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Pastagens e Forrageiras no Brasil e na Argentina

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2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Aspectos da Produção de Equinos

2.1.3 Pastagens e Forrageiras no Brasil e na Argentina

Com base nos estudos desenvolvidos por Streck (2002), os solos da região sul do Brasil são classificados como luvissolos, caracterizados por serem pouco profundos e com acumulação subsuperficial de argila (Figura 8). Apesar da carência de fósforo, apresentam boa fertilidade natural, dependendo da profundidade. Esse tipo de solo favorece o aparecimento de uma pastagem nativa exuberante, com diversas espécies de gramíneas e leguminosas, sobretudo no Bioma Pampa (VIGLIZZO et al., 2006).

Figura 8 – Tipos de solo do Rio Grande do Sul

Fonte: Atlas Socioeconômico do Estado do Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.scp.rs.gov.br/atlas/atlas.asp?menu=511>. Acesso em 20 maio 2012.

A pastagem nativa constitui a base primária da exploração pecuária no Rio Grande do Sul (MOOJEN; MARASCHIN, 2002). As formações campestres do Rio Grande do Sul, desde a introdução dos bovinos e ovinos, em fins do século XVIII, vêm sendo utilizadas em regime de pastoreio contínuo, nos quais a pecuária extensiva tem sido, por mais de duzentos anos, a forma de aproveitamento econômico desses campos. Com o decorrer dos anos, os rebanhos aumentaram, as lotações elevaram-se, houve a subdivisão dos campos e, como consequência, o superpastejo ocorre na maioria dos campos sul-rio-grandenses (GONÇALVES et al., 1999). Nesse bioma, predominam comunidades vegetais compostas,

em sua grande maioria, por espécies de gramíneas de valor forrageiro, leguminosas e também plantas herbáceas. Boldrini (1997) estima a existência de cerca de 400 espécies de gramíneas e 150 de leguminosas. A sua composição botânica pode variar, em pequenas áreas, entre potreiros, conforme o ano, o tipo de solo e o manejo a que é submetida. Esses fatos mostram a complexidade de utilização das mesmas de um modo sustentável (CARAMBULA, 1991).

De acordo com Sattler et al. (2003), a vegetação da região é composta predominantemente de gramíneas como a Grama-Forquilha (Paspalum notatum) e demais espécies do gênero Paspalum, Barba-de-Bode (Aristida pallens) e Capim-caninha (Andropogon lateralis), e, com menor participação, espécies de leguminosas, como o Pega- pega (Desmodium incanum) e trevos nativos (Trifolium spp.), além de espécies como o Caraguatá (Eryngium horridum) e a Carqueja (Baccharis trimera). Ocorrem também outros gêneros de menor incidência: Brachiaria sp., Cynodom sp., Digitaria sp., Oxalis sp., Panicum

sp., Pennisetum sp., Richardia sp., Sida sp. e Solanum sp., entre outras.

Segundo Melgar (2006) no norte na Argentina predominam matas subtropicais, onde se tem as espécies: cedro, ipê, erva-mate, pinheiro, samambaias, bambus e cipós. A região do Chaco é coberta por gramíneas e palmeiras esparsas. Em regiões onde ocorrem mais chuvas e junto aos rios há o predomínio de plantas subtropicais, do gênero Dalbergia, com árvores como o Jacarandá e o Quebracho e outras madeiras exploradas no país, como Lapacho e Urundaí. Nos Andes, Patagônia extra-andina e sudoeste do Chaco há áreas desérticas e semi- desérticas. A área dos Pampas quase não possui árvores, predominando as gramíneas. Nas zonas úmidas dos Pampas o ecossistema da Pradaria dá origem ao tallgrass, praticamente sem árvores. Os solos dos pampas são de uma cor preta profunda, misteriosa. O leste, por ser mais seco, possui espécies adaptadas à aridez, podendo constituir matagais arbustivos intermitentes. Os solos da Argentina estão distribuídos em oito ordens de classificação taxonômica de solos, sendo a mais abundante a dos molisoles, utilizada para cultivo comercial e produção intensiva da pecuária, com destaque para carne e leite (Figura 9).

