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CAPÍTULO II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.5. Parâmetros de cobertura assistencial

No Brasil, por meio da Portaria n°1.101, de 12 de junho de 2002, estabeleceu-se parâmetros de cobertura assistencial do SUS para subsidiar a tomada de decisão dos gestores dos EASs de todo o país, expondo o cálculo para encontrar as variações de cobertura entre as regiões do país conforme unidade de medida e grupo de procedimentos. Esses parâmetros de cobertura assistencial ofereciam subsídio para analisar a necessidade da oferta de serviços assistenciais à população (BRASIL, 2002a).

Ainda por meio da Portaria n°1.101, esses parâmetros assistenciais se dividem em: parâmetro de cobertura e parâmetros de produção, que são definidos como (BRASIL, 2002a):

Parâmetros de Cobertura – são aqueles destinados a estimar as necessidades de atendimento a uma determinada população, em um determinado período, previamente estabelecido.

Parâmetros de Produtividade – são aqueles destinados a estimar a capacidade de produção dos recursos, equipamentos e serviços de assistência à saúde, sejam eles, humanos, materiais ou físicos.

Em 2015, o Ministério da Saúde revogou a Portaria n°1.101, entrando em vigor a Portaria n°1.631 que aprova novos critérios e parâmetros para o planejamento e programação de ações e serviços de saúde no âmbito do SUS, considerando a necessidade de subsidiar o cálculo das estimativas de necessidades da população. Entretanto, os parâmetros de

cobertura dos tomógrafos da Portaria n°1.631 se mantiveram conforme os parâmetros aprovados pela Portaria n°1.101.

Esses parâmetros são relevantes para a tomada de decisão, uma vez que auxilia no mapeamento da capacidade de oferta dos serviços de saúde em todo o país, distribuindo melhor os recursos disponíveis para o SUS.

2.5.1 Capacidade de Produção

Para este estudo, o termo Capacidade de Produção (CP) de um equipamento foi apresentado por Slack et al. (2002) e deve ser entendido como a máxima produção de um equipamento, considerando o tempo de jornada de trabalho de cada EAS e em condições normais de operação, ou seja, excluindo-se qualquer tipo de perda decorrente de problemas de quebra do equipamento, falta de material e/ou profissional, troca de turnos, dentre outras. Em outras palavras, a capacidade de produção é expressa em função do volume de exames realizados em condições normais de uso e o tempo em que o equipamento está em funcionamento.

Para gerar o indicador capacidade de produção dos tomógrafos, partiu-se da definição de capacidade de produção, das equações encontradas na Portaria n° 1.101 e Portaria n° 1.631 e das equações encontradas no Manual de Auditoria na Atenção Básica para avaliar a capacidade do potencial produtivo das unidades de saúde (BRASIL, 2004). Nos anexos do Manual de Auditoria na Atenção Básica, encontram-se equações para calcular a capacidade do potencial físico, do potencial de recursos humanos e o grau de utilização da capacidade potencial física e de recursos humanos. A partir dessas referências, foi possível construir a expressão matemática para calcular a capacidade de produção dos tomógrafos.

Portanto, os parâmetros considerados para calcular a capacidade de produção de um tomógrafo EAS foram:

 o tempo de jornada de trabalho do tomógrafo (podendo ser horário comercial – 8 horas, ou caráter de urgência/emergência – 24 horas);

 os dias em que o equipamento funciona (somente dias úteis ou não);

 tempo médio para realização do exame (incluindo desde a preparação do paciente até a conclusão do exame, sendo expresso por hora).

Para avaliar a capacidade de produção de um tomógrafo, é necessário verificar quantos exames de TC são realizados por hora, por isso, é necessário identificar o parâmetro tempo médio para realização do exame. Sendo assim, após confirmar quantos exames podem ser realizados por hora, verifica-se o tempo de funcionamento do equipamento, considerando a jornada de trabalho de cada EAS, para calcular sua capacidade de produção.

Por fim, é necessário informar-se sobre a quantidade de tomógrafos existentes e em uso de cada EAS, uma vez que os dados sobre a produção real de exames de TC realizados de um EAS, são referentes a todos os equipamentos em uso e não em relação a um equipamento individual.

Desta forma, a Equação 2 mostra o cálculo da capacidade de produção de exames de TC:

� � = � ℎ � � Equação 2

Na equação (2), representa o número de tomógrafos em uso no EAS, ℎ representa as horas de funcionamento do(s) tomógrafo(s), refere aos dias de funcionamento do(s) tomógrafos(s) e a quantidade de exames de TC realizados por hora.

A partir do cálculo da capacidade de produção, é possível calcular o grau de utilização do equipamento, de modo que permita avaliar se a tecnologia está sendo subutilizada (por falta de demanda, falta de material e/ou profissional, manutenções, entre outras) ou se essa tecnologia está sendo utilizada em excesso (por exemplo, para atender uma grande demanda ou por falta de equipamentos).

2.5.2 Grau de Utilização

Entende-se por Grau de Utilização (GU) a relação entre a capacidade de produção do equipamento e o que realmente este equipamento produz. Com base nesse parâmetro, torna- se possível verificar o desempenho da produção de modo a não sobrecarregar o equipamento, excedendo a sua capacidade de produção, ou subutilizando o equipamento (SLACK et al., 2002).

A Equação 3 é utilizada para calcular o grau de utilização de um equipamento, fornecendo o resultado em porcentagem (BRASIL, 2004).

% = � �� çã � Equação 3

Entende-se por produção real a capacidade de produção incluindo fatores de perda, como a quebra do equipamento, falta de material e/ou profissional, entre outros (SLACK et al., 2002). Em outras palavras, a produção real refere-se à quantidade de exames realizados em um determinado período de tempo.

Valores de grau de utilização abaixo de 100% indicam uma subutilização do equipamento, enquanto que valores acima de 100% indica uma utilização excessiva desta tecnologia.

Após avaliar o grau de utilização dos tomógrafos, é importante verificar os motivos que ocasionaram uma subutilização ou uma utilização em excesso, melhorando assim a distribuição e os serviços.

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