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Percepção dos entrevistados quanto aos serviços de limpeza pública

RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 DIAGNÓSTICO DA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS DE PORTO DA FOLHA/SE

3.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS URBANOS NO MUNICÍPIO DE PORTO DA FOLHA

3.3.3. Percepção dos entrevistados quanto aos serviços de limpeza pública

De acordo com o Apêndice II, verificou-se o grau de satisfação dos entrevistados em relação à limpeza urbana no que diz respeito a varrição, limpeza de bueiros, acondicionamento, coleta e transporte dos resíduos, destino dado aos RS pelo moradores, frequência e horário de coleta, quantidade gerada por município, doenças originadas pela disposição inadequada dos resíduos, destinação final dada aos resíduos, e aproveitamento de materiais.

Verificou-se então que 59% da população entrevistada encontra-se satisfeita como os serviços de limpeza, enquanto 41% declararam insatisfação. Entre os povoados houve muita variação nos resultados, o Gráfico 3.6 aponta que entre os povoados Niterói, Mocambo e Lagoa Redonda foram os locais com maiores índices negativos, isso deve-se aos aspectos: maior distância da sede, maior dificuldade de gerenciamento e fiscalização dos trabalhos.

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Gráfico 3.6: Grau de satisfação dos entrevistados com os serviços de limpeza pública.

Dos entrevistados que se declararam satisfeitos com os serviços de limpeza pública, 14% afirmaram que a coleta de lixo em sua rua é excelente, 40% disseram ser boa, e apenas 5% concluíram que a coleta é regular. Enquanto, 41% dos entrevistados que declararam-se descontentes com os serviços de limpeza, 19% afirmaram ser regular, 21% optaram por ruim e 1% não soube ou não quiseram responder. De acordo com o Gráfico 3.7, os melhores índices entre bom e excelente corresponderam à sede, Ilha de São Pedro, Lagoa do Rancho e Lagoa da Volta.

Gráfico 3.7: Qualidade da coleta lixo segundo a opinião dos entrevistados.

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Sobre o destino dado aos resíduos domiciliares, 71% declararam que todo resíduo gerado é colocado na porta de casa para a coleta municipal, 15% afirmaram dispor seus resíduos na porta de casa, mas que em alguns momentos preferem queimá-los (7%), enterrar (4%), jogá-los em caixa coletora disponibilizada pela Prefeitura Municipal (1%) ou em terreno baldio (14%) e até mesmo, designar outros destinos (1%) como reaproveitamento e venda pra reciclagem (Gráfico 3.8).

Gráfico 3.8: Destino dos resíduos gerados nos domicílios.

Traduzindo esses dados para os povoados estudados, observou-se que Linda França e Mocambo possuem o maior índice de queima dos resíduos domésticos, enquanto Niterói, Lagoa da Volta, Mocambo e sede apresentaram o depósito de lixo em terrenos baldios como segunda opção de disposição final (Gráfico 3.9). Verificou-se durante a pesquisa de campo o acúmulo de lixo em locais isolados dos povoados citados (Figura 3.8).

Gráfico 3.9: Destino dos resíduos domiciliares por povoado.

Tanto a coleta de rejeito quanto a elaboração dos serviços de Limpeza Pública de Porto da Folha é realizado pela Prefeitura Municipal. Na sede, os resíduos são recolhidos diariamente, nos povoados a frequência da coleta varia conforme a necessidade, quantidade de resíduos gerados e disponibilidade de tempo do contratado.

Figura 3.8: Focos de lixo, Povoado Mocambo. Fonte: Arquivo pessoal, 2011.

Em decorrência das dificuldades referentes à frequência e assiduidade da coleta foi questionado aos moradores do município de que forma esse serviço poderia melhorar. Sendo que 32% da população disseram que a frequência da coleta deveriam aumentar, 27% responderam que a disposição de coletores em pontos estratégicos da cidade e povoados

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facilitaria a execução deste serviço, 17% afirmaram que a prefeitura municipal poderia investir em coleta seletiva juntamente com campanhas educativas, os 24 % restantes indagaram que outras alternativas como a contratação de agentes de limpeza, transporte adequado, pagamento efetivo dos funcionários destes serviços e incentivos à educação ambiental (Gráfico 3. 10).

Gráfico 3.10: Sugestões de melhoria do Sistema de Serviço de Limpeza segundo os entrevistados. 3.3.4. Geração e atitudes referentes aos resíduos desenvolvidas pelos moradores.

O acondicionamento do lixo doméstico geralmente é feito em sacolas plástica distribuídas em supermercados (Gráfico 3.11). Nesta pesquisa, considerou-se um saco plástico equivalente a 6 kg.

Gráfico 3.11: Formas de acondicionamento do lixo doméstico pelos moradores.

