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CAPÍTULO III – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

1.3. Parte III Expectativas relativas ao Professor de Educação Especial

Os valores médios observados relativamente às expectativas dos professores do ensino regular, quer ao nível do perfil, quer ao nível do trabalho dos professores de Educação Especial, apresentam as variações ilustradas.

Gráfico II.2.Expectativas relativas ao Professor de Educação Especial.

Fonte – Anexo.III.Tabela-3 1 2 3 4 PIII. 1 PIII. 2 PIII. 3 PIII. 4 PIII. 5 PIII. 6 PIII. 7 PIII. 8 PIII. 9 PIII. 10 PIII. 11 PIII. 12 PIII. 13 Val or médio Observ ado 1 2 3 4 PIII. 14 PIII. 15 PIII. 16 PIII. 17 PIII. 18 PIII. 19 PIII. 20 PIII. 21 PIII. 22 PIII. 23 PIII. 24 PIII. 25 PIII. 26 Val or médio Observ ado

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Maria Fernanda Faria A maioria dos itens, está em média, entre “3- Concordo” e “4- Concordo fortemente”. Os itens que mais se aproximam do“4- Concordo fortemente”, item“PIII.2-, Espero que o professor de Educação Especial tenha formação especializada que o habilite para as funções que vai desempenhar”, com 61,4%, item PIII.3 -Espero que o professor do ensino regular e o professor de Educação Especial se respeitem mutuamente” com 64,8% e item PIII.4- espero que o professor de Educação Especial, em conjunto com o professor do ensino regular, sensibilizem a comunidade escolar para a inclusão”, com 52,3% dos inquiridos a responderem concordarem fortemente.

As expectativas menos positivas”, dizem respeito ao item, PIII.6, com 20,5% dos inquiridos a responderem discordo e item PIII.17, com 25%.

Estes itens dizem respeito ao facto do professor do ensino regular, esperar que o seu colega o ajude a criar novas dinâmicas para desenvolver na sala de aula com todos os alunos; e ao facto do professor de Educação especial, ser mais eficaz no apoio às crianças com N.E.E, se for solicitado pela escola ou sede de agrupamento.

Estas expectativas menos positivas, devem-se em nosso entender ao conhecimento que temos, das más práticas utilizadas na maioria das escolas. Normalmente o professor de Educação Especial só trabalha com os alunos referenciados que integram as turmas do ensino regular esquecendo o resto da turma. Esquecem muitas vezes também o contributo que o grupo pode trazer, para minimizar as dificuldades das crianças com N.E.E.

Por outro lado, ainda há muitos professores de Educação Especial a dar apoio ao mesmo tempo a mais de uma escola, dificultando o contacto físico regular entre estes dois profissionais. Este facto vai dificultar a troca de experiencias, a troca de informação, a troca de estratégias e de actividades, que se deveriam desenvolver entre estes dois profissionais.

2. Comparação Percepções vs Expectativas

Quer para as percepções, quer para as expectativas, os valores médios situam-se na sua maioria entre o “3-concordo” e “4-concordo fortemente”. No entanto, as expectativas apresentam valores médios, ligeiramente superiores às percepções.

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Maria Fernanda Faria As percepções sobre o perfil do professor de educação Especial, registam valores ligeiramente superiores relativamente às que dizem respeito ao trabalho. Os itens “PII. 4, 9, 13, 14, 19, 29, 32, 33, são os que registaram maior concordância.

Gráfico II.3. Comparação entre percepções e expectativas

Podemos, assim inferir, que o professor do ensino regular considera muito importante que o professor de Educação Especial trabalhe com os órgãos de gestão, os professores, a família e a comunidade escolar em geral.

É de salientar também a importância que é dada à experiencia profissional do docente de Educação Especial, funcionando como facilitador do trabalho de parceria entre estes dois profissionais.

