• Nenhum resultado encontrado

Em virtude das dificuldades no acesso aos programas das disciplinas de filosofia em universidades brasileiras, nosso objeto se restringiu a 16 cursos, com preferência às disciplinas ofertadas no primeiro semestre de 2017. Seria interessante expandir este campo para outros períodos letivos bem como outras universidades, de modo que se evidencie com mais precisão o desenvolvimento destas questões nas práticas de ensino de filosofia. É possível ainda, inserir outras variáveis e trabalhar com outros objetos, como acompanhamento de publicações da área. Sugerem-se também estudos mais localizados e específicos a uma única instituição de ensino como estratégia para avaliar o desenvolvimento destas questões ao longo de todo curso.

Outro aspecto importante a ser destacado em pesquisas futuras é a visualização dos projetos pioneiros, da trajetória de trabalhos coletivos ou individuais sobre gênero e filosofia e de busca pelas mulheres filósofas, inclusive incidindo na

prática filosófica brasileira, em articulação com outras áreas do saber como artes, literatura e ciências sociais, por exemplo. Estes são elementos fundamentais para construção de um campo de referências para os estudos da filosofia feminista no Brasil, que se desenvolve apesar das dificuldades de reconhecimento.

Falta também avançar no aprofundamento das reflexões acerca de uma didática mais crítica e democrática para a filosofia, capaz de intervir no mundo das práticas sociais excludentes. Deve fornecer elementos para construção de um tipo de saber que assume o seu papel dentro da sociedade em que habita e ao mesmo tempo projeta um modelo para o qual pretende contribuir. Por isso indica-se a necessidade de elaboração de um projeto de educação filosófica na perspectiva de gênero, com novas metodologias, indicação de experiências didáticas e práticas de ensino que ajudem a estabelecer vínculos com a diversidade de vivências sociais e cotidianas dos sujeitos discentes, sobretudo na educação básica.

6 REFERÊNCIAS

ABREU, Maria Celia; MASETTO, Tarciso. O professor universitário em aula: prática e princípios teóricos. 8. ed. São Paulo: MG Ed. Associados, 1990.

ALCOFF, Linda Martín. Visible identities: Race, gender, and the self. Oxford University Press, 2005.

ARAÚJO, Carolina. Mulheres na Pós-Graduação em Filosofia no Brasil - 2015. Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia, 2016. Disponível em: <http://anpof.org/portal/images/Documentos/ARAUJOCarolina_Artigo_2016.pdf>. Acesso em: 20 fevereiro 2017.

BARRETO, Andreia. A mulher no ensino superior: distribuição e representatividade. Cadernos do GEA, Rio de Janeiro, 6, jul/dez 2014.

BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, v. 1 Fatos e mitos - v.2 A experiência vivida, 2009.

BEEBEE, Helen; SAUL, Jenny. Women in Philosophy in the UK. BPA e SWIP. UK. 2011. Disponível em < http://www.bpa.ac.uk/resources/women-in-philosophy/wip- committee> 02/04/2017

BLAY, Eva. A. Núcleos de estudos da mulher X Academia. In: BRASIL, P. D. R. S. E. D. P. Pensando gênero e ciência. Encontro Nacional de Núcleos e Grupos de Pesquisas – 2005, 2006. Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as

Mulheres, 2006.

BRASIL, Parecer CNE/CES n. 67, de 11 de março de 2003. Constituir-se Referencial Para as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES0067.pdf

BRASIL. Enade 2014: Exame nacional de desempenho dos estudantes: relatórios de área. MEC,INEP. Brasília. 2015.

BUTLER, Judith. Fundamentos Contingentes: o feminismo e a questão do "pòs- modernismo". Cadernos Pagu, n. 11, p. 11-42, 1998.

______. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. 10ª. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.

CALADO, Luciana Eleonora de Freitas. A Cidade das Damas : a construção da memória feminina no imaginário utópico de Christine de Pizan. Estudo e Tradução. [Tese de Doutorado]. UFPe, Recife, 2006.

