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Atualmente se percebe a penetração que os ambientes online realizam nas populações mundiais. Somente no Brasil, segundo dados do Ibope Nielsen Online (INFO, 2011), o país teve um crescimento de 5,5% no segundo trimestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano anterior e chegou à marca de 77,8 milhões de habitantes usuários (INFO, 2011).

Apesar dos números crescentes, surge a dúvida sobre quanto desses acessos à internet alcança penetração especificamente sobre os sites de redes sociais e de que forma, visto o potencial desses sites em serem usados como ferramentas de marketing (RECUERO, 2009; KOTLER et al., 2010; LI; BERNOFF, 2009).

Sabe-se que sua penetração na sociedade ocorre pelos mais variados motivos, que vão desde o poder interativo que oferecem, passando por necessidades de se agrupar socialmente ou de se firmar pessoalmente e chegando até à possibilidade de conquistas comerciais e profissionais. Isso foi bem ilustrado em capítulo anterior com a abordagem sobre os valores que os usuários buscam nas redes sociais da internet (RECUERO, 2009).

Porém vale reiterar que, para parte das organizações, há a possibilidade de uso desses sites como ferramenta comercial, sobretudo pela diversidade de

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recursos que tais sites oferecem e pelo capital social que conseguem acumular a partir das trocas entre os usuários (RECUERO, 2009; KOTLER et al., 2010; LI; BERNOFF, 2009).

O uso de sites de redes sociais, tomando o crescimento citado acima, enquadra-se hoje como uma das atividades mais exercidas pelos usuários de internet no Brasil. Segundo dados da comScore (2011a), as mídias sociais estão definindo o cenário digital da América Latina. Conforme a pesquisa, as mídias sociais penetraram de tal forma na sociedade que passaram efetivamente a influenciar outras atividades sociais na web, além de exercer papel na disseminação de mensagens de marketing.

Ao se alargar o âmbito brasileiro e analisar o impacto sobre a América Latina, é possível citar o montante de 114,5 milhões de pessoas que visitaram um site de rede social. Conforme dados da comScore (2011a), isso representa 96% da população online total da região.

Ao analisar o Brasil como parte considerável da América Latina, torna-se importante destacar a observação da empresa de pesquisa comScore (2011a) ao afirmar que sua população é extremamente participativa em redes sociais da internet. Isso porque os dados mostraram que metade dos 10 principais mercados, em tempo gasto de acesso aos sites de redes sociais, está na América Latina. A pesquisa acrescenta que a divisão entre homens e mulheres é quase igualitária, contudo no Brasil essa diferença aumenta e o sexo feminino domina a participação de 58,7% de todo o tempo gasto.

A presença dos usuários latinos nos sites de redes sociais, portanto, mostra- se forte em relação ao mundo. Porém, vale destacar que o Brasil se diferencia dos demais países latinos quanto aos tipos de sites de rede social acessados. Ainda em 2009, a E.Life em parceria com a InPressPorter Novelliu (E.LIFE / INPRESSPORTER NOVELLIU, 2009) apontou que 89,9% dos usuários da internet possuíam cadastro no site Orkut e 80,1% no site Twitter.

Apesar de a plataforma Orkut ser a que mais agregava usuários no país, a mesma pesquisa também mostrou que foi o Twitter quem firmou patamar de site de

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rede social mais usado no Brasil, com 68% de usuários ativos, seguindo-se do Orkut com 63,1%. O site Facebook, agora segundo a pesquisa IBOPE (2010), apenas um ano depois de exclamado o poderio do Orkut, já era apontado como o que mais ascendeu nas estatísticas dos últimos semestres.

Conforme pesquisa do IBOPE (2010), o Facebook já despontava como o segundo site de rede social mais acessado do Brasil. A mesma pesquisa, ainda em 2010, verificou que 72% dos usuários já usavam redes sociais no cotidiano. A partir desse dado, vale ressaltar que um ano depois dados da comScore (2011a) reforçam que o número de usuários na América Latina representa 96% da população online total da região. Ao se cruzar as percepções de ambos os dados, é possível imaginar mais crescimento nos próximos meses, diante ainda da praça aberta para investimentos nessas regiões.

É interessante frisar que, conforme pesquisa já do início de 2011, os sites de rede social mais indicados pelos usuários de internet no Brasil são Orkut, Facebook, Twitter e LinkedIn, especialmente para as atividades de interagir com amigos, atualizar perfis e compartilhar fotos (IBOPE, 2011a).

Pelo crescimento, acima exposto, nos últimos anos e pelo impacto que o Facebook gerou na população de usuários de sites de rede social, sobretudo pela migração ocasionada de usuários do Orkut para a plataforma de Mark Zuckerberg – criador e atual sócio majoritário daquele –, as previsões em abril de 2011 já apontavam que este site ultrapassaria o Orkut ainda em 2011. Tais afirmações se deveram ao fato de o Orkut ter aumentado em 28% o número de visitantes únicos em dezembro de 2010, comparado com momento igual em 2009, ao passo que o crescimento do Facebook foi de 258%, gerando frisson nas pesquisas (UOL, 2011).

