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O desenvolvimento da consciência ecológica em diferentes camadas e setores da sociedade mundial acaba por envolver também o setor da educação, a exemplo das Instituições de En- sino Superior (IES).

Na visão de Careto e Vendeirinho (2003) em Portugal, as U- niversidades e outras Instituições de Ensino Superior precisam praticar aquilo que ensinam. Enquanto as universidades são, frequentemente vistas como instituições estagnadas e burocráti- cas, outras instituições demonstraram ser capazes de, pelo me- nos, iniciar o caminho da sustentabilidade.

2.10.1. Educação para o Desenvolvimento Sustentável

O consumo descontrolado dos recursos naturais, a de- gradação do meio ambiente e o crescimento demográfico, passa- ram a exigir ações corretivas bem maiores que as preventivas.

Para Mayor (1998), a educação é a chave do de- senvolvimento sustentável e auto-suficiente. A educação deve ser fornecida a todos os membros da sociedade, de tal maneira que cada um se beneficie de chances reais de se instruir ao lon- go da vida.

Um dos pilares do desenvolvimento sustentável é a edu- cação ambiental que contribui para a compreensão fundamental da relação e interação da humanidade com o todo, com o ambi- ente e provoca uma ética ambiental pública a respeito da quali- dade de vida e do equilíbrio ecológico, abrindo os olhos dos indi- víduos e dos grupos sociais organizados para um desejo de par- ticipar da construção de sua cidadania (ZITZKE, 2002).

Isto é, construir um cidadão consciente de sua realidade socioambiental mediante a aquisição de diversos tipos de conhe- cimento. De uma maneira geral, as IES adquirem um encargo ativo e eficaz na predisposição das novas gerações para um futu- ro realizável e possível (FOUTO, 2002; KRAEMER, 2004).

2.10.2. Exemplos de IES Atuando na Sustentabilidade

Com as restrições ambientais mais rigorosas, e a pro- gressiva redução dos recursos naturais usados na matriz energé- tica, o setor elétrico precisa encontrar saídas para a utilização da energia produzida.

Qualquer que seja a forma de conversão de energia: hi- dro-elétrica, eólico-elétrica, eólico-potencial, termo-elétrica, solar- elétrica, solar-térmica, solar-biomassa, etc; ou a fonte primária (águas dos rios, combustíveis fósseis, sol, vento, biomassa), há sempre uma maneira de se racionalizar a utilização dos recursos disponíveis. Com esse comportamento, adiam-se os investimen- tos, racionaliza-se o uso de recursos naturais e reduzem-se os impactos ambientais.

A energia elétrica, fundamental para as sociedades mo- dernas, raramente é obtida (em particular em grandes quantida- des) sem que o ambiente seja impactado. A crescente demanda de energia elétrica encontra, como principal barreira, a necessi- dade da conversão de formas primárias de energia em processos de transformação que agridem ou destroem a natureza (DOIG, 1999; PLASTOW, 2001).

É essencial que a sociedade esteja consciente e esclare- cida sobre os impactos na natureza do uso da energia para seu conforto, lazer e desenvolvimento (CRESESB, 2006).

A Universidade Federal de Santa Catarina é um exemplo de tentativa da implementação de um SGA. Foi criada uma coor- denadoria de Gestão Ambiental, ligada diretamente ao gabinete da reitoria, e, ainda, foi estabelecida uma política de gestão am- biental responsável.

Na prática, alguns programas propostos já estão em an- damento. Foi desenvolvido, por meio de parceria com órgãos públicos estaduais, ONGs e associações, o Projeto Sala Verde. Esta atividade consiste em criar um espaço na instituição dedi-

cado ao delineamento e desenvolvimento de atividades de cará- ter educacional, tendo como uma das principais ferramentas a divulgação e a difusão de publicações sobre Meio Ambiente (RIBEIRO et al.; 2005).

Ainda no Estado de Santa Catarina aparece a Univer- sidade Regional de Blumenau. A FURB é uma instituição com- prometida com a proteção ambiental e com a economia dos re- cursos naturais, visando uma melhoria na qualidade de vida atual e futura (POLÍTICA AMBIENTAL DA FURB, 2006).

O Sistema de Gestão Ambiental da FURB é uma estrutu- ra organizacional e de responsabilidades destinada a programar a política ambiental e os objetivos de gestão ambiental da FURB e é composto pela Coordenadoria do Meio Ambiente, Responsá- veis e Agentes Ambientais (BUTZKE, PEREIRA E NOEBAUER, 2002).

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) também vem se empenhando em implementar um SGA (Sistema de Gestão Ambiental). Analisando o diagnóstico realizado a partir dos dados obtidos na UFRGS, foi constatada a existência de algumas iniciativas pontuais objetivando melhoras nos aspectos ambientais da universidade (RIBEIRO et al.; 2005).

2.10.3. Usos Finais de uma Instituição de Ensino

Em uma escola de maneira geral, considerando-se que não existam maquinários pesados e grandes sistemas de condi- cionamento de ar, o gasto com energia resulta na seguinte distri- buição mostrada na Figura 13 para os usos finais e participações na fatura mensal de energia elétrica (SEMASP, 2009).

Figura 13 - Usos finais de energia elétrica. Fonte: SEMASP, 2009. Os sistemas de iluminação, que respondem pela maior parte dos gastos com eletricidade, requerem uma atenção espe- cial para a adequação dos padrões de iluminamento, em função

das tarefas visuais desenvolvidas dentro e fora das salas de aula (iluminação externa, pátios, quadras esportivas (SEMASP, 2009). Para SEMASP (2009) a adoção de medidas administrati- vas que permitam um funcionamento adequado de uma unidade escolar é baseada em um detalhado conhecimento das instala- ções, no entendimento da cobrança das faturas, na análise e acompanhamento dos consumos e na realização de um cadastro de equipamentos e recursos.

Deste modo, deve-se buscar uma reeducação da popula- ção em geral, considerada como fortes aliadas para a divulgação da questão do uso racional da energia. O estreitamento entre professores e profissionais da área técnica poderá ser o elo que permita que o espaço escolar se torne um local de reflexão e adequação da informação tecnológica ao público leigo e princi- palmente de elaboração de abordagens interdisciplinares consci- ente com a realidade vivida pelos alunos (PCNEM, 2005).

3. METODOLOGIA

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