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O PAPEL DA UNOTUR-CTCV NO TURISMO DE CABO VERDE III EITU

A UNOTUR (União Nacional dos Operadores Turísticos), uma empresa que trabalha directamente ligada ao mundo turístico do arquipélago e rege para o “Bom Turismo” nas ilhas, organizou em Outubro de 2007 o III EITU (Encontro Internacional do Turismo da UNOTUR) na ilha do Sal. Neste encontro participaram instituições públicas e privadas europeias, africanas e americanas dando cada um o seu contributo para o Turismo de Cabo Verde através de exemplos de destinos turísticos consolidados, como o caso de Macau, Canárias, Algarve, de entre outros.

A UNOTUR assumiu como a Câmara de Turismo de Cabo Verde (CTCV) desde a sua existência, daí que tem desempenhado um papel fulminante no desenvolvimento do turismo do país. Através do III EITU e das participações constata-se a função da UNOTUR no processo da actividade turística do país.

A UNOTUR tem como missão de congregar as empresas de Cabo Verde que se dedicam ao Turismo, umas mais directamente outras menos, mas todas perseguindo este desígnio nacional que é o de elevar as expectativas do nosso país através desta vasta actividade transversal que, de perto ou de longe, influencia a vida de todos os cidadãos.

De entre os objectivos, ambiciosos, desta Câmara, o de promover o debate e a reflexão sobre as melhores soluções e práticas para Cabo Verde no âmbito do Turismo é um dos mais importantes e exigentes, pela capacidade de organização que nos exige, pela implicação de todos os sectores da nossa sociedade a que obriga, pela generosidade do tecido produtivo que implica.

Na visão do presidente do conselho directivo da UNOTUR CTCV, Gualberto do Rosário, esta instituição, certamente por ter sido gerada a partir de preocupações chãs, mas nucleares de alguns actores bem conhecidos e há muito embrenhados na lenta construção da indústria do Turismo que em Cabo Verde se tem processado ao longo das duas últimas décadas, tem tido a preocupação de planear antes realizar, e a sua actuação em matéria de eventos, como em outras que fazem parte do projecto associativo, pauta- se por uma preocupação genuína em trazer valor acrescentado ao ambiente-alvo em que actua.

Centrando no III EITU segundo os participantes, Cabo Verde deve ligar o Turismo à Administração tendo em conta o “Povo”, o Património Cultural Humano e Arquitectónico. Na visão do então ministro de economia, crescimento e competitividade

José Brito é necessário trabalhar em Cluster, fazendo uma actuação em rede (mundo empresarial, sector público, comunidades locais).

Salienta-se a necessidade da redução do antagonismo entre os sectores público e privado, melhoria na utilização de recursos (tempo e dinheiro), clarificação do bom uso de contrapartidas mútuas e criar uma situação do “win-win”, ou seja em que todas as partes saem a ganhar para que o turismo se afigure como potencial meio de sucesso para o país.

No III EITU focou-se que Cabo Verde encontra-se no momento em que outros pólos de atracção turística se encontravam há vinte anos (Canárias). Aí se levantou uma questão que se considere pertinente que se leva em conta nos países que pretendem afirma-se como destino turístico tentando atrair investimentos: “Será que vamos atingir

os limiares do exponencial turístico dessas áreas sem incorrer os mesmos erros que assolam actualmente esses territórios”?

Para o arquitecto Luiz de Carvalho, que já trabalhou ligado ao mundo do turismo para Cabo Verde, Portugal, Angola, é necessário e urgente aprender com os erros do passado e avançar com novas propostas de um novo tipo de campo turístico que salvaguarde todas as áreas do envolvimento do ser e das terras; relata ainda que é exigência pensar na urbanização turística pensando na geração vindoura para que a actividade turística não seja devastadora principalmente numa economia frágil que é Cabo Verde.

No falar de Carlos Coelho, especialista em Gestão de Marcas, que ganhou o prémio “Personalidade de Marketing do Ano 2005”, atribuído pela Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing, a questão de “Marca Cabo Verde” é inadiável uma vez que o que se vive hoje é praticamente tudo marca. É premente que Cabo Verde acredite em si próprio, nas suas raízes, na sua herança identitária, nas suas músicas, paisagens e singularidades de cada ilha para afigurar a sua marca.

Ainda, para o especialista deve-se investir na preservação, divulgação e construção de marcas identitárias cujos padrões de genuinidade, ambição e afirmação orgulhem o povo cabo-verdiano. A abertura do mercado turístico cabo-verdiano ao mundo não pode representar a perda da identidade nacional. Para isso é necessário competir de forma agressiva em termo de imagem e marca.

No que toca ao Marketing sublinhou-se na reunião a utilização de feiras como meio de promoção turístico e em si, também como gerador de riquezas. É uma forma de manter relações com os clientes (interacção comprador-vendedor); o produto pode ser

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experimentado e avaliado nas feiras; pode-se ter informações, questionar, debater e fazer negociações face-a-face.

Cabo Verde deve apostar nas feiras internacionais para lançamento de produtos e consolidação de imagens de marca.

Listam-se algumas empresas que participaram no III EITU, assim demonstrando a importância que a UNOTUR CTCV possui no mundo do turismo do país aglutinando diferentes instituições. Estas se encontram ligadas ao Turismo directa ou indirectamente. A multifaceta do turismo faz com que variedades de instituições se cruzam em objectivos ligados inteiramente ao turismo. Assim temos: A Asa, Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea; GDP, SGPS - Gabinete de Desenvolvimento e Projectos, Sociedade Gestora de Participações Sociais, SA; A CESE, Estudos & Consultoria Lda. é uma sociedade de direito cabo-verdiano; A AMB&TUR que é uma empresa de direito cabo-verdiano fundada por privados nacionais e internacionais, cuja área de actuação é a promoção e desenvolvimento de projectos turísticos e imobiliários, com grandes preocupações ambientais; A FM Cabo Verde faz parte do Grupo Internacional FM Developments e foi criada em Abril de 2005 para actuar no ramo da imobiliária turística; Contacto Virtual, design de comunicação, que constituiu-se em Lisboa em 2000; BCA, Banco comercial do Atlântico; A Pricewaterhouse Coopers Cabo Verde mantém uma estreita colaboração com a Pricewaterhouse Coopers Portugal, prestando distintos serviços profissionais em auditoria, fiscalidade e assessoria de gestão orientados para a indústria, de forma a aumentarem a confiança pública e o valor dos seus clientes; A Soltrópico, um dos operadores turísticos estrangeiros mais conhecidos e popularizados em Cabo Verde; A SERMAQ que é uma empresa especializada na venda, aluguer e assistência técnica de equipamentos industriais para Construção Civil e Obras Públicas; A Morabitur foi constituída na Praia em 1996 com o objectivo de desenvolver actividade de operador turístico grossista, nas 3 vertentes de Receptivo, Interno e Emissor; Câmara Municipal da ilha do Sal; A CPL Events que tem vinte anos de actividade no sector de congressos. Oferecem os serviços personalizados dos quais se salientam a concepção, organização e gestão de congressos, conferências, eventos, reuniões de empresas, feiras, programas de incentivos e patrocínios, selecção de destinos e locais, negociação de contratos, soluções tecnológicas inovadoras, serviços de tradução e interpretação, consultadoria e serviços de apoio estratégico às Associações. Entre outras instituições que participaram através de congressos e exposição dos seus serviços na feira.

CAPITULO VI

1. CONCLUSÕES, CONTRIBUTOS, LIMITAÇÕES E INVESTIGAÇÕES