySlope(OUES). Vinte e quatro foram submetidos ao teste

de caminhada de 6 minutos associado a análise da cinética dos gases exalados para definição do OUES, sendo 12 no grupo com Parkinson e 12 no grupo controle. O grupo DPapresentou baixo desempenho no teste de caminhada de 6 minutos, com menor distância percorrida (p= 0,008) e pior condição cardiopulmonar, sendo observados menores valores do OUES (p= 0,0001), neste mesmo grupo.O OUES apresentou-se significativamente menor no grupo com Parkinson, sugerindo que tais pacientes apresentam menor capacidade de resistência, indicando que um teste submáximo pode fornecer dados de desempenho funcional e reserva cardiopulmonar quando aplicados clinicamente. Além disto, o mesmo grupo também apresentou menor distância percorrida no teste de caminhada.

INTRODUÇÃO

Doença de Parkinson (DP) consiste numa doença crônica neurodegenerativa, cuja progressão leva a deficiências motoras com decréscimo da força muscular e do condicionamento físico(1)(2)(3)(4)(5).

A deficiência motora, instabilidade postural e dificuldade na marcha são fatores que podem potencializar o declínio funcional, visto queportadores de DPgeralmente apresentam redução das atividades e sedentarismo (6).

A redução significativa da força muscular respiratória, associado a rigidez dos músculos torácicos, a bradicinesia e o tremor podem causar disfunções respiratórias significativas em pacientes de DP (7). Assim, avaliar o desempenho cardiopulmonar é importante para analisar se alterações no sistema cardiorrespiratório podem também contribuir para a diminuição daaptidão física e do estado funcional destes pacientes (8), visto a dificuldade de avaliar o condicionamento cardiorrespiratório destes indivíduos. .

Num teste cardiopulmonar, variáveis como consumo de oxigênio já estão bem estabelecidas, principalmente em indivíduos cardiopatas(9–13), obesos (14,15) e com doenças pulmonares (16,17) indicando possíveis alterações, porém há uma lacuna na literatura sobre este tipo de avaliação em pacientes com Doença de Parkinson.

Nesse contexto, o Oxygenuptakeefficiencyslope (OUES), descrito por Baba

et al(18), propõe uma análise submáxima dos valores obtidos num teste

cardiopulmonar, resultante da relação entre o consumo de oxigênio e a ventilação por minuto, na qual tal evidência pode fornecer informações adicionais sobre a função cardiopulmonar de reserva(18–21),tornando-se uma solução vantajosa para avaliação de pacientes com DP, que apresenta uma lacuna na literatura com esta ferramenta. Dentro da abordagem em pacientes neurológicos, Heine et al em seu estudo, cujo objetivo foi validar a utilização do OUES em pacientes com Esclerose Múltipla, observou que não seria necessário que esta população fosse submetida a um teste máximo de esforço (22). Apesar deste estudo validando a utilização do OUES na avaliação cardiopulmonar em indivíduos portadores de patologias neurológicas, há uma escassa literatura disponível nas bases de dados pesquisadas que evidencie em pacientes com Doença de Parkinson.

Assim, o presente estudo teve por objetivo avaliar, o desempenho cardiopulmonar submáximo, através do OUES, durante o teste de caminhada de 6 minutos (TC6m), de indivíduos portadores de DP.

MÉTODOS

Desenho e Período do Estudo

Trata-se de um estudo transversal, realizado no Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Recife, Brasil. A pesquisa foi realizada entre Maio de 2016 e Março de 2017.

Participantes

Foram incluídos indivíduos com diagnóstico médico de DP, de ambos os sexos, com idade entre 40 e 80 anos. Para os participantes com DP foi determinado estagio entre II e III pela classificação Hoehn e Yahr. Foram excluídos aqueles que apresentaram doenças reumatológicas ou ortopédicas ou deformidades/anormalidades na coluna vertebral que comprometessema mecânica do sistema respiratório; comorbidades respiratórias; instabilidade clinica caracterizada por infecções, e/ou hemodinâmica definida como frequência cardíaca maior que 150 bpm, ou pressão sistólica menor que 90 mmHg. Para o grupo controle foram incluídos participantes, sem diagnóstico de Parkinson, com idade entre 40 e 80 anos, sem limitações osteomioarticulares, comorbidades cardiorrespiratórias e instabilidades clínicas e hemodinâmicas, previamente definidas.

