• Nenhum resultado encontrado

4. ENQUADRAMENTO OPERACIONAL

4.2. Área 2) Participação na Escola e Relações com a Comunidade

4.2.2. Participação na escola

A componente extralectiva do trabalho do professor não se faz apenas de atividades com os alunos. É igualmente importante desenvolver competência de direção de turma e de organização de Departamentos, aspetos de que falarei seguidamente.

4.2.2.1. Reuniões de Núcleo de Estágio Profissional

Todas as semanas a atividade escolar começava com a reunião de Núcleo de Estágio Profissional. Servia essencialmente para discutir a semana anterior e preparar a seguinte. Realizávamos uma ata da reunião (Anexo 7), que servia de guia da mesma e era relida na reunião seguinte, como lembrete. Eram reunião curtas, no máximo de uma hora, onde o Professor Cooperante definia tarefas a cumprir nessa semana e falava dos nossos progressos.

86 4.2.2.2. A direção de turma

Qualquer professor pode ser chamado a cumprir a função de Diretor de Turma. É uma posição importante nas estruturas de gestão intermédia da escola, competindo-lhe estabelecer relações entre a escola e a família, além de acompanhar cada aluno da turma (Zenhas, 2006). Deve por isso possuir determinadas competências básicas, de comunicação e relacionamento interpessoal, e de dinamização e condução de reuniões e atendimentos. É o rosto mais visível da escola para os Encarregados de Educação, servindo de intermediário entre eles e outros professores (Zenhas, 2006).

O acompanhamento do diretor de turma é um ponto importante no Estágio Profissional, já que permite ao Estudante Estagiários experienciar situações importantes que serão úteis para o nosso futuro.

No que me diz respeito, acompanhei sempre que possível a diretora de turma, a professora de Português. Comecei por elaborar a caracterização da turma com a sua ajuda, tendo partilhado depois os resultados obtidos para que estes fossem expostos em Conselho de Turma, onde participei sempre, intervindo quando achava necessário faze-lo. Conheci pais de alunos, falei com eles, sabia dos problemas que os alunos iam tendo e acompanhava o seu percurso académico e até desportivo. Com a caracterização obtive boas informações que me permitiram falar com eles acerca do seu dia-a-dia e dos hábitos que tinham, procurando melhorar esses hábitos. Sabia que eles estavam à vontade para falar comigo, sendo frequente virem-me contar o que haviam feito no fim-de-semana.

Face ao bom comportamento geral dos alunos, e a ausência de problemas disciplinares, apenas dois casos merecerem atenção especial e motivaram momentos de maior proximidade à diretora de turma.

Um dos alunos reprovou por faltas a Educação Física. Apesar dos muitos esforços, nunca consegui que frequentasse a aula de terça-feira a tarde, o que originou a reprovação. Isto aconteceu por motivos extra escolares, até porque o aluno em questão se dava extremamente bem comigo, ao ponto de me pedir ajudar para procurar um local onde pudesse praticar desporto. Consegui esse

87

local e ele próprio se deslocou lá, dizendo-me depois que já estava a praticar, o que me deixou extremamente satisfeito, por ter ajudado um aluno a conseguir algo útil e importante para o seu futuro. Só que, à terça-feira, o aluno raras vezes ia a aula. Antes da reprovação, a diretora de turma disse-me que lhe deveria passar um trabalho, uma espécie de última oportunidade, marcando um prazo, que o aluno falhou, levando-o assim a reprovar de ano, ainda no segundo período.

Outro caso ocorreu após a aula de Educação Física, já com os alunos no balneário. Apenas estava eu e outro colega estagiários, já tendo o Professor Cooperante se ausentado. De repente os alunos começam a gritar, chamando- me. No balneário estava um aluno inconsciente no chão, tendo os outros dito que ele tinha apenas caído. Rapidamente começou com ataque epiléticos, obrigando a uma rápida intervenção minha e do meu colega estagiário, procurando evitar situações que causassem dor ao aluno. Foi uma situação bastante difícil de gerir, tendo passado cerca de dez minutos com uma aflição tremenda perante aquela situação. Vieram os pais e a ambulância, tendo os pais dito que o aluno já tinha tido ataques do género. O caso foi bastante discutido entre mim e a diretora de turma, que reuniu com os pais e ia obtendo informações durante a ausência do aluno (faltou durante cerca de uma semana). Nunca tinha vivido tal situação, e o facto do mesmo se ter passado com um aluno meu, depois de uma aula de Educação Física mexeu bastante comigo.

4.2.2.3. Reuniões de Departamento

Periodicamente todos os professores de Educação Física do agrupamento de escola reuniam na escola do Padrão da Légua. Eram reuniões bastante maçadoras, que habitualmente duravam entre duas a três horas.

Confesso que, apesar de as achar essenciais, nunca gostei destas reuniões. A burocracia existente era imensa! Além disso, o facto de se discutir o agrupamento fazia com os assuntos abordados poucas vezes dissessem respeito à nossa escola. Aliás, foram abordados tantos assuntos fora do âmbito da Educação Física… Faziam também parte do Departamento os psicólogos do

88

agrupamento, porém era frequente estes saírem mais cedo, após serem abordados os temas mais gerais.

De todas as reuniões a que assisti, apenas a primeira considero que foi bem aproveitada, onde foi discutido o Plano Anual de Atividades e os responsáveis por cada uma dessas atividades.

4.2.2.4. Relação com outros intervenientes no dia-a-dia escolar

Importa também falar da relação com outros membros da comunidade escolar. A funcionária do bar da sala dos professores foi nossa aliada durante todo o ano, dando alegria aos nossos serões passados a trabalhar. A funcionária da reprografia também merece destaque, por toda a paciência no tratamento dos mil e um documentos elaborados. Os funcionários responsáveis pela organização do pavilhão, por toda a ajuda na gestão da entrada e saída das turmas, assim como outros tantos auxiliares cujo apoio foi fundamental para que o ano de Estágio Profissional tenha sido bastante mais produtivo.

A construção de relações com outros professores ou auxiliares educativos da escola faz também parte do quotidiano da vida de um professor. Mesmo a relação com os alunos de outras turmas, alguns dos quais eu já havia inclusive treinado, foram importantes para o meu ano em Leça do Balio, ajudando a adaptar-me mais rapidamente ao meu escolar e a fazer com que me sentisse um professor, não apenas mais um Estudante Estagiário.