CHANTER, Tina. Gênero: conceitos-chave em filosofia. Tradução de Vinícios Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2011.

COLLING, Ana Maria. A invenção do corpo feminino pelos gregos e a violência contra a mulher. La Plata, FAHCE-UNLP, 25 al 27 de septiembre de 2013.

COSTA, Ana Alice Alcântara; SARDENBERG, Cecília Maria Bacellar. Teoria e Praxis feministas na academia: os núcleos de estudos sobre a mulher nas universidades brasileiras. Revista Estudos Feministas, Rio de Janeiro, v. 2, n. especial, 2ºsem 1994.

COSTA, Claudia de L. O sujeito no feminismo: revisitando os debates. Cadernos Pagu, v. 19, p. 59-90, 2002.

______. O tráfico do gênero. Cadernos Pagu, n. 11, p. 127-140, 1998.

COSTA, Marta Nunes da. feminismo é humanismo. etic@, Florianópolis, v. 15, n. 1, p. 110-125, julho 2016.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? Editora 34, 2007.

DEUTSCHER, Penelope. Yielding gender: feminism, deconstruction and the history of philosophy. London: Routledge, 1997.

DIETZ, Gunther; SANTOS, Boaventura de S. Da universidade à pluriversidade: Reflexões sobre o presente e o futuro do ensino superior. Revista Lusófona de Educação, n. 31, 2015.

DOEUFF, Michèle Le. The Philosophical Imaginary. London: Continuum, 2002. FACINA, Adriana; SOHIET, Rachel. Gênero e Memória: Algumas reflexões. Revista Gênero: Niterói, v.5, n.1, p.9-19. 2004.

FEMENÍAS, Maria Luisa. Releyendo a Aristóteles desde La Teoría de Género. Revista Laguna, 10; enero 2002a, pp. 105-119.

______. Contribuiciones de la teoría de género a la Antropología filosófica. Clepsydra, v. 1, p. 31-45, 2002b.

______. Introducción: cuestiones preliminares. In: SPADARO, María Cristina. Enseñar Filosofia, hoy. 1ª. ed. [S.l.]: Edulp, 2012a. p. 19-48.

______. El ideal del ―saber sin supuestos‖ y los límites del hacer filosófico. Sapere Aude, Belo Horizonte, v. 3, n. 5, p. 7-31, 1º sem 2012b.

______. MORA: la memoria de las revistas académicas. In: FUNCK, S. B.; MINELLA, L. S.; ASSIS, G. D. O. Linguagens e narrativas. Tubarão: Copiart, v. 1(Desafios feministas), 2014.

FONSECA, Pedro Carlos Louzada. Fontes da misoginia medieval: ressonâncias aristotélicas no pensamento religioso medieval. Série Estudos Medievais, Fontes e edições, Araraquara, 2012.

FONTOURA, Natália. et al. Retrato das desigualdades de Gênero e Raça - 1995- 2015. Ipea. Brasília. 2017. Disponível em <

http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=29526 >

GARDNER, Catherine Villanueva. Historial Dicionary of Feminist Philosophy. USA: The scarecrow Press, 2006.

GARGALLO, Francesca. Ideas feministas latinoamericanas. 2. ed. México: Universidad de la ciudad de México, 2006.

GOUCHA, Moufida (Ed.). Philosophy, a School of Freedom: Teaching

Philosophy and Learning to Philosophize: Status and Prospects. Unesco, 2007. GROSZ, Elizabeth. Volatiles Bodies: toward a corporeal feminism. USA: Indiana University Press, 1994.

______. E. Corpos Reconfigurados. Cadernos Pagu, n. 14, p. 45-86, 2000. HARDING, Sandra. A instabilidade das categorias analíticas na teoria feminista. Revista Estudos Feministas, v. 1, n. 1, 1993.

HARAWAY, Donna. ―Gênero‖ para um dicionário marxista:a política sexual de uma palavra. Cadernos Pagu , n. 22, p. 201-246, 2004.

HASLANGER, Sally. Changing the ideology and the Culture of Philosophy: Not by Reason(Alone). Hypathia, v. 23, n. 2, p. 210-223, 2008.

