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No início das atividades na escola, notou-se que seria imprescindível conhecer algumas especificidades a respeito das participantes da pesquisa, no que

tange a atuação como professoras, suas experiências profissionais, formação para o exercício da docência e outras informações consideradas relevantes. Essas informações prévias contextualizaram os saberes que serviam de base ao ofício das professoras que, conforme explica Tardif(2002), são constituídos tanto em formação acadêmica quanto por meio das experiências na docência.

Sendo assim, um questionário foi planificado para ser respondido pelas professoras, por ser, como explica Richardson (1999), o instrumento mais comum na obtenção de informações sobre grupos sociais, cumprindo a função de descrever características. Além da caracterização do grupo quanto a sua formação e experiências no magistério, o questionário também foi uma forma de possibilitar as primeiras aproximações a respeito dos registros avaliativos que as professoras declarassem utilizar, para, inclusive, nortear as atividades iniciais do grupo dialogal.

O questionário, exposto no Apêndice B, combinou perguntas fechadas, que apresentavam opções de respostas preestabelecidas, com perguntas abertas, respondidas por meio de frases (RICHARDSON, 1999). No total foram vinte e uma perguntas que tratavam de:

 Aspectos gerais: período de trabalho, gênero e idade;

 Formação: questionamentos sobre o nível de escolaridade, cursos realizados, instituição de obtenção do nível de escolaridade, assim como há quanto tempo o curso foi finalizado;

 Experiência profissional, compreendendo o tempo de experiência no magistério, tempo de atuação na escola, modalidade de ensino em que atuou nos últimos anos e experiências em outra escola ou rede de ensino;

 Utilização de registros: frequência com que as professoras registravam suas observações realizadas em aula, onde elas registravam e quais as informações que costumavam registrar.

Nesse último item, da utilização dos registros, pretendia-se perceber se as docentes realizavam algum tipo de registro e, dentre as informações que declararam geralmente registrar, verificar quais delas estavam relacionadas à avaliação da aprendizagem. As perguntas não foram feitas especificamente com os termos “avaliação da aprendizagem”, pois poderiam direcionar as respostas.

As informações obtidas nos questionários foram organizadas e tabuladas por meio de planilha do programa Excel. Com os recursos do programa, esses dados

foram cruzados, possibilitando relações entre os diferentes aspectos abordados no instrumento. Os aspectos selecionados, considerados mais significativos para a caracterização do grupo, estão presentes neste tópico.

No que tange aos dados das turmas com as quais as professoras lecionavam, do tempo de experiência docente de cada uma delas e do tempo em que trabalhavam na escola envolvida na investigação estão apresentados na tabela a seguir:

Quadro 1: Turma de atuação, tempo de experiência e de trabalho na escola.

Período Professora6 Turma

Tempo de experiência como professora Tempo em que trabalha na escola envolvida na pesquisa Intermediário

Miranda Estágio I B Há menos de um ano Há menos de um ano Fernanda Estágio I D De 1 a 2 anos Há menos de um ano Alice Estágio II C De 1 a 2 anos Há menos de um ano Carine 2º ano B De 1 a 2 anos Há menos de um ano Dirce 3º ano B Há mais de 10 anos De 3 a 5 anos Adriele 3º ano C De 3 a 5 anos Há menos de 1 ano

Manhã

Vanessa Estágio II A Há mais de 10 anos De 3 a 5 anos Rosa Estágio II B Há mais de 10 anos De 3 a 5 anos Andressa 1º ano A Há mais de 10 anos De 1 a 2 anos Ester 2º ano A Há mais de 10 anos De 1 a 2 anos Jéssica 3º ano A Há mais de 10 anos De 1 a 2 anos

Quadro 1: Turma de atuação, tempo de experiência e de trabalho na escola.

Período Professora Turma

Tempo de experiência como professora Tempo em que trabalha na escola envolvida na pesquisa Tarde

Elenice Estágio I C Há mais de 10 anos Há menos de um ano Maria Estágio II D Há mais de 10 anos De 3 a 5 anos

Rute 1º ano B Há mais de 10 anos De 3 a 5 anos Carmem 2º ano C Há mais de 10 anos De 3 a 5 anos Celine 4º ano A Há mais de 10 anos De 3 a 5 anos Jaqueline 5º ano A De 3 a 5 anos Há menos de 1 ano

Ivone Professora de Língua e Cultura Inglesa – anos iniciais do ensino fundamental

De 3 a 5 anos Há menos de 1 ano

Fonte: Próprio autor.

