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Concluímos que a combinação da metodologia Instrução pelos Colegas com Questionário Pré-aula, trouxe benefícios de aprendizagem. Além disso, observamos que foi razoável o tempo despendido pelos alunos na execução das atividades extraclasse. Frente a esses resultados, decidimos levantar informações sobre a percepção dos alunos a respeito do método ativo que eles haviam utilizado. Conforme descrito no capítulo 3, essas informações foram obtidas por meio de um questionário respondido em sala de aula, com clicker, garantindo-se o anonimato. Como foi relatado na seção anterior, em torno de 1.100 alunos participaram desta pesquisa.

A seguir serão apresentados gráficos que mostram a avaliação por parte dos alunos da metodologia ativa de ensino, do questionário pré-aula, do estudo prévio dos testes conceituais e das discussões em sala de aula.

O questionário solicita que aluno complete a frase: “Comparado com a metodologia tradicional, a Instrução pelos Colegas foi para mim?”. A distribuição das respostas no gráfico 4.17 ilustra a aceitação por parte dos alunos do método ativo. 52 % dos respondentes afirmam que a metodologia IpC é vantajosa/muito vantajosa. Somente 25% disseram que a metodologia foi desvantajosa/muito desvantajosa.

61 Gráfico 4.17: Avaliação dos alunos sobre o Peer Instruction em relação ao método tradicional.

Conforme mencionado na seção 2.2, o pilar do método Instrução pelos Colegas é a discussão entre os alunos sobre o teste conceitual. Levantamos a opinião dos alunos sobre os testes conceituais e as discussões em sala com a seguinte pergunta: “Os testes conceituais e as discussões em sala de aula ajudaram na compreensão da matéria?”. 67% dos alunos disseram que muitas vezes ou quase sempre o teste conceitual e a discussão contribuíram para a compreensão do conteúdo (ver gráfico 4.18).

62 Gráfico 4.18: Opinião dos alunos sobre a ajuda dos testes conceituais e das discussões promovidas dentro da sala de aula para compreensão da matéria.

Para aplicar os testes conceituais e abrir espaço para os alunos discutirem as suas respostas durante as aulas, antes, eles foram orientados a fazer a leitura pré-aula, conforme é descrito na subseção 3.2.1. Se essa leitura do texto for feita de forma efetiva, reduzir-se-á o tempo de aula despedido para introduzir definições, conceitos básicos e equações (CROUCH, 2007). Solicitamos aos nossos alunos que respondessem a seguinte pergunta: “O estudo prévio ajudou na compreensão da matéria?”. No gráfico que se segue, observa-se que 79% deles alunos disseram que o estudo prévio ajudou na compreensão da matéria e apenas 21% disseram que poucas vezes e nunca. Crouch (2007) relata que os estudantes de Swarthmore e de Harvard ficaram divididos sobre o que eles acham da leitura pré-aula. Entretanto, a maior parte dos nossos alunos acha que esse tipo de leitura traz benefício na compreensão da matéria.

63 Gráfico 4.19: Opinião dos alunos sobre ajuda do estudo prévio para compreensão da matéria.

Os resultados apresentados no capítulo 4 revelam que o questionário pré-aula é fundamental para os alunos, exceto para os 10% com melhor preparo acadêmico. Contudo, alguns alunos relataram, espontaneamente, a sua insatisfação com a exigência dessa atividade extraclasse. Por isso, procuramos investigar o grau de aceitação do questionário pré-aula, solicitando aos nossos alunos que opinassem sobre esta atividade, respondendo a seguinte pergunta: “Os questionários pré-aula ajudaram na compreensão da matéria?”. Como era de se esperar, existe resistência por parte dos alunos ao questionário pré-aula. O gráfico a seguir mostra que apenas 32% dos alunos disseram que o JiTT ajudou na compreensão do conteúdo (muitas vezes/sempre e quase sempre) e 68% disseram que poucas vezes e nunca/quase nunca. É digno de nota, que o aluno não consegue perceber o papel do questionário pré-aula discutido na seção 4.2.

64 Gráfico 4.20: Opinião dos alunos sobre questionário pré-aula na ajuda na compreensão da matéria.

Por fim, solicitamos que os alunos respondessem a seguinte pergunta: “Se no próximo semestre você fosse fazer outra disciplina de Física, você optaria por utilizar o IpC?”. O gráfico 4.21 revela que 43% dos alunos utilizariam o IpC no próximo semestre e 35 % disseram que não. Apesar da pequena diferença (8%) uma parte significativa da turma faria a disciplina com a metodologia ativa de ensino.

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Gráfico 4.21: Posição dos alunos se eles utilizariam o Peer Instruction no próximo semestre se fosse

oferecido em uma disciplina de Física.

O método Instrução pelos Colegas apresentou uma boa aceitação por parte dos alunos na FIS202. Com mais detalhes, os alunos, em maior parte, perceberam a importância do estudo prévio e teste conceituais com as discussões em sala de aula. Entretanto, como havíamos discutido anteriormente, existe uma resistência por parte dos alunos sobre a utilização do questionário pré-aula. Todavia, os resultados apresentados na subseção 4.2.3 demonstram que o efeito dos questionários pré-aula traz de aprendizado, qualquer que seja o preparo acadêmico do discente.

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5 MATERIAIS DIDÁTICOS

Deixando de lado a investigação da efetividade da metodologia Instrução pelos Colegas, acreditamos que podem ser úteis a apresentação e a discussão de uma amostra dos materiais didáticos desenvolvidos na UFV para implantação dessa metodologia. Serão apresentados neste capítulo alguns dos testes conceituais e questionário pré-aula desenvolvidos ao longo desse trabalho. As informações contidas aqui são frutos de uma entrevista com o professor Álvaro Neves, orientador deste trabalho. Nessa entrevista, foram extraídas informações relevantes na elaboração e utilização desses materiais. Esse material é parte do produto didático contido no apêndice B.

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