Figura 9 – Tipos de solo da Argentina

Para Lima et al. (2008) a ação de processos exógenos de intemperismo e pedogênese resultam na composição dos solos, cuja formação varia segundo seus fatores controladores: rocha matriz, clima, relevo, organismos e tempo. A evolução mineralógica de um solo é característica àquele solo e aos fatores que o determinam. Identificar, caracterizar e verificar as propriedades dos diferentes constituintes do solo permitem avaliar a sua gênese, o intemperismo, os processos pedogenéticos vigentes, as propriedades físicas e químicas e a reserva potencial mineral de nutrientes para as plantas.

Na Tabela 5 as áreas dos solos, de acordo com as ordens taxonômicas da Argentina continental. Estão incluídas características de cada ordem.

Tabela 5 – Áreas por ordem de solos da Argentina, características.

Ordem dos solos Características Área total (km2)

Alfisol Solos argilosos pouco permeáveis, formando

banhados e pântanos 205.851

Aridisol Solo de zonas áridas e semiáridas, capaz de absorver rapidamente a água das chuvas 555.686 Entisol Solos que se formam por águas e ventos. Não têm matéria orgânica nem são férteis para

cultivo

621.420

Histosol Solos de composição ácida, de zonas de

pântanos e bons para o pastoreio de gado 872 Inceptisol Solos dos vales úmidos das zonas quentes e frias 81.136 Molisol Solos de cor escura, com boa capacidade de drenagem. São os mais férteis do país. Ideais

para a agricultura

871.569

Ultisol

Solos argilosos, intemperizado devido às condições de clima, relevo e vegetação, apresentando baixa reserva potencial mineral de nutrientes para as plantas

737

Vertisol Solos argilosos e empedrados. São ruins para a agricultura, mas, bons para o gado 15.679 Não classificada Solos de região urbana, rochosa, águas pouco

profundas 427.449

Total 2.780.400 Fonte: Garbulsky e Deregibus (2004, p.10); Lima et al. (2008)

O milheto, Pennisetum glaucum, de acordo com Kichel (2000), é uma forrageira de clima tropical, anual, de hábito ereto, porte alto, com desenvolvimento uniforme e bom perfilhamento, e produção de sementes entre 500 kg/ha e 1.500 kg/ha. Apresenta excelente valor nutritivo (até 24% de proteína bruta quando em pastejo), boa palatabilidade e digestibilidade (60% a 78%) em pastejo, sendo atóxica aos animais em qualquer estádio vegetativo. Quanto ao potencial produtivo de forragem, pode alcançar até 60 toneladas de massa verde e 20 toneladas de matéria seca por hectare, quando cultivado no início da primavera. Para os equinos apresenta-se como uma excelente opção de forrageira, principalmente na região do sul do Brasil.

A aveia, Avena sativa, segundo o mesmo autor, é uma forrageira de clima temperado e subtropical, anual, de hábito ereto, com desenvolvimento uniforme e bom perfilhamento. A produção de sementes varia de 600 kg/ha a 1.600 kg/ha. Apresenta excelente valor nutritivo,

podendo atingir até 26% de proteína bruta no início de pastejo, com boa palatabilidade e digestibilidade (60 a 80%). É uma planta atóxica aos animais em qualquer estádio vegetativo. A produtividade varia de 10 a 30 toneladas de massa verde/hectare, com 2 a 6 t/ha de matéria seca. Adapta-se bem a vários tipos de solo, não tolerando baixa fertilidade, excesso de umidade e temperaturas altas. Responde muito bem à adubação, principalmente com nitrogênio e fósforo e suporta o estresse hídrico e geadas.

