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CAPÍTULO II – MÉTODO

2.2. Participantes do estudo

Este estudo foi desenvolvido numa turma de 2.º ano do 1.º CEB, integrado numa escola de uma cidade da região Centro de Portugal Continental. Foram considerados como participantes a professora/investigadora, que teve uma participação ativa, planeando e conduzindo todos os acontecimentos da investigação; as professoras orientadora e cooperante, como também a companheira de estágio, que participaram em todo o processo de desenvolvimento do estudo, assim como, os alunos da turma e em particular os alunos caso.

2.2.1. Escola e meio envolvente

Esta investigação foi desenvolvida numa escola de uma cidade da região Centro de Portugal Continental, situando-se, mais concretamente, numa união de freguesias perto do centro da cidade. Esta união de freguesias tem 45,32 km2 de área e cerca de 18 756 habitantes (2011), com uma densidade de 413,9 hab/km2.

O agrupamento no qual a escola está inserida apresenta como princípios “o desenvolvimento harmonioso da personalidade de cada um, a igualdade de oportunidades, a formação de cidadãos livres e responsáveis em todas as dimensões e o respeito pelas leis e valores nacionais.” (Projeto Educativo, 2013-2017, p.13). Neste seguimento, é importante uma educação para os valores, sendo estes de campo ético, político, estético e religioso.

A escola é constituída por dois edifícios, sendo que o mais pequeno foi construído recentemente, destinando-se à Educação de Infância. No que se refere ao edifício maior, destinado ao 1.º ciclo do ensino básico, encontra-se em boas condições em termos de instalações. É composto por dois andares, sendo que, no primeiro, apresentam-se o gabinete da coordenadora, a secretaria, o polivalente e salas de aula. No piso de cima, estão localizadas a biblioteca, a cantina, a sala de professores e salas de aula. No edifício, existe

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um total de 9 salas de aula, duas para o primeiro, duas para o segundo e duas para o terceiro ano de escolaridade e três para o quarto ano de escolaridade.

2.2.2. Professora/Investigadora

A professora/investigadora é licenciada em Educação Básica pela Universidade de Aveiro, tendo concluído o curso em 2016. No ano letivo em que decorreu a presente investigação, encontrava-se a frequentar o 2.º ano de mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º CEB.

No que diz respeito ao presente estudo, este foi levado a cabo na turma atribuída no âmbito da unidade curricular de Prática de Ensino Supervisionada, uma turma de 2.º ano de escolaridade, na qual assistia, planificava e implementava aulas, assim como avaliava tanto o trabalho próprio como o dos alunos. Assim sendo, foi nesta turma que foram recolhidos os dados para o desenvolvimento do presente projeto.

Tendo em conta o duplo papel de professora estagiária e investigadora, tentou-se que o projeto estivesse enquadrado nas normais atividades previstas no projeto curricular da turma mas permitisse ultrapassar algumas das dificuldades apresentadas pelos alunos no tópico matemático em causa.

2.2.3. Turma

De forma a ser feita a caracterização da turma, recorreu-se ao registo biográfico dos alunos. Esta turma era constituída por 26 alunos, sendo que 15 são rapazes e 11 são raparigas, com uma média de idades de 8 anos. Três dos alunos da turma tinham dificuldades de aprendizagem, não estando ao mesmo nível dos restantes alunos da turma. Todos os alunos residiam em localidades próximas da escola, deslocando-se esta, na sua maioria, de carro, no entanto também a pé e de bicicleta.

De uma forma geral, os alunos eram consideravelmente interessados, empenhados e bastante competitivos, no entanto, bastante conversadores e com dificuldades em se respeitarem dentro da sala. Relativamente à participação nas aulas, eram alunos muito participativos, com vontade de mostrar os seus conhecimentos e ideias, apesar de apresentarem alguma dificuldade no respeito pela sua vez de falar. Apesar de existirem alguns conflitos entre alguns alunos da turma devido a brigas insignificativas próprias da idade, os alunos tinham uma grande cumplicidade entre si, ajudando-se sempre que era

33 Critérios

Alunos

necessário. Como já foi referido, eram alunos muito interessados, principalmente quando são utilizadas estratégias e materiais diferentes para a dinamização das aulas. Gostavam, também de trabalhar, em grupo, apesar de não ser uma estratégia comum e, por isso, não estavam habituados a ela. Gostavam, ainda, de aulas nas quais podiam partilhar as suas ideias e as suas experiências, sendo que lhes agradava a interação professor/aluno e aluno/aluno. 2.2.4. Alunos caso

Coutinho & Chaves (2002) consideram que selecionar os(s) “caso”(s) irá direcionar todo o processo de recolha de dados, pelo que esta etapa é muito importante.

Para uma seleção prévia de alguns possíveis alunos caso, numa primeira fase, realizou-se uma caracterização dos alunos utilizando o registo biográfico de cada um e procedeu-se a uma observação direta constante. Numa fase seguinte, através da audição das gravações do focus group, deu-se preferência aos alunos que trariam informação relevante para a investigação e foram selecionados 8 que apresentaram várias estratégias de resolução das tarefas. Posteriormente, foram sujeitos a uma entrevista, com a intenção de verificar como expressavam as suas ideias. Para a seleção final dos alunos a participar no estudo, foram tidos em conta aqueles critérios, se apresentavam mais ou menos dificuldades a matemática e as estratégias específicas que utilizavam.

Os 3 alunos-casos apresentam as características referidas no quadro seguinte, sendo 1 o nível mais baixo e 3 o mais elevado, os nomes atribuídos são fictícios.

Facilidade de expressão oral Dificuldades a matemática Diversidade de estratégias Paulo 2 2 3 David 2 1 2 Américo 3 3 2

Fig. 15 Quadro de características dos alunos caso no que respeita aos critérios de seleção