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A pesquisa foi realizada nos sete cursos de Odontologia do Estado de Santa

Catarina, independente destes cursos terem ou não iniciado a reforma curricular com

base nas Diretrizes Curriculares Nacionais.

Quando iniciei o projeto de pesquisa fiz contato com alguns coordenadores de

cursos que conhecia pessoalmente e cujo relacionamento era amigável, procurando

saber da sua viabilidade. A resposta favorável de quatro deles, embora de forma extra

oficial assegurava um universo, de certa forma expressivo, para o desenvolvimento da

pesquisa.

Entre os sete cursos de Odontologia em funcionamento, o mais antigo é o da

Universidade Federal de Santa Catarina, que antes mesmo de pertencer a esta

instituição já havia iniciado suas atividades com a matrícula da sua primeira turma em

janeiro de 1948. Nesta época, o curso estava instalado dentro da Faculdade de

Farmácia e Odontologia de Florianópolis.

Com a fundação, em dezembro de 1960, da Universidade Federal de Santa

Catarina, houve a incorporação de várias Faculdades existentes em Florianópolis

dentre as quais a de Farmácia e Odontologia. A conseqüência imediata desta

incorporação foi a separação dos cursos de Farmácia e de Odontologia.

Em 1970 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação exigia reformas nas

Universidades brasileiras. As Faculdades que integravam a UFSC foram extintas e

absorvidas pela nova estrutura formada por Centros e dentro destes por

Departamentos e Coordenações de Cursos. Desapareceu, então, a vinculação curso-

faculdade, persistindo o curso. Nesta época, o curso integralizava-se em quatro anos

distribuídos em oito semestres em período integral. Só a partir de 1985 é que o tempo

de formação foi aumentado para quatro anos e meio, tempo que permanece ainda no

currículo antigo que se extinguirá em dezembro de 2010, tendo em vista que o novo

currículo baseado nas Diretrizes Curriculares Nacionais se iniciou em março de 2007.

O segundo curso a surgir no cenário catarinense foi o pertencente à

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, aprovado em 20 de março de 1990.

Em 23 de março de 1998 começa a funcionar o terceiro curso de Odontologia

do estado, localizado na Universidade Regional de Blumenau – FURB.

O quarto curso a surgir foi o da Universidade da Região de Joinville-

UNIVILLE começando a funcionar em agosto de 1998, seguido posteriormente pelos

das Universidades do Sul de Santa Catarina – UNISUL, e do Planalto Catarinense -

UNIPLAC, ambos se iniciando em março de 1999, e por último o curso pertencente à

Universidade do Oeste do Estado de Santa Catarina – UNOESC com a primeira turma

iniciando seus estudos no ano 2000.

Todos os cursos são pagos pelos acadêmicos, exceto o da UFSC que é público e

gratuito. Em todos, a carga horária total gira em torno de 4.500 horas e o ensino se

processa em tempo integral. A maioria funciona em regime semestral, com um tempo

de formação de 4 anos e meio, exceção ao da UNIVILLE que integraliza seu currículo

em regime anual de cinco anos.

Os conteúdos específicos de saúde bucal coletiva e da promoção da saúde

nestes cursos são ministrados em disciplinas com diversas denominações tais como

odontologia social e preventiva, odontologia preventiva primária, odontologia em

saúde coletiva e estágio supervisionado.

Os cenários de prática destas disciplinas variam desde escolas públicas, asilos,

APAE, unidades de saúde, creches municipais, centro de atendimento ao paciente

portador de fissura naso-palatina e pequenas comunidades. A carga horária destas

disciplinas varia entre as instituições, sendo a menor de 240 horas aula e a maior de

576 horas aula.

Para poder cumprir as exigências legais do Comitê de Ética em Pesquisa com

Seres Humanos da UFSC, foi necessário obter a concordância oficial dos cursos que

permitiriam a realização da pesquisa. Foi enviado por E-mail aos coordenadores dos

sete cursos de Odontologia um ofício (apêndice A) contendo informações gerais sobre

a pesquisa. Junto a este ofício foi enviado também um modelo de autorização (anexo

1), que deveria ser devidamente assinado e reenviado ao pesquisador via FAX. Após

ter em mãos as autorizações para o desenvolvimento da pesquisa, foi feito contato com

cada um dos coordenadores para planejar em comum acordo os detalhes necessários

para a padronização da conduta na realização do estudo.

O próximo passo foi fazer a seleção dos alunos formandos de cada uma das

instituições que participariam da pesquisa. Com o intuito de padronizar a denominação

dos participantes desta pesquisa, a partir deste ponto eles serão identificados como

alunos. O número previsto era de cinco para cada instituição, mas que poderia ser

aumentado se não houvesse a saturação dos dados.

De acordo com Fontanella, Ricas e Turato (2008), utiliza-se a amostragem por

saturação para se estabelecer ou fechar o tamanho final de uma amostra em estudo,

interrompendo a necessidade de se adicionar à pesquisa novos componentes, isto

porque as informações fornecidas pelos novos integrantes pouco acrescentariam ao

material já coletado, deixando de contribuir de modo significativo para o

aperfeiçoamento da reflexão teórica fundamentada nos dados já coletados.Para adotar

tal procedimento, o pesquisador desde o início deverá fazer uma avaliação criteriosa

dos dados que vem coletando da participação de cada um dos integrantes da pesquisa.

O processo seletivo foi efetuado de forma aleatória através de sorteio numérico,

utilizando-se como referência a lista de chamada. Em alguns cursos o sorteio foi feito

pelo próprio pesquisador em sala de aula onde se encontrava a turma de formandos, e

logo em seguida foi acordada a ordem de participação. Nas instituições que se

encontram mais distantes geograficamente da cidade de moradia do pesquisador, por

questões de logística, o sorteio numérico foi feito previamente em casa pelo

pesquisador e enviado os respectivos números ao coordenador para que o mesmo

providenciasse o agendamento das entrevistas. Convém ressaltar que em ambos os

casos, entre os sorteados, não houve desistência.

A faixa etária dos alunos ficou entre 21 a 38 anos de idade. Em todas as

instituições, mesmo com a utilização do processo aleatório de seleção, verificou-se

um pareamento com relação ao sexo.