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De acordo com a pesquisa 73% da população entrevistada acondicionam seu lixo em sacos plásticos, 17% acondicionam em recipientes plásticos, inclusive somente na sede 15 (quinze) entrevistados disseram que utilizam os recipientes plásticos por acharem ser mais adequados e higiênicos, 8% utilizam tanto os recipientes como os sacos plásticos e 2 % preferem vasilhames de pneu ou de outro material.

A média diária de produção de resíduos por domicílio (Gráfico 3.12), estabeleceu-se em 2 sacos de 6kg por dia com 67% dos entrevistados, 18% declararam não saber a quantidade de lixo produzida em sua residência. Observou-se que 10% da população entrevistada declararam produzir em média, 2 a 3 sacos de lixo por dia, índice observado nos povoados Lagoa da Volta Lagoa do Rancho, Mocambo e Matuto por possuírem maior produção de lixo orgânico. Já os 4% que contabilizaram a produção entre 3 a 4 sacos de 6 kg estão relacionados aos resíduos oriundos de pequenos comércios lotados em Niterói, Matuto, Lagoa do Rancho e sede.

Gráfico .3.12: Produção de lixo por domicílio.

A maioria da população possui conhecimento sobre os locais de disposição de resíduos e muitos afirmaram que em alguns momentos os próprios moradores conduzem os resíduos produzidos por suas residências até o lixão. Dos 165 entrevistados, 140 disseram que não separa o material que poderia ser aproveitado, enquanto 25 moradores afirmaram selecionar os materiais antes de acondicionar para recolha.

Durante as entrevistas, foi questionado ao morador sobre a possibilidade de aproveitamento dos materiais descartados (Gráfico 3.13), 112 pessoas asseguraram não aproveitar nenhum material, 53 restantes confirmaram aproveitar materiais, como sacolas plásticas para acondicionamento de lixo, garrafas pets para reservar mantimentos para o

plantio (grãos), caixas de papelão para guardar equipamentos, ferramentas, latas e garrafas são geralmente aproveitados para troca ou venda.

Gráfico 3.13: Materiais aproveitados por pessoas entrevistados.

Dos entrevistados que declararam aproveitar os materiais acima citados, 31 pessoas disseram reutilizar os materiais, 18 delas separam para venda e 4 disseram que trocam ou transformam esses materiais.

3.3.5- Resíduos sólidos x saúde e meio ambiente segundo a percepção dos entrevistados Foi perguntado ao morador se ele possuía conhecimento sobre os males que os resíduos podem causar a saúde humana e ao meio ambiente (Apêndice II). O gráfico 3.14 representa a percepção dos moradores alcançados pela entrevista, quanto aos males provocados pelo lixo. O gráfico 3.15 demonstra esses resultados em porcentagens, 41% dos moradores declararam que dentre os prejuízos causados pelo lixo, a proliferação de doenças possui maior impacto, 34% refletiram sobre o assunto e disseram que o maior impacto dos resíduos estava sobre a poluição do ar, da água e solo, 23% falaram que os maiores prejuízos estão relacionados a agricultura, pois os alimentos produzidos provocam índices de contaminação do homem e de animais, 2% disseram outras alternativas ou não souberam responder.

Gráfico 3.14: Percepção dos moradores em relação aos males provocados pelo lixo.

Gráfico 3.15: Percepção geral dos moradores quanto aos males provocados pelo lixo.

Em decorrência dos prejuízos a saúde e ao meio ambiente originado pelo destino e manuseio não adequado do lixo doméstico, questionou-se ao morador se algum componente de sua residência teria adquirido doença veiculada aos resíduos, é o caso de diarréias, problemas de pele, vômitos, febre ou mordida de roedores. Dos 165 entrevistados, 138 disseram “não”, mas 28 disseram “sim”. O gráfico 3.16 representa que em todos os locais pesquisados houve maior índice negativo de doenças relacionadas aos resíduos, no entanto a maioria declarou ter sido infectada por alguma doença consequente do lixo ou água contaminada. P essoas e ntre vist ada s

Gráfico 3.16: Doenças relacionadas aos resíduos.

As dificuldades sobre o gerenciamento dos resíduos só foram apresentadas nos povoados, a cidade é conservada limpa pelos agentes de limpeza. Nos povoados não há quem realize a varrição de ruas, a população se encarrega de varrer e capinar (Figura 3.9).

Figura 3.9: Moradora fazendo limpeza da via, Povoado Lagoa do Rancho. Fonte: Arquivo pessoal, 2011.

A recolha dos resíduos é realizado por apenas um morador contratado com transporte próprio (carro de boi) ou da Associação comunitária (trator com carroceria). Este morador muitas vezes é privado de seu salário por atraso de pagamento, além de necessitar realizar outras atribuições como cuidar da sua roça. Em decorrência disso, a comunidade fica

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desprovida dos serviços de coleta, sendo obrigada a jogar lixo em terreno baldio, queimar ou transportar até o lixão próximo do povoado.

3.4- RISCOS DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS EM PORTO DA FOLHA