______. Feminism and Metaphysics: Unmasking Hidden Ontologies. In:

HASLANGER, S. Resisting Reality: social construction and social critique. [S.l.]: Oxford University Press, 2012.

HEILBORN, Maria Luiza; SORJ, Bila. Estudos de gênero no Brasil - 1975-1995. In: MICELI, S. (org.) O que ler na ciência social brasileira (1970-1995).

ANPOCS/CAPES. São Paulo: Editora Sumaré, 1999. p. 183-221. HENRIQUES, Fernanda. Concepções filosóficas e representações do

feminino:Subsídios para uma hermenêutica crítica da tradição filosófica. Revista Crítica de Ciências Sociais, Coimbra, p. 11-28, Junho 2010.

hooks, bell. Intelectuais Negras. Revista Estudos Feministas, v. 3, n. 2, 1995. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2007/2015. Disponível em <

https://brasilemsintese.ibge.gov.br/educacao/anos-de-estudo-e-sexo.html>

JAY, Nancy. Gender and Dichotomy. Feminist Studies, v. 7, n. 1, p. 38-56, 1981. LLOYD, Genevieve. The Man of Reason: "Male" and "Female" in Western

LOMBROZO, Tania. Name five women in philosophy. Bet you can't. 2013. Disponível em < https://www.npr.org/sections/13.7/2013/06/17/192523112/name-ten-women-in- philosophy-bet-you-can-t>

LOURO, Guacira. Gênero, Sexualidade e educação: uma perspectiva pós- estruturalista. Petrópolis: Vozes, 2003.

MARIANO, Silvana Aparecida. O sujeito do feminismo e o pós-estruturalismo. Revista Estudos feministas, Florianópolis, v. 13, n. 3, set/dez 2005.

MATOS, Marlise. Teorias de gênero ou teorias e gênero? Se e como os estudos de gênero e feministas se transformam em um campo novo para as ciências. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 16, n. 2, Maio-agosto 2008.

McALISTER, Linda Lopez. Some Remarks on Exploring the History of Women in Philosophy. HYPATIA SPECIAL ISSUE: The History of Women in Philosophy, Indiana, v. 4, n. 1, p. 1-5, Spring 1989. ISSN ISSN 0887-5367.

MÉNAGE, Gilles. Historia de las Mujeres Filósofas, Barcelona, Herder editorial, 2009.

MIKKOLA, Mari. Doing ontology and doing justice: What feminist philosophy can teach us about meta-metaphysics. Inquiry, v. 58, n. 7-8, p. 780-805, 2015. NYE, Andrea. Teoria Feminista e as Filosofias do Homem. Tradução de Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1995.

______. Feminism and modern philosophy: an introduction. New York: Routledge, 2004.

______. Philosophia: The Thought of Rosa Luxemburg, Simone Weil, and Hannah Arendt. 1994.

PAXTON, Molly; FIGDOR, Carrie; TIBERIUS, Valerie. Quantifying the gender gap: An empirical study of the underrepresentation of women in philosophy. Hypatia, v. 27, n. 4, p. 949-957, 2012.

PISCITELLI, Adriana. Re-criando a (categoria) mulher. Textos didáticos, v. 48, 2002.

PITANGUY, Jacqueline; BARSTED, Leila Linhares. Um instrumento de

conhecimento e de atuação política. In: ROAMANI, A.; BASTERD, M. O Progresso das Mulheres no Brasil 2003–2010. Rio de Janeiro: CEPIA: Brasília: ONU

mulheres, 2011.

PULEO, Alicia. Filosofia e gênero: da memória de passado ao projeto de futuro. Cadernos da Coordenadoria Especial da MUlher, São Paulo, v. 8, p. 13-34, 2004. ______. El concepto de género como hermenéutica de la sospecha: de la biología a la filosofía moral y política. Arbor, v. 189, n. 763, 2013. acesso online.

