• Nenhum resultado encontrado

Capítulo 7. Análise comparativa segundo método Delphi

7.4 Resultados e Discussões

7.4.1 Participação dos respondentes

Por definição teórica, a metodologia Delphi tem como uma das principais características o anonimato dos especialistas consultados e a preservação da identidade dos mesmos, pelo menos no decorrer da primeira ronda. Assim, para atender a este requisito, foi enviado individualmente um e-mail de cunho introdutório e explicativo sobre a utilização e teor do inquérito a ser efetuado.

Posteriormente foi elaborado o inquérito a ser enviado e respondido virtualmente. Nesta fase, a metodologia adotada foi o desenvolvimento das questões, com opções em múltipla escolha, na plataforma informática “Google

Docs”, disponível gratuitamente na Internet. Deste modo, foi enviado, também

individualmente, para todos os endereços eletrónicos selecionados, o link contendo as informações e questões elaboradas. As respostas de cada participante foram contabilizadas e armazenadas, em tempo real por meios informáticos através da Internet.

Foram selecionados e contatados 40 especialistas em Portugal, e 39 especialistas da área de energia no Brasil, totalizando 79 especialistas de renome em ambos os países. Conforme referido, tais especialistas atuam nos setores académico, empresarial e governamental.

Importante salientar que, no decorrer da pesquisa, durante a realização do levantamento dos potenciais especialistas e respondentes desta pesquisa, constatou-se que grande parte dos contatos eletrónicos divulgados em web

sites das instituições onde atualmente desenvolvem suas atividades,

encontravam-se desatualizados. Portanto, os 79 especialistas contabilizados representam a parcela dos especialistas pesquisados que apresentam

endereços eletrónicos corretos e atualizados nas plataformas das instituições onde atuam.

Outro aspecto importante sobre a seleção dos respondentes para o questionário está relacionado com a atenção em contatar número semelhante de especialistas para cada um dos setores de atividade pesquisados e para cada um dos países estudados. Esta posição, tomada com vistas a garantir a representatividade, também contribuiu para a redução dos potenciais respondentes pesquisados.

A partir de um levantamento estatístico simples e direto, afirma-se que responderam à primeira ronda de inquéritos, um total de seis especialistas brasileiros e oito especialistas portugueses, em um total de 14 respondentes. Apesar de ser um número pouco expressivo, encontra-se publicado na literatura, que em se tratando de uma amostra homogénea de inquiridos, ou seja, quando os especialistas consultados apresentam um nível semelhante de conhecimento sobre o tema abordado na pesquisa, o número indicado de respondentes está no intervalo de 10 a 15 (Cassiani & Rodrigues, 1996). Entretanto, em trabalhos anteriores, em que foi utilizada a técnica Delphi, foram envolvidos centenas de respondentes para os mais variados inquéritos e sobre variadas temáticas de pesquisa.

Porém, de acordo com Lankoski (2007), as taxas típicas de respostas para inquéritos realizados com executivos, cujas questões foram enviadas por meio de correio eletrónico, estão entre 10% a 12%, apenas. Deste modo, os 17% de inquéritos respondidos para o presente trabalho, indicam, que esta é uma amostra possível de ser utilizada para o tratamento estatístico.

As figuras que seguem, elaboradas com auxílio do software SPSS, caracterizam por meio dos histogramas a participação dos respondentes, e também o nível de conhecimento sobre os temas inquiridos. Estas figuras auxiliam também na constatação da possibilidade de utilização desta amostra para o estudo pretendido.

Figura 36: Participação dos respondentes segundo países

Fonte: Elaboração própria.

A frequência de respondentes brasileiros está representada na primeira coluna, com 6 participantes, e a respectiva participação dos respondentes portugueses na segunda coluna com 8 participantes.

Na figura 38, verifica-se que a maioria dos respondentes (57%), possuem mais de 12 anos de experiência em trabalhos relacionados com EE, o que explica o conhecimento elevado destes profissionais no âmbito pesquisado e consequente homogeneidade da amostra de respondentes, segundo este critério.

Figura 37: Autoavaliação quanto ao nível de conhecimento dos respondentes

Assim, na primeira ronda da pesquisa Delphi, 17% dos respondentes efetivamente participaram. Sendo que, na pesquisa realizada no Brasil, 50% dos respondentes correspondem a profissionais ligados à empresa ou indústria. E, 33% estão ligados a universidades ou centros de pesquisa, e apenas 17% estão relacionados com instituições governamentais brasileiras, representando a minoria dos respondentes para este país.

Contrariamente, na pesquisa aplicada a especialistas portugueses, aproximadamente 62% dos inquiridos atuam em instituições governamentais em Portugal. E, 25% estão ligados às universidades e centros de pesquisa, e apenas 13% dos respondentes estão relacionados à empresa ou indústria portuguesa.

A figura a seguir ilustra percentualmente a participação dos países estudados na presente dissertação, segundo as áreas de atuação dos respondentes.

Figura 38: Caracterização percentual da participação dos respondentes

Fonte: Elaboração própria.

Em ambos os países, os participantes são em sua maioria do sexo masculino e encontram-se na faixa etária entre os 40 e 50 anos para os brasileiros. Para Portugal, tal faixa etária divide-se entre os 30 a 40 anos, e 50 a 60 anos, com o mesmo número de respondentes para estes intervalos. Ainda na série de questões para identificação do respondente, a Moda da pergunta sobre o tempo médio (em anos) de trabalho em EE, foi mais de 12 anos, confirmando a significativa experiência dos respondentes sobre este tema pesquisado.

Com relação à autoavaliação sobre o nível de especialização e conhecimento do respondente com relação aos programas em EE (PPEC ou

PROCEL), para os especialistas inquiridos no Brasil, em torno de 67% consideram-se “conhecedores” do tema abordado. Por outro lado, em Portugal, 87% dos profissionais questionados consideram-se “especialistas” sobre o assunto abordado no questionário. Desta maneira, pode-se considerar que os profissionais portugueses consideram que apresentam nível de conhecimento superior aos brasileiros, em média, com relação ao assunto abordado.

Ressalta-se que foi definido como “especialista”: grupo de pessoas que atualmente se dedica a este tópico com profundidade. E “conhecedor”: se o respondente está se tornando um especialista, mas falta alguma experiência para dominar o tópico, ou se trabalha em área semelhante, e contribui regularmente com temas relacionados a esse tópico.