Observa-se que no período intermediário estavam todas as professoras da escola com menos tempo de experiência docente e que também trabalhavam a menos tempo na instituição envolvida na investigação. No período matutino lecionavam as professoras com mais experiência na profissão, todas com mais de dez anos de atuação docente. No período vespertino também havia professoras muito experientes, em sua maioria com mais de dez anos na profissão, além disso, somente nesse período existia a participação de uma educadora de língua e cultura inglesa.

Dentre as dezoito professoras participantes da pesquisa, cinco delas têm até trinta e quatro anos de idade, sendo que apenas uma professora está na faixa etária de até vinte e quatro anos. São sete professoras que se encontram na faixa de idade entre trinta e cinco a quarenta e quatro anos e cinco professoras que têm idade entre quarenta e cinco a cinquenta e quatro anos. Uma professora declarou ter mais de cinquenta e cinco anos.

Todas as professoras afirmaram, a respeito do seu grau de escolaridade, ter o ensino superior completo, sendo em sua maioria – o correspondente a dezessete professoras – que fizeram o curso de Pedagogia, incluindo a professora de Língua e Cultura Inglesa. Duas professoras declararam ter cursado Letras, dentre elas, a professora de Língua e Cultura Inglesa. A formação superior das professoras ocorreu essencialmente em cursos presenciais, somente uma delas fez o curso à distância. As Instituições de Ensino Superior onde as docentes concluíram seus cursos são todas particulares, sendo dez delas situadas no Município de Guarulhos. Ainda a respeito da formação acadêmica, nove participantes da pesquisa possuíam especialização em nível de Pós-Graduação. O curso mais realizado foi Psicopedagogia, citado por cinco professoras. Na sequência estão especialização em Educação Infantil e Supervisão Escolar, citados, cada um deles, por duas docentes. Uma professora afirmou ter se especializado em Educação Especial e, outra docente, em Educação de Jovens e Adultos.

Dos cursos de formação oferecidos pela Secretaria de Educação de Guarulhos, somente duas professoras responderam que não participavam. Dentre os cursos citados pelas professoras envolvidas nas atividades de formação, nenhum se refere diretamente à avaliação da aprendizagem ou avaliação educacional.

No item do questionário que perguntava se as professoras trabalhavam em outra escola ou rede de ensino, três delas responderam que sim, todas do período da tarde, sendo que duas docentes trabalhavam também na rede estadual de ensino e uma trabalhava em colégio particular. Uma das professoras lecionava em modalidades de ensino diferentes, sendo que trabalhava na educação infantil, na rede municipal de Guarulhos, e nos anos iniciais do ensino fundamental, na rede estadual.

Outro dado relevante se refere ao fato de seis professoras, nos últimos três anos, estarem atuando ora na educação infantil, no estágio I ou II, ora nos anos iniciais do ensino fundamental. Essa mobilidade é mais frequente com as docentes que estão há menos de um ano na escola, ou seja, quatro das seis professoras.

Esses dados a respeito da atuação das professoras em diferentes modalidades de ensino denotam a importância da integração, nas discussões pedagógicas, do trabalho realizado na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, principalmente para as professoras iniciantes, que estão construindo suas primeiras experiências em níveis distintos de ensino.

Quanto à última parte do questionário, na qual é abordado o uso de registros, treze professoras apontaram que sempre produziam registros das observações realizadas em aula e cinco produziam algumas vezes. O caderno ou diário pessoal foi citado por todas as professoras como instrumento utilizado para esses registros de observações, dez participantes se referiram também ao diário de classe. Acrescentou-se, na resposta de uma professora, a ficha de acompanhamento ou relatório.

No que diz respeito aos tipos de informações que as professoras registravam sobre as observações realizadas em aula, por ser uma questão aberta, foram citados diversos aspectos. Na leitura dessas respostas, foi possível perceber que alguns termos se repetiam ou eram sinônimos, então, por meio de filtros com essas expressões mais utilizadas, levantou-se que: oito professoras citaram aspectos relacionados a comportamentos e atitudes dos alunos; cinco delas afirmaram registrar informações sobre o desempenho do aluno, mas não esclareciam mais detalhes; cinco respostas mencionaram registros de atividades realizadas ou conteúdos desenvolvidos; quatro das participantes trataram das dificuldades dos alunos e; três relataram conversas com pais ou responsáveis.

4.4 PROPOSIÇÕES CONTIDAS NOS DOCUMENTOS OFICIAIS DA REDE