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Em média, 40% das perícias no âmbito nacional são pela ausência de incapacidade Você considera esse percentual:

(16%) ALTO (21,3%) BAIXO (62,6%) ESPERADO

9 – Segundo sua experiência profissional, qual o perfil médio de educação dos periciados?

(7,9%) 2ª grau incompleto (1,3%) 2º grau completo

10 – Atualmente, o auxílio-doença é o benefício mais demandado e mais concedido junto ao RGPS. Na sua opinião, qual a proposição que melhor explica o elevado número de pessoas em busca de um benefício por incapacidade?

(60,2%) As regras mais rígidas para concessão de aposentadoria por tempo de contribuição e por idade (EC 20/98 e fator previdenciário) aliadas à baixa carência exigida dos benefícios por incapacidade e a subjetividade do exame pericial contribuíram decisivamente para o atual quadro.

(20,5%) O nível médio de instrução ainda é insuficiente para garantir o conhecimento adequado sobre saúde e bem-estar e, por esta razão, há um grande número de pessoas que apresentam enfermidade relacionada ao seu estilo de vida.

(19,1%) A expansão da rede de atendimento do INSS e a facilitação no reconhecimento dos direitos, com a informatização da Previdência e a modernização da legislação, foram fundamentais no contexto atual.

11 – No biênio 2009/2011, do total de benefícios concedidos no Brasil, o auxílio-doença previdenciário representou em torno de 35% a 40%, enquanto o auxílio-doença acidentário girou em torno de 5% a 8%. Esse quadro comprova, em tese, que a grande maioria das queixas dos segurados não tem relação com o trabalho. Você:

(11,8%) Não concorda com essa afirmativa, pois grande parte das incapacidades laborativas diagnosticadas está relacionada com o trabalho em si ou com o ambiente de trabalho, mas a prova dessa relação é mais complexa, o que faz com que os benefícios que deveriam ser enquadrados como da espécie acidentária, sejam deferidos como previdenciários.

(31,5%) Concordo com essa afirmativa. Como a instrução média da população é baixa/insuficiente, a maior parte das incapacidades laborativas diagnosticadas está ligada ao estilo de vida do periciado. E o SUS não exerce a contento seu papel institucional.

(40,7%) A expressividade do percentual relacionado ao auxílio-doença previdenciário deve-se ao fato que, efetivamente, a maior parte das incapacidades laborativas diagnosticadas não guarda relação com o trabalho exercido. Ainda sim, penso não ter havido adoecimento da população proporcional à elevação da procura pelo auxílio-doença previdenciário.

(15,7%) Nenhuma das proposições acima.

12 – Os gráficos abaixo mostram a elevação das concessões (gráfico 1) e restabelecimentos (gráfico 2) por decisão judicial dos benefícios de espécie 31 e 32, no período de 2006 a 2011. As perícias judiciais são realizadas por médicos particulares (terceirizados), diante da falta de quadro próprio de médicos peritos do Poder Judiciário. O que pensa disso?

(63,1%) Sabendo que (alguma das) minhas decisões foram alteradas por médicos terceirizados da justiça, sem conhecimento técnico-pericial adequado, me sinto frustrado(a) em concluir que a terceirização da perícia médica pública não acabou, ao reverso, foi descolada para o Poder Judiciário.

(3,9%) Desde a Constituição de 1988 o acesso à Justiça vem sendo um dos grandes enfoques da nossa sociedade democrática. De modo que é salutar o aumento da busca pela efetivação

dos direitos, e natural que essa concretização se dê pela via do Poder Judiciário, a quem cabe intervir na solução dos conflitos quando as partes não o conseguem/podem diretamente. (22,3%) Creio estar ocorrendo um abuso do direito de litigar perante o Poder Judiciário. O acesso à justiça, antes uma bandeira democrática, vem se tornando uma arena onde tudo é discutido, com propósito ou não, o que reforça o inconsciente (equivocado) coletivo de que justiça só se faz perante um juiz.