Já no que diz respeito às percepções, relativamente ao perfil, foram os itens “PII. 30 – O professor de Educação Especial acompanha os alunos com necessidades especiais às consultas da especialidade.” e “PII. 31 – O professor de Educação Especial em colaboração com o professor do ensino regular, acompanha os alunos nos intervalos.”, os que menos concordância registaram.

É de registar que o acompanhamento dos alunos por parte do professor de Educação Especial, às consultas de especialidade e aos intervalos, são aspectos considerados muito importantes pelos professores do ensino regular.

1 2 3 4 Perfil do professor de EE Trabalho desenvolvido pelo professor de EE Perfil do professor de EE Trabalho desenvolvido pelo professor de EE Percepções Expectativas Val or médio Observ ado

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Maria Fernanda Faria Estes dois aspectos devem-se em nosso entender ao facto dos professores do ensino regular, reconhecerem a importância do acompanhamento médico do aluno e do acompanhamento noutros contextos que não só o de sala de aula. Quanto mais diversificados forem os contextos, maior é o conhecimento por parte do professor de Educação Especial do aluno com N.E.E., possibilitando o desenvolvimento de estratégias adequadas às suas características e contribuir assim, para a melhoria dos resultados do ensino - aprendizagem, destes alunos.

Se analisarmos no geral, as expectativas relativamente ao trabalho e perfil do professor de Educação Especial, não se registaram diferenças significativas, apresentando as duas dimensões valores acima do concordo.

Analisando especificamente cada um dos itens, que integram a dimensão expectativas que os professores do ensino regular tem relativamente ao perfil dos professores de Educação Especial, podemos concluir que a concordância é superior para os itens, PIII. 2, 3 e 4. Estes itens dizem respeito à necessidade de o professor de Educação Especial, ter uma formação especializada que o habilite para a função que desempenha. À necessidade de sensibilização da comunidade escolar para a inclusão. Ao respeito mútuo entre professor de Educação Especial e professor do ensino regular e por ultimo, que o professor de Educação Especial, desempenhe funções apenas numa escola.

Para o item PIII.17- “Espero que o professor de Educação Especial, seja mais eficaz se for solicitado pela Escola/Sede de agrupamento”, foi o item que registou menor concordância. Mais à frente podemos observar que este último aspecto, se deve ao facto de serem os professores mais novos, com menos habilitações académicas e menos tempo de serviço, os que atribuem menos importância ao facto do professor de educação Especial ser solicitado pela escola ou sede de agrupamento.

O motivo desta explicação por parte destes professores, poderá ter a ver com a sua situação profissional de contratados. A forma como se faz o recrutamento dos professores de Educação Especial, dificilmente permite que um professor nesta situação, possa ter oportunidade de exercer funções de professor de Educação Especial e ingressar na carreira. Já a elevada concordância com o item “PIII-2 – Espero que o professor de Educação Especial tenha uma formação especializada que o habilite para as funções que vai

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Maria Fernanda Faria desempenhar”, este aspecto tem a ver com a importância que cada vez mais se atribui, à especialização dos professores.

No que diz respeito às expectativas relativas ao trabalho, a concordância é elevada para todos os itens, apenas se registam valores inferiores para o item “PIII.16 - Espero que o professor de Educação Especial ajude a criar novas dinâmicas na sala de aula, para desenvolver com todos os alunos”.

A razão da baixa concordância, já foi inferida anteriormente e deve-se ao facto do trabalho deste profissional se centrar quase exclusivamente no aluno com N.E.E., esquecendo muitas vezes o professor de Educação Especial que o aluno com N.E.E. faz parte da turma, e que todos ficam a beneficiar se aprenderem juntos.

É neste sentido que segundo Sanches (2001), a diversidade é uma mais-valia para o processo de desenvolvimento humano, tendo como pilares sentimentos de amizade, de partilha e de participação de todos os elementos envolvidos no processo de ensino/aprendizagem (Correia, 2003).

2.1.Percepções do professor do ensino regular face ao perfil e trabalho do professor de

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