• Nenhum resultado encontrado

Peculiaridades dos Impostos dos Estados e do Distrito Federal

No documento Noções do Direito Tributario (páginas 55-59)

e-Tec Brasil

277

Aula 10 - Peculiaridades dos impostos dos Estados e do Distrito Federal

O objetivo dessa aula é que você conheça as peculiaridades dos impostos de competência dos Estados Membros.

Essa aula foi desenvolvida a partir do contido na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional. Ao final desta aula, você saberá identificar as características muito peculiares de cada um dos impostos estaduais.

Os Impostos dos Estados e do Distrito Federal são: Transmissão Causa Mortis e doação de quaisquer bens ou direitos; Operações Relativas à Circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior, e a propriedade de veículos automotores.

10.1 Imposto sobre a Transmissão Causa

Mortis e Doação, de quaisquer bens ou di-

reitos (ITCMD).

O Imposto sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos, ou simplesmente imposto sobre heranças e doações, tem como fato gerador a transmissão de quaisquer bens ou direitos, por meio de herança ou doações. Frisa-se que, além de incidir sobre a transmissão de direitos, incide sobre bens móveis e imóveis.

A função do imposto é fiscal, com vistas a abastecer os cofres públicos dos Estados e do Distrito Federal. As alíquotas são fixadas por meio de cada um dos Estados e pelo Distrito Federal, observada a alíquota máxima fixada pelo Senado Federal que, de acordo com a Resolução nº 09/1992, é de 8% (oito por cento).

A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos, não podendo ser superior ao valor de mercado. O cálculo é feito sobre o valor dos bens na data da avaliação, não sendo exigível antes da homologação judicial do cálculo.

Serviços Públicos

e-Tec Brasil

278

O contribuinte, sujeito passivo do imposto, é qualquer pessoa, beneficiário que receba, por transmissão causa mortis, a doação de quaisquer bens ou direitos.

10.2 Imposto sobre operações relativas

à Circulação de Mercadorias e sobre

prestações de Serviços de transporte

interestadual e intermunicipal e de

comunicação, ainda que as operações e as

prestações se iniciem no exterior (ICMS).

A função do ICMS é predominantemente fiscal, representando a maior fonte de recursos dos Estados e do Distrito Federal.

O ICMS, também chamado de imposto sobre o consumo, incide sobre operações relativas à:

a) circulação de mercadorias;

b) prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal;

c) prestação de serviços de comunicações.

A base de cálculo do ICMS é o valor da operação relativa à circulação de mercadoria ou o preço do serviço respectivo. As alíquotas são definidas pelos Estados e Distrito Federal, sendo que ao Senado Federal ficou assegurado o estabelecimento de limitações por meio de Resoluções, fixando alíquotas máximas e mínimas nas operações internas.

A Lei Complementar nº 87, de 1996, que dispõe sobre o imposto dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de serviços e de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, e dá outras providências, preceitua em seu art. 4º que o contribuinte do imposto em comento é:

“qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior”.

e-Tec Brasil

279

Aula 10 - Peculiaridades dos impostos dos Estados e do Distrito Federal

O parágrafo único do citado artigo dispõe que:

É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade: I - importe mercadorias do exterior, ainda que as destine a consumo ou ao ativo permanente do estabelecimento; II - seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; III - adquira em licitação de mercadorias apreendidas ou abandonadas; IV - adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização.

Além dos princípios gerais da tributação, esse imposto se sujeita à não-cumulatividade e, facultativamente, à seletividade em função da essencialidade. Muito provavelmente, esse imposto sofrerá uma mudança de nomenclatura na esperada reforma tributária, passando a se chamar Imposto sobre Valor Agregado.

A ideia central da não-cumulatividade pode ser entendida como a compensação entre o valor do imposto pago com o valor que será recebido na venda do mesmo produto, criando-se um crédito a cada operação realizada.

A cobrança do ICMS é feita de forma mista, ou seja, origem e destino. Parte do montante arrecadado fica na origem, Estado produtor, e outra percentagem no destino, Estado consumidor. Com isso, tem-se uma maior arrecadação pelos Estados produtores, pois, sendo um imposto sobre o consumo, cobrado no momento em que o mesmo ocorre, o Estado que não produz, mas somente consome, arca com os tributos cobrados, em favor daquele que produz e vende o mesmo.

10.3 Imposto sobre a Propriedade de

Veículos Automotores (IPVA)

O Imposto sobre a propriedade de veículos automotores é sobre o patrimônio pessoal. O fato gerador do tributo é ter a propriedade de veículo automotor. A base de cálculo é o valor do veículo a cada ano. O contribuinte, sujeito passivo, é o proprietário do veículo automotor.

Homologação Judicial:

juiz confirma ou aprova o que foi acordado pelas partes.

Transmissão causa mortis:

transmissão em razão da morte.

Leia o artigo “Locação de veículos com motorista: não caracterização de serviço de transporte”, dos autores Igor Mauler Santiago e Frederico Menezes Breyner, no endereço eletrônico: http://www. sachacalmon.com.br/admin/ arq_publica/9d741ec37c2318c 1bcff253bbe7ab92b.pdf

Acesse o site do STF (www. stf.gov.br) e leia a notícia veiculada em 11 de abril de 2007, intitulada “STF reafirma que barcos e aviões não pagam IPVA”. Para saber sobre os “Principais pontos da reforma tributária” leia: Jornal do Senado, 24 a 30 de novembro de 2008. Ano XIV, nº 2.930/199. http://www. senado.gov.br/jornal/noticia.asp ?codEditoria=41&dataEdicaoVer =20081124&dataEdicaoAtual=2 0090127&nomeEditoria=Especia l&codNoticia=77664

Ainda sobre a reforma tributária leia: MARTINS, Ives Gandra da Silva. Reflexões sobre a reforma tributária. Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1762, 28 abr. 2008. Disponível em: http:// jus2.uol.com.br/doutrina/texto. asp?id=11203

Serviços Públicos

e-Tec Brasil

280

Os proprietários de barcos e aviões devem pagar o IPVA?

O entendimento do STF é que embarcações e aeronaves não devem pagar o IPVA. Os Ministros da corte superior aduzem que é incabível a cobrança do IPVA para embarcações e aeronaves, afirmando que este imposto sucedeu a Taxa Rodoviária Única, que historicamente exclui embarcações e aeronaves. Pesquise - no poder legislativo ou na receita estadual de seu Estado - as alíquotas do ITCMD, ICMS (energia elétrica, telefone, combustíveis e feijão) e IPVA.

No documento Noções do Direito Tributario (páginas 55-59)