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5 ÁREAS VERDES DE TERESINA

5.3 Parques da Zona Sudeste de Teresina

A Zona Sudeste, apesar de conter o bairro mais populoso de Teresina (Itararé) e de concentrar um grande número de habitantes distribuídos em outros bairros, abriga o menor número de Parques, apenas quatro unidades, dentre elas a Curva São Paulo que pouco depois de sua inauguração foi totalmente inundada na estação chuvosa ocorrida no ano de 2008. Os parques estão dispostos no mapa 6.

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Mapa 6 – Localização dos Parques da Zona Sudeste de Teresina

Fonte: MIRANDA, D. de S., 2013. Organizado pela autora.

Os parques da zona Sudeste de Teresina foram visitados e analisados. No Quadro 6 encontra-se a descrição quanto à localização, área e implantação.

Quadro 6 – Parques da Zona Sudeste de Teresina

PARQUE AMBIENTAL LOCALIZAÇÃO/ÁREA

APROXIMADA IMPLANTAÇÃO/CRIAÇÃO

P.A. Naylândia Rua 42, ao lado do

Condomínio Giovanna, no Bairro Parque Ideal; área 0,63 ha.

Sem data de implantação; sem norma de criação

P.A. Curva São Paulo Margens do baixo curso do

Rio Poti; área 32 ha. Inaugurado em 2007; sem norma de criação. P.A. Caneleiro II Bairro Alto da Ressurreição,

próximo à horta comunitária do bairro; área 1,48 ha.

Sem data de implantação; sem norma de criação.

P.A. Frei Damião Rua General João Campelo Lima, Bairro Gurupi; área 31,18 ha.

Sem data de implantação; sem norma de criação.

163 Percebe-se que o nível de degradação nos parques da Zona Sudeste de Teresina é flagrante, podendo ser visualizada pela presença de poluição do solo, da água e, em alguns parques, do ar. Do levantamento de dados primários, foi gerada a matriz abaixo, sintetizando as informações obtidas (Quadro 7):

Quadro 7 – Presença de Degradação dos Parques Ambientais da Zona

Sudeste de Teresina Disp o si çã o in a d e q u a d a d e r e d u o s li d o s La n ça m e n to d e e fl u e n tes sem tr a ta m e n to a d e q u a d o P o lu ã o H íd ri ca P o lu ã o V isu a l F o co s d e Q u e im a d a s D e sm a ta m e n to D e ter io ra çã o d e e q u ip a m e n to s e p a trim ô n io p ú b li co E ro o U so d e so rd e n a d o d o so lo C a ça p re d a ri a A tro p e la m e n to d e a n im a is si lvest re s Z O N A S UDE S T E P.A. Naylândia

P.A Curva São Paulo

P.A Caneleiro II

P.A Frei Damião

Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Elaborado pela autora. Legenda:

Muito Significativo Ausência

Significativo P. A. Parque Ambiental

Pouco Significativo

Através do resultado obtido com a aplicação do questionário (APÊNDICE 2) aos frequentadores/moradores do entorno dos parques da Zona Sudeste, foram confeccionados os gráficos que se seguem. Saliente-se que não foi aplicado questionário para o Parque Frei Damião, pois a população do entorno não reconhecia o local como tal.

Nota-se pela análise do Gráfico 17 que a maior parte dos entrevistados (55,5%) era do sexo feminino e, no quesito faixa etária, a maioria dos entrevistados eram adultos (88,88%). Sobre o fator etário importante mencionar que a presença maior de adultos entrevistados se justifica porque no parque mais frequentado (Curva São Paulo) existe uma grande quantidade de bares que atraem esse público de pessoas, uma vez que crianças estão proibidas de frequentar esse tipo de

164 ambiente e os idosos procuram os parques com outros atrativos. Assim, somente foram encontrados visitantes no Parque Ambiental Curva São Paulo. Os demais questionamentos foram realizados na área de influência direta de cada parque, isto é, com os moradores do entorno. Dessa forma, somente 33,33% das entrevistas foram realizadas com os visitantes no local de estudo.

Gráfico 17 – Perfil dos entrevistados dos parques da zona Sudeste de

Teresina

Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Elaborado pela autora.

Quando se questionou se os entrevistados costumam visitar os parques, 55,55% responderam que sim, o que representa um índice relativamente alto, se for comparado ao das demais zonas (a exceção da zona centro-norte que apresenta o maior índice de visitação, representado pela presença dos melhores e mais bem estruturados parque da cidade: Lagoa do Norte, Jardim Botânico e Parque da Cidade).

Esse índice de visitação deve ser atribuído ao parque Curva São Paulo, o qual é voltado ao lazer, bem como ao parque Naylândia, devido à população ter uma relação com a construção do parque e a reforma da quadra de futebol. As entrevistas feitas no parque Caneleiro II foram exclusivamente com a população do entorno. No parque Frei Damião, como antes mencionado, não houve frequentadores nem aplicação de questionário, uma vez que a população do entorno não reconhece a área como parque. Esse panorama é visível no Gráfico 18 a seguir:

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Gráfico 18 – Nível de frequência nos parques da zona Sudeste de Teresina

Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Elaborado pela autora.

