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Parecer da Comissão Demarcadora da Área Histórica das Batalhas dos

Nacional. (Fonte: Arquivo IPHAN/5ªSR/PHNG)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA

DIRETORIA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL – 1º DISTRITO PARECER DIRIGIDO AO CONSELHO CONSULTIVO

DA DIRETORIA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL.

1. O Conselho Consultivo da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional encarregou a uma comissão a ser composta de um representante do Ministério da Guerra, de um da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, de um do governo do Estado de Pernambuco e de um do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, a tarefa de demarcar a área integral do campo de batalha dos Guararapes que, em definitivo, deverá ser protegido pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

2. Reunidos os abaixo assinados, representantes devidamente designados pelas Excelentíssimas Autoridades e Instituição referidas, para o fim indicado, vêm apresentar agora o resultado de seus trabalhos.

3. A Comissão foi de parecer que o cumprimento de sua missão importava:

a) em determinar o terreno onde se desenrolaram as duas Batalhas dos Guararapes de 1648 e 1649;

b) em definir a poligonal topográfica que envolveria esse terreno;

c) em delimitar outras áreas contíguas ao campo das batalhas que a ele estivessem ligadas, num conjunto paisagístico indispensável à compreensão dos sucessos que aí se desenrolaram.

4. Quanto ao problema do item a) a comissão examinou detidamente as fontes históricas seiscentistas, relativas aos acontecimentos desenrolados nos Guararapes, quer de origem portuguesa, quer holandesa, a maior parte das quais já apresentadas no livro do então Major Antônio de Sousa Junior, Do Recôncavo aos Guararapes (2ª edição, sem lugar de publicação, 1949) e no relatório do Dr. José Antônio Gonsalves de Mello dirigido em 1955 ao Dr. Ayrton de Almeida Carvalho, Delegado da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Pernambuco,aqui em anexo sob nº 2. Desse exame concluiu a Comissão que a área integral do campo de batalha dos Guararapes compreende uma elevação conhecida à época dos fatos como “Monte do Oitiseiro” que atinge a cota máxima de 74 metros de altitude e no qual hoje está situado o cemitério de Prazeres e duas elevações gêmeas em forma de ferradura que abre para o sul, apartadas por uma estreita ravina,em uma das quais está construída a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres. Essas elevações gêmeas formam o “Outeiro dos Guararapes” propriamente dito. Mais para o norte do “Outeiro dos Guararapes” e do “Monte do Oitiseiro” compreende ainda uma parte de outra elevação, onde se situa o reservatório d´água da Diretoria do Saneamento do

Estado de Pernambuco e onde também se levanta um março geodésico do Serviço Geográfico do Exército. Esta elevação não faz parte integralmente do campo de batalha dos Guararapes, mas na ravina que a separa do “Monte do Oitiseiro” localizaram-se as tropas de reserva da parcialidade holandesa nas duas Batalhas dos Guararapes, pelo que foi considerada necessária a sua inclusão parcial na área do campo das lutas a demarcar. Para o sul do “Outeiro dos Guararapes” propriamente dito, compreende também a planície onde se bifurcam a estrada de rodagem e a linha férrea, buscando o ramal sul de cada uma delas o Município do Cabo e o do oeste as terras da Usina Muribeca; nessa planície foi onde se situaram as tropas luso-brasileiras. Finalmente, compreende ainda o terreno que fica ao sopé dos Guararapes, do lado do mar, onde passam a estrada de rodagem e o caminho de ferro, o qual foi, ao tempo das batalhas, em parte uma passagem estreita ao pé dos montes, e, em parte um pântano que se estendia até quase ao Oceano; nesse terreno foi onde mais cruentamente se lutou nos dois encontros de 1648 e 1649. Tal a área integral do campo de batalha dos Guararapes a ser em definitivo protegida pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

5. Quanto à poligonal que delimita o campo das batalhas, quer na sua parte chã, quer nas suas elevações, os reconhecimentos minuciosos efetuados pela Comissão no terreno conduziram à que está inscrita na planta topográfica que constitui o anexo nº 1. A conclusão das observações da Comissão é a de que na poligonal está compreendida não só toda a área pertencente ao Mosteiro de São Bento de Olinda na região de Guararapes, como ainda outros terrenos de terceiros neste particular em divergência com a exclusão das quadras A e B da planta de loteamento da referida área pertencente ao Mosteiro, proposta pelo Dr. José Antônio Gonsalves de Mello no seu relatório do anexo nº 2, o qual neste ponto expressamente declara concordar com a demarcação aqui estabelecida.

6. Além da área integral do campo de batalha a ser protegida pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, parece à Comissão convir preservar a que se situa entre a poligonal inscrita no mapa que constitui o anexo nº 1 e o litoral. Isto porque a visão de conjunto dos Montes em relação com o terreno (à época das lutas constituído por grandes alagados) situados entres eles e o litoral, e dos Montes em relação com o mar, que do alto deles se avista, só poderá ser preservada para os pôsteres se para a área que se situa entre a poligonal referida e o litoral forem fixadas normas que impeçam a utilização dela para construção de edifícios que interceptem a vista do mar que do alto dos Montes se obtém. A comissão, propõe que se estabeleça um gabarito para as construções que nessa área forem levantadas.

7. Com o presente relatório a Comissão oferece como anexo nº 1, uma planta em escala 1/10 000, ampliação das folhas 3 e 3 do Recife de Serviço Geográfico do Exército ( de escala 1/25 000), na qual foi indicado o limite das áreas a tombar; e como anexo 2 cópias do relatório do Dr. José Antônio Gonsalves de Mello acerca do local das batalhas.

Representante do Ministério da Guerra Representante do Ministério da Educação e Cultura (Diretoria do patrimônio Histórico e Artístico Nacional)

Representante do Governo do Estado de Pernambuco José Antônio Gonsalves de Mello