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Paradoxos de uma Viagem ao Passado

4.3 Viagens para o Passado

4.3.2 Paradoxos de uma Viagem ao Passado

O que aconteceria se, no exemplo anterior, o astronauta, sofrendo de algum tipo de “loucura do espaço”, retornasse pelo Wormhole e detonasse uma bomba no centro espacial da Nasa no ano de 2010, fazendo com que a comunicação entre a Terra e a sua própria nave se perdesse e ele jamais retornasse, morrendo no espaço? Nunca tendo voltado, a Ponte de Einstein-Rosen jamais foi construída. Mas ela existe, pois ele voltou ao passado e cometeu um “suicídio cósmico”.

A situação acima ilustra de maneira clara as situações que podem ocorrer em uma viagem para o passado. Além desses, outros paradoxos, ainda mais estranhos, podem ocorrer:

1. Paradoxo do Avô – Já citado anteriormente, em que um viajante volta ao passado para matar o seu avô;

2. Alteração da História – Quando um viajante retorna ao passado e efetua uma alteração drástica nos eventos, como por exemplo, matar Adolf Hitler ainda bebê;

3. Mudanças genéticas – Imagine um viajante que, de alguma forma, altere a linha de tempo e engravide sua própria mãe. Geneticamente falando, um indivíduo é formado por genes de seu pai e mãe. Porém, ele usou seus genes e os de sua mãe para criar a si mesmo. Com isso, ele não poderá nascer porque está combinação genética será diferente da

versões do arquivo do trabalho, que foram construídos semana após semana durante a disciplina. A cada encontro com a coordenadora do trabalho, professora Maria de Fátima, o autor envia por e-mail a versão datada para aquela semana e, após receber as observações e necessidades de correções, envia a versão da semana seguinte, sem alterar uma vírgula sequer. A questão aqui é: o autor somente trouxe a monografia do futuro, porque ela foi escrita. Porém, ela não foi escrita, porque veio do futuro. Então, de onde partiu o trabalho?15

5. Paradoxo de Bilker – Neste caso, um viajante do tempo conhece o seu próprio futuro e faz algo para impedir que ele se torne realidade, quando regressar ao seu tempo origem. Por exemplo: um pesquisador avança 50 anos no tempo e descobre que morreu em um acidente de carro durante suas férias em Londres. Assim, ele decide jamais conhecer a cidade de Londres para impedir que isso ocorra.

As soluções para situações como essas são hipóteses que mais se parecem ficção científica. Se a ciência não pode dar todas as respostas referentes a uma viagem no tempo, tampouco pode dar respostas às conseqüências dessas viagens.

DETTLING (1983), KAKU (2005) e VERSIGNASSI (2009), apresentam os Universos Paralelos como uma resposta a uma alteração catastrófica no tempo. Assim, quando o astronauta voltasse de Vega, entrasse no Wormhole e destruísse sua missão, a linha de tempo de um Universo permaneceria igual, com o viajante indo e voltando no tempo. Porém, no exato momento da explosão da bomba, um Universo Paralelo iria se criar (ou, quem sabe, uma das Branas existentes paralelas a nossa se tornasse a “realidade” como conhecemos) e uma nova linha de tempo nasceria, onde a viagem para Vega foi tragicamente interrompida por um atentado terrorista, concebido pelo astronauta que enganou a todos que estáva na nave. Perceba que o astronauta não detonou a bomba em sua matriz de tempo, mas na matriz temporal paralela, onde será, provavelmente, condenado a um hospital psiquiátrico por gritar loucuras como “eu vim do futuro”. Nestá realidade, a viagem no tempo jamais ocorreu.

possibilidades previstas pelas equações da Mecânica Quântica realmente ocorrem. Essa idéia, tão contrária a nossa visão cotidiana de realidade, pode vir a ser comprovada matematicamente em breve. No início do capítulo seis, Universos Quânticos Paralelos, KAKU (2005) cita Niels Bohr e traduz o sentimento de muitos: “Quem não se chocar com a teoria quântica, não a compreende”.16

Uma segunda abordagem para solucionar esses paradoxos chama-se Escola de Autoconsistência, criada pelo cosmólogo russo Igor Novikov. Segundo KAKU (2005), caso um viajante conseguisse desembarcar no passado, criando uma volta na sua matriz temporal (o viajante não pertence àquele ano, mas ao seu ano origem. Dessa maneira, ele cria uma espécie de laço no tempo), uma espécie de “mão invisível” alteraria o curso dos acontecimentos, e este viajante não interferiria em absolutamente nada que pudesse ter algum impacto significativo no futuro. Mesmo se tentasse, por exemplo, matar seu avô ainda criança, a arma não iria disparar.

Novikov vai mais além em sua teoria, propondo uma lei Física, ainda não descoberta, que impeça a ocorrência de paradoxos, isso porque eles estão atrelados ao livre arbítrio. Usando o exemplo do paradoxo de Bilker, o viajante do tempo tem o direito de nunca ir a Londres. Ninguém pode obrigá-lo a cumprir o seu futuro. Por isso, o pesquisador russo propõe que a capacidade individual de decidir ações, de definir o futuro de alguém, é limitada pelo Universo. KAKU (2005) cita Novikov: “Tamanha limitação do nosso livre-arbítrio é incomum e misteriosa, mas não totalmente sem paralelos. Por exemplo, posso desejar caminhar no teto sem ajuda de nenhum equipamento especial. A Lei de Gravidade me impede de fazer isso: vou cair se tentar, portanto meu livre-arbítrio é limitado”.

16 KAKU (2005) cita também o Físico Alan Guth: “Existe um Universo onde Elvis ainda vive”. O autor,

ainda no capítulo Universos Quânticos Paralelos, escreve palavras do físico Franck Wilczek: “Somos obcecados pela consciência de que infinitas cópias ligeiramente diferentes de nós mesmos estão vivendo suas vidas paralelas e que a cada momento mais duplicatas possam existir e assumem nossos muitos futuros alternativos. Wilczek observa que toda a história da civilização grega, e dessa maneira do mundo

Importante observar que os paradoxos temporais podem ser gerados também por objetos sem vida. Imagine que um container carregado de armas, com as devidas instruções de manejo, seja enviado para 330 a.C. para ajudar as tropas de Dario III na batalha contra Alexandre, o Grande. Toda a história seria alterada e, provavelmente, esse trabalho seria escrito em uma versão da língua Persa.

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