De acordo com Andriguetto et al. (1983) a aveia é um cereal cultivado para produção de grãos empregados na alimentação de humano e animal, sendo também uma excelente planta forrageira de inverno. É um alimento tradicional para cavalos, mas pode ser utilizado na alimentação de outros animais, principalmente para os ruminantes. A aveia não é bom alimento para engorda e é geralmente utilizada com limitações neste tipo de ração. Por suas qualidades nutritivas ideais para os cavalos atinge preços mais elevados do que os outros cereais, o que dificulta sua utilização em rações comerciais.

O Azevém, Lolium multiflorum, de acordo com Kichel (2000), é uma gramínea anual, cespitosa, que possui folhas finas e tenras, cujo porte chega a atingir 1,2 metros de altura. É rústica, agressiva e perfilha em abundância, razão pela qual é uma das gramíneas hibernais mais cultivadas no Rio Grande do Sul, tanto para corte como para pastagens. Esta gramínea é adaptada a temperaturas baixas (não resiste calor), desenvolvendo-se somente durante o inverno e a primavera. Desenvolve-se relativamente em qualquer tipo de solo, mas prefere os argilosos, férteis e úmidos para proporcionar grandes rendimentos. Resiste bem à umidade excessiva e à acidez. Devido a sua grande capacidade de ressemeadura natural, mesmo morrendo, permanece na área de um ano para o outro.

A alfafa, Medicago sativa c.v. Crioula charqueana, leguminosa originária da Argentina (VILELA, 2012). É considerada a ‘rainha das plantas forrageiras’, por apresentar elevado valor nutritivo (Proteína bruta = 22 a 25%), grande produtividade e boa palatabilidade. Sabe-se do seu cultivo já no ano de 700 a.C. pelos árabes e talvez tenha sido a primeira herbácea a ser cultivada no mundo (IBAÑEZ, 1976).

Segundo dados de Costa & Monteiro (1997), estima-se que a área cultivada com alfafa no mundo é da ordem de 32,2 milhões de hectares, com a seguinte distribuição: no hemisfério norte, destaca-se como maior produtor os Estados Unidos da América, que representa também, a maior produção mundial, com 10,5 milhões de hectares (26% sob irrigação, segundo Guitjens (1990)), seguido pela Rússia com 3,3 milhões de hectares, Canadá com 2,5 milhões de hectares e Itália com 1,3 milhões de hectares. No hemisfério Sul, o maior produtor e o segundo em nível mundial, é a Argentina com 7,5 milhões de hectares, Seguido pela África do Sul com 300.000 ha e Peru com 120.000 ha.

O Brasil apresenta uma área cultivada de apenas de apenas 26.000 hectares. As dificuldades para a expansão do cultivo da alfafa no Brasil, ainda, vão desde o desconhecimento da cultura, passando por aspectos de fertilidade do solo, manejo, irrigação em áreas secas, produção de sementes, até a necessidade de produção de material mais adaptado e em equilíbrio com as principais doenças e pragas, que acompanham a alfafa em todo o mundo (COSTA; MONTEIRO, 1997).

A alfafa pode ser cultivada em monocultura, em rotação com outras culturas de grãos, e em mistura com várias espécies de forrageiras. Seu principal uso é como feno para Equinos, silagem e pastagem para ruminantes, ou como fonte de proteínas e vitamina A para animais não ruminantes, como aves domésticas e porcos (HEICHEL, 1983). Na América do Sul, a grande concentração de alfafa está na região centro-norte da Argentina, em cultivo puro e associados a gramíneas. Em torno de 4,9 milhões de hectares são cultivados na região pampeana, o que representa mais de 90% da superfície com alfafa, na Argentina (HIJANO; BACIGALUP, 1995).

No Brasil, a área total cultivada é de 26 mil hectares, principalmente, nos estados do sul e em São Paulo (MICHAUD et al., 1988) e atualmente 80% desta área encontra-se no Rio Grande do Sul e atribui-se aos colonizadores alemães e italianos a sua introdução, por volta de 1850 (SAIBRO, 1985). Apenas uma população foi introduzida e se adaptou muito bem no sul e continua sendo cultivada: a alfafa Crioula (OLIVEIRA et al., 1993).

