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4.2. Módulo (i): Classificação Escolha das Barras Candidatas à Compensação

4.2.1. Passo 1 Representação do Sistema Elétrico

O SEP deve ser representado de forma que as análises apresentem resultados confiáveis. Conforme comentado anteriormente, o procedimento proposto utiliza a análise estática, não sendo necessária a representação do comportamento dinâmico dos elementos do sistema.

Representação do Sistema

Diagnóstico do Sistema: Casos de Referência

Avaliação da TPC

Análise da Sensibilidade das Barras

Classificação Geral

Escolha das Barras Candidatas a Compensação Reativa Shunt Capacitiva

Nos estudos do sistema elétrico brasileiro o usual é representar detalhadamente a Rede Básica (transmissão) e de modo simplificado a subtransmissão. A simplificação é feita desprezando-se os ramais radiais e as transformações abaixadoras (subtransmissão para média tensão), conectando-se as cargas e a compensação de potência reativa diretamente nas barras de subtransmissão do sistema [Cortez 2001].

De especial interesse para a análise de Estabilidade de Tensão é a modelagem das cargas, dos geradores, dos transformadores com mudança de tap e dos compensadores, conforme indicado de forma sucinta abaixo.

Cargas

O fenômeno da instabilidade de tensão está intimamente ligado ao comportamento das cargas. A recomendação de [CCPE 2002] é de que se o tipo das cargas não for conhecido com exatidão deve-se utilizar o modelo de carga do tipo potência constante para as componentes ativa e reativa.

Em [Cortez 2001] o autor alerta para a possibilidade de resultados errôneos em função desta simplificação. Cita-se o caso do comportamento dos motores de indução, onde existe uma variação significativa do consumo de potência reativa em função de sua tensão terminal. Em regiões industriais ou com grande concentração de motores de indução, como os utilizados em aparelhos condicionadores de ar, a correta modelagem das cargas é de especial interesse.

Durante as simulações feitas no cálculo do fluxo de potência continuado ou no diagnóstico do sistema para uma situação futura é necessário escolher a maneira como as cargas serão incrementadas. Evidentemente, a taxa de crescimento da carga é um parâmetro particular de cada sistema elétrico e varia de acordo com as características dos consumidores representados por elas. A recomendação do CCPE [CCPE 2002] é que durante o incremento de carga mantenha-se o fator de potência constante. Tal preocupação se justifica porque a potência reativa é um dos fatores mais relevantes para o colapso de tensão. Assim a determinação correta do fator de potência torna-se muito importante para os estudos.

Outro fator relevante é fazer a distinção, para cada barra, entre as parcelas de potência reativa correspondente à carga e à compensação reativa, uma vez que apenas a potência da carga deve ser incrementada.

Redespacho dos Geradores

À medida que a carga é incrementada o redespacho de cada gerador deve ser realizado. A definição da participação de cada gerador no aumento da carga é de fundamental importância nos estudos, pois possui grande influência nos limites de máximo carregamento.

O quanto cada gerador irá fornecer para atender ao aumento da demanda é um critério do planejador. A recomendação do CCPE [CCPE 2002] é manter constante a geração da área interna (carga) e distribuir o aumento de geração pelas áreas externas (geração), fazendo um rateio proporcional à capacidade de cada gerador. Devem ser incluídos apenas os geradores que contribuem de forma significativa na área de carga sob análise. Os limites de capacidade de geração de potência ativa e reativa de todos os geradores envolvidos devem ser representados e respeitados nas simulações.

Transformadores e Reguladores de Tensão

A necessidade de representar os transformadores de transmissão e distribuição, com a ação dos LTC e dos reguladores de tensão é uma questão relevante para análise da estabilidade de tensão e deve ser avaliada pelos planejadores.

Em geral, não são representados os transformadores da subtransmissão, e conseqüentemente, ignoram-se os LTC que controlam a média tensão. Porém, caso o enfoque dos estudos seja o sistema de distribuição a representação desses transformadores é importante.

A recomendação encontrada na literatura é a representação dos LTC e reguladores de tensão como cargas do tipo potência constante. Desta forma, o efeito da atuação desses elementos estaria sendo aproximado de forma admissível, apesar de não se poder afirmar que o efeito seja exatamente o mesmo.

Para os estudos, ou regiões, onde o modelo de carga adotado for diferente do de potência constante, torna-se obrigatória a representação de todos os LTC das subestações envolvidas. Caso seja possível, deve-se agregar também aos LTC os efeitos dos reguladores de média tensão da distribuição, uma vez que tais reguladores não são representados nos estudos de planejamento da transmissão e subtransmissão [Cortez 2001].

Geradores Síncronos e Compensadores Estáticos

A utilização de geradores síncronos e compensadores estáticos tem grande relevância para o controle de tensão, pois em muitos casos a sua atuação é sistêmica, ou seja, possuem a capacidade de controlar a tensão em toda uma área de suprimento. Essa característica também confere a tais dispositivos grande importância no fenômeno da instabilidade, já que o suprimento de potência reativa tende a aumentar as margens de carregamento, deslocando o ponto de colapso para valores de potência mais elevada.

Merecem especial atenção as limitações de geração/absorção de potência reativa destes dispositivos, uma vez que fora destes limites o comportamento sofre alterações acentuadas. Para os compensadores estáticos, depois de atingido o ângulo de disparo máximo, o comportamento passa a ser o mesmo de um dispositivo passivo (capacitor) com a potência reativa gerada proporcional ao quadrado da tensão terminal. Os geradores síncronos geram potência reativa proporcionalmente ao valor da tensão desejada na barra controlada, porém não conseguem gerar potência reativa muito além do valor especificado pelo fabricante. Desta forma, depois de atingido o limite esse dispositivo perde a sua capacidade de regulação da tensão.

Conforme mostrado em [Cortez 2001] é de fundamental importância considerar na representação do sistema os limites corretos de geração/absorção de potência reativa relativos a capacidades desses equipamentos, além de ajustar as tensões controladas por esses equipamentos o mais próximo possível dos valores reais.

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