RAGO, Margareth. Epistemologia Feminista, Gênero e História. In: PEDRO, J.; GROSSI, M. MASCULINO,FEMININO, PLURAL. Florianópolis: Ed. Mulheres, 1998. REIS, Toni; EGGERT, Edla. Ideologia de Gênero: uma Falácia Construída. Revista Educação & Sociedade, Campinas, v. 38, n. 138, p. 9-26, jan.-mar 2017.

RUBIN, Gayle. O tráfico de mulheres: notas sobre "a economia política do sexo". SOS corpo, Recife, março 1993.

SARDENBERG, Cecília Maria Bacellar. Da Crítica Feminista à Ciência a uma Ciência Feminista? Feminismo, Ciência e Tecnologia, Salvador, 2002. (Coleção Bahianas).

SCHWITZGEBEL, Eric; JENNINGS, Carolyn Dicey. Women in Philosophy: Quantitative Analyses of Specialization, Prevalence, Visibility, and Generational Change. In: Women in Philosophy, 2016. Disponível em : < http://www.apaonlinecsw.org/data-on-women-in-philosophy>

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, v. 20, n. 2, jul/dez 1993.

SIMONI, Karine. De dama da Escola de Salermo à figura legendária: Trotula de Ruggiero entre a notoriedade e o esquecimento. Fazendo Gênero 9: diásporas, diversidades, deslocamento. 23 a 26 de agosto de 2010. Disponível em: < http://www.fazendogenero.ufsc.br/9/resources/anais/1278291166_ARQUIVO_Deda madaescoladeSalernoafiguralegendariaTrotuladeRuggieroentreanotoriedadeeoesqu ecimento.pdf>

SOIHET, Rachel. História das mulheres e história de gênero: um depoimento. Cadernos Pagu, n. 11, p. 77-87, 1998.

SOTERO, Edilza Correia. Transformações no acesso ao ensino superior brasileiro:Algumas implicações para diferentes grupos de cor e sexo. In:

MARCONDES, M. M., et al. Dossiê mulheres negras: retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil. Brasília: Ipea, 2013. p. 35-52.

SPELMAN, Elizabeth V. Woman as Body: Ancient and Contemporary Views. Feminist Studies, v. 8, n. 1, p. 109-131, 1982.

TIBURI, Marcia. As mulheres e a filosofia como ciência do esquecimento. In.

Com Ciência, Campinas, dez.2003. Disponível em:

<http://www.comciencia.br/reportagens/mulheres/15.shtml>.

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 2009

TYSON, Sarah. From the exclusion of women to the tranformation of philosophy: reclamation and its possibilities. METAPHILOSOPHY, v. 45, n. 1, Janeiro 2014.

WAGNER, Jill E. Christine de Pizan‘s City of Ladies: A Monumental (Re)construction of, by, and for Women of All Time. Medieval Feminist Forum: A Journal of Gender and Sexuality 44, no. 1 ,2008, 69-80.

WAITHE, Mary Ellen (Ed.). Ancient Women Philosophers: 600 BC-500 AD. (V.1) Springer Science & Business Media, 1987.

______. On Not Teaching the History of Philosophy. Hypatia , Indiana, USA, v. 4, n. 1, p. 132-138, 1989.

WALSH, Catherine. ¿Son posibles unas ciencias sociales/culturales otras? Reflexiones en torno a las epistemologias decoloniais. Nómadas, Colómbia, v. col, n. 26, p. 102-113, 2007.

WITT, Charlotte (Ed.). Feminist metaphysics: explorations in the ontology of sex, gender and the self. Springer Science & Business Media, 2010.

WUENSCH, Ana Míriam. O que Christine de Pizan nos faz pensar. Revista Graphos, v. 15, n. 1, 2013.

______. Acerca da existência de pensadoras no Brasil e na América Latina. Problemata, v. 6, n. 1, p. 113-150, 2015.

YANCE, George. Introduction: No Philosophical Oracle Voices. In: YANCE, G.

Philosophy in Multiple Voices. Maryland: Rowman and Littlefield Publishers, 2007. ______. Situated Black Women’s Voices in/on the profession of Philosophy. Hipatya, v.23, n.2, 2008.