Ao se perguntar qual o principal atrativo para a frequência ao parque, 40% dos entrevistados responderam que são os atrativos naturais, como a vegetação e o rio. Logo após, com 30% ficaram os demais quesitos (GRÁFICO 19).

Gráfico 19 – Motivo da frequência nos parques da zona Sudeste de Teresina

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Os atributos e recursos existentes no parque ambiental Balneário Curva São Paulo são os responsáveis por esses índices variados, pois dos parques pesquisados esse seria o que, aparentemente, dispõe dessas funções (lazer, atrativos naturais e conforto térmico), embora o Parque Naylândia também tenha contribuído, mas em menor proporção.

Quando indagados os entrevistados sobre os fatores que inibiam a frequência nas áreas em estudo, a falta de infraestrutura foi o único motivo pelo qual os moradores do entorno não frequentavam os parques, pois alegam que não se sentem atraídos por não apresentar nenhum tipo de equipamento de lazer, esporte etc. E é lógico que assim seja: um espaço destinado a ser de lazer se não conta com equipamento ou infraestrutura de apoio, torna-se pouco ou nada atraente, sendo, muitas vezes, lugares repulsivos (GRÁFICO 20).

Gráfico 20 – Fatores que inibem a frequência nos parques da zona Sudeste

de Teresina

Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Elaborado pela autora.

Quando os entrevistados foram questionados a respeito da existência nos parques de atividades de educação ambiental, 94% afirmaram que não são realizadas tais atividades. Outros 6% não souberam responder (GRÁFICO 21).

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Gráfico 21 – Atividades Educativas nos parques da zona Sudeste de Teresina

Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Elaborado pela autora.

Os parques não apresentaram sequer uma atividade complementar que possam oferecer aos frequentadores; igualmente não contam com material ou placas indicativas relacionadas à temática ambiental. São parques totalmente distanciados dessa função.

Dos entrevistados, 67%, a maioria, considerou que os parques da zona Sudeste são ambientes favoráveis a práticas de delitos, devido à falta de manutenção, fiscalização, iluminação e ao abandono. Muitos consideram os parques como um lugar que vem sendo utilizado para o consumo de drogas ilícitas (GRÁFICO 22).

Gráfico 22 – Avaliação da segurança nos parques da zona Sudeste de

Teresina

168 Como em quase todas as áreas vegetadas levantadas, os parques da zona Sudeste não possuem administração no local. Somente o parque Balneário Curva São Paulo, que conta com os representantes dos permissionários no local e o presidente da Associação dos Barraqueiros, que lidam mais com os recursos financeiros e estruturais que ambientais do parque.

O Parque Caneleiro II conta com uma pequena “sede” onde ficam os vigilantes, segundo informou o vigia presente no local no ato da visita, são três os funcionários da Prefeitura responsáveis pela vigilância do “parque” em sistema de revezamento.

Todavia o mesmo relatou que a administração pública poderia ser mais presente, pois falta um administrador, técnicos e mais funcionários para zelar pelo parque, que vive praticamente abandonado. Ainda, conforme depoimento do mesmo funcionário o parque funcionava como um apoio para o cultivo de mudas nativas, mas tal prática vem se tornando cada vez mais escassa, ficando muitas mudas abandonadas no local.

Ressalte-se que não foram observados seguranças no local. Tal fato contribui significativamente para o índice de insegurança apontado pelos entrevistados. É importante considerar que um dos fatores que propiciam o baixo índice de visitações nos parques da zona Sudeste são as ações de vandalismo como roubos, furtos e uso de drogas ilícitas.

Os entrevistados do parque ambiental Curva São Paulo afirmaram que o local vem sendo muito utilizado para comercialização de drogas, para a prática de furtos e até homicídio já foi registrado no local. A insegurança aumenta após o horário de fechamento dos bares.

Outra questão abordada no questionário foi a avaliação que deveriam realizar os visitantes e moradores em relação aos recursos naturais da área pesquisada. Apesar dos focos de degradação encontrados em todos os parques, é notória a abundância da cobertura vegetal e a variedade de espécies. Assim sendo, 94,44% consideram os parques bem arborizados, embora necessitem de mais infraestrutura, fiscalização, limpeza e manutenção. Já o restante considerou as áreas degradadas. Também se pode concluir pela falta de sensibilidade e educação em relação à sadia qualidade do meio ambiente (GRÁFICO 23).

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Gráfico 23 – Avaliação dos recursos naturais nos parques da zona Sudeste de

Teresina

Fonte: Dados da pesquisa, 2013. Elaborado pela autora.

A última questão abordada foi a importância que as pessoas entrevistadas atribuem aos parques. Como seria evidente, as funções lazer e bem estar são facilmente reconhecidas. Presentes em 94,44% das respostas. O contato com a natureza foi o item menos considerado (44,4%). Já a questão sobre a melhora do microclima urbano recebeu apenas 16,66%. (GRÁFICO 24).

Gráfico 24 – Avaliação da importância dos parques ambientais da zona

Sudeste de Teresina

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