(2,6%) Estou surpreso(a) com esses números. Desconhecia a alta litigiosidade envolvendo os benefícios por incapacidade. Não tenho, ainda, posição externável sobre o assunto.

APÊNDICE B – Roteiro de perguntas aos gestores locais, gestores nacionais e médicos peritos do INSS (CAE 17463713.5.0000.5243)

1) A demanda administrativa por auxílio-doença previdenciário teve acentuada elevação a partir da década de 2000, o que impactou os números de concessão desse benefício, que em 12/2012 representaram cerca de 42,89% do total de concessões no RGPS. O(a) senhor(a) possui opinião formada sobre as causas desse aumento? Em caso positivo, quais seriam elas? 2) O(a) senhor(a) considera este aumento um problema? Em caso positivo, quais deveriam ser as medidas para reduzir ou controlar esta demanda e quais vêm sendo tomadas pelo INSS?

3) Além do INSS, há outras instâncias governamentais que discutem estratégias relativas ao auxílio doença? Elas contam com a participação de trabalhadores/segurados?

4) Em outros países, a exemplo da Inglaterra e Suécia, o valor do benefício por incapacidade laborativa similar ao nosso auxílio-doença leva em conta a natureza da incapacidade e a idade do segurado. O que acha disso? Entende que essa norma poderia ser aplicada na legislação brasileira?

5) O senhor tem conhecimento se a realidade brasileira, em que o benefício por incapacidade temporária é o mais concedido no âmbito do sistema público de previdência, é presente em outros países? (pergunta feita apenas aos gestores nacionais)

6) Como o (a) senhor(a) considera o papel da reabilitação profissional neste contexto? Ela pode se considerada uma alternativa viável no controle (sendo o caso) desta demanda? Por quê?

7) O(a) senhor(a) entende que o serviço de reabilitação profissional encontra-se aquém de suas potencialidades? Caso positivo, que fatores impedem que a reabilitação profissional seja ampliada?

8) O(a) senhor(a) considera pequeno o número de encaminhamentos médicos para a reabilitação profissional? Por quê?

9) Por disposição constitucional, o Sistema Único de Saúde é pautado pelo princípio da universalidade de atendimento, dentre outros. Em razão disso, os segurados da Previdência em reabilitação profissional, por exemplo, não tem preferência no atendimento. Neste sentido, qual a sua opinião sobre o impacto na efetividade do serviço de reabilitação profissional considerando ser a saúde um direito de todos, sem critérios discriminativos? (pergunta feita apenas aos gestores nacionais)

10) A reabilitação profissional é atualmente descentralizada. Há mais vantagens ou desvantagens nesta nova configuração do serviço?

11) O Brasil é um dos países com maiores taxas de acidente de trabalho. Na sua visão, há grande subnotificação dos acidentes de trabalho e/ou doenças profissionais? Em caso positivo, considera ser esta uma causa relevante para o aumento da concessão do auxílio-doença previdenciário nos últimos anos? Há projetos orientados para mudança deste quadro?

12) Em 2008 foi criada a Comissão Tripartite de Saúde e Segurança do Trabalho para, dentre outros propósitos, avaliar e propor medidas para implementação no país da Convenção 187 da OIT. Saberia dizer se esta Comissão tem atuado no sentido de reduzir ou controlar a demanda por auxílio-doença? O que de concreto foi feito por essa Comissão até o momento? A DIRSAT tem atuado nela?

13) Além dessa Comissão Tripartite há outras tratativas formais entre o INSS, ou a Previdência Social, com os Ministérios da Saúde e/ou do Trabalho e Emprego relacionadas com o auxílio-doença e/ou a reabilitação profissional? Se não há, considera que deva haver? Quais dificuldades existem para o firmamento desse compromisso interinstitucional?

14) Há propostas atinentes em alterar o atual modelo de perícia médica? Poderia explicitar no que consiste essa alteração?