O Tifton 85, dentre as forrageiras do gênero Cynodon, se destaca por ser uma gramínea perene, de crescimento prostrado, estolonífera e rizomatosa, destinada tanto para produção de feno e silagem como para pastejo (PEDREIRA, 1996), apresentando alto valor nutritivo, alta relação folha/colmo e alta produção. O Tifton 85 foi desenvolvido por Burton et al. (1993), na Coastal Plain Experiment Station (USDA-University of Georgia), em Tifton, sul do Estado da Geórgia, oriundo do cruzamento de uma introdução sul-africana (PI 290884) com o capim-tifton 68. Em ensaios conduzidos nos Estados Unidos, este híbrido apresentou elevado potencial de produção de matéria seca de alta digestibilidade. Em virtude de sua recente introdução no Brasil, informações são necessárias quanto ao seu rendimento e valor nutritivo. Em experimento comparativo de quatro cultivares do gênero Cynodon, o capim- tifton 85 proporcionou maior rendimento anual (média de três anos consecutivos) de matéria seca (10,7 t/ha) e proteína bruta (1,71 t/ha), sendo a melhor opção para uso intensivo nos sistemas de produção de leite e carne, na região dos Campos Gerais do Paraná (POSTIGLIONI; MESSIAS, 1998). A idade da planta influencia o valor nutritivo da forrageira e determina a variabilidade dos indicadores de qualidade. Avaliando o capim-tifton 85, Ribeiro et al. (1998) observaram maiores produções de matéria seca (25,1 t/ha) com o intervalo de cortes de quatro semanas e aplicação de 400 kg de N/ha/ano. Ainda, no intervalo de corte de quatro semanas foram obtidos os maiores valores de relação lâmina/colmo (1,04), de teores médios de proteína bruta (10,1%) e de coeficientes de digestibilidade in vitro da matéria seca (62,2%).

O milho, Zea mays, é caracterizado pelas diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia. Na realidade, o uso do milho em grão como alimentação animal representa a maior parte do consumo desse cereal, isto é, cerca de 70% no mundo. Nos Estados Unidos, cerca de 50% é destinado a esse fim, enquanto que no Brasil varia de 60 a 80%, dependendo da fonte da estimativa e de ano para ano.

Entre os alimentos volumosos utilizados atualmente para equinos, o capim coast-cross (Cynodon dactylon) tem sido utilizado na formação de pastagens e pode ser empregado na forma de feno como alimento único na dieta de equinos em mantença (PIMENTEL et al.,

2009). O coast-cross é considerado de alto valor nutritivo e um dos mais utilizados em Cuba e

no sudeste dos Estados Unidos, nas formas de pastejo e feno (CAMPOS, 2001). Herrera (1983) informa que o coast-cross é uma gramínea que se adaptou às condições de clima tropical e subtropical, apresentando como características forrageiras desejáveis, na produção de feno, elevada quantidade de matéria seca por área e alto valor nutritivo.

O coast-cross é uma forrageira tropical, que quando bem manejada, constitui uma alternativa viável para alimentar o rebanho dos Sistemas Intensivos de produção (ALVIM et al., 1996). É uma gramínea que apresenta boas características para pastejo, com elevada produção de matéria seca, alto valor nutritivo e boa capacidade de suporte (CAMPOS, 2001). O capim coast-cross apresenta facilidade e tolerância a cortes frequentes e produz completa cobertura do solo, que são, segundo Costa e Resende (1999), características desejáveis nas gramíneas para feno.

