Exemplificando esta sub-categoria apresentamos a seguinte declaração:
''Conversaria com a enfermeira do turno responsável para ela tomar providências"(8)
OCORRÊNCIA 2.3
O paciente em seu 7o. dia de internação, ao banhar-se, desmaia. Ao recobrar a consciência o mesmo informa que sentiu algumas “tonturas e dai tudo escureceu". Depois de 4 horas do episódio, o sr. F. queixa-se de dor que "aperta"(opressiva) em região esternal inferior, que se irradia para o braço esquerdo. O pulso apresenta-se em 140 bpm, irregular, sudorese pegajosa e vômito. A pressão arterial está em 190/140 mmHg. O paciente teve uma parada cárdio-respiratória. Os médicos estão atendendo a outra parada no ambulatório. Nas suas condições de trabalho, o que você decidiria fazer frente a esta situação ?
Os enfermeiros, frente a esta ocorrência, separaram as suas
declarações em relação a síncope e em relação a parada cardio-
respiratória.
Declararam decidir, com referência a síncope, quanto a:
1)informações; 2)técnicas; 3 )observação ; 4)chama outros
profissionais e; 5) avaliação.
Em relação a parada cardio-respiratória, os enfermeiros
informaram que decidiriam a respeito de: 1)coordenação;
2 )orientação; 3)técnicas; 4)informações; 5 )observação :
E interessante ressaltar que todas as categorias de decisão aqui citadas foram observadas nas outras ocorrências, entretanto, destacaremos a categoria de coordenação haja visto que nesta ocorrência esta foi declarada pela maioria dos enfermeiros
2.3.1 - COORDENAÇÃO
Coordenando a equipe faz parte desta categoria, sendo que, apresentamos algumas declarações que a exemplificam, tais como:
"Coordenaria a equipe"(26). "Organizaria os funcionários”(3).
"Assumiria a equipe até o médico chegar"(4).
Com relação a coordenação da equipe, no que tange a distribuição das funções, o entrevistado nQ 40 disse que:
"as pessoas de maior força física ficariam para massagear o paciente e na ventilação. Os auxiliares preparariam a medicação que eu orientasse: atropina ,
adrenalina,.... instalação de soro, etc..".
0 entrevistado demonstra uma lógica em sua ação referente ao esforço dispendido por pessoas de maior força em ações que exijam isto. Como podemos perceber, o enfermeiro articula as ações sob coordenação. Entretanto, o entrevistado nQ 5 diz que coordenaria a equipe até que o médico chegasse, depois ele assumiria o que é de sua competência:
"a equipe continua conosco. Se ele pedir algo, a gente é que vai determinar : fulano vá buscar isto, sicrano, faça
isto...Coordenação em termos da parte dele: entubação, medicação, se ele vai fazer cardioversão, ou não. Isto é parte do médico".
Sim estas são ações que, legalmente, são do profissional médico. Porém, o que temos visto em nossa prática, é que o
intérprete do médico, onde ele simplesmente divide as funções repetindo o que o médico solicita. Será que a sua antecipação a determinadas ações não deveriam estar embutidas no conceito de coordenação? Ainda em relação a coordenação das atividades, pelo enfermeiro, o entrevistado nQ 12, respondeu que:
"se o enfermeiro tiver paciência e experiência,
tudo sai direitinho, agora se o enfermeiro se desesperar nada sai, pois ele é o líder da equipe...O enfermeiro
deve ficar na coordenação".
Os enfermeiros ainda declararam que:
“Enfermeiro /Técnico /Auxiliar de Enfermagem prestam
assitência" (6), "Atendentes de Enfermagem circulariam (4) e "não existe definição em funções específicas dos profissionais de
enfermagem na ação" (24),
Estas declarações demonstram, como se expressou o
entrevistado nQ 3 que existem problemas relacionados as funções da equipe de enfermagem. Diz o enfermeiro que:
"peço para o atendente . Para quem estiver ali enfim".
Isto demonstra, como muitos outros entrevistados
responderam, que no momento de parada cárdio-respiratória, não existe vima definição de funções especificamente. 0 enfermeiro, ficaria coordenando e os demais profissionais executariam o referido comando, com o fim de atender rapidamente o paciente. Porém, numa atividade de complexidade elevada, como costumo nominar, seria viável que tivessemos uma normatização mínima a respeito das ações a serem executadas, pois isto evitaria as confusões, que em nossa prática, assistimos, quando da execução de uma decisão que não está normatizada. Referendando esta afirmação, o entrevistado nS 9, ao ser perguntado sobre o que o
enfermeiro faria, especificamente, numa parada cárdio-
respiratória, de sua exclusividade, disse:
"não temos nada definido a este respeito....Quem está mais a mão , mais disponível,....estes dias tivemos uma parada e eu fiquei por mais de vinte minutos massageando..E o que
está mais próximo, sem definição de quem faz o que".
Da mesma forma respondeu o entrevistado nQ 10, ou seja:
"não tenho definido uma rotina sobre o assunto".
Jé o entrevistado nQ 17 disse que:
"depende da situação, se eu estou na hora, eu pego o paciente, pego o escalpe e vou puncionar a veia.
Se não sou eu é uma funcionária".
Como podemos observar, isto depende do caso, uma vez que não está normatizado/rotinizado. 0 entrevistado nQ 44 disse que:
"a gente conhece o funcionário, quem tem mais experiência. A gente chama aqui, logo, ele fica. Naquele momento,
ele é responsável por aquilo".
OCORRÊNCIA 2.4
O paciente é transferido para a Unidade de Tratamento Coronariano, pois teve um infarto do miocárdio. Ficou internado nesta unidade durante cinco dias. Após, retornou à Unidade de Internação Médico-Cirúrgica. Apresenta-se ansioso, deprimido e reclamando a falta constante da equipe de enfermagem junto ao seu leito. Ele diz estar com medo de morrer. O que você decidiria fazer frente a esta situação, nas suas condições de trabalho ?
Os enfermeiros declararam que tomariam decisões frente a ocorrência citada, como: 1)tranquilizar o paciente; 2)técnicas; 3 )orientação ; 4 )encaminhamento ; 5)normas da instituição ; 6) observação; 7)controle e, 8)informações. Nota-se que somente a primeira categoria de decis&o n&o se manifestou nas demais
66
ocorrências.