• Nenhum resultado encontrado

A Enfermagem tem como um dos propósitos principais o cuidado humano. Uma das formas de cuidar é quando o enfermeiro desempenha o papel de educador e desenvolve ações de educação em saúde (HAMMERSCHMIDT et al., 2006). Nesses casos, os profissionais de enfermagem devem oferecer informações sobre as doenças que compõe a SM.

A assistência de enfermagem ao idoso com SM deve estar voltada à prevenção de complicações, avaliação e monitoramento dos fatores de risco, orientações quanto ao uso correto das medicações prescritas e quanto à importância da mudança no estilo de vida e orientação quanto à prática de autocuidado (DOCHTERMAN; BULECHEK, 2008; GRILLO et al., 2013). Essas ações são fundamentais para que ocorra a adesão ao tratamento que resultará na promoção da saúde, prevenção de agravos e consequente melhoria na QV (DOCHTERMAN; BULECHEK, 2008).

A educação para o autocuidado compreende aspectos psicossociais e culturais, sendo de grande relevância para informar, motivar e proporcionar ao idoso e à sua família uma melhor convivência diante desta condição crônica, reforçando em cada consulta a percepção de risco à saúde, o desenvolvimento de habilidades e a motivação para superar esse risco (PACE et al, 2006).

Ao enfermeiro cabe desenvolver ações educativas junto ao idoso para que ele obtenha conhecimento sobre sua condição e os riscos à saúde, e assim, incentivar a aceitação da doença e a implementação das medidas de autocuidado e autocontrole, tais como: controle dos níveis glicêmicos, da PA e do peso corporal, mudanças nos hábitos alimentares, prática de atividade física e adesão ao tratamento (GRILLO et al., 2013).

Por ficar em contato com paciente por um maior período, seja na atenção básica de saúde, por meio do modelo de reorientação da assistência, pela Estratégia de Saúde da Família

(ESF), seja nos demais níveis de complexidade, o profissional de enfermagem, na maioria das vezes, é o que detecta a não adesão ao tratamento, seja ele medicamentoso ou não. Porém, é necessário que esse problema seja identificado e medido de forma mais criteriosa, a exemplo da aplicação dos testes indiretos. A partir dos dados obtidos, é possível diagnosticar problemas de enfermagem, planejar, implementar e avaliar ações específicas de intervenção, com o objetivo central de promoção da saúde dos idosos e consequente melhoria da QV (SILVA et al., 2015).

A não adesão ao tratamento reduz o benefício clínico, o que leva à complicações de saúde e psicossociais (MENDES et al., 2014). Estudos para identificar a não adesão ao tratamento de idosos com SM são necessários, para que, a partir dos dados identificados medidas de intervenção possam ser traçadas e desenvolvidas com esses idosos.

Vários profissionais de saúde tem desenvolvido pesquisas com o objetivo de avaliar a adesão ao tratamento de idosos (ALMEIDA et al., 2010; TAVARES et al., 2013; JACONDINO; SCHWANKE, 2013). Com destaque para os profissionais de enfermagem (LIBERATO et al., 2014; ARRUDA et al., 2014; SILVA et al., 2015). Porém, não foi encontrado nenhum estudo sobre a adesão ao tratamento desenvolvido pelos profissionais de enfermagem entre idosos com SM.

3 JUSTIFICATIVA

Apesar da adesão ao tratamento já ter sido amplamente estudada em idosos com HAS e DM2 (BLOCH et al., 2008; ARAÚJO et al., 2011; TAVARES et al., 2013) são escassos os estudos que abordam esta problemática em idosos com SM (JACONDINO; SCHWANKE, 2013).

Em relação às IM a maior parte das investigações foi conduzida no ambiente hospitalar (CRUCIOL-SOUZA et al., 2008; MOURA et al., 2009). Por outro lado, no Brasil, há lacunas de conhecimento sobre a sua ocorrência no ambiente domiciliar. De fato, devido às particularidades, onde é habitual que os idosos manifestem sinais e sintomas precoces das doenças, que muitas vezes implicam em condutas e tratamentos empíricos, torna-se relevante a realização de estudos acerca desse tema (LEÃO et al., 2014).

Sabe-se que a não adesão ao tratamento pode trazer sérias repercussões aos idosos. Pesquisas confirmam que a baixa adesão aos regimes terapêuticos contribuem para a redução do benefício clínico, o que leva às complicações de saúde e psicossociais, além de reduzir a QV das populações (ARAÚJO et al., 2011; TAVARES et al., 2013; MENDES et al., 2014). Diante do exposto é necessário realizar estudos para identificar a não adesão ao tratamento, para que, a partir do diagnóstico situacional, medidas de intervenção possam ser traçadas e direcionadas ao público envolvido.

Assim, a importância desta investigação consiste em tornar-se um referencial que possibilite o planejamento de ações de saúde pública por meio de medidas preventivas para aumentar a adesão ao tratamento nos idosos, já que irá apontar os principais fatores que influenciam na adesão, com o objetivo de reduzir o risco de complicações da doença já instalada, e com isso melhorar a QV desta população.

4 OBJETIVOS

I. Descrever as características sociodemográficas; antropométricas, bioquímicas e clínicas dos idosos com síndrome metabólica diagnosticados no ambulatório de Síndrome Metabólica da Universidade Federal do Triângulo Mineiro;

II. Identificar a prevalência da adesão ao tratamento medicamentoso e à atividade física como um dos componentes do tratamento não medicamentoso desses idosos;

III. Determinar a frequência da adequação ao Guia Alimentar 10 passos para uma alimentação saudável para a pessoa idosa;

IV. Verificar dentre os critérios diagnósticos da International Diabetes Federation para a síndrome metabólica os mais frequentes entre os idosos;

V. Descrever a farmacoterapia e as possíveis interações medicamentosas dos idosos com síndrome metabólica;

VI. Identificar os fatores associados à adesão ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso de idosos com síndrome metabólica.

5 MATERIAL E MÉTODO

5. 1 TIPO DE ESTUDO

Estudo com abordagem quantitativa, analítico, transversal e observacional.

5.2 LOCAL DO ESTUDO

Domicílio dos idosos com diagnóstico de SM atendidos no ambulatório de Síndrome Metabólica da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

5.3 DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO

A população do estudo foi composta por idosos com diagnóstico de SM, atendidos no ambulatório de Síndrome Metabólica da UFTM no período de Janeiro de 2011 a Dezembro de 2014.

5.3.1 Critério de inclusão

Ter idade igual ou superior a 60 anos, ter sido diagnosticado com SM no ambulatório de Síndrome Metabólica da UFTM conforme critério da IDF (ALVERTI et al., 2006); e residir na zona urbana de Uberaba-MG.

5.3.2 Critério de exclusão

Foram excluídos os idosos que apresentaram declínio cognitivo avaliado pelo MEEM, problemas de comunicação como surdez, não corrigida por aparelhos e transtornos graves da fala e não ter sido localizado após três tentativas do entrevistador.

5.3.3 Definição da amostra

Para o cálculo amostral obteve-se uma lista dos idosos diagnosticados com SM no ambulatório de Síndrome Metabólica da UFTM. No período de Janeiro de 2011 a Dezembro de 2014. O cálculo do tamanho amostral considerou uma prevalência de adesão de 56,0%

(JACONDINO; SCHWANKE, 2013), uma precisão de 6% e um intervalo de confiança de 95,0%, chegando-se a uma amostra de 263 sujeitos. Considerando uma perda de amostragem de 20,0%, o número de tentativas de entrevistas máximo foi de 329.

Figura 11. Composição da amostra. Fonte: a autora, 2015.