Frente às especulações sobre a ultrapassagem do Orkut pelo Facebook no Brasil, a consultoria TNS divulgou em abril de 2011 que o país ainda possuía preferência pelo Orkut, com 94% dos usuários de redes sociais cadastrados, ao passo que apenas 38% estavam no Twitter e 36%, no Facebook (WARC, 2011). Ao perguntar sobre o site favorito, o Orkut continuava com a maioria: 80%, contra 7% de Facebook e Twitter juntos.

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As especulações sobre esse cenário de sites de redes sociais no Brasil continuam. Porém, dados já de outubro de 2011 reforçam a situação do site Orkut no país. Segundo a comScore (2011b), o Orkut lidera com 36 milhões de visitantes únicos, seguido do Facebook com quase 9 milhões de visitantes e do Twitter com 8,6 milhões de visitantes. Porém, vale destacar que o número do Facebook é composto de um crescimento bem acima da média, pois este site há apenas um ano estava com 1,5 milhões de visitantes. Outro que ganha bastante destaque é o site Twitter, com crescimento de velocidade nunca antes alcançada, especialmente no Brasil.

Segundo o site Alexa (ALEXA, 2012), o Twitter é o oitavo site mais acessado no mundo. Em relatório divulgado pela comScore (2011c), o Twitter teve um aumento de 59% em comparação ao ano anterior, representando um alto crescimento entre os 20 mais importantes sites de redes sociais. Além disso, com o Twitter mantendo também a tendência de crescimento no Brasil, em agosto de 2011 atingiu 14,2 milhões de usuários únicos (IBOPE, 2011b).

De acordo com dados da comScore (2011c), no Brasil, o site Twitter ocupa o quarto lugar entre os sites de rede social mais acessados, com um crescimento de 40% em um ano, ficando atrás do Facebook, Orkut e Windows Live. Significa que, enquanto os demais diminuem sua população na internet, o Twitter continua crescendo. O Brasil já é o terceiro maior país em quantidade de usuários do Twitter, sendo também o segundo colocado em quantidade de postagens e o terceiro em número de visualizações de páginas (COMSCORE, 2011c).

As expectativas para os meses que se seguem ainda são de constante crescimento, no que se refere ao acesso à internet, não apenas a sites de redes sociais. Isso porque estudos presumem que o crescimento no número de usuários de internet atinja níveis ainda mais altos devido a esse número ter sido destacadamente ascendente nos últimos anos. Isso pode ser observado pelo ano de 2009, em que houve um crescimento de 10% em relação ao ano anterior, conforme dados da ABI Brasil (2010).

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Ainda sobre 2009, destaque para o fato de que foi o ano em que, já no terceiro trimestre, o número de usuários atingiu a marca de 66,3 milhões de pessoas, além de o país ter fechado o ano com 173 milhões de celulares, com grande destaque para a aquisição de smartphones, conforme dados da ABI Brasil (2010). Esse crescimento pode ser explicitado pela pesquisa do IBOPE (2011a), com dados consolidados de março de 2011, que mostra o Brasil já com cerca de 73,9 milhões de pessoas acessando a internet.

Ao se considerar dados mundiais, uma pesquisa da Nielsen Company (2009) já acenava ainda em 2008 para o fato de que o uso de sites de redes sociais e blogs havia se tornado a quarta atividade mais popular da internet, com cerca de 66,8% dos usuários. Esses números já ultrapassavam inclusive o uso de e-mails como atividade mais popular. Já no Brasil, os dados apontavam cerca de 80% de popularidade apenas para sites de redes sociais e blogs, com dados da Nielsen Company (2009). Então, em 2010, os números realmente apontaram para as estimativas da época: o Brasil se tornou o nono país com o maior número de habitantes conectados à internet.

Nesse cenário, o acesso aos sites de rede social representam quase 20 por cento do tempo que os brasileiros gastam online. Dessa forma, é uma das principais atividades na internet brasileira, segundo a ComScore (2011b).

Atualmente, o que se percebe é que não apenas o acesso à internet, como supracitado, está em destaque nos gráficos, mas também as plataformas. Conforme pesquisa da W/McCann e Grupo .Mobi, aparelhos smartphone já são usados por 30,3% dos internautas. Significa que é usado por quase um terço dos internautas brasileiros (IDGNOW, 2011). Agora com o aparecimento de mais plataformas interativas, como os Tablets, o incentivo a esse acesso tende a crescer.

Diante dos números de acesso à internet, do percentual de acessos a sites de rede social e as multiplataformas que surgem com frequência no cenário digital, com fortes apelos de sedução, é possível apontar possíveis grandes oportunidades para as organizações quanto a trabalhos na área de marketing de forma criativa tecnologicamente online.

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Conforme exposto, os números crescentes se concentram também nos ambientes de redes sociais da internet. Assim como citou Recuero (2009), há de se ter presença nos meios para iniciar um pensamento sobre essas áreas. Se as atuações ficarão restritas ao próprio site, ou se serão alargadas a sites de redes sociais e até a ambientes mobile ou tecnologias rich media, caberá ao planejamento de marketing.

75 4 EDUCAÇÃO SUPERIOR, AVALIAÇÃO DE QUALIDADE E MARKETING