Uma das formas de alimentação equina utilizada é a ração balanceada industrializada. Esta apresenta como características gerais ser obtida de matérias-primas vegetais de boa qualidade, com adição de sais minerais, vitaminas e aditivos permitidos pela legislação em vigor, peletizada, industrializada em estabelecimento registrado no Ministério da Agricultura (BRASIL, 2006). Para Vilela (2010) mesmo sendo monogástrico, o equino pode ser

classificado como herbívoro não ruminante devido a presença de ceco e cólon, local onde ocorre a fermentação que permite o aproveitamento das fibras. A oferta de alimentos de alta qualidade permite crescimento saudável e excelente condição física. Lewis (2000) apontou as categorias de alimentos que nutrem o equino em: cereais, forragem natural, raízes e tubérculos, e forragem artificial. Os cereais incluem aveia, cevada, centeio, trigo e milho.

A suplementação nutricional é oferecida quando for necessário regular níveis energéticos ou proteicos. As rações balanceadas correspondem a um complemento corretor que pode se apresentar de vários tipos: farelada, peletizada, laminada ou extrusada. As vantagens fundamentais das industrializadas sobre as fareladas, em especial quando são misturadas na propriedade, incluem o fator do controle de qualidade das matérias-primas que chegam às fábricas. Nutrientes são analisados e classificados, como forma de garantir a composição adequada do produto final, quanto a proteínas, minerais, fibras e outros componentes. Algumas matérias-primas, como aveia e trigo, entre outras, são oferecidas aos animais, misturadas à ração balanceada, porém, por serem ricas em fósforo poderão levar a um desbalanceamento da relação cálcio/fósforo sanguíneo e provocar problemas na saúde dos cavalos (SILVA, 2010).

2.1.4 Reprodução

O processo de seleção genética na espécie equina, diferentemente de outras, geralmente está baseado no desempenho esportivo e na capacidade funcional dos animais. Assim, não raro, ao término de sua vida esportiva e, portanto mais velhos éguas e garanhões podem ser destinados à reprodução (RODRIGUES, 2006). Em um programa de seleção animal, o processo de escolha de matrizes e garanhões e o máximo aproveitamento desses indivíduos na produção de descendentes são cruciais para alcançar os objetivos desejados num menor tempo e com maior eficiência. Na busca de ferramentas capazes de melhorar índices reprodutivos de animais com problemas de fertilidade e aumentar a eficiência dos animais considerados superiores geneticamente, uma série de técnicas vêm sendo testadas e aperfeiçoadas.

As éguas são animais poliéstricos sazonais, em determinado período do ano a maioria das fêmeas não apresenta ciclicidade, sendo este período conhecido como anestro. Na fase cíclica das fêmeas ocorrem ciclos regulares e repetidos, na primavera, verão e outono (GUINTER, 1990). O início da estação de monta ocorre na primavera, associado ao aumento da luminosidade diária, da temperatura e da disponibilidade de pasto. Tais fatores asseguram que o produto nasça em condições climáticas favoráveis e no momento apropriado do ano (ALJARRAH, 2004).

O ciclo estral é definido como o período entre duas ovulações subsequentes, e está dividido em duas fases: folicular, fase em que a fêmea está receptiva ao macho, ou seja, estro; e, fase lútea, em que predomina a presença do corpo lúteo, ou seja, diestro (HUGHES et al., 1975; LeBLANC et al., 2003). Na égua o estro tem duração média de cinco a sete dias, mas, pode variar bastante entre as éguas (SAMPER, 2008). A presença de um garanhão é a melhor forma de detectar o estro. Nesta fase, os comportamentos da fêmea perante o garanhão incluem a elevação da cauda, adoção de posição de urinar mantida por longo período de tempo, movimentos repetidos de eversão dos lábios vulvares e do clitóris, agachamento e frequente eliminação de urina (LeBLANC et al., 2003). O diestro dura, em média, 15 dias (SAMPER, 2008). Durante este período, na presença do garanhão, a égua baixa as orelhas, mostra os dentes e morde, escoiceia e afasta-se do garanhão (LeBLANC et al., 2003).

