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2. FLUXO LOGÍSTICO

2.3 Supply chain management (SCM)

2.3.3 O papel do supply chain management

Segundo Razzolini Filho (2001), pode-se inferir o papel e importância do SCM. Porém, resta compreender seus três objetivos principais, quais sejam: redução de custos, agregar valor e vantagem estratégica.

A redução de custos é focada na integração de todos os elos da cadeia, com a atenção voltada para as atividades principais e eliminando aquelas desnecessárias, excluindo desperdícios e aplicando os trade-offs (situações onde existem conflitos de escolhas) de custos.

A agregação de valor é fruto direto da integração total, embora muitas vezes não seja percebida pelo cliente final, essa integração possibilita ofertar um produto que tenha um maior valor agregado, seja em função da sua qualidade ou da sua disponibilização rápida.

Porter (1997, p. 24) destaca a vantagem estratégica com a ampliação do conceito de concorrência industrial:

As cinco forças competitivas - entrada, ameaça de substituição, poder de negociação dos compradores, poder de negociação dos fornecedores e rivalidade entre os atuais concorrentes - refletem o fato de que a concorrência em uma indústria não está limitada aos participantes estabelecidos. Clientes, fornecedores, substitutos e os entrantes potenciais são todos "concorrentes" para as empresas na indústria, podendo ter maior ou menor importância, dependendo das circunstâncias particulares. Concorrência neste sentido mais amplo poderia ser definida como rivalidade ampliada.

Razzolini Filho (2001) ainda destaca que a vantagem estratégica é consequência de um importante diferencial competitivo obtido através da redução de custos ou pela diferenciação do produto. Alguns recursos mais utilizados no SCM são: redução do número de fornecedores; integração de informações com fornecedores, clientes e operadores logísticos;

fornecedor de um dado item em todas as unidades da empresa) e global sourcing (trabalhar com fornecedor independente da sua localização ao redor do mundo); entre outros. O quadro 2 exibe as informações de aplicação desses recursos nas empresas.

Quadro 2 – Aplicação dos recursos para a prática do SCM nas empresas.

Recurso utilizado Aplicação

Redução do número de

fornecedores Sinergia entre os elos da cadeia produtiva. Integração de informações

com fornecedores, clientes e operadores logísticos

Utilização principalmente de sistemas como o EDI (Electronic Data

Interchange) para a troca rápida de informações e o ECR (Efficient Consumer Response) para a reposição automática de produtos no ponto de

venda, entre outros sistemas de base para a implantação de sistemas de produção dentro da filosofia JIT (Just in Time).

Representantes permanentes junto aos

principais clientes

Possibilita um melhor balanceamento entre as necessidades do cliente e a capacidade produtiva da empresa.

Desenvolvimento conjunto

de novos produtos Atendimento das necessidades específicas de determinados clientes. Integração das estratégias

competitivas dentro da cadeia produtiva

Alinhamento dos objetivos entre empresas diferentes em parcerias colaborativas.

Desenvolvimento conjunto de competências e capacidades na cadeia

produtiva

Ligação entre estratégia e infra-estrutura (know-how, habilidades e práticas associadas com a integração e operação de processos).

Global sourcing Expansão geográfica da área a ser analisada para escolha de fornecedores e

implantação de sistemas de transmissão eletrônica de dados (EDI).

Outsourcing Prática em que parte do conjunto de produtos e serviços utilizados por uma

empresa (dentro da cadeia produtiva) é providenciado por uma empresa externa, num relacionamento de interdependência e estreita colaboração (core competence).

Follow Sourcing Trabalhar com o mesmo fornecedor de um item em todas as suas unidades

produtivas, independente da localização geográfica dessas unidades.

Operadores Logísticos Empresa especializada em assumir a operação parcial ou total de determinados processos dentro da cadeia logística.

Fonte: Adaptado de Razzolini Filho (2001, p. 93).

Segundo Santos Júnior (2010), na indústria de calçados, os asiáticos possuem vantagens competitivas não só com relação aos baixos custos de mão-de-obra, tributos, maiores incentivos fiscais ou vantagens cambiais e alfandegárias proporcionadas pelas zonas econômicas especiais, mais se diferem ainda pelos elevados volumes de produção. A capacidade produtiva em cumprir contratos com elevados lotes tem proporcionado aos asiáticos consideráveis ganhos em economia de escala.

Nesses aspectos, as práticas de Global Sourcing, Outsourcing e Follow Sourcing podem ser utilizadas, pois têm sido observadas principalmente nas indústrias de bens e montadoras, destacadas sobretudo, pela necessidade de operacionalidade aliada aos ganhos baseados em produção de larga escala.

A implantação do SCM trata-se de uma visão complexa e sofisticada da função logística nas instituições. Inclusive acarretando um surgimento de oportunidades competitivas organizacionais e com a intensa utilização da tecnologia de informação. Esse cenário competitivo e tecnológico era bem distante até pouco tempo, tornando-se realidade com o desenvolvimento do SCM. Conforme pode ser visto no quadro 3 abaixo, pode-se destacar o uso de algumas ferramentas de software e hardware.

Quadro 3 – Principais softwares e hardwares utilizados na área de SCM e breve descrição das suas características e níveis de utilização.

Designação Descrição Resumida Utilização

Supply Chain Design Utilizado para o desenho de cadeias de abastecimento com

otimização de investimento ao nível de fábricas, centros de distribuição, fluxos de material, níveis de serviço ao cliente e tempos de atendimento.

Estratégico ERP/ERP II

(Entreprise Resource Planning)

Utilizado para gerar programação de compras e produção para fábricas ou distribuidores. Avaliar capacidades de centros de trabalho, controlar estoques, processar pedidos e fazer o controle administrativo, contábil e financeiro de uma empresa.

Estratégico Tático Operacional TMS (Transportation

Management System)

Sistema para gerir relacionamento com transportadoras, o controle de rotas de entrega, o controle do desempenho dos veículos e motoristas e a otimização dos recursos de transportes.

Tático Operacional Fonte: Adaptado de Teixeira (2005, p. 129).

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