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Pavilhão Desportivo e Piscina Municipal

A parte superior da área de estudo, que engloba a zona próxima da Escola Básica e Secundária, é fortemente marcada pela presença de equipamentos públicos que introduzem vitalidade social nas imediações. Essa vitalidade, apesar de bastante intensa, distribui-se de forma desigual pela envolvente, sendo o setor Nascente aquele em que se sente com maior veemência, sobretudo pelas atividades complementares aí presentes; já os lados Sul e Poente são os menos afetados pela presença destes edifícios.

Nesse sentido, a proposta definida para este ponto da rede urbana (nº1 img. 050) tem

como principal objetivo equilibrar a influência dos equipamentos no espaço público circundante através da criação de um percurso pedonal, pelo interior das instalações do Pavilhão Desportivo e da Piscina Municipal, que permita relacionar diretamente a zona da Escola Básica e Secundária, situada na Rua Strecht Vasconcelos, com a área próxima do edifício de habitação plurifamiliar, na Rua António Sérgio. Tendo em conta que estes dois pontos se encontram atualmente afastados devido ao encerramento do portão de entrada Sul do Pavilhão Desportivo, dificultando a comunicação entre eles, a abertura do atravessamento sugerido permite eliminar essa barreira e, além disso, introduzir uma interrupção na longa extensão da Rua António Sérgio (aproximadamente 550m), que contribui para aproximar os intervenientes do espaço público e estabelecer uma dinâmica social mais alargada.

Por outro lado, a proposta apresentada é também o pretexto para desencadear a reformulação dos espaços envolventes aos volumes, pouco qualificados e confusos, que se encontram separados por vedações desnecessárias. Através da remoção desses limites e da introdução de outros elementos urbanos (rampas e escadas) que permitam vencer o

Diagnóstico e proposta - projeto urbano em Sobrado de Paiva

img. 055

Fotomontagem explicativa da proposta para o ponto 1) da Rede Urbana - prolongamento do percurso existente no terreno da Piscina Municipal até aos topos das Ruas Ferreira de Castro e 1º de Maio.

Depois Antes

Recorte 39.

Vista da Piscina Municipal e do Edifício de Habitação Plurifamiliar da Rua António Sérgio, a partir do topo da Rua Ferreira de Castro.

desnível topográfico que os separa, pretende-se unificar o conjunto e oferecer à população a possibilidade de livre circulação entre recintos. Ao mesmo tempo, a implementação de árvores e bancos, no enfiamento da rua que dá acesso à Piscina, procura tornar o percurso não só um momento de transição e passagem, mas também um lugar de paragem e convívio do qual, por exemplo, os alunos da Escola podem disfrutar. Ainda sobre a intervenção neste ponto da rede urbana, importa sublinhar o papel das áreas ajardinadas que, sendo desenhadas para regularizar a forma dos percursos pedonais, acabam por desempenhar um papel fundamental no equilíbrio da relação entre solo permeável e impermeável.

Por sua vez, no que concerne ao lado Norte da Piscina Municipal, a proposta passa sobretudo por dar continuidade ao percurso desenhado no interior das instalações que, atualmente, termina junto ao limite do lote. O que se verificou, durante as visitas ao local, é que existem relações visuais entre esse ponto e os topos Sul das Ruas Ferreira

de Castro (Recorte 39.) e 1º de Maio que poderiam ser exploradas no sentido de criar um

atravessamento que, ao mesmo tempo, atribuísse outro sentido urbano ao arruamento e promovesse a permeabilidade da área de estudo. Para desenvolver o troço de via em falta, que deveria sempre passar junto aos limites das propriedade existentes para garantir o mínimo de área desperdiçada, seria necessária a expropriação parcial dos terrenos intermédios. Não obstante a especial complexidade negocial de tal operação, a ideia de estender a vitalidade social para o miolo da superfície justifica, a meu ver, intervenções radicais deste género, que eliminam os obstáculos geradores de fraturas urbanas e fazem comunicar pontos geograficamente próximos, mas fisicamente afastados, com o intuito de promover a fluidez de movimentos na utilização do espaço público e o correto

Diagnóstico e proposta - projeto urbano em Sobrado de Paiva

img. 056

Fotomontagem explicativa da proposta para o ponto 1) da Rede Urbana - criação de parque infantil inspirado no Cypress Hills Playground de Nova Iorque.

Depois Antes

Recortes 40 e 41.

Cypress Hills Playground, parque infantil desenhado por Charles Forberg, entre os anos de 1963 e 1967. À semelhança de outros exemplos da mesma época, este parque foi construído a partir de uma iniciativa do MOMA e do Departamento Urbanístico de Nova Iorque que visava divulgar experiências creativas e inovadoras nessa área. Destaca-se, sobretudo, pela simbiose criada entre escultura e arquitetura que se traduz na introdução de 5 elementos escultóricos, abstratos e estáticos, onde as crianças podiam brincar.

Recorte 42. Jiggle-rail, play sculpture desenhada por Joseph Brown, no ano de 1954.

Estes objetos fixos, de caráter escultórico e formas abstratas, surgiram na década de 40 do século passado e tornaram-se mais frequentes na década seguinte como elementos de jogo onde as crianças podiam brincar.

cruzamento e interligação das diferentes partes constitutivas da malha urbana.

Por último, para a área sobrante entre o referido arruamento e os limites das parcelas

vizinhas (img. 056), sugere-se a criação de um parque infantil inspirado no Cypress Hills

playground de Nova Iorque, desenhado por Charles Forberg (1963-1967). Tendo em conta que nas proximidades do local se verifica a presença de um Infantário e de uma Escola Primária, situados nas traseiras da Escola Básica e Secundária, a introdução deste tipo de estrutura recreativa procura servir de complemento a essas funções, trazendo as crianças para a rede urbana fora do horário de funcionamento destes estabelecimentos, com o intuito de as relacionar com intervenientes de outras faixas etárias. Este elemento situa- se na contiguidade de um outro espaço de lazer, no entroncamento da Rua Ferreira de Castro, servindo-lhe de complemento e proporcionando sensações e atividades diferentes aos utilizadores, sem que haja redundância de funções. À semelhança do Cypress Hills playground, propõe-se a introdução de lâminas verticais em betão, dispostas em círculo, que formam uma espécie de labirinto onde as crianças podem explorar os espaços intermédios. Numa alusão clara às play sculptures, de meados do século passado, recorre- se à abstração das formas para evitar a imposição de um modo de utilização pré-definido e permitir diferentes interpretações na apropriação do espaço, conforme a imaginação de cada um. Nesse sentido, as sensações inesperadas que os elementos escultóricos proporcionam acabam por despertar a curiosidade e estimular a criatividade das crianças habituadas à estandardização do nosso tempo. Por outro lado, o parque desenhado também pode seduzir os mais velhos, caso o interpretem do ponto de vista estético e estejam na disposição de o contemplar como um objeto escultórico. Por esse motivo, e para aqueles que vêm tomar conta dos mais novos, remata-se a composição, a Norte, com

Diagnóstico e proposta - projeto urbano em Sobrado de Paiva

img. 057

Vista da entrada Nascente do Campo Municipal da Boavista, única interrupção existente no muro da bancada central.

Recorte 43.

Vista do muro limite da bancada Norte do Campo Municipal da Boavista, a partir da Rua Luís de Camões.

Recortes 44 e 45.

Vistas do muro limite da bancada Nascente do Campo Municipal da Boavista, a partir da Rua 1º de Maio.

um banco redondo, sombreado por uma árvore, que permite admirar sossegadamente todo o parque e a sua envolvente.

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