Brück et al. (1993) avaliaram o desempenho reprodutivo de éguas puro sangue de corrida. Os índices gerais de prenhez e de parição foram 83,9 e 69,3%, respectivamente. Os índices de prenhez e de parição foram maiores para as éguas com três a dez anos de idade do

vazias e com potro ao pé. Em trabalho de Keiper e Houpt (1984) observou-se que em um rebanho de pôneis selvagens, em um período de oito anos, os índices de parição e sobrevivência foram de 57,1 e 83,3%, respectivamente.

Fiala et al. (2003) avaliando as taxas de prenhez de 1337 éguas, da raça Puro Sangue de Corrida (PSC), pertencentes a três criatórios da Região Sul do Brasil, num período de dez anos, com uma taxa de prenhez de 68,3%. De acordo com Santos et al. (2004) os índices zootécnicos, constatados em um sistema de manejo às condições naturais da região sul do Brasil com a prática de acasalamento dirigido e/ou monta controlada permite a obtenção das seguintes taxas: de natalidade – 90%, de desmame – 90%, de mortalidade de animais desmamados – 5% e de prenhes – 76%.

Na monta a campo (monta natural) um grupo de éguas (harém) é solto com um garanhão durante toda a estação de monta. Cada garanhão pode cobrir de 15 a 25 éguas. As vantagens são: a alta taxa de fecundação, de 60 a 100%; pouca mão de obra; e, bem estar animal (mais próximo ao natural). As desvantagens são: não se sabe a data correta da cobertura; há risco de acidentes; e, necessidade de um maior controle sanitário, para não disseminar doenças pelo plantel, podendo ocorrer a exaustão do garanhão. Esse sistema é utilizado para animais rústicos e experientes. É comum nas raças crioulo, lusitano, pantaneiro, mangalarga marchador e mangalarga paulista (FREITAS, 2005).

Na monta dirigida, a égua é preparada para a cobertura, em um lugar específico, onde são realizados os seguintes procedimentos: limpeza da vulva com papel toalha, enfaixamento da cauda, imobilização com peia, uso de cabresto e cachimbo, se necessário. O garanhão será levado até a égua para realizar o salto, com cabresto ou cabeçada. As vantagens são o controle das datas de cobertura, possibilidade de intervenção, uso racional do garanhão, segurança para funcionários e animais. A desvantagem seria a maior utilização de mão de obra.

Segundo Santos et al. (2004) a prática de acasalamento dirigido e/ou monta controlada permite a obtenção de índice de prenhez estimado em 76%, não diferindo da monta natural. Para maximizar a eficiência reprodutiva de um sistema de criação de equinos, faz-se necessário a obtenção de um potro por ano de cada matriz do rebanho. Para isto são empregadas biotecnologias da reprodução, a inseminação artificial (IA) é uma delas.

O conceito de IA refere-se ao processo de deposição do sêmen no sistema genital feminino, através de manipulação artificial, e no momento adequado, visando à fertilização do óvulo. A IA possibilita um acréscimo no número de produtos de um mesmo garanhão, em uma mesma temporada reprodutiva, sem que ocorra um desgaste excessivo do garanhão. Na espécie equina a IA vem sendo empregada com sucesso devido sua praticidade e facilidade de implantação, mantendo os bons índices reprodutivos. A inseminação artificial em equinos é um procedimento viável que pode contribuir para a melhoria genética de uma raça. Se bem conduzido, pode ser uma ferramenta geradora de lucros pela comercialização de sêmen em diferentes formas (CANISSO et al., 2008).

O uso do manequim para coleta de sêmen é, sem dúvida, uma maneira segura de fazê- la, tanto para os animais quanto para o homem. A utilização do manequim elimina a necessidade de éguas em cio no momento da coleta, bem como da mão de obra para contê-las (SILVA FILHO et al., 1998). A experiência tem demonstrado que a maioria dos garanhões monta e ejacula em manequins com um mínimo de treinamento. No entanto, aqueles garanhões já acostumados às coberturas naturais podem ser mais difíceis de treinar que os

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