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2 A GESTÃO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS

2.2 O papel da gestão e do gestor público

À Gestão Pública cabe o processo de organização, formulação, implementação e avaliação das políticas públicas de competência do Estado. Ela é gerida por agentes públicos que têm a referida atribuição e são conduzidos por um núcleo político, geralmente eleito, para assumir o governo e administrar o Estado.

Ao pensar a gestão pública é importante uma análise a cerca do que é o Estado, o Governo, os Aparelhos de Estado e as Instituições do Estado. Neste sentido, de acordo com

Carneiro e Menicucci (2013), Estado é a Entidade maior que estrutura uma nação. Assim, como pode ser compreendido, na visão de Bresser-Pereira (2008), como a instituição abrangente que a nação usa para promover seus objetivos políticos, e/ou é o instrumento por excelência de ação coletiva da nação ou da sociedade civil.

Por outro lado, Governo são núcleos de representantes eleitos para executar tarefas concernentes às funções públicas. Esse núcleo formula, executa e avalia as instituições, e as organizações, por exemplo.

Neste sentido, há também os aparelhos de Estado, que são as organizações, compostas de estruturas administrativas de carreira ou não, a quem compete os processos concernentes às funções públicas.

E por último têm-se as instituições, que são princípios e regras estabelecidos, que normatizam o comportamento das organizações e dos agentes públicos (Constituições, Leis, Portarias, Estatutos, além das regras informais).

O termo gestão pública, em muitos casos em substituição à administração pública, é comumente utilizado de forma intensa, e tornou-se um termo polissêmico. Para muitos autores trata-se da própria administração pública, por outro lado, no entendimento de outros, ela marca o fim da administração pública tradicional, pois adota ferramentas da gestão do mundo dos negócios e teria, com isso, um significado mais amplo.

Assim, no entendimento de Perry e Kraemer (1983), a gestão pública é uma fusão da orientação normativa da administração pública tradicional e da orientação instrumental da gestão em um sentido amplo ou geral. Na primeira situação, a gestão pública adota temas como democracia e responsabilidade, e valores como equidade, igualdade e probidade; da orientação instrumental, segunda situação, aceita que o setor público compartilha com o setor privado a necessidade de obter objetivos de modo mais econômico e eficiente.

A gestão pública é, ao mesmo tempo, um espaço de reflexão sobre a administração pública e um marco para o desenvolvimento de ferramentas que permitam melhorar ou facilitar o dia a dia da ação governamental (CARNEIRO; MENICUCCI, 2013).

De tal modo, este trabalho adota a concepção de que gestão é um ato complexo que nos aproxima do mundo da política (CARNEIRO; MENICUCCI, 2013). Assim, distinguindo- se da privada, a gestão pública deve expressar valores não apenas instrumentais mas também políticos.

Nesse sentido, incorpora objetivos, definição e articulação operativa, orientando-se a partir de valores sociais. Remete à necessidade de articular a concorrência entre objetivos alternativos e a necessidade de gerir a interdependência e a cooperação organizativa para o alcance dos objetivos políticos.

Com isso, dentro da lógica política, a gestão pública deve facilitar a expressão de vontades, mediar entre elas e encontrar valores para conduzir as ações. Nessa perspectiva, a análise da gestão pública é indissociável da análise do Estado e sua estrutura e organização, o que remete ao papel por ele assumido historicamente em diferentes contextos.

Assim, pode-se entender a gestão como a capacidade de realizar as ações, com vistas a beneficiar a sociedade ou uma parte dela. No que tange ao agente e/ou sujeito que gere as organizações cabe realizar o planejamento, a organização, a direção, a coordenação, o controle sobre as ações de uma organização, instituição, etc. Por sua vez, o processo de gerir é conduzir a organização para cumprir sua missão, atingir o seu fim, seus objetivos, e suas metas. Deste modo, é fato que a alta capacidade de gestão melhora a relação entre recurso, ação e resultado. Por isso, quanto maior for a demanda, e mais escasso forem os recursos, maior capacidade de gestão será exigida do gestor.

Igualmente, frisa-se que é necessário que o gestor seja o agente público que planeje, assessore processos deliberativos, coordene ações e avalie programas e políticas públicas em organização estatal, nacional e/ou internacional, como, por exemplo, esta política de alfabetização de jovens e adultos (PBA). Sendo que sua atuação pode ocorrer em todos os níveis e esferas de governo, como: União, Estados e municípios; em qualquer dos poderes; sempre onde houver a utilização de recursos empenhados para a produção de bens e serviços públicos, como é o caso do programa pesquisado que trabalha para alfabetizar milhões de pessoas analfabetas no Brasil.

É neste sentido que o gestor público tem papel muito importante, uma vez que é função dele gerir e/ou administrar de forma ética, técnica, transparente a coisa pública, seja esta um órgão, um departamento ou uma política pública. O objetivo de sua função é proporcionar os benefícios à sociedade ou à parte desta, sempre em consonância com as normas legais vigentes. E, Motta (2013) corrobora com estas colocações ao dizer que a gestão pública busca, enquanto Estado, a resolutividade de questões-problema da sociedade, sendo uma área ampla e complexa, relacionada à atividade de recursos humanos, finanças públicas, políticas públicas, entre outras.

Portanto, para um adequado fortalecimento dos conhecimentos sobre gestão pública de projetos e programas sociais, visa-se analisar as políticas públicas, a alfabetização de adultos, e princípios da administração como eficácia, eficiência e efetividade, e outros.