Para o cálculo da amostra foi realizado um estudo piloto com 10 pacientes, sendo 5 em cada grupo e utilizadas as médias e desvio padrão de cada grupo para o desfecho OUES. Utilizou-se como ferramenta o programa de estatística G* Power 3 considerando um poder de (1 – β) de 80% e um α de 5%, com um tamanho do efeito de 1,10, resultando num total de 22 participantes, dividido 11 em cada grupo.

Procedimentos

Os participantes foram submetidos à avaliação através do teste da caminhada de 6 minutos. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e foram avaliados através de uma ficha

de avaliação criada para fins de coleta de dados sociodemográficos (sexo, raça, e escolaridade) e antropométricos (peso, altura e índice de massa corporal – IMC).

- Teste de Caminhada de 6 minutos e Análise da Cinética do Gases Respiratórios

Para avaliação da funcionalidade foi executado o teste da caminhada de 6 minutos, solicitando ao individuo caminhar o mais rápido possível durante o tempo estabelecido para cada caminhada, em um corredor plano, com uma distância de 30 metros, na qual o paciente deve ir e retornar o máximo de vezes possível durante o tempo pré-determinado segundo critérios da ATS(23).

Durante o teste foi avaliada a cinética de gases exalados (24,25) através do equipamento METAMAX 3B (CORTEX Biophysik, Leipzing- Germany) medidos respiração a respiração. Durante o teste, foram monitoradas a frequência cardíaca e a saturação de oxigênio, através de um oxímetro portátil. A cada minuto o paciente recebeu uma frase incentivo. Os metros recorridos foram considerados de acordo com a marcação no solo de metro em metro. Ao final a distância total percorrida foi calculada. (23).

Para definição da OUES foi realizado uma análise de regressão linear partindo da seguinte equação:

VO2 = a x log10VE + b

A constante “a” corresponde ao valor do OUES, que resulta da relação do incremento no VO2 em resposta do aumento no VE, que está representa na constante “b”. O VO2 foi expresso como o VO2 mais alto alcançado durante os últimos 15 segundos do teste (20).

Análise Estatística

A análise descritiva foi realizada através de medidas de média e desvio padrão(DP) e através de frequência para as variáveis qualitativas. Inicialmente foi verificada a distribuição de normalidade através do teste Shapiro-Wilk. As medidas de associação foram realizadas através do teste Levene e as comparações entre os grupos DPe Controle através do teste t para amostras independentes e Teste de Mann-Whitney. Foi utilizado programa

StatisticalPackage for Social Science (SPSS), Chicago, IL, USA, versão 20.0 e

RESULTADOS

Do total de 30 participantes elegíveis, foram avaliados um total de 28 participantes, dos quais 4 excluídos, restando 24 indivíduos, sendo distribuídos 12 no grupo DP e 12 no grupo Controle (Figura 1). Ambos os grupos apresentaram uma média de idade de 60 anos. Os dados de caracterização da amostra são mostrados na Tabela 1.

Para a determinação dos valores do OUES de cada participantes, a análise de correlação foi de moderada a forte, em todos os dados, com r médio de 0,7.

Os resultados referentes aos dados da distância percorrida, durante o teste de caminhada de 6 minutos, observou-se que o grupo DP apresentou um desempenho menor, significativamente, com relação ao grupo controle,p= 0,008. O valor do OUES foi menor no grupo Parkinson (p= 0,0001) (Tabela 2).

DISCUSSÃO

O presente estudo apontou que os pacientes com Parkinson apresentam um baixo desempenho funcional em exercícios submáximos. Os valores de OUES

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